Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
C e n á r io s
E d u c a c io n a is
e a necessidade de
olhar para as diferenças
UNÍNTESE
UNÍNTESE
Página 2 de 24 Novos Cenários Educacionais
EXPEDIENTE
Uníntese | UnínteseVirtual
Novos Cenários Educacionais e a
necessidade de olhar para as diferenças
Pedro Stieler
Diretor Presidente
Diretos Autorais reservados à UNÍNTESE
Mara Regina Escobar
Pedro Stieler
Diretora Vice-Presidente
Coordenação Geral
2011
UNÍNTESE
Página 3 de 24 Novos Cenários Educacionais
Pedro Stieler1
Introdução
1
Pedagogo e Mestre em Educação nas Ciências pela Unijuí. Doutorando em Epistemologia e
História da Ciência pela Untref/Uníntese.
Página 4 de 24 Novos Cenários Educacionais
As ciências
Vivemos momentos de progresso nas ciências que há
pouco não ousaríamos imaginar, como na medicina por exemplo,
onde experiências divulgadas recentemente tem mostrado que é
UNÍNTESE
A Tecnologia
Cada vez mais presente em nós e ao nosso redor, desde o
sabonete e o shampoo que usamos, a escova de dente, as roupas
e calçados aos nossos alimentos, remédios e equipamentos: já
somos, sem perceber, mais tecnológicos do que nunca - e
seremos ainda mais. Com os avanços científicos e o
desenvolvimento da tecnologia seremos capazes de “ter” e
“fazer” coisas que, há pouco, sequer imaginaríamos; a exemplo
dos telefones móveis que temos ou mesmo das novas gerações
de geladeiras, que farão nossas compras de supermercado,
cuidarão de nossas agendas e ainda enviarão flores para nossos
amigos em seus aniversários.
Diante deste cenário: como será a escola do futuro? Que
tecnologias ela utilizará? Conseguirá ignorá-las?
A espiritualidade
A cada dia novas seitas, religiões, templos e igrejas surgem
em nossa frente, “uma a cada esquina”, popularmente falando.
Sem abordar nenhum teor religioso ou doutrinário, tampouco
fazer críticas, usamos este exemplo para pensarmos sobre fatos
que demostram o quanto as pessoas têm buscado
“encontrarem-se” na espiritualidade. Talvez por um desejo
consciente ou inconsciente de encontrar explicações, conforto
ou forças para superar problemas e situações difíceis do dia a
dia. Mas também há uma busca por algo que não se sabe
exatamente “o quê” e o “por quê”. Talvez a busca por um
encontro do homem com ele mesmo para melhor compreender-
se, para harmonizar-se consigo, com os outros e com o universo.
Uma busca por paz, amor, bondade ou ainda para sentir-se parte
integrante de um “todo” que se interconecta e interrelaciona
com tudo o que existe. Uma busca por algo mais “divino", para
acreditar em forças maiores, para exercitar a fé e através dela,
acreditar em coisas melhores, em sentimentos mais elevados,
melhorar a autoconfiança, acreditar mais em seus potenciais, em
suas capacidades, sentir-se mais forte.
Sendo por estes ou outros motivos, o fato indiscutível é
que mais e mais pessoas estão buscando – desta ou daquela
forma, através de uma religião ou não – harmonizar-se e
entender-se, pois percebem-se como seres cada vez mais
complexos e que existem outras dimensões que compõem esta
complexidade do ser humano, ou seja, que há um lado espiritual
UNÍNTESE
A família moderna
A família moderna traz consigo a necessidade de
repensarmos nossos próprios conceitos e preconceitos. É comum
ouvirmos, especialmente no ambiente escolar, que as famílias
estão desestruturadas, sem valores e sem responsabilidades com
a educação de seus filhos. Muitas vezes ouvimos também esta
afirmativa como explicação para fatores como indisciplina, falta
de limites, violência e até para o baixo rendimento escolar.
Verdade ou não, decorre daí, refletirmos sobre a estrutura
familiar que chamamos de contemporânea, constituída de
diferentes formas, baseada em valores e necessidades que foram
se modificando ao longo do tempo. Internalizamos um único
conceito de família, constituída obrigatoriamente de pai, mãe e
filho(s), onde o modelo masculino e feminino exerciam papéis
claros na formação do casal, sem os quais não se constituía uma
família.
Para a psiquiatra Nicoletti (2009), passamos por uma
transição onde a heterossexualidade como meio de subjetivação
e introjeção do masculino e feminino se encontra em
substituição pela noção de gênero. Essa compreensão do
conceito de gênero, se faz determinante na superação do
entendimento da sexualidade humana, até então entendida a
partir do sexo biológico. Aliado a isso, precisamos entender
também, além da formação familiar, quais contextos vivem e por
quais necessidades passam os integrantes do núcleo familiar.
Talvez contribua para uma compreensão mais clara de como
pensam, porque agem e reagem de tal forma diante de
determinadas situações.
Quais aspectos apontados nos discursos realmente
impactam na escola?
O problema da ética
Para muitos, este assunto parece esgotado, não
UNÍNTESE
2
O termo “disciplina” nos remete à condição submissa a um regime de estudos
imposto e também à relação de submissão do estudante ao professor.
3
Grade curricular traz a concepção de “aprisionamento”, um programa de estudos
fechado em si mesmo, onde cada integrante, no caso a disciplina, é isolada dos demais
– sem interação, sem relacionamento.
Página 17 de 24 Novos Cenários Educacionais
4
Legalmente, o cargo de professor é designado como uma função e não como uma
profissão. Se o fosse, existiriam os conselhos da profissão, código de ética, assim como
os demais instrumentos presentes em profissões devidamente regulamentadas.
Página 18 de 24 Novos Cenários Educacionais
EXPEDIENTE
Uníntese | UnínteseVirtual
Novos Cenários Educacionais e a
necessidade de olhar para as diferenças
Pedro Stieler
Diretor Presidente
Diretos Autorais reservados à UNÍNTESE
Mara Regina Escobar
Pedro Stieler
Diretora Vice-Presidente
Coordenação Geral
2011
UNÍNTESE
Página 19 de 24 Novos Cenários Educacionais
desrespeito às diferenças.
As sociedades humanas se organizaram para aceitar
apenas os “iguais” de acordo com os padrões estabelecidos. Os
diferentes, quando não eliminados, eram excluídos e segregados
Página 20 de 24 Novos Cenários Educacionais
5
A palavra “inclusão” expressa a ideia de reconhecimento das diferenças e
necessidades específicas de cada pessoa, valorizando, convivendo, aceitando-as.
Baseia-se na concepção de direitos humanos, na qual todas as pessoas são iguais e
diferentes ao mesmo tempo: iguais em direitos e deveres e diferentes em todos os
demais aspectos. Na educação, traz o entendimento de que todos os alunos,
independente de suas características, potencialidades e limitações, têm o mesmo
direito ao acesso à educação, à escolarização, à aprendizagem, de estarem juntos e
aprendendo uns com os outros, sem discriminação e sem barreiras que impeçam sua
UNÍNTESE
plena participação.
6
O conceito de “integração” traz a concepção de que a pessoa tida como “diferente”,
“anormal” precisa se normalizar diante da maioria, isto é, precisa se adequar ao local,
ao contexto mostrando às demais pessoas que ela é capaz de estar ali naquele espaço,
fazendo as mesmas coisas que as demais. Desconsidera o princípio das diferenças e as
necessidades específicas de cada sujeito.
Página 21 de 24 Novos Cenários Educacionais
Considerações finais
Referências Bibiográficas
EXPEDIENTE
Uníntese | UnínteseVirtual
Novos Cenários Educacionais e a
necessidade de olhar para as diferenças
Pedro Stieler
Diretor Presidente
Diretos Autorais reservados à UNÍNTESE
Mara Regina Escobar
Pedro Stieler
Diretora Vice-Presidente
Coordenação Geral
2011
UNÍNTESE
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
Secretaria de Educação Especial
EDUCAÇÃO INCLUSIVA
A FUNDAMENTAÇÃO
FILOSÓFICA
Brasília - 2004
Série: EDUCAÇÃO INCLUSIVA
1. A Fundamentação Filosófica
2. O Município
3 A Escola
4 A Família
FICHA TÉCNICA
Coordenação Geral
Secretaria de Educação Especial/Ministério da Educação
Organização
Maria Salete Fábio Aranha
CDU: 37.014.53
376.014
EDUCAÇÃO INCLUSIVA: A FUNDAMENTAÇÃO FILOSÓFICA 7
A FUNDAMENTAÇÃO FILOSÓFICA
Num primeiro momento, a atenção aos Direitos Humanos foi marcada pela
tônica da proteção geral e abstrata, com base na igualdade formal; mais recen-
temente, passou-se a explicitar a pessoa como sujeito de direito, respeitado em
suas peculiaridades e particularidades.
PRINCÍPIOS
Para que a igualdade seja real, ela tem que ser relativa. Isto significa que as
pessoas são diferentes, têm necessidades diversas e o cumprimento da lei exige
que a elas sejam garantidas as condições apropriadas de atendimento às pecu-
liaridades individuais, de forma que todos possam usufruir as oportunidades
existentes. Há que se enfatizar aqui, que tratamento diferenciado não se refere à
instituição de privilégios, e sim, a disponibilização das condições exigidas, na
garantia da igualdade.
1
Instituição Total - “um lugar de residência e de trabalho, onde um grande número de pessoas,
excluído da sociedade mais ampla, por um longo período de tempo, leva uma vida enclausurada e
formalmente administrada” (Goffan, 1962)
12 EDUCAÇÃO INCLUSIVA: A FUNDAMENTAÇÃO FILOSÓFICA
Nos anos 60 e 70, grande parte dos países, tendo como horizonte a Decla-
ração Universal dos Direitos Humanos, passou a buscar um novo modelo, no
trato da deficiência. A proposição do princípio da normalização contribuiu com a
idéia de que as pessoas diferentes podiam ser normalizadas, ou seja, capacita-
das para a vida no espaço comum da sociedade. Este modelo caracterizou-se,
gradativamente, pela desinstitucionalização dessas pessoas e pela oferta de ser-
viços de avaliação e de reabilitação globalizada, em instituições não residenciais,
embora ainda segregadoras. Da segregação total, passou-se a buscar a integração
das pessoas com deficiência, após capacitadas, habilitadas ou reabilitadas. A
esta concepção-modelo denominou-se Paradigma de Serviços.
Passou, então, a ficar cada vez mais evidente que a manutenção de segmentos
populacionais minoritários em estado de segregação social, ainda que em processo
de atenção educacional ou terapêutica, não condizia com o respeito aos seus
direitos de acesso e participação regular no espaço comum da vida em socieda-
de, como também impedia a sociedade de aprender a administrar a convivência
respeitosa e enriquecedora, com a diversidade de peculiaridades que a constituem.
EDUCAÇÃO INCLUSIVA: A FUNDAMENTAÇÃO FILOSÓFICA 13
Educação Infantil
Surdez
Brasília
2006
FICHA TÉCNICA
Coordenação Geral
• Profª Francisca Roseneide Furtado do Monte – MEC/SEESP
• Profª Idê Borges dos Santos – MEC/SEESP
Elaboração
• Profª Daisy Maria Collet de Araujo Lima – Secretaria de Estado da Educação do Distrito Federal
• Prof Pe. Gabriele Crisciotti – Centro Educacional da Audição e Linguagem “Ludovico Pavoni”-
CEAL/LP - Brasília/DF
• Profª Vanda Rossi Chedid de Oliveira Lima – CEAL/LP - Brasília/DF
• Profª Silvana Patrícia de Vasconcelos – SE / Brasília/DF
• Profª Sandra Patrícia de Faria – SE / Brasília/DF
• Profª Rogéria Gomes de A. Vasconcelos – SE / Brasília/DF
Organização e revisão técnica
• Profª Marlene de Oliveira Gotti – MEC/SEESP
• Profª Sueli Fernandes – SEDUC/PR
• Profª Shirley Vilhalva – SEDUC/MS
Revisão de Texto
• Profª Idê Borges dos Santos – MEC/SEESP
• Profª Ms. Aura Cid Lopes Flórido Ferreira de Britto – MEC/SEESP
Consultores e Instituições que emitiram parecer
• Instituto Nacional de Educação de Surdos – INES - Rio de Janeiro/RJ
• Centro de Apoio Pedagógico Especializado da Secretaria de Educação do Estado de São Paulo -
CAPE
• Secretaria de Estado da Educação e Qualidade do Ensino – Centro de Triagem e Diagnóstico da
Educação Especial do Estado do Amazonas - SEDUC
• Profª Drª Rosimar Bortolini Poker – UNESP - Marília/SP
• Profª Ms. Maria da Piedade Resende da Costa – Universidade Federal de São Carlos - UFSCar
• Centro Tecnológico da ULBRA – Unidade de Ensino Especial Concórdia - Porto Alegre/RS
• Secretaria de Estado da Educação – Diretoria da Educação Especial do Estado de Minas Gerais
• Secretaria de Estado da Educação do Paraná – Departamento de Educação Especial
• Profª Ms. Fatíma Ali Abdalah Abdel Cader Nascimento – Universidade Federal de São Carlos/SP
• Isabel Amaral - PhD – Universidade do Porto e Escola Superior de Educação de Lisboa - Portugal
• Profª Shirley Rodrigues Maia, Profª Dalva Rosa, Profª Márcia Akiko N. Rosa, Profª Sílvia Maria
Estrela Lourenço e Lília Giacomini, da Associação Educacional para a Múltipla Deficiência –
AHIMSA - São Paulo/SP
4ª edição / 2006
CDU 376.014.53
CDU 376.33
Sumário
INTRODUÇÃO................................................................................................................................ 07
PARTE I
PRINCÍPIOS E FUNDAMENTOS
O paradigma da educação inclusiva ..................................................................................... 11
PARTE II
CONHECENDO A SURDEZ E SUAS IMPLICAÇÕES
2.1 A Linguagem e a surdez ................................................................................................. 15
2.2 A surdez ............................................................................................................................. 19
2.3 Identificação de crianças com surdez........................................................................... 20
2.4 Educação bilíngüe e sua operacionalização ................................................................ 22
2.4.1 Considerações sobre a língua brasileira de sinais – LIBRAS .......................... 25
2.4.2 Considerações sobre a língua portuguesa escrita ........................................... 27
2.4.3 Aprendizado da língua portuguesa oral ............................................................ 31
. Aparelhos auditivos ........................................................................................... 36
. Estimulação auditiva .......................................................................................... 38
PARTE III
ORIENTAÇÕES SOBRE A EDUCAÇÃO DE CRIANÇAS COM SURDEZ
3.1 Importância do atendimento a crianças com surdez ................................................. 43
3.2 Locus e finalidades do atendimento a crianças com surdez ..................................... 44
3.3 Capacitação/qualificação de professores ..................................................................... 50
3.4 Programa de atendimento aos pais e à família ............................................................ 51
3.5 O currículo e as adaptações curriculares na educação infantil de crianças
com surdez ........................................................................................................................ 52
3.6 Sugestões de atividades que poderão ser desenvolvidas na educação infantil ..... 59
3.6.1 Desenvolvimento da linguagem interior na etapa pré-lingüística ................. 60
3.6.2 Desenvolvimento da linguagem receptiva na fase pré-lingüística ................ 61
3.6.3 Desenvolvimento da linguagem expressiva na fase lingüística ..................... 75
PARTE IV
CONCLUSÃO .................................................................................................................................. 83
GLOSSÁRIO ..................................................................................................................................... 84
PARTE V
BIBLIOGRAFIA ............................................................................................................................... 87
PARTE I
Princípios e fundamentos
O paradigma da educação inclusiva
O Brasil fez opção pela construção de um sistema educacional inclusivo ao concordar
com a Declaração Mundial de Educação para Todos e ao mostrar consonância com os
postulados produzidos em Salamanca (Espanha).
A Declaração de Salamanca (Brasil, 1994a), em seus pressupostos, afirma que:
“- A tendência da política social durante as duas últimas décadas foi de fomentar a
integração e a participação e de lutar contra a exclusão. A integração e a participação
fazem parte essencial da dignidade humana e do gozo e exercício dos direitos humanos.
No campo da educação, essa situação se reflete no desenvolvimento de estratégias que
possibilitem uma autêntica igualdade de oportunidades. A experiência de muitos países
demonstra que a integração de crianças e jovens com necessidades educativas especiais é
alcançada de forma mais eficaz em escolas integradoras para todas as crianças de uma
comunidade. É nesse ambiente que crianças com necessidades educativas especiais podem
progredir no terreno educativo e no da integração social. As escolas integradoras constituem
um meio favorável à construção da igualdade de oportunidades e da completa participação;
mas, para ter êxito, requerem um esforço comum, não somente dos professores e do pessoal
restante da escola, mas também dos colegas, pais, famílias e voluntários.
- As necessidades educativas especiais incorporam os princípios já comprovados de
uma pedagogia equilibrada que beneficia todas as crianças. Parte do princípio de que
todas as diferenças humanas são normais e de que a aprendizagem deve, portanto,
ajustar-se às necessidades de cada criança, ao invés de cada criança se adaptar aos
supostos princípios quanto ao ritmo e a natureza do processo educativo. Uma pedagogia
centralizada na criança é positiva para todos os alunos e, conseqüentemente, para toda
a sociedade.
- As políticas educativas deverão levar em conta as diferenças individuais e as diversas
situações. Deve ser levada em consideração, por exemplo, a importância da língua dos sinais
como meio de comunicação para os surdos, e ser assegurado a todos os surdos acesso ao
ensino da língua de sinais de seu país. Face às necessidades específicas de comunicação de
surdos e de surdo-cegos, seria mais conveniente que a educação lhes fosse ministrada em
escolas especiais ou em classes ou unidades especiais nas escolas comuns.”
Com base nesses dispositivos político-filosóficos e nos dispositivos da legislação brasileira, o
Conselho Nacional de Educação aprovou a Resolução Nº 02/2001 que institui as Diretrizes nacionais
para educação especial na educação básica. Essas Diretrizes incluem os alunos surdos no grupo
daqueles com dificuldades de comunicação e sinalização diferenciadas dos demais alunos, e que
demanda a utilização de linguagens e códigos aplicáveis. O parágrafo 2º do art. 12 dessa Resolução
diz: “Deve ser assegurada, no processo educativo de alunos que apresentam dificuldades de sinalização
diferenciadas dos demais educandos, a acessibilidade aos conteúdos curriculares mediante a utilização
de linguagens e códigos aplicáveis, como o sistema braile e a língua de sinais, sem prejuízo do
aprendizado da língua portuguesa, facultando-lhes e às suas famílias a opção pela abordagem
pedagógica que julgarem adequada, ouvidos os profissionais especializados em cada caso”.
o
Regulamenta a Lei n 10.436, de 24 de abril de
2002, que dispõe sobre a Língua Brasileira de
o
Sinais - Libras, e o art. 18 da Lei n 10.098, de
19 de dezembro de 2000.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso das atribuições que lhe confere o art. 84, inciso
o
IV, da Constituição, e tendo em vista o disposto na Lei n 10.436, de 24 de abril de 2002, e no
o
art. 18 da Lei n 10.098, de 19 de dezembro de 2000,
DECRETA:
CAPÍTULO I
o o
Art. 1 Este Decreto regulamenta a Lei n 10.436, de 24 de abril de 2002, e o art. 18 da
o
Lei n 10.098, de 19 de dezembro de 2000.
o
Art. 2 Para os fins deste Decreto, considera-se pessoa surda aquela que, por ter perda
auditiva, compreende e interage com o mundo por meio de experiências visuais, manifestando
sua cultura principalmente pelo uso da Língua Brasileira de Sinais - Libras.
CAPÍTULO II
o
Art. 3 A Libras deve ser inserida como disciplina curricular obrigatória nos cursos de
formação de professores para o exercício do magistério, em nível médio e superior, e nos
cursos de Fonoaudiologia, de instituições de ensino, públicas e privadas, do sistema federal de
ensino e dos sistemas de ensino dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
o
§ 1 Todos os cursos de licenciatura, nas diferentes áreas do conhecimento, o curso
normal de nível médio, o curso normal superior, o curso de Pedagogia e o curso de Educação
Especial são considerados cursos de formação de professores e profissionais da educação
para o exercício do magistério.
o
§ 2 A Libras constituir-se-á em disciplina curricular optativa nos demais cursos de
educação superior e na educação profissional, a partir de um ano da publicação deste Decreto.
CAPÍTULO III
1
o
Art. 4 A formação de docentes para o ensino de Libras nas séries finais do ensino
fundamental, no ensino médio e na educação superior deve ser realizada em nível superior, em
curso de graduação de licenciatura plena em Letras: Libras ou em Letras: Libras/Língua
Portuguesa como segunda língua.
Parágrafo único. As pessoas surdas terão prioridade nos cursos de formação previstos no
caput.
o
Art. 5 A formação de docentes para o ensino de Libras na educação infantil e nos anos
iniciais do ensino fundamental deve ser realizada em curso de Pedagogia ou curso normal
superior, em que Libras e Língua Portuguesa escrita tenham constituído línguas de instrução,
viabilizando a formação bilíngüe.
o
§ 1 Admite-se como formação mínima de docentes para o ensino de Libras na educação
infantil e nos anos iniciais do ensino fundamental, a formação ofertada em nível médio na
modalidade normal, que viabilizar a formação bilíngüe, referida no caput.
o
§ 2 As pessoas surdas terão prioridade nos cursos de formação previstos no caput.
o
Art. 6 A formação de instrutor de Libras, em nível médio, deve ser realizada por meio de:
o
§ 1 A formação do instrutor de Libras pode ser realizada também por organizações da
sociedade civil representativa da comunidade surda, desde que o certificado seja convalidado
por pelo menos uma das instituições referidas nos incisos II e III.
o
§ 2 As pessoas surdas terão prioridade nos cursos de formação previstos no caput.
o
Art. 7 Nos próximos dez anos, a partir da publicação deste Decreto, caso não haja
docente com título de pós-graduação ou de graduação em Libras para o ensino dessa
disciplina em cursos de educação superior, ela poderá ser ministrada por profissionais que
apresentem pelo menos um dos seguintes perfis:
II - instrutor de Libras, usuário dessa língua com formação de nível médio e com
certificado obtido por meio de exame de proficiência em Libras, promovido pelo Ministério da
Educação;
o
§ 1 Nos casos previstos nos incisos I e II, as pessoas surdas terão prioridade para
ministrar a disciplina de Libras.
o
§ 2 A partir de um ano da publicação deste Decreto, os sistemas e as instituições de
ensino da educação básica e as de educação superior devem incluir o professor de Libras
em seu quadro do magistério.
2
o o
Art. 8 O exame de proficiência em Libras, referido no art. 7 , deve avaliar a fluência no
uso, o conhecimento e a competência para o ensino dessa língua.
o
§ 1 O exame de proficiência em Libras deve ser promovido, anualmente, pelo Ministério
da Educação e instituições de educação superior por ele credenciadas para essa finalidade.
o
§ 2 A certificação de proficiência em Libras habilitará o instrutor ou o professor para a
função docente.
o
§ 3 O exame de proficiência em Libras deve ser realizado por banca examinadora de
amplo conhecimento em Libras, constituída por docentes surdos e lingüistas de instituições de
educação superior.
o
Art. 9 A partir da publicação deste Decreto, as instituições de ensino médio que
oferecem cursos de formação para o magistério na modalidade normal e as instituições de
educação superior que oferecem cursos de Fonoaudiologia ou de formação de professores
devem incluir Libras como disciplina curricular, nos seguintes prazos e percentuais mínimos:
III - até sete anos, em oitenta por cento dos cursos da instituição; e
Parágrafo único. O processo de inclusão da Libras como disciplina curricular deve iniciar-
se nos cursos de Educação Especial, Fonoaudiologia, Pedagogia e Letras, ampliando-se
progressivamente para as demais licenciaturas.
Art. 10. As instituições de educação superior devem incluir a Libras como objeto de
ensino, pesquisa e extensão nos cursos de formação de professores para a educação básica,
nos cursos de Fonoaudiologia e nos cursos de Tradução e Interpretação de Libras - Língua
Portuguesa.
Art. 13. O ensino da modalidade escrita da Língua Portuguesa, como segunda língua
para pessoas surdas, deve ser incluído como disciplina curricular nos cursos de formação de
professores para a educação infantil e para os anos iniciais do ensino fundamental, de nível
médio e superior, bem como nos cursos de licenciatura em Letras com habilitação em Língua
Portuguesa.
3
Parágrafo único. O tema sobre a modalidade escrita da língua portuguesa para surdos
deve ser incluído como conteúdo nos cursos de Fonoaudiologia.
CAPÍTULO IV
o
§ 1 Para garantir o atendimento educacional especializado e o acesso previsto no caput,
as instituições federais de ensino devem:
c) professor para o ensino de Língua Portuguesa como segunda língua para pessoas
surdas; e
4
VIII - disponibilizar equipamentos, acesso às novas tecnologias de informação e
comunicação, bem como recursos didáticos para apoiar a educação de alunos surdos ou com
deficiência auditiva.
o
§ 2 O professor da educação básica, bilíngüe, aprovado em exame de proficiência em
tradução e interpretação de Libras - Língua Portuguesa, pode exercer a função de tradutor e
intérprete de Libras - Língua Portuguesa, cuja função é distinta da função de professor
docente.
o
§ 3 As instituições privadas e as públicas dos sistemas de ensino federal, estadual,
municipal e do Distrito Federal buscarão implementar as medidas referidas neste artigo como
meio de assegurar atendimento educacional especializado aos alunos surdos ou com
deficiência auditiva.
Art. 15. Para complementar o currículo da base nacional comum, o ensino de Libras e o
ensino da modalidade escrita da Língua Portuguesa, como segunda língua para alunos surdos,
devem ser ministrados em uma perspectiva dialógica, funcional e instrumental, como:
Art. 16. A modalidade oral da Língua Portuguesa, na educação básica, deve ser ofertada
aos alunos surdos ou com deficiência auditiva, preferencialmente em turno distinto ao da
escolarização, por meio de ações integradas entre as áreas da saúde e da educação,
resguardado o direito de opção da família ou do próprio aluno por essa modalidade.
CAPÍTULO V
Art. 17. A formação do tradutor e intérprete de Libras - Língua Portuguesa deve efetivar-
se por meio de curso superior de Tradução e Interpretação, com habilitação em Libras - Língua
Portuguesa.
Art. 18. Nos próximos dez anos, a partir da publicação deste Decreto, a formação de
tradutor e intérprete de Libras - Língua Portuguesa, em nível médio, deve ser realizada por
meio de:
Parágrafo único. A formação de tradutor e intérprete de Libras pode ser realizada por
organizações da sociedade civil representativas da comunidade surda, desde que o certificado
seja convalidado por uma das instituições referidas no inciso III.
5
Art. 19. Nos próximos dez anos, a partir da publicação deste Decreto, caso não haja
pessoas com a titulação exigida para o exercício da tradução e interpretação de Libras - Língua
Portuguesa, as instituições federais de ensino devem incluir, em seus quadros, profissionais
com o seguinte perfil:
III - profissional surdo, com competência para realizar a interpretação de línguas de sinais
de outros países para a Libras, para atuação em cursos e eventos.
Art. 20. Nos próximos dez anos, a partir da publicação deste Decreto, o Ministério da
Educação ou instituições de ensino superior por ele credenciadas para essa finalidade
promoverão, anualmente, exame nacional de proficiência em tradução e interpretação de
Libras - Língua Portuguesa.
Art. 21. A partir de um ano da publicação deste Decreto, as instituições federais de ensino
da educação básica e da educação superior devem incluir, em seus quadros, em todos os
níveis, etapas e modalidades, o tradutor e intérprete de Libras - Língua Portuguesa, para
viabilizar o acesso à comunicação, à informação e à educação de alunos surdos.
o
§ 1 O profissional a que se refere o caput atuará:
II - nas salas de aula para viabilizar o acesso dos alunos aos conhecimentos e conteúdos
curriculares, em todas as atividades didático-pedagógicas; e
o
§ 2 As instituições privadas e as públicas dos sistemas de ensino federal, estadual,
municipal e do Distrito Federal buscarão implementar as medidas referidas neste artigo como
meio de assegurar aos alunos surdos ou com deficiência auditiva o acesso à comunicação, à
informação e à educação.
CAPÍTULO VI
6
Art. 22. As instituições federais de ensino responsáveis pela educação básica devem
garantir a inclusão de alunos surdos ou com deficiência auditiva, por meio da organização de:
o
§ 1 São denominadas escolas ou classes de educação bilíngüe aquelas em que a Libras
e a modalidade escrita da Língua Portuguesa sejam línguas de instrução utilizadas no
desenvolvimento de todo o processo educativo.
o
§ 2 Os alunos têm o direito à escolarização em um turno diferenciado ao do atendimento
educacional especializado para o desenvolvimento de complementação curricular, com
utilização de equipamentos e tecnologias de informação.
o
§ 3 As mudanças decorrentes da implementação dos incisos I e II implicam a
formalização, pelos pais e pelos próprios alunos, de sua opção ou preferência pela educação
sem o uso de Libras.
o o
§ 4 O disposto no § 2 deste artigo deve ser garantido também para os alunos não
usuários da Libras.
o
§ 1 Deve ser proporcionado aos professores acesso à literatura e informações sobre a
especificidade lingüística do aluno surdo.
o
§ 2 As instituições privadas e as públicas dos sistemas de ensino federal, estadual,
municipal e do Distrito Federal buscarão implementar as medidas referidas neste artigo como
meio de assegurar aos alunos surdos ou com deficiência auditiva o acesso à comunicação, à
informação e à educação.
Art. 24. A programação visual dos cursos de nível médio e superior, preferencialmente os
de formação de professores, na modalidade de educação a distância, deve dispor de sistemas
de acesso à informação como janela com tradutor e intérprete de Libras - Língua Portuguesa e
subtitulação por meio do sistema de legenda oculta, de modo a reproduzir as mensagens
o
veiculadas às pessoas surdas, conforme prevê o Decreto n 5.296, de 2 de dezembro de 2004.
CAPÍTULO VII
Art. 25. A partir de um ano da publicação deste Decreto, o Sistema Único de Saúde -
SUS e as empresas que detêm concessão ou permissão de serviços públicos de assistência à
saúde, na perspectiva da inclusão plena das pessoas surdas ou com deficiência auditiva em
todas as esferas da vida social, devem garantir, prioritariamente aos alunos matriculados nas
7
redes de ensino da educação básica, a atenção integral à sua saúde, nos diversos níveis de
complexidade e especialidades médicas, efetivando:
o
§ 1 O disposto neste artigo deve ser garantido também para os alunos surdos ou com
deficiência auditiva não usuários da Libras.
o
§ 2 O Poder Público, os órgãos da administração pública estadual, municipal, do Distrito
Federal e as empresas privadas que detêm autorização, concessão ou permissão de serviços
o o
públicos de assistência à saúde buscarão implementar as medidas referidas no art. 3 da Lei n
10.436, de 2002, como meio de assegurar, prioritariamente, aos alunos surdos ou com
deficiência auditiva matriculados nas redes de ensino da educação básica, a atenção integral à
sua saúde, nos diversos níveis de complexidade e especialidades médicas.
CAPÍTULO VIII
Art. 26. A partir de um ano da publicação deste Decreto, o Poder Público, as empresas
concessionárias de serviços públicos e os órgãos da administração pública federal, direta e
indireta devem garantir às pessoas surdas o tratamento diferenciado, por meio do uso e
difusão de Libras e da tradução e interpretação de Libras - Língua Portuguesa, realizados por
servidores e empregados capacitados para essa função, bem como o acesso às tecnologias de
o
informação, conforme prevê o Decreto n 5.296, de 2004.
o
§ 1 As instituições de que trata o caput devem dispor de, pelo menos, cinco por cento de
servidores, funcionários e empregados capacitados para o uso e interpretação da Libras.
8
o
§ 2 O Poder Público, os órgãos da administração pública estadual, municipal e do
Distrito Federal, e as empresas privadas que detêm concessão ou permissão de serviços
públicos buscarão implementar as medidas referidas neste artigo como meio de assegurar às
pessoas surdas ou com deficiência auditiva o tratamento diferenciado, previsto no caput.
Art. 27. No âmbito da administração pública federal, direta e indireta, bem como das
empresas que detêm concessão e permissão de serviços públicos federais, os serviços
prestados por servidores e empregados capacitados para utilizar a Libras e realizar a tradução
e interpretação de Libras - Língua Portuguesa estão sujeitos a padrões de controle de
atendimento e a avaliação da satisfação do usuário dos serviços públicos, sob a coordenação
da Secretaria de Gestão do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, em
o
conformidade com o Decreto n 3.507, de 13 de junho de 2000.
CAPÍTULO IX
Art. 28. Os órgãos da administração pública federal, direta e indireta, devem incluir em
seus orçamentos anuais e plurianuais dotações destinadas a viabilizar ações previstas neste
Decreto, prioritariamente as relativas à formação, capacitação e qualificação de professores,
servidores e empregados para o uso e difusão da Libras e à realização da tradução e
interpretação de Libras - Língua Portuguesa, a partir de um ano da publicação deste Decreto.
o o
Brasília, 22 de dezembro de 2005; 184 da Independência e 117 da República.
9
MEC/SEESP
Política Nacional de Educação Especial na
Perspectiva da Educação Inclusiva
Documento elaborado pelo Grupo de Trabalho nomeado pela Portaria Ministerial nº 555,
de 5 de junho de 2007, prorrogada pela Portaria nº 948, de 09 de outubro de 2007.
I – Introdução
O movimento mundial pela educação inclusiva é uma ação política, cultural, social e pedagógica,
desencadeada em defesa do direito de todos os alunos de estarem juntos, aprendendo e participando,
sem nenhum tipo de discriminação. A educação inclusiva constitui um paradigma educacional
fundamentado na concepção de direitos humanos, que conjuga igualdade e diferença como valores
indissociáveis, e que avança em relação à idéia de eqüidade formal ao contextualizar as
circunstâncias históricas da produção da exclusão dentro e fora da escola.
A escola historicamente se caracterizou pela visão da educação que delimita a escolarização como
privilégio de um grupo, uma exclusão que foi legitimada nas políticas e práticas educacionais
reprodutoras da ordem social. A partir do processo de democratização da escola, evidencia-se o
paradoxo inclusão/exclusão quando os sistemas de ensino universalizam o acesso, mas continuam
excluindo indivíduos e grupos considerados fora dos padrões homogeneizadores da escola. Assim,
sob formas distintas, a exclusão tem apresentado características comuns nos processos de
segregação e integração, que pressupõem a seleção, naturalizando o fracasso escolar.
No Brasil, o atendimento às pessoas com deficiência teve início na época do Império, com a criação
de duas instituições: o Imperial Instituto dos Meninos Cegos, em 1854, atual Instituto Benjamin
Constant – IBC, e o Instituto dos Surdos Mudos, em 1857, hoje denominado Instituto Nacional da
Educação dos Surdos – INES, ambos no Rio de Janeiro. No início do século XX é fundado o
Instituto Pestalozzi (1926), instituição especializada no atendimento às pessoas com deficiência
mental; em 1954, é fundada a primeira Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais – APAE; e,
em 1945, é criado o primeiro atendimento educacional especializado às pessoas com superdotação
na Sociedade Pestalozzi, por Helena Antipoff.
Em 1961, o atendimento educacional às pessoas com deficiência passa a ser fundamentado pelas
disposições da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDBEN, Lei nº 4.024/61, que
aponta o direito dos “excepcionais” à educação, preferencialmente dentro do sistema geral de
ensino.
A Lei nº 5.692/71, que altera a LDBEN de 1961, ao definir “tratamento especial” para os
alunoscom “deficiências físicas, mentais, os que se encontram em atraso considerável quanto à
idade regular de matrícula e os superdotados”, não promove a organização de um sistema de ensino
capaz de atender às necessidades educacionais especiais e acaba reforçando o encaminhamento dos
alunos para as classes e escolas especiais.
Em 1973, o MEC cria o Centro Nacional de Educação Especial – CENESP, responsável pela
gerência da educação especial no Brasil, que, sob a égide integracionista, impulsionou ações
educacionais voltadas às pessoas com deficiência e às pessoas com superdotação, mas ainda
configuradas por campanhas assistenciais e iniciativas isoladas do Estado.
Nesse período, não se efetiva uma política pública de acesso universal à educação, permanecendo a
concepção de “políticas especiais” para tratar da educação de alunos com deficiência. No que se
refere aos alunos com superdotação, apesar do acesso ao ensino regular, não é organizado um
atendimento especializado que considere as suas singularidades de aprendizagem.
A Constituição Federal de 1988 traz como um dos seus objetivos fundamentais “promover o bem de
todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de
discriminação” (art.3º, inciso IV). Define, no artigo 205, a educação como um direito de todos,
garantindo o pleno desenvolvimento da pessoa, o exercício da cidadania e a qualificação para o
trabalho. No seu artigo 206, inciso I, estabelece a “igualdade de condições de acesso e permanência
na escola” como um dos princípios para o ensino e garante, como dever do Estado, a oferta do
atendimento educacional especializado, preferencialmente na rede regular de ensino (art. 208).
A atual Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei nº 9.394/96, no artigo 59, preconiza
que os sistemas de ensino devem assegurar aos alunos currículo, métodos, recursos e organização
específicos para atender às suas necessidades; assegura a terminalidade específica àqueles que não
atingiram o nível exigido para a conclusão do ensino fundamental, em virtude de suas deficiências;
e assegura a aceleração de estudos aos superdotados para conclusão do programa escolar. Também
define, dentre as normas para a organização da educação básica, a “possibilidade de avanço nos
cursos e nas séries mediante verificação do aprendizado” (art. 24, inciso V) e “[...] oportunidades
educacionais apropriadas, consideradas as características do alunado, seus interesses, condições de
vida e de trabalho, mediante cursos e exames” (art. 37).
Em 1999, o Decreto nº 3.298, que regulamenta a Lei nº 7.853/89, ao dispor sobre a Política
Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência, define a educação especial como
uma modalidade transversal a todos os níveis e modalidades de ensino, enfatizando a atuação
complementar da educação especial ao ensino regular.
“Os sistemas de ensino devem matricular todos os alunos, cabendo às escolas organizarem-se para
o atendimento aos educandos com necessidades educacionais especiais, assegurando as condições
necessárias para uma educação de qualidade para todos. (MEC/SEESP, 2001).”
O Plano Nacional de Educação – PNE, Lei nº 10.172/2001, destaca que “o grande avanço que a
década da educação deveria produzir seria a construção de uma escola inclusiva que garanta o
atendimento à diversidade humana”. Ao estabelecer objetivos e metas para que os sistemas de
ensino favoreçam o atendimento às necessidades educacionais especiais dos alunos, aponta um
déficit referente à oferta de matrículas para alunos com deficiência nas classes comuns do ensino
regular, à formação docente, à acessibilidade física e ao atendimento educacional
especializado.
A Convenção da Guatemala (1999), promulgada no Brasil pelo Decreto nº 3.956/2001, afirma que
as pessoas com deficiência têm os mesmos direitos humanos e liberdades fundamentais que as
demais pessoas, definindo como discriminação com base na deficiência toda diferenciação ou
exclusão que possa impedir ou anular o exercício dos direitos humanos e de suas liberdades
fundamentais. Este Decreto tem importante repercussão na educação, exigindo uma reinterpretação
da educação especial, compreendida no contexto da diferenciação, adotado para promover a
eliminação das barreiras que impedem o acesso à escolarização.
Na perspectiva da educação inclusiva, a Resolução CNE/CP nº 1/2002, que estabelece as Diretrizes
Curriculares Nacionais para a Formação de Professores da Educação Básica, define que as
instituições de ensino superior devem prever, em sua organização curricular, formação docente
voltada para a atenção à diversidade e que contemple conhecimentos sobre as especificidades dos
alunos com necessidades educacionais especiais.
A Lei nº 10.436/02 reconhece a Língua Brasileira de Sinais – Libras como meio legal de
comunicação e expressão, determinando que sejam garantidas formas institucionalizadas de apoiar
seu uso e difusão, bem como a inclusão da disciplina de Libras como parte integrante do currículo
nos cursos de formação de professores e de fonoaudiologia.
A Portaria nº 2.678/02 do MEC aprova diretrizes e normas para o uso, o ensino, a produção e a
difusão do sistema Braille em todas as modalidades de ensino, compreendendo o projeto da Grafia
Braille para a Língua Portuguesa e a recomendação para o seu uso em todo o território nacional.
Em 2003, é implementado pelo MEC o Programa Educação Inclusiva: direito à diversidade, com
vistas a apoiar a transformação dos sistemas de ensino em sistemas educacionais inclusivos,
promovendo um amplo processo de formação de gestores e educadores nos municípios brasileiros
para a garantia do direito de acesso de todos à escolarização, à oferta do atendimento
educacional especializado e à garantia da acessibilidade.
Em 2004, o Ministério Público Federal publica o documento O Acesso de Alunos com Deficiência
às Escolas e Classes Comuns da Rede Regular, com o objetivo de disseminar os conceitos e
diretrizes mundiais para a inclusão, reafirmando o direito e os benefícios da escolarização de alunos
com e sem deficiência nas turmas comuns do ensino regular.
O Decreto nº 5.626/05, que regulamenta a Lei nº 10.436/2002, visando ao acesso à escola dos
alunos surdos, dispõe sobre a inclusão da Libras como disciplina curricular, a formação e a
certificação de professor, instrutor e tradutor/intérprete de Libras, o ensino da Língua Portuguesa
como segunda língua para alunos surdos e a organização da educação bilíngüe no ensino regular.
A Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, aprovada pela ONU em 2006 e da
qual o Brasil é signatário, estabelece que os Estados-Partes devem assegurar um sistema de
educação inclusiva em todos os níveis de ensino, em ambientes que maximizem o desenvolvimento
acadêmico e social compatível com a meta da plena participação e inclusão, adotando medidas para
garantir que:
a) As pessoas com deficiência não sejam excluídas do sistema educacional geral sob alegação de
deficiência e que as crianças com deficiência não sejam excluídas do ensino fundamental gratuito e
compulsório, sob alegação de deficiência;
b) As pessoas com deficiência possam ter acesso ao ensino fundamental inclusivo, de qualidade
e gratuito, em igualdade de condições com as demais pessoas na comunidade em que vivem
(Art.24).
Neste mesmo ano, a Secretaria Especial dos Direitos Humanos, os Ministérios da Educação e da
Justiça, juntamente com a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura –
UNESCO, lançam o Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos, que objetiva, dentre as
suas ações, contemplar, no currículo da educação básica, temáticas relativas às pessoas com
deficiência e desenvolver ações afirmativas que possibilitem acesso e permanência na educação
superior.
Para a implementação do PDE é publicado o Decreto nº 6.094/2007, que estabelece nas diretrizes
do Compromisso Todos pela Educação, a garantia do acesso e permanência no ensino regular e o
atendimento às necessidades educacionais especiais dos alunos, fortalecendo seu ingresso nas
escolas públicas.
Para compor esses indicadores no âmbito da educação especial, o Censo Escolar/MEC/INEP coleta
dados referentes ao número geral de matrículas; à oferta da matrícula nas escolas públicas, escolas
privadas e privadas sem fins lucrativos; às matrículas em classes especiais, escola especial e classes
comuns de ensino regular; ao número de alunos do ensino regular com atendimento educacional
especializado; às matrículas, conforme tipos de deficiência, transtornos do desenvolvimento e altas
habilidades/superdotação; à infra-estrutura das escolas quanto à acessibilidade arquitetônica, à sala
de recursos ou aos equipamentos específicos; e à formação dos professores que atuam no
atendimento educacional
especializado.
A partir de 2004, são efetivadas mudanças no instrumento de pesquisa do Censo, que passa a
registrar a série ou ciclo escolar dos alunos identificados no campo da educação especial,
possibilitando monitorar o percurso escolar. Em 2007, o formulário impresso do Censo Escolar foi
transformado em um sistema de informações on-line, o Censo Web, que qualifica o processo de
manipulação e tratamento das informações, permite atualização dos dados dentro do mesmo ano
escolar, bem como possibilita o cruzamento com outros bancos de dados, tais como os das áreas de
saúde, assistência e previdência social. Também são realizadas alterações que ampliam o universo
da pesquisa, agregando informações individualizadas dos alunos, das turmas, dos professores e da
escola.
Com relação aos dados da educação especial, o Censo Escolar registra uma evolução nas
matrículas, de 337.326 em 1998 para 700.624 em 2006, expressando um crescimento de 107%. No
que se refere ao ingresso em classes comuns do ensino regular, verifica-se um crescimento de
640%, passando de 43.923 alunos em 1998 para 325.316 em 2006, conforme demonstra o gráfico a
seguir:
800.000
Entre 1998 e 2006, houve crescimento de 640% das
matrículas em escolas comuns (inclusão) e de 28% em
700.000 escolas e classes especiais. 700.624
640.317
600.000 566.753
504.039
500.000
448.601
404.743
374.699 382.215
400.000
337.326 375.488
371.383 378.074 325.136
300.000 337.897 358.898 262.243
311.354 323.399
293.403 300.520
195.370
200.000
145.141
110.704
100.000 81.695 81.344
63.345
43.923
0
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
Total de matrículas
Matrículas em Escolas Especializadas e Classes Especiais
Matrículas em Escolas Regulares/Classes Comuns
Quanto à distribuição dessas matrículas nas esferas pública e privada, em 1998 registra-se 179.364
(53,2%) alunos na rede pública e 157.962 (46,8%) nas escolas privadas, principalmente em
instituições especializadas filantrópicas. Com o desenvolvimento das ações e políticas de educação
inclusiva nesse período, evidencia-se um crescimento de 146% das matrículas nas escolas públicas,
que alcançaram 441.155 (63%) alunos em 2006, conforme demonstra o gráfico:
70,0%
60,0% 63,0%
60,0%
54,8% 57,0%
53,2% 52,3% 54,5% 53,3%
51,1%
50,0%
20,0%
10,0%
0,0%
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
Públicas
Privadas
Com relação à distribuição das matrículas por etapa de ensino em 2006: 112.988 (16%) estão na
educação infantil, 466.155 (66,5%) no ensino fundamental, 14.150 (2%) no ensino médio, 58.420
(8,3%) na educação de jovens e adultos, e 48.911 (6,3%) na educação profissional. No âmbito da
educação infantil, há uma concentração de matrículas nas escolas e classes especiais, com o registro
de 89.083 alunos, enquanto apenas 24.005 estão matriculados em turmas comuns.
O Censo da Educação Especial na educação superior registra que, entre 2003 e 2005, o número de
alunos passou de 5.078 para 11.999 alunos, representando um crescimento de 136%. A evolução
das ações referentes à educação especial nos últimos anos é expressa no crescimento de 81% do
número de municípios com matrículas, que em 1998 registra 2.738 municípios (49,7%) e, em 2006
alcança 4.953 municípios (89%).
Aponta também o aumento do número de escolas com matrícula, que em 1998 registra apenas 6.557
escolas e, em 2006 passa a registrar 54.412, representando um crescimento de 730%. Das escolas
com matrícula em 2006, 2.724 são escolas especiais, 4.325 são escolas comuns com classe especial
e 50.259 são escolas de ensino regular com matrículas nas turmas comuns.
O indicador de acessibilidade arquitetônica em prédios escolares, em 1998, aponta que 14% dos
6.557 estabelecimentos de ensino com matrícula de alunos com necessidades educacionais especiais
possuíam sanitários com acessibilidade. Em 2006, das 54.412 escolas com matrículas de alunos
atendidos pela educação especial, 23,3% possuíam sanitários com acessibilidade e 16,3%
registraram ter dependências e vias adequadas (dado não coletado em 1998). No âmbito geral das
escolas de educação básica, o índice de acessibilidade dos prédios, em 2006, é de apenas 12%.
Com relação à formação inicial dos professores que atuam na educação especial, o Censo de 1998,
indica que 3,2% possui ensino fundamental, 51% ensino médio e 45,7% ensino superior. Em 2006,
dos 54.625 professores nessa função, 0,62% registram ensino fundamental, 24% ensino médio e
75,2% ensino superior. Nesse mesmo ano, 77,8% desses professores, declararam ter curso
específico nessa área de conhecimento.
Em 1994, a Declaração de Salamanca proclama que as escolas regulares com orientação inclusiva
constituem os meios mais eficazes de combater atitudes discriminatórias e que alunos com
necessidades educacionais especiais devem ter acesso à escola regular, tendo como princípio
orientador que “as escolas deveriam acomodar todas as crianças independentemente de suas
condições físicas, intelectuais, sociais, emocionais, lingüísticas ou outras” (BRASIL, 2006, p.330).
O conceito de necessidades educacionais especiais, que passa a ser amplamente disseminado a
partir dessa Declaração, ressalta a interação das características individuais dos alunos com o
ambiente educacional e social. No entanto, mesmo com uma perspectiva conceitual que aponte para
a organização de sistemas educacionais inclusivos, que garanta o acesso de todos os alunos e os
apoios necessários para sua participação e aprendizagem, as políticas implementadas pelos sistemas
de ensino não alcançaram esse objetivo.
A educação especial direciona suas ações para o atendimento às especificidades desses alunos no
processo educacional e, no âmbito de uma atuação mais ampla na escola, orienta a organização de
redes de apoio, a formação continuada, a identificação de recursos, serviços e o desenvolvimento de
práticas colaborativas.
Os estudos mais recentes no campo da educação especial enfatizam que as definições e uso de
classificações devem ser contextualizados, não se esgotando na mera especificação ou
categorização atribuída a um quadro de deficiência, transtorno, distúrbio, síndrome ou aptidão.
Considerase que as pessoas se modificam continuamente, transformando o contexto no qual se
inserem. Esse dinamismo exige uma atuação pedagógica voltada para alterar a situação de exclusão,
reforçando a importância dos ambientes heterogêneos para a promoção da aprendizagem de todos
os alunos.
A partir dessa conceituação, considera-se pessoa com deficiência aquela que tem impedimentos de
longo prazo, de natureza física, mental ou sensorial que, em interação com diversas barreiras,
podem ter restringida sua participação plena e efetiva na escola e na sociedade. Os alunos com
transtornos globais do desenvolvimento são aqueles que apresentam alterações qualitativas das
interações sociais recíprocas e na comunicação, um repertório de interesses e atividades restrito,
estereotipado e repetitivo. Incluem-se nesse grupo alunos com autismo, síndromes do espectro do
autismo e psicose infantil. Alunos com altas habilidades/superdotação demonstram potencial
elevado em qualquer uma das seguintes áreas, isoladas ou combinadas: intelectual, acadêmica,
liderança, psicomotricidade e artes, além de apresentar grande criatividade, envolvimento na
aprendizagem e realização de tarefas em áreas de seu interesse.
VI – Diretrizes da Política Nacional de Educação Especial na
Perspectiva da Educação Inclusiva
A educação especial é uma modalidade de ensino que perpassa todos os níveis, etapas e
modalidades, realiza o atendimento educacional especializado, disponibiliza os recursos e serviços e
orienta quanto a sua utilização no processo de ensino e aprendizagem nas turmas comuns do ensino
regular.
O acesso à educação tem início na educação infantil, na qual se desenvolvem as bases necessárias
para a construção do conhecimento e desenvolvimento global do aluno. Nessa etapa, o lúdico, o
acesso às formas diferenciadas de comunicação, a riqueza de estímulos nos aspectos físicos,
emocionais, cognitivos, psicomotores e sociais e a convivência com as diferenças favorecem as
relações interpessoais, o respeito e a valorização da criança.
Do nascimento aos três anos, o atendimento educacional especializado se expressa por meio de
serviços de estimulação precoce, que objetivam otimizar o processo de desenvolvimento e
aprendizagem em interface com os serviços de saúde e assistência social. Em todas as etapas e
modalidades da educação básica, o atendimento educacional especializado é organizado para apoiar
o desenvolvimento dos alunos, constituindo oferta obrigatória dos sistemas de ensino. Deve ser
realizado no turno inverso ao da classe comum, na própria escola ou centro especializado que
realize esse serviço educacional.
A interface da educação especial na educação indígena, do campo e quilombola deve assegurar que
os recursos, serviços e atendimento educacional especializado estejam presentes nos projetos
pedagógicos construídos com base nas diferenças socioculturais desses grupos.
Na educação superior, a educação especial se efetiva por meio de ações que promovam o acesso, a
permanência e a participação dos alunos. Estas ações envolvem o planejamento e a organização de
recursos e serviços para a promoção da acessibilidade arquitetônica, nas comunicações, nos
sistemas de informação, nos materiais didáticos e pedagógicos, que devem ser disponibilizados nos
processos seletivos e no desenvolvimento de todas as atividades que envolvam o ensino, a pesquisa
e a extensão.
Para o ingresso dos alunos surdos nas escolas comuns, a educação bilíngüe – Língua
Portuguesa/Libras desenvolve o ensino escolar na Língua Portuguesa e na língua de sinais, o ensino
da Língua Portuguesa como segunda língua na modalidade escrita para alunos surdos, os serviços
de tradutor/intérprete de Libras e Língua Portuguesa e o ensino da Libras para os demais alunos da
escola. O atendimento educacional especializado para esses alunos é ofertado tanto na modalidade
oral e escrita quanto na língua de sinais. Devido à diferença lingüística, orienta-se que o aluno surdo
esteja com outros surdos em turmas comuns na escola regular.
A avaliação pedagógica como processo dinâmico considera tanto o conhecimento prévio e o nível
atual de desenvolvimento do aluno quanto às possibilidades de aprendizagem futura, configurando
uma ação pedagógica processual e formativa que analisa o desempenho do aluno em relação ao seu
progresso individual, prevalecendo na avaliação os aspectos qualitativos que indiquem as
intervenções pedagógicas do professor. No processo de avaliação, o professor deve criar estratégias
considerando que alguns alunos podem demandar ampliação do tempo para a realização dos
trabalhos e o uso da língua de sinais, de textos em Braille, de informática ou de tecnologia assistiva
como uma prática cotidiana.
Para atuar na educação especial, o professor deve ter como base da sua formação, inicial e
continuada, conhecimentos gerais para o exercício da docência e conhecimentos específicos da área.
Essa formação possibilita a sua atuação no atendimento educacional especializado, aprofunda o
caráter interativo e interdisciplinar da atuação nas salas comuns do ensino regular, nas salas de
recursos, nos centros de atendimento educacional especializado, nos núcleos de acessibilidade das
instituições de educação superior, nas classes hospitalares e nos ambientes domiciliares, para a
oferta dos serviços e recursos de educação especial.
Para assegurar a intersetorialidade na implementação das políticas públicas a formação deve
contemplar conhecimentos de gestão de sistema educacional inclusivo, tendo em vista o
desenvolvimento de projetos em parceria com outras áreas, visando à acessibilidade arquitetônica,
aos atendimentos de saúde, à promoção de ações de assistência social, trabalho e justiça.
Os sistemas de ensino devem organizar as condições de acesso aos espaços, aos recursos
pedagógicos e à comunicação que favoreçam a promoção da aprendizagem e a valorização das
diferenças, de forma a atender as necessidades educacionais de todos os alunos. A acessibilidade
deve ser assegurada mediante a eliminação de barreiras arquitetônicas, urbanísticas, na edificação –
incluindo instalações, equipamentos e mobiliários – e nos transportes escolares, bem como as
barreiras nas comunicações e informações.
VII – Referências
BRASIL. Ministério da Educação. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. LDB
4.024, de 20 de dezembro de 1961.
BRASIL. Declaração Mundial sobre Educação para Todos: plano de ação para satisfazer
as necessidades básicas de aprendizagem.