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Departamento de História
Fortaleza
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Fortaleza
2013
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AI – Atos Institucionais
CFE – Conselho Federal de Educação
EMC – Educação Moral e Cívica
EPB – Estudos dos Problemas Brasileiros
LDB – Lei de Diretrizes e Bases da Educação
OSPB – Organização Social e Política Brasileira
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SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO
2. JUSTIFICATIVA
3. PROBLEMATIZAÇÃO
4. OBJETIVOS
6. METODOLOGIA
7. FONTES
8. BIBLIOGRAFIA
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INTRODUÇÃO
Em meados da década de 1960, o Brasil se viu governado por militares, que após o golpe
de 31 de março de 1964, embutidos de um forte sentimento nacionalista e anticomunista, com
base na ideologia da Segurança Nacional, decidiram os rumos políticos, sociais e educacionais
do país, por mais de 20 anos. Durante a ditadura civil-militar brasileira, os militares interferiram
na conjuntura social do país limitando as liberdades coletivas e individuais. Assim, com a
instituição dos Atos Institucionais (AIs), o presidente da república detinha plenos poderes para
governar de acordo com princípios ditatoriais.
No dia 13 de dezembro de 1968, o presidente Arthur da Costa e Silva decretou o AI nº 05,
que suprimiu os direitos individuais da população e com isso o sistema repressivo e as torturas
contra os “inimigos do regime” foram mais uma vez legitimadas pelo Estado.
Art. 5.º A suspensão dos direitos políticos, com base neste Ato, importa,
simultaneamente, em:
I – cessação de privilégio de fôro por prerrogativa de função;
II – suspensão do direito de votar e de ser votados nas eleições sindicais;
III – proibição de atividades ou manifestação sôbre assunto de natureza político;
IV – aplicação, quando necessária, das seguintes medidas de segurança:
a) liberdade vigiada;
b) proibição de freqüentar determinados lugares;
c) domicílio determinado.
§ 1.º O ato que decretar a suspensão dos direitos políticos poderá fixar restrições ou
proibições relativamente ao exercício de quaisquer outros direitos públicos ou privados.
§ 2.º As medidas de Segurança de que se trata o item IV dêste artigo serão aplicadas pelo
Ministro de Estado e Justiça, defesa a apreciação de seu ato pelo Poder Judiciário. 1
Federal de Educação (CFE) para que essa legitimação fosse dada de forma organizada e eficaz.
Com a introdução obrigatória das disciplinas, a partir da implantação do Decreto - lei nº 869, de
12 de setembro de 1969, que “dispõe sobrê a inclusão da Educação Moral e Cívica como
disciplina obrigatória, nas escolas de todos os graus e modalidades, dos sistemas de ensino do
País, e dá outras providências”. 2 Em todas as esferas do sistema educacional brasileiro teria uma
disciplina com teor cívico, Educação Moral e Cívica (EMC) na educação básica, Organização
Social e Política Brasileira (OSPB) no ensino médio e Estudo dos Problemas Brasileiros (EPB)
no ensino superior, grade curricular que ajudaria na formação do novo modelo de cidadão: “bom
e ordeiro”.
No dia 4 de fevereiro de 1969, antes da aprovação do decreto nº 869, foi aprovado o
parecer nº 3/69, e em suas motivações encontramos os elementos fundamentais que regiam o
entendimento dos novos governantes do país.
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Decreto-lei nº 869, de 12 de setembro de 1969.
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Anteprojeto (parecer da Câmara de Ensino Primário e Médio), de 04 de fevereiro de 1969.
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e tecnologias. A resolução Nº 8, do CFE visa diminuir a atuação dessas disciplinas, que fazem a
análise crítica da sociedade, deformando-as.
Com todas essas Leis e Resoluções o ensino de História, no Brasil, foi colocado a margem
comparando-se as demais disciplinas de núcleo comum. O CFE, com o parecer nº 4.833/75, de 3
de dezembro de 1975, formula os conteúdos das disciplinas que serão ministradas no ensino de 1º
grau do País. O conteúdo de História, ditado pelo Conselho Federal de Educação, tem como
principais metas o ensino de uma História positivista, que cultua mitos e heróis. De acordo com a
Historiadora e professora Selva Guimarães Fonseca:
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Resolução Nº 8, do Conselho Federal de Educação, de 12 de novembro de 1971.
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FONSECA, Selva Guimarães. Caminhos da história ensinada. Campinas, SP: Papirus, 1993, pp.42.
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Todas essas estratégias foram acompanhadas por um ataque central à formação dos
professores. No inicio do ano de 1969, amparado pelo Ato Institucional nº 5. de
dezembro de 1968, o governo, através do Decreto-lei nº 547, de 18 de abril de 1969,
autoriza a organização e o funcionamento de cursos profissionais superiores de curta
duração. 6Ao admitir e autorizar habilitações intermediárias em nível superior para
atender às “carências de mercado”, o Estado revela ser desnecessária uma formação
longa e sólida em determinadas áreas profissionais, quais sejam, as licenciaturas
encarregadas de formar mão-de-obra para a educação. Enquanto isso, outras áreas de
formação profissional mantiveram os mesmos padrões de carga horária e duração.7
JUSTIFICATIVA
Nos últimos anos, o Brasil está passando por um momento no qual suas “memórias
começam a ser reveladas”. Memórias de anos de repressão, prisão, tortura e assassinatos, traumas
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Decreto-lei nº 547 de 18-4-69 – C.F.E.
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FONSECA, Selva Guimarães. Caminhos da história ensinada. Campinas, SP: Papirus, 1993, pp.26.
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CARRETERO Mario; ROSA, Alberto; GONZÁLEZ
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que se tentou por tempo colocá-los embaixo do tapete do esquecimento. E nessa busca por
nossas memórias anestesiadas, os estudos sobre esses períodos de exceção vêm crescendo
vertiginosamente.
“Mas que, é enfim a história? Vou dizer-lhe. Você recolhe os fatos. Para isso você vai aos
Arquivos. Esses celeiros de fatos. Lá, basta você se abaixar para recolhê-los. Encha com eles os
seus cestos. Limpe-os bem da poeira. Coloque-os sobre a sua mesa. Faça como as crianças,
quando se divertem com os ‘cubos’ e trabalham para reconstruir a bela imagem que lhes foi
mostrada e depois destruída... O lance está feito. A história também”.1
Essa pesquisa vem com o intuito de esclarecer algumas indagações, buscando ampliar o leque
das discussões em torno da temática “Ditadura Militar” e “Ensino de História”, dentro de uma
perspectiva local, destacando algumas práticas e métodos de ensino que vigoram no presente. No
Ceará as discussões sobre o período militar ainda se encontram obscuras, com algumas
publicações sobre a resistência e luta estudantil contra as atrocidades do regime, que escorriam
da capital federal para os “cantos” mais distantes da federação.
No Brasil, durante os anos em que o governo militar esteve à frente do Estado brasileiro
(1964 – 1985), buscou-se implantar no sistema educacional as diretrizes que convergiam com
as propostas da Lei de segurança nacional. Os militares constituíram mudanças nos conteúdos
de diversas disciplinas, principalmente nas relacionadas às ciências sociais, verdadeiras
mudanças nas relações entre professores e alunos, mas principalmente na relação entre o
ensino e a formação de futuros cidadãos. Nas duas últimas décadas, houve um significativo
aumento nas discussões concernentes ao Ensino e Currículo da História. Por mais de 20 anos
de governo militar o Estado brasileiro, agora em seu estado de direitos, pôde pensar o Ensino
1
FEBVRE, Lucien. Febvre contra a História Historizante. (1947). In: MOTA, C. G. (Org.). “História”. Lucien
Febvre. São Paulo: Ática, 1978. p.106-107.
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liberto das amarras da Lei de Segurança Nacional. Esse projeto de pesquisa tem como
objetivo analisar as reformas no ensino brasileiro, mas especificamente o ensino de História.
Durante algumas discussões acadêmicas surgiram as inquietações que esta pesquisa se propõe
respondê-las. O que mudou no currículo de História? Como essas reformas afetaram o ensino
de História do Brasil e Mundial? Quais mudanças ocorreram nas relações escolares,
profissionais e sociais? Como foram remodelados os conteúdos nos livros de História? Quais
as principais diferenças entre os currículos de Histórias das escolas analisadas? Quais as
rupturas e reminiscências dos antigos conteúdos de História ainda nos perseguem?
Novas discussões sobre a junção (com outra perspectiva) das disciplinas de História e
Geografia – Estudos Sociais.
Inclusão de disciplinas que lembram o ensino de Educação Moral e Cívica.
Com as reformas educacionais implantadas durante o governo militar, as novas leis que
regulamentavam o ensino no Brasil passaram a ditar novas formas de se ensinar história e com
essa mudança não só a estrutura curricular da disciplina mudou, mas a forma que os alunos
passaram a analisar as questões sociais e a criticidade que a disciplina desenvolve no ambiente
escolar e social. O estudo dessas reformas vem para auxiliar na compreensão de vários
fenômenos sociais que se constituíram nos anos que seguiram-se ao regime e como o ensino de
história e os livros didáticos, no ensino básico, continuam a ser influenciados mesmo após as
novas reformas pós-redemocratização.
CRÍTICA HISTÓRIOGRÁFICA
2. Colocar que a discussão sobre o ensino vem sendo alvo de novos olhares
com a inserção de novas abordagens, mas que mesmo com essas
transformações ainda persistem práticas que reverberaram desde o
período militar.
OBJETIVOS
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Objetivo geral
Analisar como as reformas educacionais dos anos 1970 foram introduzidas nas escolas do
Estado do Ceará, mas especificamente em Fortaleza. Buscando essas informações nos arquivos
de duas escolas da capital cearense, a Escola de Ensino Fundamental e Médio Filguieiras Lima e
o Colégio Militar de Fortaleza. Colocando em diálogo duas propostas de ensino, que deveriam
ser diferentes, porém as diretrizes educacionais do país as tornam semelhantes.
Objetivo específico
Analisar a implantação das leis e decretos-leis, dentre outros documentos oficiais, que
modificaram toda estrutura de ensino no país e como elas afetaram o ensino de história na
educação básica nacional durante o período de governo dos militares.
METODOLOGIA
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O presente projeto de pesquisa em sua fase inicial tem como principal objetivo o acúmulo
teórico, com base nas leituras básicas sobre a conjuntura política, social e educacional do país.
Num segundo momento, terá como base metodológica manter o diálogo entre aos diversos tipos
de fontes, buscando o diálogo entre os campos da historiografia e pedagogia. Tendo como fontes
depoimentos, documentos dos arquivos escolares, periódicos locais e visitas às escolas.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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