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3.1 Amar sua esposa como Cristo amou a igreja (Ef 5.25). Paulo usa o amor de Cristo pela Igreja, para dizer que de
forma semelhante o esposo deve amar a esposa. Esse amor é descrito pelo apóstolo como: (a) Incondicional – Cristo amou
a Igreja, mesmo com suas fragilidades, de igual modo o marido deve amar a esposa, apesar dos seus defeitos (1Co 13.1-8);
(b) Perseverante – Cristo amou, ama e amará a Igreja, o marido deve manter o seu amor por sua esposa até que a morte os
separe (Mt 19.5,6); (c) Santificador – o apóstolo diz que Cristo se entregou por sua Igreja “para a santificar”. Portanto o
marido que ama a sua esposa mantém o seu lar em santificação, evitando brigas, desavenças, mágoas e infidelidade (1Ts
4.7; Hb 13.4); (d) Sacrificial – Cristo se sacrificou pela Igreja, assim o marido deve amar a esposa, pois ferindo-a, ferirá a
si mesmo e amando-a amará a si mesmo (Ef 5.28,29); (e) Romântico – Cristo não só se sacrificou pela Igreja como dela
cuida e alimenta (Ef 5.29). O marido deve seguir o mesmo padrão, demonstrando seu romantismo por palavras (Ct
2.10,13), mas também por obras, ou seja, dedicando-lhe tempo e agradando-lhe (1Co 7.33).
3.2 Reconhecer a mulher como a parte mais fraca (1Pd 3.7). É dever do marido considerar sua mulher a parte mais
frágil. “Quando Pedro chama a mulher de “vaso mais fraco”, ele não está tratando de inferioridade moral ou intelectual,
mas, sim, reconhecendo as limitações físicas da mulher. Na época de Pedro, se as mulheres não tivessem a proteção dos
homens, eram vulneráveis a ataques, abusos e ao desastre financeiro” (APLICAÇÃO PESSOAL, 2012, p. 1768). Um
homem que reconhece a mulher como sexo mais frágil a protegerá, respeitará, ajudará e sempre irá tratá-la com ternura. O
apóstolo Paulo exorta aos maridos: “amai a vossa mulher e não vos irriteis contra ela” (Cl 3.19). Se um homem não tiver
consideração e respeito para com sua esposa, suas orações não serão ouvidas: “para que não sejam impedidas as vossas
orações” (1Pd 3.7-b). Como assinala Bigg: “Os suspiros da mulher maltratada se interpõem entre as orações do marido
e o ouvido de Deus” (apud, BARCLAY, sd, p. 107).
IV – A CONDUTA CRISTÃ NO RELACIONAMENTO ENTRE PAIS E FILHOS
É dever essencial dos pais dar aos filhos a instrução e a disciplina condizente com a formação cristã. Os pais
devem ser exemplos de vida e conduta cristã, e se importar mais com a salvação dos filhos do que com seu emprego,
profissão, trabalho na igreja ou posição social (Dt 6.6-9; Sl 127.3). Vejamos a exortação paulina aos pais:
4.1 Não provocar a ira aos filhos (Ef 6.4). Os pais tem o dever de disciplinar e corrigir seus filhos: “Castiga o teu filho, e
te fará descansar e dará delicias à tua alma” (Pv 29.17). O castigo físico, aplicado de maneira apropriada, torna o filho
sábio, (Pv 28.7) livra sua alma do inferno (Pv 23.13-16), e como resultado trará alegria aos pais (Pv 29.17; Pv 19.18; Pv
10.1). De acordo com Gene (apud, COLLINS, 2004 p. 177 – acréscimo nosso) os pais provocam os filhos quando:
“maltratam fisicamente, abusam psicologicamente (humilhando-os e tratando com desrespeito), negligenciam suas
necessidades, não tentam entendê-los, esperam demais deles, sonegam o amor para conseguir que façam o que querem em
troca de carinho, forçam a aceitar os seus alvos e ideias, e se recusam admitir seus próprios erros”. A correção não deve
ser feita com tirania muito menos ira, e sim com amor para que os filhos não percam o ânimo (Hb 12.6-10; Cl 3.21).
4.2 Criar na doutrina e admoestação do Senhor (Ef 6.4). São os pais, e não a igreja, que tem a principal
responsabilidade de através do ensino, transmitir sua herança espiritual e moral aos filhos (Dt 6.6-9). Esse legado gira em
torno da experiência pessoal do livramento divino do pecado (Rm 6.23); da revelação de Deus em Jesus Cristo (Jo 14.6;
Hb 1.1); e, da sua morte por nós na cruz (Jo 3.16-18; Tt 2.11-14). A salvação e santificação dos filhos deve ser a maior
preocupação dos pais (Lc 1.17; Mt 19.14; 2 Tm 3.14-17; 1.5; Jó 1.5). Criar na doutrina e admoestação do Senhor em uma
sociedade que despreza os princípios e valores cristãos não é uma tarefa fácil, é preciso diligência, persistência,
naturalidade e acima de tudo o exemplo dos pais (Dt 6.5). Pais que ouvem, obedecem e amam a Deus, servem de modelo
para os filhos e consequentemente os filhos seguirão o exemplo (2Tm 3.14,15).
4.2 O dever dos filhos no relacionamento com seus pais (Ef 6.1-3). Existem padrões divinos para o marido e a mulher,
mas também para os filhos. Eles consistem no dever de honrar, respeitar e obedecer aos pais, bem como lhes serem
agradecidos, evidenciando a dignidade de filhos.
4.3 Obediência e honra aos pais (Ef 6.1-2). Os filhos devem estar debaixo da autoridade dos pais em submissão e
obediência, porque é um mandamento de Deus (Ex 20.12). Paulo apresenta quatro razões para os filhos obedecerem aos
pais: (a) Porque é justo, (b) É um mandamento, (c) traz bem-estar “para te vá bem”, e (d) longevidade (Ef 6.1-3;). “Há
uma diferença ente obedecer e honrar. Obedecer significa agir de acordo com as instruções recebidas. Honrar significa
respeitar e amar. Os filhos não devem desobedecer a Deus ao obedecerem aos pais. Não se requer que os filhos adultos
obedeçam a pais tiranos. Os filhos são obrigados a obedecer enquanto estiverem sob os cuidados dos pais, mas a
responsabilidade de honrá-los é vitalícia” (APLICAÇÃO PESSOAL, 2012, p.1654). Jesus nos deixou o maior exemplo de
obediência aos pais: “E desceu com eles para Nazaré; e era-lhes submisso” (Lc 2.51). O apóstolo Paulo afirma que a
obediência dos filhos aos pais: “é agradável ao Senhor” (Cl 3.20).
4.4 Algumas atitudes dos filhos que honram os pais. Honrar os pais é um imperativo, ou seja, uma ordem, pois se
constitui numa obrigação moral imposta por Deus (Êx 20.12; Dt 5.16). Esta obrigação deve ser levada a sério pelos filhos
por toda a vida. Na Bíblia encontramos como procedem os filhos que honra aos pais: (a) comportam-se dignamente (Pv
10.1; 15.5), (b) ouvem a correção (Pv 13.1), (c) trazem alegria (Pv 23.15-16; 23.24,25; 27.11), (d) não os desprezar na
velhice (Pv 23.22), (e) ajudam no sustento financeiro quando necessário (1Tm 5.4,8; Mc 7.10-13), (f) tem gratidão e
cuidado (1Tm 5.4,8), (g) ajudam nos afazeres domésticos (Gn 29.9; Êx 2.16; 1Sm 17.15), e (h) amam seus pais (Mt 10.37;
Mt 22.39).
CONCLUSÃO
A Bíblia não fala somente da instituição da família, como também destaca quais os papéis que cada um dos
membros que a compõe deve exercer para que esta permaneça unida e espiritualmente saudável na presença de Deus.
Devemos seguir e cumprir a Palavra de Deus em todo o tempo, a despeito de todas as mudanças ocorridas na sociedade,
pois, fazendo assim, seremos abençoados: “Eis que assim será abençoado o homem que teme ao Senhor! (Sl 128.4).
REFERÊNCIAS
HOUAISS, Antônio. Dicionário da Língua Portuguesa. OBJETIVA.
BÍBLIA DE ESTUDO APLICAÇÃO PESSOAL. CPAD
COLLINS, R. Garry. Aconselhamento Cristão Edição Século 21. VIDA NOVA