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MATEMÁTICA - 2019
NOTA INTRODUTÓRIA
Somos necessariamente membros de uma sociedade cada vez mais global, pelo que todos
nós nos devemos preparar convenientemente para os saberes globalizados e integrados;
1. Posicionamento teórico;
2. Procedimentos práticos;
3. Readequação das previsões;
4. Controlo do processo.
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OS NOVE PRINCÍPIOS DA IDEIA CURRICULAR
1. Centrado na Escola;
2. Incidente em todo o leque de experiências dos alunos;
3. Consensual;
4. Clarificador para todos;
5. Relacionado com os recursos do Meio.
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QUESTÃO EPISTEMOLÓGICA
2.1- ORIGEM REMOTA DOS ESTUDOS CURRICULARES
2.2- ORIGEM RECENTE DOS ESTUDOS CURRICULARES
NA ABORDAGEM EPISTEMOLÓGICA DOS ESTUDOS CURRICULARES
AFRONTAMOS AS SEGUINTES QUESTÕES:
A SUA ORIGEM;
O SEU OBJECTO DE ESTUDO;
O SEU MÉTODO DE ESTUDO;
2.1. ORIGEM REMOTA DOS ESTUDOS CURRICULARES
Um olhar sobre a revisão bibliográfica inerente aos Estudos Curriculares põem de
manifesto que existe uma certa unanimidade entre os autores, em colocar como marco da
origem remota dos mesmos, os anos 1918 a 1920.
Segundo Hornberg e Silva, “a preocupação com o currículo como objecto de estudo
apareceu em torno dos anos 1920, com mais intensidade nos Estados Unidos da América, e
teve ligação com o processo de massificação da escolarização e com a intensa
industrialização” (Hornberg – Silva, 2007, p. 61).
Segundo Bianco “a necessidade de livrar o ensino da ocasionalidade e da improvisação,
ainda se não bem definida e elaborada de modo a poder propor soluções, era já
amplamente presente nos Estados Unidos da América, como testemunha os dois livros de
Bobbit: o Currículo (1918) e Como fazer um Currículo (1924) ”, (Bianco, 2006, p. 55.
Os Estudos Curriculares nascem principalmente por uma necessidade administrativa
educativa, como um instrumento que deveria ajudar a dar resposta aos problemas sociais,
políticos e económicos, no novo contexto da industrialização nos Estados Unidos da
América, e por outro lado como um meio que ajudasse a americanizar a onda de
emigrantes crescente, que segundo sensibilidades conservadoras da época, constituía um
perigo para o futuro da nação e para a instabilidade social das cidades americanas.
Numa perspectiva remota da origem dos estudos curriculares podem ser considerados seus
fundadores Bobbit, Charters e Snedden, como pode ser confirmado: “para homens como
Bobbitt (1918), Charts (1923), Snedden (1921) – virtualmente, os fundadores do campo
curricular – a escola deveria ser moldada de acordo com o mundo fabril. Só assim a
eficiência educacional, a estandardização e a previsibilidade poderiam ser conseguidos”
(Selden, 2005, p. 75
As preocupações políticas, sociais e económicas que estão na origem dos Estudos
Curriculares podem ser expressas nos seguintes termos:
1. Como é que os alunos que são diferentes (racial, social, cultural e
linguisticamente) poderiam ser aculturados por forma a promover uma
determinada estabilidade social e económica?
2. Como é que as instituições educativas poderiam ser cientificamente organizadas
e geridas para promover a eficácia, a estandardização e os resultados
previsíveis.
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3. Como é que a expansão do poder político e formas locais de desenvolvimento
democrático podem ser contidas de forma a proteger os interesses do ‘status
quo.
4. Como é que se poderiam estabelecer currículos diferenciados para alunos se se
mantinha a ênfase sobre a meritocracia? Tal como no passado as famílias ricas
podiam matricular os seus filhos em colégios privados e de elite, que garantiam
o acesso à profissões de ‘alto status’, como poderia a escola publica estratificar
o seu ensino e as práticas curriculares sem suscitar a oposição entre as classes?”
(Selden, 2005, p. 75).
5. Por influência da industrialização que caracterizou a sociedade dos Estados
Unidos, conduzida pelos princípios da gestão científica do trabalho
(taylorismo), foram aplicados às instituições escolares os mesmo princípios. Tal
facto justifica-se como “o modelo fabril do desenvolvimento curricular que
emerge nos primeiros anos do campo curricular deu ênfase a uma técnica ou
racionalidade que se centra na eficiência e previsibilidade” (Saldem, 2005, p.
79).
6. Contra a mentalidade eficientista introduzida por Bobbit, e contra a afirmação
exacerbada dos objectivos, (Dewey, 1916) declara: “os meios e os fins da
educação, são mutuamente constitutivos, que o conhecimento da matéria
disciplinar e o interesse dos alunos são aspectos do mesmo processo, que as
condições do crescimento são condições da educação e que o social e o
psicológico devem de algum modo ser integrados” (Selden, 2005, p. 81).
7. Segundo Frey (1977) referindo-se as problemáticas iniciais dos Estudos
Curriculares “o vasto campo do desenvolvimento curricular é prevalentemente
o da escolha dos objectivos de aprendizagem e dos temas, ou os conteúdos e os
procedimentos de instruçaão” (p. 67).
8. Podemos dizer que nesta fase dos Estudos Curriculares nao existia ou não era
presente uma consciência preocupada com às questões inerentes as
componentes do curriculo codificado que era pouco desenvolvido; não eram
considerados partes relevantes dos debates os problemas como os da direccão,
da realizacão, da transmissão de informacções curriculares durante a instrucão.
2.2. ORIGEM RECENTE DOS ESTUDOS CURRICULARES
Quanto aos estudos mais recentes do âmbito curricular o individuo que tem tido mais
influência na recente teoria e política curricular é Tyler com a sua obra: Basic principles of
curriculum and instructions (1949).
Tyler na sua obra retoma um grande numero de ideias e valores dos seus predecessor,
nomeadamente Bobbitt, Charters e Snedden.
Numa perspectiva mais recente dos Estudos Curriculares “é usual referir-se aos finais dos
anos 50 como o momento de partida da ‘revolução do currículo’ que teve como impulso
inicial a colocação em causa dos êxitos, dos métodos e dos conteúdos culturais nos Estados
Unidos da América, depois do lançamento do Sputnik da parte da URSS” (L’Aporta –
Pontecorvo, 1978, p. 66
E em muitos outros países a origem histórica mais recente do debate curricular foi
determinado por um forte impulso de transformação radical do modo tradicional de
organizar alguns conteúdos do ensino, em particular aqueles relativos a matemática (em
todos os níveis de escolaridade, mas com particular atenção a escola secundária) e a
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educação científica, com perspectivas muito variadas que vão de um máximo de integração
interdisciplinar (sobretudo para as primeiras fases da escolaridade) a um máximo de
especialidade disciplinares (Pontecorvo – Fusè, 1981).
Porém o desejo de mudança ou de renovação curricular não nasce directamente no âmbito
da reflexão e da acção pedaggica, mas da constatação por parte dos norte americanos do
seu atraso cientifico – técnico em relacão a antiga URSS na investigação espacial.
Tal constatação levou a realização da conferência de Woods Hole em 1951 na qual
participaram matemáticos, psicólogos e educadores, onde o Bruner foi um dos promotores.
A Conferencia de Woods Hole (1951) teve a seguinte constatação:
1º A educação matemática e cientifica não atingia de facto os objectivos que se
propunha;
2º Por outro lado afirma-se a necessidade de transferir para o currículo escolar, o
espírito de pesquisa continua que caracteriza a ciência, utilizando o contributo da
investigação psicológica mais avançada no campo do ensino-aprendizagem
(Pontecorvo – Fusè, 1981p. 15 – 16).
Para a Europa o movimento de reforma curricular tem inicio nos paises ocidentais, no final
dos anos 50; é provocado pela constatação de uma insuficiência cientifica e didáctica:
sente-se a necessidade de rever os conteúdos do ensino à luz das transformações dos
fundamentos das disciplinas causadas pelo progresso do conhecimento cientifico, e a
paralela necessidade de introduzir modos diversos e mais rigorosos de ensinar os
conteúdos disciplinares, que tivessem em conta das aquisições psicopedagógicas.
Ainda na Europa a partir dos anos 60, em um ambiente caracterizado pela contestação
estudantil e por todo clima social depois da Segunda Guerra Mundial, surge a
incrementação dos Estudos Curriculares: “a renovação curricular contemporânea nasce das
exigências dos anos 60 de uma renovação da cultura escolar que se tinha tornado obsoleta;
e no sentido mais amplo estabelecer os novos conteúdos (não só no sentido de temáticas
culturais) nos processos formativos (Frey, 1977, p. 8).
Tal urgência de renovação cultural e dos conteúdos escolares provocou uma proliferação
de estudos curriculares que levaram a elaboração de novos programas escolares, mas por
outra parte tal amplitude de estudos tornou o campo ou a área dos estudos curriculares uma
realidade mais complexa.
Urge reafirmar que relativamente a origem dos Estudos Curriculares, para uma melhor
compreensão do mesmo, é importante recorrer a essas duas fases que marcaram o seu
surgimento histórico. Por outra parte, não deixa de ser pertinente considerar que em ambas
as fases as razões que determinaram o seu surgimento não foram estritamente de âmbito
pedagógico, mas preferentemente relacionadas com as questões de administração escolar e
por razões de ordem política.
Segundo Sacristán, (2008, p. 48) “Não existe consenso sobre o objecto de estudo da Teoria
Curricular, porém existe o consenso sobre o facto de que “o problema central da Teoria
Curricular é oferecer a forma de compreender um duplo problema”:
Relação entre a teoria e a prática;
Relação entre a sociedade e a educação.
Porém, é possível constatar através da literatura que os estudos sobre o currículo são tão
abrangentes que abarcam a totalidade dos problemas educativos.
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Um olhar sobre os vários conceitos que se podem colher em diferentes autores, pode-se
constatar de imediato como o conceito currículo é polissémico.
Todavia, não obstante existirem vários problemas de debate aberto no campo da Teoria
Curricular, podemos dizer: “o primeiro problema da Teoria Curricular – como afirma Reid
(1980, p. 41) – consiste em determinar em que classe de problema o currículo está
inserido” (Sacristán, 2008, p. 38).
Segundo Frey (1977) referindo-se as problemáticas iniciais dos Estudos Curriculares “o
vasto campo do desenvolvimento curricular é prevalentemente o da escolha dos objectivos
de aprendizagem e dos temas, ou os conteudos e os procedimentos de instrucao” (p. 67).
Em função das diferentes teorias sobre o currículo, de igual modo podemos encontrar
diferentes concepções de conceber o objecto de estudo da teoria ou campo de estudos
curriculares.
As diferentes escolas da teorização do currículo disputavam (e disputam no presente) entre
elas para fazer prevalecer as suas perspectivas do estudo deste campo, a ponto de as vezes
fazer com que tais estudos fossem mais caracterizados por questões epistemológicas,
descurando por outro lado o seu compromisso com a realidade histórico-sócio-político, o
que constitui muitas vezes objecto de crítica à Teoria do Currículo.
Também se é consciente de que “como sucede em outros sectores do saber, no âmbito da
problemática curricular, a vastidão e o nível dos estudos atingiram gradualmente um
desenvolvimento tal que justifica uma autonomia. Da investigação sobre o currículo, mas
não tanto como um novo sector de investigação pedagógica, porém como uma nova
modalidade diferente de afrontar a totalidade dos problemas educativos” (Bianco, 2006, p.
57).
Nesta perspectiva podemos dizer que o objectivo principal da problemática curricular é
concertar para “qual finalidade e em quais modalidades se deve e se pode organizar a
aprendizagem no sentindo mais amplo de educação e instrução” (Robinsohn, p. 8).
Ou ainda para dizê-lo com Scuratti “falar de currículo significa inevitavelmente entrar em
mérito de tudo quanto constitui o património disponível para afrontar em termo racional e
cientifico o problema da organização da experiência formativa em situações escolares”
(Scuratti, 1977, p. 7).
Finalmente na óptica de Stenhouse “o problema central dos estudos sobre o currículo é
dado pelo divario entre as nossas ideias e aspirações e as tentativas de traduzi-las em acto”
(Stenhouse, 1977, p. 16).
Para terminar podemos dizer que a Teoria Curricular é um verdadeiro campo de estudo
caracterizado por uma mobilidade de afrontar a totalidade dos problemas educativos.
CONCEITOS FUNDAMENTAIS:
CURRÍCULO E DESENVOLVIMENTO CURRÍCULAR
Quanto aos antecedentes ou gérmen do currículo podemos salientar que “as professoras e
os professores de todas as épocas e lugares sempre estiveram envolvidos, de uma forma ou
outra, com o currículo, antes mesmo que o surgimento de uma palavra especializada como
‘currículo’ pudesse designar aquela parte das suas actividades que hoje conhecemos como
currículo” (Da Silva, 2000, p. 17).
A presença dos gérmenes do currículo antes do seu surgimento explicito, expresso
pela obra de Bobbit pode ser expresso nos seguintes termos:
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“Na Antiguidade clássica (civilização helénica e romana) predominou um currículo
marcado pelo cunho do:
Trivium (gramática, retórica e lógica);
Quadrivium (aritmética, geometria, astronomia e física)
Garantindo um desenvolvimento intelectual aos discípulos.
Tal currículo clássico e humanista tinha como objectivo introduzir os estudantes no
repertório das grandes obras literárias e artísticas das heranças clássicas grega e latina,
incluindo o domínio das respectivas línguas. E por outra parte o conhecimento contido
nessas obras tinha como objectivo formar um homem que encarnasse esses ideais.
Podemos classificar o currículo predominante nesta época como um currículo académico
ou baseado na centralidade das disciplinas.
Por outro lado vai reafirmado que com o surgimento das Escolas novas ou activa, dá-se
uma viragem na concepção do currículo; de facto, passa de um currículo centrado nos
conhecimentos para um currículo centrado nas necessidades ou interesse de quem aprende.
Quanto à origem etimológica da palavra currículo, uma revisão da literatura faz notar uma
certa concórdia entre os diferentes autores que apontam a sua origem da palavra latina
‘curriculum’. Para Bianco (2006, p. 17)
O CONCEITO
“o termo currículo deriva do latim curriculum com o significado de percurso, e geralmente
vem utilizado para referir-se ao percurso de vida de uma pessoa (curriculum vitae), a uma
carreira (curriculum profissional), ou aos estudos realizados (curriculum studiorum)”. Para
Pacheco (2001, 17) a palavra currículo provem do latim ‘currere’ e significa caminho,
trajectória, percurso a seguir e encerra, por isso, duas ideias principais: uma sequência
ordenada, outra de noção de totalidade dos estudos.
Quanto a sua utilização o conceito de currículo surgiu e começou a ser utilizado no mundo
da educação no século XX, concretamente em 1918 por Bobbitt, na sua obra ‘The
curriculum’ (o currículo), na qual o autor apresenta a primeira definição de currículo
entendida como “a sucessão intencional estruturada de acções didácticas ou formativas que
a escola adopta especialmente para completar e aperfeiçoar o desenvolvimento das
habilidade de um sujeito” (Bobbitt, 1918, p. 10).
A intencionalidade e a estruturação ou sistematicidade das acções didácticas podem ser
vistas e consideradas como instrumentos capazes de garantir a unicidade da acção
didáctico-educativa. As obras de Bobbit ‘The curriculum’ (1918) e ‘Hwo to make a
curriculum’ (1924) assinalam não só o nascimento de um campo especifico – o design ou
ciência de construção de currículos – como também são o ponto de partida para um
conjunto de noções do currículo.
Vejamos em seguida algumas definições do currículo apresentadas por alguns autores
conceituados:
“Por currículo entendemos as experiências planificadas que se oferecem aos alunos sob a
tutela da escola” (Wheeler, 1967, 15)
“O currículo é a programação de um complexo de experiências elaboradas pela escola afim
de que os alunos consigam os êxitos culturais previstos ao máximo das próprias
capacidades” (Neagley – Evans, 1967, p. 2).
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“O currículo é o programa não ordenado, elaborado por cada escola com a finalidade de
orientar em direcção aos êxitos estabelecidos a aprendizagem dos alunos” (Inlow, 1966, p.
7).
O currículo pode ser visto como “um plano ou uma prescrição, uma ideia do que
desejaríamos que sucedesse nas escolas e, ao mesmo tempo, o que de facto sucede nelas”
(Stenhouse, 1987, 27).
“Por um lado o currículo é considerado como uma intenção, um plano ou
uma prescrição, uma ideia acerca do que desejaríamos que acontecesse nas
escolas. Por outro lado, é conceituado como o estado das coisas existente
nelas, o que de facto sucede nas mesmas” (Stenhouse, 1984, p. 27).
“Um currículo abrange o planeamento e a implementação de experiências
educacionais por meio de procedimentos cuidadosamente orquestrados
feitos a partir de uma selecção criteriosa da cultura” (Mckernan, 2009, p.
22).
“O currículo diz respeito aos programas, as matérias de ensino – tradicionais
ou novas – a sua articulação em horários, as didácticas especificas das
várias disciplinas, mas não se esgota nisto” (Pontecorvo, 1978, 70).
“O currículo indica o modo particular no qual vem ordenado uma seqüência
de conteúdos e os objectivos que se entendem atingir ao ensiná-los e ao
aprendê-los” (Comoglio, 2003, p. 23).
O currículo pode ser definido como “um projecto educativo e didáctico
realizado em situação escolar através de comportamentos de tipo
profissional” (Scuratti, 1982, p. 85).
O currículo é “o conjunto de aprendizagens que socialmente se pretende e se
espera que a escola promova e garanta a todos os cidadãos” (Roldão, 1999,
p. 23).
O currículo pode ser entendido como “o conjunto de acções desenvolvidas
intencionalmente pela escola para proporcionar as aprendizagens dos
alunos” (Esteves, 2000, p. 118).
O currículo é um projecto educativo global que assume um modelo didáctico conceptual e
possui a estrutura de seu objecto: O ensino – aprendizagem. Tem carácter de processo que
se expressa uma natureza dinâmica ao possuir seu objecto e relações interdependentes com
o contexto histórico – social, a ciência e os alunos, condição que lhe permite adaptar-se ao
desenvolvimento social, as necessidades do estudante e aos progressos da ciência (Rita
Marinha Alvarez, 1995).
O Currículo é um projecto educativo integral com carácter de processo, que expressa as
relações de interdependência num contexto histórico- social, condição que lhe permite
redesenhar-se sistematicamente em função do desenvolvimento social, progresso da
ciência e necessidades dos alunos, que se traduz na educação da personalidade do cidadão
que se aspira a formar (Fatima Addine, 1995)
Nos conceitos sobressaem aspectos como:
Integridade.
Contexto
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Projecto
Redesenho, etc.
Factores básicos a não perder de vista ao tratar o tema currículo
INTEGRIDADE:
Um currículo com uma concepção integral permite formar o aluno no seu todo.
A integridade está dada também a partir da própria natureza do projecto curricular, da sua
metodologia assim como da sua propiá estrutura organizacional.
ENFOQUE INTEGRAL:
1.- Ter em conta as posições da ciência tanto no plano teórico como nos métodos para seu
conhecimento.
2.- Ter atitude participativa do aluno sob a orientação do docente.
3.- Deve permitir que no processo educativo haja aprendizagens teóricas e práticas.
4.- Deve permitir que a escola articule com o contexto social.
CONTEXTO:
O desenvolvimento curricular não pode ser trabalhado á margem da propiá realidade
existente, ter em conta a nossa realidade social, a historia dessa localidade, os seus
problemas, necessidades, aspirações, etc.
PROJECTO:
Currículo é projecto porque surge devido a necessidades reais de cada contexto, alem de
aspirar superar uma determinada realidade.
É projecto porque permite ver se as vias são factíveis e se podem contribuir no
melhoramento da educação dos alunos, e da propiá sociedade.
É um projecto porque permite modificações, aonde reine a investigação, por tanto é um
processo dinâmico e onde os alunos e professores participam juntos ou de mãos dadas em
busca de soluções para os diversos problemas.
NÍVEIS INTERVENIENTES NO PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO
CURRICULAR
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Falar dos níveis de concretização do currículo é o mesmo que falar de desenvolvimento
curricular, já que tal desenvolvimento é algo de real que se manifesta e se realiza em cada
uma das fases ou níveis de concretização do mesmo.
É o currículo sancionado pela administração central e que é adoptado por uma estrutura
organizacional escolar.
Esta presente em todos os países e sistemas educativos em razão só significado social dos
sistemas educativos.
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Pode ser visto como algo elaborado por outros e apresentado aos professores e que estes
devem colocar em prática ou executar.
A planificação dos professores pode ser visto como um passo, o último, de um processo do
desenvolvimento do currículo que os professores devem aplicar.
Um colégio docente bem preparado e muito consciente da sua missão é capaz de realizar
grandes mudanças do ponto de vista do ensino porque durante a planificação,
programação, sem ir contra a prescrição administrativa, podem colocar-se além dela,
introduzindo outros elementos na própria prática pedagógica que possam ser úteis e
pertinentes em função das exigências históricas e reais do contexto no qual trabalham.
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Quando se estuda o sistema curricular de um país, a análise desta fase é que dá o sentido
real da qualidade do ensino, acima de declarações, propósitos, dotação de meios; por outro
lado a prática pedagógica vai além dos propósitos do currículo porque nela intervém
múltiplas influências e intenções, para a realização do mesmo.
É o que vem pedido ou requerido aos professores como controle fim de verificar o que
realmente os alunos aprendem.
O currículo avaliado muitas vezes tem grande influência sobre o currículo modelado pelo
professor, porque este, durante a planificação ou programação da sua prática pedagógica
tem em consideração as múltiplas pressões externas que directas ou indirectamente
influenciam as suas opções pedagógicas.
FUNDAMENTOS CURRICULARES
Filosóficos
Oferecem uma concepção da vida e um ideal do homem que se quer alcançar e orientam a
finalidade educativa.
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- A organização, sistematização e selecção das cadeiras.
- A relação entre a teoria e a prática.
- Os objectivos de ensino.
- O conteúdo de ensino.
- Os métodos de ensino-aprendizagem.
- As formas organizativas.
- As decisões sobre o nível de flexibilidade curricular
Sócio-culturais
Devem caracterizar o ideal da sociedade, da escola, o conceito de escolarização e outros
que evidenciam as relações socio-culturais num contexto determinado.
Não se limitam á aula já que incluem um contexto mais amplo, que é a sociedade.
Psicológicos
Permitem penetrar nas características evolutivas dos estudantes nas diferentes etapas da sua
vida para poder orientar no processo metodológico da aprendizagem.
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b) Se a aprendizagem se baseia no desenvolvimento pessoal, com uma visão optimista, o
currículo tenderá para um carácter flexível, terá em conta a auto-apredizagem.
Pedagógicos
Epistemológico
Estão em relação com a forma em que se constrói o conhecimento; se é uma construção
social ou individual do conhecimento cientifico.
Tendências integradoras na ciência têm reflexo curricular nos enfoques multi, inter e
transdisciplinar.
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Aprendizagens essenciais - São as aprendizagens que, sendo básicas, dotam os
sujeitos de capacidades para poderem participar efectivamente, e com elevado grau de
satisfação pessoal, na vida social e cultural das comunidades de que são parte integrante.
Estas funções requerem que o desenho base seja aberto e flexível, mas também que resulte
orientador para os professores e justifique, dessa forma o seu carácter prescritivo.
Nível micro de concretização do desenho curricular: Conhecido como plano de aula. Nele
determinam os objectivos didácticos, conteúdos, actividades de desenvolvimento,
actividades de avaliação e metodologia de cada área que se materializará na aula.
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4.- Organização para a prática;
5.- Avaliação curricular.
Modelação
Conceitualização do modelo.
Determinação do perfil do graduado ou dos objectivos terminais.
Determinação dos conteúdos e metodologias.
Estruturação
Inclui a elaboração dos conteúdos, de horários, a formação de grupos em aulas e os
recursos.
Avaliação
Avaliação deve estar patente em cada um dos documentos que se expressam um nível de
desenho, quer dizer, do projecto curricular em sua concepção mais geral, dos planos,
programas, unidades, componentes, etc.
1. Selecção e justificação
A selecção e justificação dos objectivos curriculares são uma operação que tem que iniciar-
se com a actividade destinada a precisar as necessidades que se atenderão, na qual se
podem identificar quatro passos ou tarefas principais.
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c) Os objectivos curriculares complexos ou muito gerais devem ser analisados e
especificados nos seus objectivos-componentes, de modo que os comportamentos
visados e os conteúdos a que se aplicam se tornem mais claros.
d) A formulação dos objectivos curricular deve ser tal que se tome possível distinguir
entre actividades e experiências de ensino aprendizagem viáveis e necessárias para
adquirir e desenvolver comportamentos ou processos diferentes
CLASSIFICAÇÃO E ESTRUTURA.
O termo conteúdo é utilizado para nos referir a todo aquilo que pode ser objecto de
aprendizagem (conhecimentos, atitudes, habilidades, etc)
Um plano de estudo é uma descrição geral do que tem que ser (ou pode ser) aprendido, a
que deve complementar-se o com as descrições minuciosas contidas nos programas.
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2.- Selecção de conteúdos e seus critérios: A fonte onde se extraem os conteúdos
curriculares reside no universo disponível da cultura e experiências humanas, Sem negar a
predominância desta fonte, consideram-se dois tipos de conteúdos culturais disponíveis:
- Princípio espacial: Do mais próximo para o mais afastado, é frequente nas disciplinas de
Geografia e Estudos Sociais, onde os conteúdos programáticos se organizam
sequencialmente, segundo círculos concêntricos mais vastos: família ou comunidade
escolar:
1.- Comunidade local.
2.- Vilas e cidades.
3.- Comunidades regionais.
4.- Pais.
5.- Comunidades e culturas do mundo.
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1- Significado deste no planeamento curricular: Propõe-se um conjunto de hipóteses
quanto à organização e sequência das estratégias e actividades de ensino-aprendizagem,
que são as seguintes:
Ambas são estabelecidas por quem elabora o currículo ou programa;
Não são estabelecidas de modo rígido, podendo o professor selecionar alguma forma
de sequência de entre as alternativas sugeridas por quem elabora o currículo ou
programa.
Ambas são totalmente deixadas ao critério do professor.
A opção a tomar uma das hipóteses acima referenciadas depende de muitos factores como:
Preparação, experiência e mestria pedagógica do professor;
Disponibilidade de materiais e meios didácticos;
Posições ideológicas e convicções educacionais, que muitas vezes se popularizam em
função da criatividade do professor contra as “receitas pedagógicas” ante os
imprevistos na sala de aula.
Como um plano estruturado que pode ser utilizado para configurar um currículo, construir
materiais didácticos e orientar o ensino.
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Existem vários modelos de ensino, para nosso estudo tomaremos alguns dos mais
representativos:
Modelos Humanistas: Centrados no desenvolvimento pessoal e na realização
autónoma do educando, desempenhando o professor o papel de concelheiro e
facilitados da aprendizagem, em seus aspectos intelectuais, afectivos e sociais,
mediante um processo não director de ensino, negociando, com os alunos, os
objectivos e meios de formação.
Este método é muito importante para o desenvolvimento do raciocínio lógico dos alunos,
por serem agentes activos na construção de seu próprio conhecimento.
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dos alunos na construção da aprendizagem e assumindo o professor, um papel de
orientação e apoio
- Seu valor pedagógico consiste em que permite não só ao estudante uma soma de
conhecimentos mas sim ao mesmo tempo o relaciona com os métodos das ciências, com
as etapas do processo geral do conhecimento e do desenvolvimento do pensamento
criador.
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- Guia curricular e programático (Programas de ensino): Cuja finalidade reside em
apresentar um plano de estudo, com uma sequência determinada e distribuída em unidades
temporárias.
AVALIAÇÃO CURRICULAR
Conceitos de Avaliação
Segundo Barbier (1990) A avaliação é um acto deliberado e socialmente organizado que
termina na produção de um juízo de valor.
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A Avaliação de Modelo Curricular tem como Parâmetros:
- A Pertinência;
- A Sistematicidade;
- O Impacto;
- A Transcendência.
Nesta aula analisaremos outros parâmetros a seguir para a avaliação curricular os quais são
os mais utilizados na prática por aportar a maior quantidade de elementos para uma
adequada concepção do currículo.
Estes parâmetros são utilizados na prática por aportar a maior quantidade de elementos
para uma adequada concepção do currículo.
Aspecto Educativo:
- Concepção científica do mundo;
- Formação psicológica (auto-valorização, aspirações, interesses e capacidades enquanto
sujeito da educação);
- Qualidade da personalidade.
Domínio do conteúdo
- Integração dos conhecimentos;
- Desenvolvimento de habilidades, hábitos, sua fixação, profundidade, sistematização a
novas situações. Refere-se a apropriação de conhecimentos ou domínio de conteúdos.
Valorizar-se-á em que medida o estudante integra o novo conteúdo com o que já conhece.
Domínio que se vai conseguindo a partir dos modos de actuação do professor, na solução
dos problemas, aplicando métodos de trabalho próprios das ciências.
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Trata-se de valorar em que medida se manifesta a função reguladora da personalidade dos
estudantes, podendo tomar-se como indicadores:
- Orientação do sujeito ante situações novas (flexível ou rígida);
- Orientação temporal do estudante (para o futuro ou presente);
- Posição do estudante ante a regulação da sua actuação (activo ou passivo);
- Qualidade motivacional da sua atenção (consciente, reflexivo ou irreflexivo).
Nível de orientação profissional da aprendizagem
Refere-se ao vínculo do que se aprende com o seu futuro desempenho.
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O carácter reitor dos objectivos e a compreensão deste facto, não só está presente no
processo de ensino-aprendizagem, senão também presidem os regulamentos de trabalho.
A relação objectivo-problema-objectivo no desenho curricular, determinam os problemas
profissionais que deve resolver o estudante.
* Componente académica:
- Seminário;
- Conferência;
- Aula prática;
- Aula de laboratório.
* Componente Investigativa:
- Trabalho de curso;
- Trabalho de diploma;
- Trabalho extra-curricular.
* Componente laboral:
- Estabelece a vinculação ciência-profissão.
BLIOGRAFIA DE BASE
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DA SILVA T., Teorias do currículo. Uma introdução critica, Porto, Porto Editora,
2000.
FREY K., Teoria del curricolo, Milano, Feltrinelli, 1977.
PACHECO J., Currículo: teoria e praxis, Porto, Porto Editora, 2001.
PACHECO J., Estudos curriculares. Para a compreensão critica da educação,
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