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GPT-32 Biomassa:

Postos de trabalho e
equilíbrio de CO2
Prof. Paulo Moura Bastos - UFBA
pbastos@ufba.br
Tel (71)-3283-9763
Conteúdo do artigo
• Introdução
• Objetivo
• Biomassa (definição, tecnologias,
indicadores, mitigadora das emissões,
geradora de emprego)
• Estudo de Caso
• PROINFA e programas de incentivo
• Conclusões
Introdução
• Participação maior na matriz energética
brasileira, no passado devido à lenha e
atualmente devido à cana, bagaço e à
própria lenha.

• PROINFA – deveria ter contratado


1.100MW de geração oriunda da
biomassa
Introdução – participação na matriz
55 51,0
50 44,2
45 38,4
40
35
30 23,3
25
20 14,8 14,2
12,3
15 10,2
10
5 Biomassa
0
Brasil Brasil Mundo Mundo Renováveis
1973 2001 1973 2001
Fonte: BEN, 2004
Objetivo
• Destacar os benefícios da biomassa:
• Mitigadora das emissões
• Geradora de emprego
• Mostrar que pode haver maior subsídio
• Apresentar sugestões aos programas de
incentivo a Fontes Alternativas
Biomassa - definição
• Toda matéria vegetal produzida pela
fotossíntese. Inclusive os resíduos
florestais, animais, agrícolas e
municipais que contenham matéria
orgânica,
• Contem energia química armazenada pelos
vegetais ao absorverem CO2 da atmosfera, água,
sais minerais e desencadeando uma série de
reações sob o efeito da energia solar
• Biocombustíveis – biomassa com fins de queima
para produção de energia.
Biomassa
Álcool Cana de açúcar,
mandioca
Óleos vegetais Mamona, dendê,
amendoim, soja
Resíduos urbanos e Casca de arroz,
agrícolas côco, milho
Madeira reflorestada Eucalipto, pinheiro
Biomassa - indicadores

• Energia: GJ/ha por ano


• Emissões: assimilação líquida de
CO2
• Insumo água: exigência hídrica das
diversas espécies
• Econômico: R$ por hectare
Biomassa - tecnologias

• Combustão direta dos combustíveis


sólidos
• Gaseificação
• Fermentação
• Óleos vegetais in natura misturados
ao óleo diesel
Biomassa – mitigadora das emissões
• Biomassa cultivada = emissões
evitadas:
• 19 t/ha/ano (Fonte: Broek et al, 2002)
• 70 kg de CO2 por GJ fóssil substituído
• Protocolo de Kyoto
• 3 a 7 US$ por tonelada evitada de CO2
• Controle das emissões de NOx e SOx
Biomassa – geradora de empregos
• Função das regiões, países, fontes,
tecnologias
• Postos de trabalho/tep
• Emprego por hectare (ou GJ/ha)
Biomassa – Postos de trabalho/ha

17
Cânhamo

6
Eucalipto/Salgueiro

0 10 20

Fonte: BIJL G. V., 1996


Biomassa – geradora de empregos
Postos de trabalho/MW

Biomassa
8
(Holan.)

GN (Holanda) 4

Biomassa
50
(Nicar.)

Diesel (Nicar.) 15

0 10 20 30 40 50
Biomassa – geradora de empregos
Postos de trabalho/tep

Álcool 6,85

Carvão
0,19
Mineral

Eletricidade 0,15

Petróleo 0,05

0 1 2 3 4 5 6 7
Fonte: COELHO et al, 2000
Estudo de Caso – duas plantas

Dendê Madeira
Motor-gerador Tecnologia IGCC

Diesel adaptado Reflorestamento

200kW 10 MW

Sistemas isolados Interligada/descentralizada


Característica Dendê Madeira
200 kW 10 MW
Fator de capacidade 0,6 0,8

Rendimento 27,5% 40%

P.calorífico (kCal/kg) 9.675 3.300

Energia anual (MWh) 1.051 70.080

Preço combustível (R$/t) 1.200,00 29,43

Produção média 6t/ha 30 m3/ha

Investimento (mil R$) 160 25.000

MWh/posto trabalho 22,4 161,1

Custo R$/MWh 471,30 131,10


Estudo de Caso – subsídio dendê
Renda agricultor R$2.496,00/ano
Cultivo 6 ha = 7,2t/ano R$8.640,00/ano
Adicional de Renda R$6.144,00/posto
Retorno ao governo Carga tribut x Δ Renda

Subsídio = 0,38 x 6.144 / 22,4 = R$ 104,23/MWh


Ou 22,1% do custo
(R$/posto de trabalho)/(MWh/posto)
Estudo de Caso – subsídio dendê
Estudo de Caso – subsídio madeira
Área, 7 anos maturação 26.600 hectares
Cultivo mecanizado Renda líq. = 50% venda
Renda líquida/posto R$6.466,54/posto
Retorno ao governo Carga tribut x Δ Renda

Subsídio = 0,38 x 3.970,53 / 161,1 = R$ 9,37/MWh


Ou 7,1% do custo
Estudo de Caso – subsídios
Custo e Subsídio (R$/MWh)

480

400

320

240

160

80
custo
0
Dendê Madeira subsídio
PROINFA atual
 Lei 10.438 de abril de 2002, alterada pela Lei
10.761, de 11/03, cria PROINFA para assegurar
compra de 3.300MW das fontes eólica, biomassa
e PCH;
 Decreto 5.025 de 30.03.04, Portaria 045 do MME
e Resoluções da ANEEL;
 Consulta pública MME até 31.07.03;
 Após Lei 10.761, divulgados valores econômicos,
índices mínimos de nacionalização, pisos, prazo
de compra.
PROINFA – consulta pública 2003
 Capital remunerado a taxa elevada
(14,89% a.a.), quando se considera longo
prazo;
 Não analisa diferenças quanto a difusão e
tipos de tecnologia;
 Positivo haver diferenciação por região;
 Eólica deveria ter fator de capacidade
mínimo aceitável (0,4 ou 0,35) e não
preços maiores para menores fatores.
PROINFA – decreto 5.025/04
 Índice nacionalização mínimo de 60%
para qualquer fonte;
 IGPM-FGV para reajuste;
 Pisos 50, 70 e 90% da tarifa média, ou
R$83,58 para biomassa, R$117,02 a PCH,
e R$150,45 eólica;
 Autoriza MME definir os “valores
econômicos da tecnologia específica da
fonte” (VETEF). Acontece via Portaria 045.
PROINFA – portaria 45/04
FONTE VETEF (R$/MWh)
Biomassa Setor arrozeiro 103,20
Madereiro 101,35
Bagaço de Cana 93,77
Biogás de Aterro 169,08
Eólica Fator Capacidade < 204,35
0,324
0,34 < FC < 0,419 Variável equação
Fator Capacidade > 180,18
0,419
PCH 117,02
PROINFA atual - críticas
 Elevada taxa de remuneração do capital
 Reajuste pelo IGPM
 Retirada a diferenciação regional
 Eólica:
 Preços altos para baixo fator de capacidade
 Tratamento desigual para PCH
 Mercado reagiu aos preços e a biomassa não
foi totalmente contratada
Programas de incentivo
 Pertencem a políticas e estratégias
governamentais
 Devem considerar as variáveis:
 Difusão tecnológica
 Nacionalização
 Postos de trabalho criados
 Impacto ambiental
Programas de incentivo
ASPECTOS BIOMASSA EÓLICA PCH
Postos de trabalho/MWh Alto Baixo Baixo

No. postos na implantação Médio Médio Alto

Difusão tecnológica Médio Baixo Alto

Nacionalização Médio Baixo Alto

Impacto ambiental Médio Baixo Baixo

Preço atual Médio Alto Médio

Qualidade dados históricos Alto Baixo Alto


Programas de incentivo
 Comparando-se as 3 fontes, há vantagens
para PCH e biomassa na difusão e qualidade
dos dados, o que significa menor risco;
 Estas duas fontes também apresentam
vantagens em nacionalização e postos de
trabalho, essenciais na definição de políticas e
estratégias;
 Biomassa com maior destaque em postos de
trabalho.
Conclusões

 Biomassa é a fonte alternativa que mais contribui


para redução das emissões;
 Grande possibilidade de co-geração com biomassa
nos setores papel e celulose, sucroalcooleiro, resíduos
agrícolas e óleos agrícolas (como biodiesel em
sistemas isolados), além da madeira reflorestada (em
geração distribuída);
 Subsídios podem chegar R$104,23 (22,1% do custo)
para biodiesel do dendê e a R$9,37 (7,1%) para a
madeira .
Conclusões
Políticas para Fontes Alternativas devem:

 Considerar diferenças regionais;


 Incentivar reduções futuras de preços;
 Estar voltadas para criação de postos de trabalho
e fixação do homem no campo;
 PRIORIZAR A BIOMASSA!
FIM

Prof. Paulo Moura Bastos - UFBA


pbastos@ufba.br
Tel (71)-3283-9763

OBRIGADO!

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