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Por um culto cristão mais evangélico

e criativo
20/12/2013

Por Clemir Fernandes

O culto comunitário cristão talvez mais para o mal do que para o bem tem se tornado a
atividade mais importante quando não a razão fundamental da igreja. O que era para ser
meio se transformou em fim. Por esse olhar faço, inclusivamente, algumas reflexões
críticas...

Liturgia/ordem de culto é coisa muito séria para ficar exclusivamente sob a responsabilidade
de músicos/ministros de música.

Sermão/pregação é coisa muito séria para estritamente com pastores/teólogos/evangelistas.

Ensino é coisa muito séria para ficar exclusivamente com educadores/professores.

Ação social é coisa muito séria para ficar exclusivamente com diáconos/assistentes sociais.

Por uma razão razoavelmente simples: por mais que especialistas sejam capazes e tenham
boas ideias e estratégias, na diversidade dos conselhos há mais sabedoria (cf. Pv 11.14), além
de maior criatividade.

Portanto, músicos, pastores, educadores, diáconos, assistentes sociais e outros líderes


precisam dialogar corajosamente entre si sobre suas respectivas áreas de atuação. Até para
que cada um seja liberto do possível enquadramento institucional/ministerial a que pode
estar acostumado a pensar. Para irem além e refletirem acerca de outras áreas ministeriais, a
fim de se ouvirem mutuamente, visando avaliar para ousar mais, transgredir às vezes, além
de resgatar e/ou repaginar práticas antigas boas e relevantes na vida e missão da igreja.

Para uma liturgia mais criativa e participativa, e não apenas previsível. Para um sermão mais
pertinente e contextualizado, e não somente burocratizado. Para um ensino mais consistente
e dinâmico, e não simplesmente rotineiro. Para uma ação social mais abrangente e produtora
de justiça, e não meramente assistencialista.
É necessário, portanto, certo choque eclesial visando inclusive efetividade do “sacerdócio
universal”, a fim de que mais pessoas contribuam/participem desses espaços sagrados. Para
melhor e maior cumprimento da missão da igreja, isto é, da missão de Deus no mundo.

Um choque litúrgico para que o culto seja de conteúdo solidamente evangélico e coerente
com a realidade local e global, além de diversidade e beleza artística para se superar a rotina
religiosa semanal. Um culto que recupere o sentido missional a fim de conduzir os
participantes ao objetivo litúrgico: entrar para adorar e sair para servir! Servir aos outros,
servir ao mundo. Que é máximo do serviço a Deus.

Um choque de missão que direcione a igreja à sua razão de ser e estar no mundo: investir
gastando seus recursos com os outros, não com agendas voltadas para seus próprios deleites e
interesses intra-eclesiais. Numa palavra: voltar a seguir, de fato, Jesus Cristo de Nazaré com
todas as radicalizações desse seguimento (Mc 8.34). Para que o culto e, por extensão, a vida
religiosa não se torne um fim em si mesmo, isto é, atendendo aos interesses particulares dos
adoradores, mas, verdadeiramente, de dedicação a Cristo, ou seja, de serviço ao próximo (Jo
13.34, 35). Afinal, é isso que glorifica a Deus (cf. Mt 5.16).

http://www.novosdialogos.com/artigo.asp?id=1226

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