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‘‘Uma história social da mídia.

De Gutenberg à Internet’’, de Asa Briggs e Peter


Burke

1. Década de 1920:
 Início do uso do termo "mídia" conforme definido pelo Oxford English
Dictionary.
2. Década de 1950:
 Surgimento da expressão "revolução da comunicação", indicando um
marco na percepção da comunicação de massa.
3. Interesse Antigo na Comunicação:
 A retórica, arte de comunicação oral e escrita, era valorizada na Grécia e
Roma antigas, sendo estudada ao longo da história, especialmente no
Renascimento.
 No século XVIII e XIX, houve um interesse renovado devido ao
surgimento de novas ideias, como a "opinião pública" e a preocupação
com as "massas".
4. Início do Estudo Acadêmico da Propaganda:
 Na primeira metade do século XX, especialmente após as duas guerras
mundiais, houve um interesse acadêmico crescente no estudo da
propaganda.
5. Ampliação do Conceito de Comunicação:
 Teóricos como Claude Lévi-Strauss e Niklas Luhmann ampliaram o
conceito de comunicação para além da simples transmissão de
informações.
 Lévi-Strauss abordou trocas de mercadorias e mulheres, enquanto
Luhmann discutiu poder, dinheiro, amor e outros meios de comunicação.
6. Desenvolvimento da Teoria Interdisciplinar da Mídia:
 Com o surgimento do rádio na era moderna e da televisão na década de
1950, houve um reconhecimento acadêmico da importância da
comunicação oral e visual em diferentes períodos históricos.
 Isso levou ao desenvolvimento de uma teoria interdisciplinar da mídia,
com estudos em várias áreas como economia, história, literatura, arte,
ciência política, psicologia, sociologia e antropologia.
 Esse desenvolvimento acadêmico resultou na criação de departamentos
acadêmicos dedicados aos estudos de comunicação e cultura.
7. Ideias e Pensadores Importantes:
 Harold Innis (1894-1952): Contribuiu com o "viés das comunicações"
em suas obras.
 Marshall McLuhan (1911-1980): Introduziu o conceito da "aldeia
global".
 Jack Goody: Desenvolveu a ideia da "domesticação da mente selvagem".
 Jürgen Habermas: Identificou a "esfera pública" como uma zona para o
discurso e a expressão de uma visão pública.
8. História e Teoria da Comunicação:
 O livro propõe que os estudiosos de comunicação e estudos culturais
considerem a história, enquanto os historiadores levem a sério a teoria e
a tecnologia da comunicação.
 Destaca a importância de entender que muitos fenômenos da mídia têm
raízes históricas profundas e influências em diferentes formas de
comunicação ao longo do tempo.
9. Exemplos de Evolução da Mídia:
 Mostra como séries de televisão têm origens nas novelas radiofônicas e
em histórias em capítulos de revistas do século XIX.
 Explora como convenções das histórias em quadrinhos têm raízes em
tradições visuais antigas, como textos em rolo da arte religiosa medieval.
10. Denúncias da Nova Mídia:
 Destaca que denúncias sobre os efeitos prejudiciais da mídia não são
novas, remontando a debates antigos sobre o impacto de romances, peças
teatrais e imprensa.
 Cita exemplos históricos de críticas à televisão e à Internet, comparando-
as com debates anteriores sobre o impacto negativo de outras formas de
mídia.
11. Abordagem do Livro:
 O livro se concentra nas mudanças na mídia, evitando a simplificação de
que tudo piorou ou melhorou continuamente.
 Rejeita a suposição de tendências unidirecionais na evolução da mídia,
enfatiza.


Importância do Letramento:
 Carlo Cipolla enfatizou a contribuição da capacidade de ler e escrever para a
industrialização, progresso e civilização no estudo "Letramento e
desenvolvimento no Ocidente" (1969).
 Ele sugeriu que a difusão do letramento significava uma atitude mais racional e
receptiva diante da vida.
 Modernização e Alfabetização:
 Cipolla representava a fé na modernização típica do século XX, refletida nas
campanhas de alfabetização da Unesco e governos do Terceiro Mundo, como em
Cuba.
 Desafios e Debates:
 Essa abordagem levanta problemas que exigem debate, especialmente sobre a
relação entre letramento e desenvolvimento.
 Da mesma forma, declarações sobre a democratização da Internet e seu potencial
também necessitam de análise crítica.
 Internet e Democratização:
 A ideia de que a Internet representa uma agência de democratização ainda está
em debate e não se pode concluir seu papel a longo prazo.
 Há críticas que sugerem que a Internet pode minar formas de autoridade, afetar
comportamentos e ameaçar a segurança individual e coletiva.
 Debates da Mídia:
 Especialistas em estudos de mídia destacam os "debates da mídia", abrangendo
temas específicos e processos de longo prazo relacionados ao impacto da
tecnologia, como a Internet, na sociedade e na cultura.
 Seleção de Temas e Foco na Mudança:
 A história aqui é seletiva, priorizando temas como a esfera pública,
obtenção e difusão de informação, crescimento das redes e a chegada do
entretenimento na mídia.
 A obra enfatiza a mudança em vez da continuidade, embora reconheça a
coexistência e interação de novas e antigas mídias ao longo do tempo.
 Visão da Mídia como Sistema em Mudança:
 A mídia é vista como um sistema em constante evolução, onde diferentes
elementos desempenham papéis variados e que pode incluir política,
economia e tecnologia.
 Rejeição do Determinismo Tecnológico:
 A obra rejeita o determinismo tecnológico simplista, reconhecendo a
complexidade das interações entre tecnologia, sociedade e cultura.
 Abordagem de Harold Lasswell:
 O livro adota a abordagem de Harold Lasswell sobre comunicação,
considerando o conteúdo, controle e audiência como elementos
fundamentais.
 Também destaca a importância do contexto, estratégias dos
comunicadores e efeitos a longo prazo das mensagens transmitidas.
 Foco na Era Moderna Ocidental:
 A narrativa começa na era moderna ocidental a partir do século XV, com
ênfase na invenção da impressão por Gutenberg, embora reconheça a
importância de períodos anteriores da história da comunicação.
 A comunicação é explorada desde tempos antigos e medievais,
ressaltando a não imediatez, mas a abrangência global das formas de
comunicação mesmo naqueles períodos.
Harold Innis foi um acadêmico canadense do século XX que desempenhou
um papel significativo ao destacar a importância da mídia na história, tanto no
mundo antigo quanto na era moderna. Aqui estão alguns pontos importantes
sobre sua contribuição:

1. Teoria da Matéria-Prima e Desenvolvimento Canadense:


 Innis ficou conhecido por sua "teoria da matéria-prima" no
desenvolvimento canadense, destacando o domínio sucessivo do
comércio de peles, peixe e papel e os efeitos desses ciclos na
sociedade do Canadá.
 Ele observou que cada produto básico deixa sua marca e que a
mudança para novos produtos pode trazer períodos de crise.
2. Pesquisa sobre Comunicação e História do Jornalismo:
 Sua pesquisa sobre o Canadá o levou à história do jornalismo e à
importância das comunicações para o desenvolvimento
econômico e político do país.
 Innis também explorou a história comparativa dos impérios e
seus meios de comunicação desde a Antiguidade até o presente,
incluindo o papel dos impérios como os assírios na construção de
estradas para facilitar a comunicação.
3. Visão da Mídia como Materiais de Comunicação:
 Innis abordou a "mídia" não apenas como meios de
comunicação, mas também como materiais usados para essa
comunicação, contrastando materiais duráveis como
pergaminhos, argila e pedra com materiais mais efêmeros como
papiros e papéis.
 Ele sugeriu que a escolha dos materiais de comunicação também
influenciava aspectos culturais e organizacionais, como a relação
entre tempo e organizações religiosas versus espaço e
organizações políticas.
4. Monopólio de Conhecimento e Competição entre Mídias:
 Innis desenvolveu a ideia de que cada meio de comunicação
tendia a criar um perigoso monopólio de conhecimento.
 Seu interesse na competição entre diferentes tipos de mídia
estava ligado à crítica protestante da politicagem clerical,
destacando como novos meios de comunicação podiam desafiar
e subverter monopólios estabelecidos.
5. Influência na Teoria da Comunicação e Inspiração para
Pesquisadores Futuros:
 Suas ideias, apesar de algumas fragilidades conceituais,
permanecem como estímulo e inspiração para os próximos
pesquisadores no campo da comunicação e mídia.
 Innis enfatizou o poder da palavra falada na civilização grega
antiga, seguindo o trabalho de colegas como Eric Havelock, e
sua análise abrangente da história da comunicação continua a ser
relevante para entendermos a evolução dos meios de
comunicação ao longo do tempo.
1. Preface to Plato de Eric Havelock (1963):
 Eric Havelock focalizou a cultura oral dos primeiros gregos em seu livro,
destacando elementos como os discursos na Assembleia de Atenas e as
peças teatrais recitadas nos anfiteatros a céu aberto.
2. Milman Parry e a Cultura Oral Grega:
 Milman Parry argumentou que a Ilíada e a Odisséia eram essencialmente
improvisadas como poemas orais, mesmo que tenham sido registradas
posteriormente.
 Parry conduziu trabalhos de campo na Iugoslávia rural nos anos 1930
para estudar a tradição oral, analisando fórmulas e temas recorrentes que
permitiam aos cantores improvisar histórias durante horas.
3. Cultura Oral vs. Cultura Literária:
 Parry e seu assistente Albert Lord mostraram os aspectos positivos das
culturas orais, muitas vezes subestimadas como "iletradas", mas
fundamentais na formação da antiga cultura grega.
4. Equilíbrio entre Mídias na Antiguidade:
 Alexandre, o Grande, valorizava a Ilíada de Homero mesmo em meio à
sua expansão militar, demonstrando a importância da literatura mesmo
em uma cultura marcada pela oralidade.
 A existência da grande biblioteca de Alexandria ressaltava a coexistência
e interação entre a tradição oral e a escrita na Antiguidade, influenciando
o desenvolvimento de práticas críticas que seriam posteriormente
disseminadas na era dos impressos.
5. Comunicação Visual na Antiguidade:
 Imagens, especialmente estátuas, desempenhavam um papel crucial na
comunicação e propaganda na Antiguidade, como na era de Augusto em
Roma.
 A arte oficial romana influenciou a iconografia dos primórdios da Igreja
Católica, demonstrando como a comunicação visual era usada para
transmitir informações e persuadir.
"A imagem era o texto legível". As igrejas medievais, com seus vitrais coloridos e
esculturas detalhadas, eram uma forma de contar histórias e transmitir ensinamentos
religiosos para uma população majoritariamente analfabeta.

A arte religiosa e suas representações visuais foram fundamentais na comunicação e na


expressão da devoção ao longo da história. Aqui estão alguns pontos-chave destacados:

1. Valor da Arte na Religião:


 Tanto Basil de Caesarea quanto o papa Gregório, o Grande,
reconheceram o papel da arte na religião, equiparando a importância das
pinturas e estátuas à eloquência dos oradores e à escrita para aqueles que
liam.
2. Iconografia Bizantina e Cultura dos Ícones:
 A igreja bizantina destacou-se na iconografia, representando Cristo como
Pantocrator e desenvolvendo uma cultura de ícones que transmitia
mensagens religiosas profundas.
 Os ícones bizantinos eram parte integrante da vida cotidiana e da
devoção religiosa, contrastando com a separação mais distinta entre o
sagrado e o profano nas igrejas católicas romanas.
3. Iconoclastia e o Ataque às Imagens:
 Em Bizâncio, houve períodos de iconoclastia, onde as imagens foram
atacadas e destruídas por iconoclastas, refletindo debates sobre o uso e a
adoração de imagens na religião.
4. Diferenças na Arte Religiosa:
 O Islã e o judaísmo proibiram a representação da figura humana na arte
religiosa, resultando em diferenças marcantes na aparência de mesquitas
e sinagogas em comparação com igrejas.
 No entanto, outras culturas, como na Pérsia e nos impérios otomano e
mogul da Índia, desenvolveram formas de arte que incluíam figuras
humanas em contextos religiosos.
5. Arte como Comunicação Visual:
 Nas catedrais da Idade Média, esculturas, vitrais e outras formas de arte
eram poderosos meios de comunicação, transmitindo narrativas e
ensinamentos religiosos para uma população em grande parte analfabeta.
 A arte religiosa era um sistema de comunicação por si só,
complementando textos e livros sagrados na transmissão de mensagens
religiosas e histórias.
1. Devoção Através da Arte:
 A prática de beijar pinturas ou estátuas como expressão de devoção é
uma tradição que remonta aos tempos antigos e ainda persiste nas
religiões católica e ortodoxa.
2. Cultura Bizantina e Ícones Religiosos:
 A igreja bizantina enfatizou a cultura dos ícones religiosos,
especialmente representando Cristo como Pantocrator nos mosaicos das
igrejas. Esta forma de arte visual era crucial em uma sociedade onde o
analfabetismo era comum.
3. Iconoclastia e Reação às Imagens:
 A cultura visual foi alvo de ataque na cultura bizantina, onde algumas
imagens eram consideradas ídolos e destruídas por iconoclastas,
culminando no movimento iconoclasta do século VIII.
4. Diferenças nas Representações Religiosas:
 O Islã e o judaísmo proibiram a representação da figura humana na arte
religiosa, resultando em diferenças notáveis na aparência de mesquitas e
sinagogas em comparação com igrejas cristãs.
1. Cultura Oral na Europa Medieval e Grécia Antiga:
 A Europa medieval e a Grécia antiga eram consideradas culturas
predominantemente orais, onde a transmissão de informações ocorria
principalmente por meio da fala, como nos sermões e relatos recitados.
2. Literatura Voltada para Audiência Ouvinte:
 A produção literária medieval era direcionada a um público ouvinte, não
leitor, refletindo a importância da oralidade na sociedade medieval.
Mesmo a leitura era muitas vezes feita em voz alta para uma audiência.
3. Desenvolvimento Gradual da Escrita:
 A escrita começou a ser utilizada de forma prática apenas a partir do
século XI, inicialmente por figuras como papas e reis. A confiança na
escrita como registro histórico se desenvolveu lentamente ao longo do
tempo.
4. Impacto da Cultura Escrita:
 A penetração gradual da escrita teve impactos significativos na vida
cotidiana, como a mudança de costumes tradicionais por leis escritas, o
surgimento de práticas como a falsificação, o controle administrativo por
escribas e a emergência de movimentos heréticos baseados na
interpretação dos textos bíblicos.
5. Produção de Manuscritos e Desenvolvimento da Arte Visual:
 Antes da invenção da impressão gráfica, a produção de manuscritos e
iluminuras aumentou para atender à crescente demanda por material de
leitura. A arte visual também evoluiu, incluindo retratos e outras formas
de expressão artística.
6. Fascínio pela Fama e Reconhecimento:
 Personalidades como Dante, Giotto, Petrarca e Chaucer eram fascinadas
pela fama e reconhecimento durante suas vidas, refletindo uma
preocupação com a imagem pública e a reputação, temas explorados em
suas obras literárias e artísticas.
1. Cultura Oral na Europa Medieval e Grécia Antiga:
 Ambas as eras foram consideradas culturas essencialmente orais, onde a
transmissão de informações ocorria principalmente por meio da fala,
como nos sermões e relatos recitados.
2. Desenvolvimento da Escrita e Comunicação Elétrica:
 A escrita começou a ser empregada de forma prática a partir do século
XI, gradualmente se tornando mais confiável como registro histórico.
 Com o surgimento da comunicação elétrica, como o telégrafo no século
XIX, houve uma percepção de mudança imediata e iminente na
sociedade.
3. Debates sobre Mudanças na Mídia:
 Os debates na mídia na segunda metade do século XX estimularam a
reavaliação das tecnologias de comunicação, incluindo a impressão
gráfica e outras.
 Questões controversas incluíam se as mudanças na mídia favoreciam a
democracia ou a ditadura, se estimulavam a empatia ou o isolamento
social, entre outras.
4. Impacto das Tecnologias de Comunicação:
 Alguns teóricos, como Marshall McLuhan, enfatizaram a importância da
mídia e a distinção entre mídia "quente" e "fria".
 O desenvolvimento da escrita e outras formas de comunicação teve
consequências sociais e psicológicas significativas, como a emergência
do pensamento abstrato e crítico.
5. Diferenças Culturais e Sociais:
 A disputa entre diferentes teóricos, como Goody e Street, destacou a
importância do contexto social nas práticas de leitura e escrita, bem
como nas mudanças culturais e psicológicas associadas.
6. Influência das Tecnologias de Comunicação na Percepção do Mundo:
Há debates sobre se o uso de novas tecnologias de comunicação, como o
computador, inevitavelmente muda a visão das pessoas sobre
A revolução da prensa gráfica em seu contexto

Vamos analisar as informações fornecidas sobre a Europa no período que antecedeu a


"era moderna" e a revolução da prensa gráfica até as Revoluções Francesa e Industrial,
de 1450 a 1789, em pontos:

1. Invenção da Prensa Gráfica por Johann Gutenberg (1450):


 Aproximadamente em 1450, Johann Gutenberg inventou a prensa gráfica
na Europa, utilizando tipos móveis de metal.
 Inspirado pelas prensas de vinhos da região de Mainz, banhada pelo rio
Reno.
2. História da Impressão na China e Japão:
 A impressão já era praticada na China e no Japão desde o século VIII ou
antes, mas através do método de "impressão em bloco" com blocos de
madeira entalhada.
 Este método era adequado para idiomas com milhares de ideogramas, ao
contrário do alfabeto latino com 20 ou 30 letras.
 No início do século XV, os coreanos desenvolveram uma fôrma de tipos
móveis, semelhante aos de Gutenberg.
3. Diáspora dos Impressores Germânicos:
 A prática da impressão gráfica se espalhou pela Europa através da
diáspora dos impressores germânicos.
 Por volta de 1500, já haviam sido instaladas máquinas de impressão em
mais de 250 lugares na Europa, com centros importantes em países como
Itália, Alemanha e França.
4. Expansão da Impressão na Europa:
 Prensas gráficas foram instaladas em diversas cidades europeias, como
Basiléia, Roma, Paris, Pilsen, Veneza, Leuven, Valência, Cracóvia,
Buda, Westminster (distinta de Londres) e Praga entre os anos de 1466 e
1477.
 Essas gráficas produziram cerca de 27 mil edições até 1500, resultando
em aproximadamente 13 milhões de livros circulando na Europa, que
tinha cerca de cem milhões de habitantes na época.
 Veneza foi um dos principais centros de produção, com cerca de dois
milhões de livros produzidos, seguida por Paris com 181
estabelecimentos em 1500.
o mundo, e se isso é passivo ou ativo por parte dos indivíduos.

Vamos destacar os pontos principais do texto sobre a resistência à impressão gráfica na


Rússia, no mundo muçulmano e as opiniões de algumas figuras europeias em relação a
essa tecnologia:

1. Rússia e Mundo Ortodoxo:


 A impressão gráfica teve dificuldade para penetrar na Rússia e no mundo
ortodoxo devido ao uso do alfabeto cirílico e à educação confinada ao
clero.
 Em 1564, um russo educado na Polônia introduziu a técnica em Moscou,
mas sua oficina foi destruída.
 No início do século XVIII, o czar Pedro, o Grande, impulsionou o
desenvolvimento da impressão gráfica em São Petersburgo e Moscou
para promover o aprendizado e a educação, especialmente em ciência e
tecnologia militar.
2. Mundo Muçulmano:
 No mundo muçulmano, houve resistência à impressão gráfica devido a
considerações religiosas.
 O sultão Selim I puniu a prática da impressão com a morte em 1515
devido ao medo de heresia.
 No final do século XVI, houve alguma liberalização, mas a impressão
gráfica não se desenvolveu amplamente até o século XVIII.
 Havia oposição de líderes religiosos e escribas à impressão gráfica no
Império Otomano.
3. Opiniões Europeias sobre a Impressão Gráfica:
 Alguns europeus viam a resistência à impressão como um sinal de
despotismo e falta de liberdade intelectual.
 Henry Oldenburg relacionou a oposição à impressão com o despotismo,
enquanto outros como Samuel Hartlib celebraram a disseminação do
conhecimento.
 A invenção da impressão gráfica foi vista como um marco importante no
progresso da mente humana, apesar das resistências e obstáculos
enfrentados.
4. Reações Negativas à Impressão Gráfica:
 Escribas, homens da igreja e governos muitas vezes reagiram
negativamente à impressão gráfica devido ao impacto na autoridade e no
controle sobre o conhecimento e a informação.
 O surgimento de jornais no século XVII aumentou a ansiedade sobre os
efeitos da impressão gráfica em termos de disseminação de informações
e mudanças na hierarquia social e cultural.

Esses pontos mostram a complexidade da introdução e aceitação da impressão gráfica


em diferentes contextos culturais e religiosos durante a transição para a era moderna.
Vamos analisar os pontos importantes destacados no texto sobre a "explosão" de
informação após a invenção dos impressos e as questões associadas a ela:

1. Problemas da "Explosão" de Informação:


 Após a invenção dos impressos, surgiu uma "explosão" de informação
que apresentou desafios, incluindo a recuperação de informações, seleção
e crítica de livros e autores.
 No século XVI, houve um aumento significativo no número de livros
disponíveis, levando a preocupações com a sobrecarga de informação e a
dificuldade de navegar nesse "oceano" de material impresso.
2. Desenvolvimento de Bibliotecas e Catálogos:
 Com a multiplicação dos livros, as bibliotecas tiveram que ser ampliadas,
e catálogos se tornaram essenciais para ajudar na organização e
recuperação de informações.
 Os bibliotecários enfrentaram desafios para manter os catálogos
atualizados e acompanhar as novas publicações, levando ao
desenvolvimento de bibliografias impressas e resenhas.
3. Visões Contrastantes sobre as Publicações:
 Existem visões contrastantes sobre os efeitos da "explosão" de
publicações, incluindo relatos triunfalistas e catastróficos.
 Alguns argumentam que a impressão gráfica trouxe benefícios, como
tornar o conhecimento acessível a um público maior e permitir o avanço
do trabalho intelectual ao longo das gerações.
4. Impacto Social e Cultural:
 A invenção da impressão gráfica mudou a estrutura ocupacional das
cidades europeias, criando novos grupos de artesãos como os
impressores, bibliotecários e vendedores de livros.
 Alguns estudiosos como Marshall McLuhan e Walter Ong destacaram
mudanças na cultura e na forma como as informações eram processadas
devido à transição do foco auditivo para o visual.
5. Consequências a Longo Prazo:
 Elizabeth Eisenstein argumentou que a impressão gráfica foi uma
"revolução não reconhecida", destacando suas contribuições para
padronizar e preservar o conhecimento, além de facilitar a crítica à
autoridade e a disseminação de diferentes perspectivas sobre um mesmo
assunto.

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