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Victória Fernandes Ranchin

1º Ano de Relações Públicas


Relatório dos textos de Teorias da Comunicação I

TEXTO 1: “Mídia: teoria e política”, de Venício Lima


Venício de Lima levanta em seu texto algumas questões sobre a Comunicação
Social no Brasil, como a produção teórica brasileira acerca do tema, a ambiguidade no
termo “comunicação” juntamente com o confronto entre “velha mídia” e “nova mídia” e
também a revolução digital.
Seu questionamento sobre a produção teórica brasileira é justamente em relação à
falta da mesma, uma vez que são poucos os textos escritos por comunicólogos brasileiros e
os textos traduzidos não são abrangentes e não representam a realidade brasileira. Com
isso, chegamos a um problema crucial na área de comunicação: a falta de profissionais
qualificados versus a grande demanda pelos mesmos. Tal problema se deve à falta de
estudo já citada e também pela adoção dos moldes de institucionalização estadunidenses,
que acaba gerando um agrupamento dos cursos de comunicação social com outras
habilidades profissionais, sem antes ter uma tradição acadêmica efetiva.
Outro questionamento levantado por Venício de Lima é acerca da ambiguidade do
termo “comunicação”, que, em seu sentido literal significa “ação de tornar comum”. Porém ,
ao ser aplicada, surgem os dois lados do termo: o de transmissão, associado às velhas
mídias - televisão aberta, cinema, rádio -, que representa uma comunicação unidirecional,
sem trocas de conteúdo entre emissor e público alvo, muitas vezes sendo uma
comunicação manipulatória, e o de compartilhamento, associado às novas mídias - imagem,
som, vídeo e voz -, que representa uma comunicação bidirecional, com trocas de conteúdo
entre emissor e público alvo, sendo uma comunicação participativa. Além disso, o autor
explica a relação entre a velha e a nova mídia, dizendo que a nova é completamente
dependente da velha, visto que utiliza a mesma como parâmetro para melhoria da nova
mídia.
Finalmente, o último questionamento criado por Lima é sobre a revolução digital, que
transforma o termo “comunicação” em “comunicações” pois agora engloba as
telecomunicações, comunicações de massa e informáticas. O autor traz com esse novo
conceito um fator preocupante: com a revolução digital, poucas organizações passaram a
controlar os meios de comunicação, facilitando então a manipulação da informação
transmitida ao público.

TEXTO 2: “A estrutura e a função da comunicação na sociedade” de Harold D.


Lasswell
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Para Harold Lasswell, por ser um funcionalista, o ato de comunicar e o processo de
comunicação estão relacionados com cinco perguntas e suas respectivas respostas:
“Quem?” (o comunicador, com o controle da transmissão), “Diz o que?” (mensagem, com a
análise de conteúdo), “Em que canal?” (meio a ser transmitido), “Para quem?” (pessoas
atingidas, sua audiência) e “Com que efeito?” (comportamento esperado, impacto na tal
audiência).

Em seu paradigma, o autor ainda analisa como o processo comunicacional funciona


e quais são suas funções: a primeira sendo a vigilância sobre o meio ambiente, que revela
ameaças e oportunidades que afetam a comunidade em termos de valores; a segunda
sendo a correlação de forças das partes da sociedade em resposta ao meio; e a terceira
sendo a transmissão da herança social de uma geração para outra.

Durante todo seu texto, Lasswell faz relações entre a sociedade comunicativa e a
biologia dos organismos, salientando que sempre deve haver uma harmonia entre as
partes, a fim de manter a relação equilibrada e garantir uma comunicação efetiva. Um
exemplo dessa relação seriam as sinapses nervosas.

Por fim, Lasswell cita que toda sociedade possui seus valores e padrões próprios,
inseridos por instituições, que abrangem as comunicações e ditam modelos sociais,
gerando a reprodução de tais atos pelo público.

TEXTOS 3 E 4: “O histórico da escola de Frankfurt” de Bárbara Freitag e “A


Indústria Cultural” de Theodor Adorno

O texto de Adorno começa com o mesmo, juntamente com Max Horkheimer,


renomeando a “cultura de massa” a partir de uma visão crítica para “indústria cultural”.
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Adorno argumenta que a indústria cultural produz bens culturais de consumo e produz
consumo de bens culturais.

Associado a isto, está o fato de que essa indústria usa a cultura como objeto
capitalista para consumo, transforma a cultura em produto e cria a necessidade de consumo
deste novo produto. O texto também traz o argumento de que nós, consumidores, achamos
que somos produtores de cultura, quando na realidade somos apenas objetos da indústria
cultural.

Outro ponto discutido por Adorno é a questão da massificação da cultura, uma vez
que ao dar acesso à cultura à todas as classes, é possível politizá-las. Walter Benjamin
critica tal ação dizendo que há uma “perda da aura” ao popularizar a cultura, visto que
quanto maior a exposição, menor o valor da essência.

O texto de Bárbara traz uma relação com “Dialética do Esclarecimento” de Theodor


Adorno e Max Horkheimer, alegando que a onipotência do sistema capitalista modifica a
consciência de cada indivíduo e anestesia sua racionalidade, fazendo com que o mesmo
perca seu poder crítico perante o que lhe é apresentado.

Com isso, Bárbara traz uma crítica, baseada no texto de Adorno e no de Walter
Benjamin - as duas visões Frankfurtianas -, a venda da cultura como mercadoria a fim de
gerar lucro e também analisa a nova forma de produção de cultura como meio de distração
e lazer para manter as pessoas alienadas sobre sua realidade por meio da arte.

TEXTO 5: “O paradigma do tribunal: apocalípticos e integrados” de Everardo


Rocha

O texto de Everardo Rocha traz uma discussão sobre o termo “cultura de massa” e
sua importância, visto que o mesmo já foi confundido com comunicação em si. Logo nos
primeiros parágrafos aborda que, antigamente, estudar a Cultura de Massa era estudar a
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própria comunicação. Tal discussão recebeu o nome de “Paradigma do Tribunal”, uma vez
que realmente existe um julgamento acerca da Indústria Cultural, que debate os pontos do
lado dos apocalípticos (acusação dos Frankfurtianos) e do lado dos integrados (defesa dos
Funcionalistas).

Sintetizando, o lado apocalíptico critica a Indústria Cultural, alegando que a mesma


é apenas um meio de manipulação e controle das massas, com a imposição de modelos e
culturas a serem seguidas pela sociedade. Já o lado integrado, vê a Indústria Cultural como
uma forma de democratização da cultura, garantindo seu acesso por todas as classes.

Entre os 15 argumentos de acusação criados pelos apocalípticos, encontram-se a


generalização do público, excluindo a peculiaridade de cada ser humano, além da alienação
deste mesmo público. Também é citado que a mídia é apenas uma tradutora de coisas que
já foram tendências aceitas pela cultura superior para a cultura inferior e que os meios de
comunicação de massa não podem existir sem as leis do mercado capitalista, movendo a
população por uma economia baseada no consumo.

No lado dos integrados, foram criados 09 argumentos para sua defesa. Entre eles
encontram-se a não responsabilidade pela criação da dimensão circense da vida social,
uma vez que os meios de comunicação de massa que utilizam essa técnica apenas
reproduzem esse conteúdo de práticas sociais. Além disso, também dizem que o acúmulo
de informações é algo positivo de forma que aumenta a intelectualidade de um indivíduo.
Outro argumento usado pelos integrados é o de que a cultura de massa dissemina a
cultura, a arte e a ciência à ampla divulgação por conta de sua tradução simplificadora,
gerando então uma cultura acessível à todas as classes.

Portanto, assim é dado o julgamento e, segundo Everardo Rocha, o erro de ambos


os lados está na vontade de colocar a Indústria Cultural como algo bom ou ruim, sendo que
sua análise não precisa ser segregada a estes dois extremos.

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