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Kissinger – cap 7

 As grandes potencias haviam se lançado com uma frivolidade irracional em uma luta
bipolar que conduziu a petrificação de dois blocos de poder.
 No inicio do século XX as guerras eram iniciadas com um toque de frivolidade.
 Cada uma das principais potencias contribuiu com sua cota de falta de visão e
irresponsabilidade.
 As nações da Europa transformaram o equilíbrio de poder em uma corrida
armamentista sem compreenderem que a tecnologia moderna e o recrutamento em
massa transformara a guerra generalizada na maior ameaça a sua segurança e à
civilização européia com um todo.
 Diplomatas pós-Bismarck: política externa com agressividade.
 A Alemanha não possuía nenhum estrutura filosófica de integração.
 A Alemanha de Bismarck não incorporava, de maneira alguma, as aspirações de um
estado-nação, pois ele excluíra deliberadamente os alemães austríacos. O Reich de
Bismarck era um artifício sendo, antes de tudo, uma Prússia maior cujo principal
objetivo era aumentar seu próprio poder.
 A ausência de raízes intelectuais foi a principal causa da política externa sem rumo da
Alemanha.
 Lideres sentiam-se vagamente ameaçados.
 Os planejadores militares alemães pensavam sempre em termos de lutar
simultaneamente contra uma combinação de todos os vizinhos da Alemanha.
 Mas os sucessores de Bismarck, abandonando sua política de contenção, fiavam-se
cada vez mais na força pura e simples, como foi expresso em uma de suas afirmações
prediletas – que a Alemanha serviria como o martelo e não a bigorna da democracia
européia.
 Bismarck esforçou-se para não enfatizar o poder alemão, utilizando o seu intricado
sistema de alianças para conter os muitos parceiros e para evitar que suas
incompatibilidades latentes rompessem em uma guerra. os sucessores de Bismarck
careciam da paciência e da sutileza para tal complexidade.
 Guilherme I > Frederico > Guilherme II.
 1890 – Bismarck demitido.
 Weltpolitik
 Táticas agressivas pareciam aos lideres alemães a melhor maneira de demonstrar aos
seus vizinhos os limites de sua própria força e os benefícios da amizades alemã.
 Em toda a parte, a Europa sentia algo decididamente sinistro em relação P imensidão e
a insistência da Rússia.
 RUS – preferia o risco da derrota ao compromisso.
 Nos fóruns europeus, a Rússia ouvia os argumentos em nome do equilíbrio de poder
mas nem sempre era fiel às suas máximas.
 A Rússia em marcha raramente exibia um senso de limites.
 Na Ásia, o sentido missionário da Rússia era ainda menos refreado pelos obstáculos
políticos ou geográficos.
 O papel da chancelaria, no entanto, era contestado pelo Departamento asiático, que era
igualmente independente e responsável pela política russa referente ao império
otomano, os Bálcãs e o extremo oriente. Não se considerava parte do concerto da
Europa. Compreendendo as nações da Europa como obstáculos aos seus desígnios.
 A Rússia sem um ministro com poderes executivos sobre todos os aspectos das
questões referentes à política externa.
 Não só as políticas do tzar eram frequentemente impulsionadas pelas emoções do
momento, como tambem sofriam grande influencia da agitação nacionalista insuflada
pelos militares.
 Guerra russo-japonesa – 1905.
 Expansionismo provocando o declínio da Rússia.
 Apesar de cada um desses conflitos custar um preço, a Rússia continuou a identificar o
status de grande potencia com o expansionismo territorial.
 Quando dois colossos – uma Alemanha forte e impetuosa e uma Rússia imensa e
implacável encontram-se uma com a outra no centro do continente, o conflito é
provável, independente do fato de a Alemanha nada ter a ganhar com uma guerra
contra a Rússia e desta ter tudo a perder com uma guerra contra a Alemanha.
 1890-1914 – transformação da política externa da Grã-Bretanha (Salisbury)
 O governo de salisbury tinha que lidar com o declínio do prestigio relativo da grã-
bretanha. Seu vasto poder econômico equiparava-se agora ao da Alemanha; a Rússia e
a frança haviam ampliado seus esforços imperiais e desafiavam o império britânico
praticamente em todas as partes.
 FRA, ALE, RUS em choque com a GB no exterior.
 Convencidos de que a Rússia e a gra0bretanha precisavam desesperadamente da
Alemanha, os elaboradores de políticas alemãs acreditaram poder conduzir barganhas
rigorosas com ambas simultaneamente sem especificar a natureza da barganha que
buscavam ou jamais imaginarem que poderiam estar aproximado a Rússia da grã-
bretanha.
 A complexidade era inerente à localização e historia da Alemanha; nenhuma política
“simples” era capaz de explicar os seus vários aspectos.
 Rejeição do Tratado de Resseguro pela Alemanha: tentativa de uma política “mais
simples”, garantir a Áustria como aliado, aproximar-se de vez da Grã-Bretanha.
 Essa rejeição fez a Rússia interpretar o apoio alemão nos Bálcãs, procurando buscar
um aliado – França (sentimento revanchista).
 Pesadelo de Bismarck quanto às coalizões: cristalizado agora com a aliança franco-
russa.
 Uma vez que a Alemanha comprometera-se a apoiar inequivocadamente a Áustria,
França e Rússia passaram a apoiar-se mutuamente. Pois nenhuma delas alcançaria seus
objetivos sem derrotar ou enfraquecer primeiro a Alemanha.
 Tríplice entente (1907 – FRA, GB e RUS), a partir daí o equilíbrio de poder parou de
funcionar. Provas de força tornaram-se a regra e não a exceção.
 ALE e desejo de aliança com a GB como contrapeso.
 GB e isolamento esplendido, sem alianças apenas medidas ‘informais’.
 A GB não estava preparada para assumir um compromisso continental permanente,
especialmente pela Alemanha que tornava-se o pais mais forte do continente.
 Enquanto a liderança alemã procurava por alianças, o publico exigia uma política
externa cada vez mais agressiva.
 Agitação nacionalista sem encontrar no sistema política parlamentar que fora
desenvolvido na GB e na França.
 Esses grupos compreendiam a diplomacia e as relações internacionais quase como se
fosse uma brincadeira, empurrando sempre o governo para uma linha mais dura, uma
expansão territorial maior, mais colônias, um exercito mais forte ou uma marinha
maior. Eles tratavam o “toma-lá-dá-cá” da diplomacia como uma humilhação publica.
 Nenhuma questão era tão provável de transformar a grã-bretanha em um adversário
implacável quanto uma ameaça a seu controle marítimo.
 1890 – pressões internas crescentes para aumentar a marinha alemã.
 Pois não havia a menor duvida de que a Inglaterra resistiria uma vez que um pais
continental já de posse de exercito mais forte na Europa começasse a almejar a
paridade com a grã-bretanha no mar.
 Preocupação com a opinião publica.
 A grã-bretanha e a Alemanha simplesmente não tinham suficientes interesses paralelos
que justificassem uma aliança formal e global pela qual a Alemanha imperial tanto
ansiava.
 GB e JAP
 O programa naval alemão, alem da importunação que a Alemanha causara à GB na
guerra dos bôeres de 1899-1902. conduziu a uma reavaliação minuciosa da política
externa britânica.
 GB e mudança das relações com FRA e RUS – tentativa de cooperação informal.
 Para efeito pratico, a GB abandonou a posição de poder moderador para associar-se a
uma das duas alianças opostas.
 A Alemanha realizara o feito extraordinário de isolar-se e de reunir três antigos
inimigos em uma coalizão hostil voltada contra ela.
 A reação da ALE foi acelerar a mesma diplomacia que gerou a situação em primeiro
lugar.
 Algeciras e crise do Marrocos.
 Os franceses tiveram a sagacidade política de conviver com a ambigüidade britânica e
de confiar na convicção de que a obrigação moral se desenvolveria e, em um momento
de crise, venceria.
 A GB uniu-se à tríplice entente a fim de frustrar o que ela temia com o movimento
alemão em direção à dominação mundial.
 O que tornava a política externa da Alemanha tão ameaçadora era a ausência de
qualquer fundamento lógico discernível por trás de suas incessantes contestações
globais.
 A conduta irrefreável da Alemanha garantiu sua confrontação.
 As nações da Europa haviam se permitido caírem presas de inconseqüentes clientes
balcânicos.
 Cada problema transformava-se num teste de coragem para provar que a Alemanha era
decisiva e poderosa. Entretanto, a cada desafio alemão, os laços da tríplice
aumentavam.
 Apoio da ALE à anexação da Bósnia pela AUS – inimizade com a RUS.
 Marrocos e tropas alemãs e francesas.
 Poucos eventos poderiam ter enfurecido a Rússia mais que a Alemanha reivindicar
uma posição nos estreitos e que a Europa negara à Rússia durante um século.
 Antes da primeira guerra, cada membro das coalizões encontrava-se em uma posição
não so de começar uma guerra, como tambem de chantagear seus aliados para apoia-lo.
 A SER, RUS, AUS todas esperavam um apoio maior dos seus aliados; a FRA, a GB e a
ALE temiam que pudessem perder seus parceiros se não se apoiassem mais
energeticamente na próxima crise.
 Depois disto, cada grande potencia foi tomada pelo pânico de que uma atitude
conciliatória faria com que ela parecesse fraca e inconstante, causando com que seus
parceiros abandonassem-na para enfrentar uma coalizão hostil sozinha.
 Jamais ocorreu a eles que a incapacidade de fazer com que suas alianças
correspondessem aos objetivos políticos racionais conduzira à destruição da civilização
da maneira como a conheciam.

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