Rebeca Sofia Papalini Pires – 1° Período Jornalismo
Pesquisa administrativa X Teorias críticas: Contrastes entre duas tendências No texto “Pesquisa administrativa X Teorias críticas: Contrastes entre duas tendências”, o autor faz uma análise comparando duas tendências dos estudos que é a pesquisa administrativa e a teoria crítica, estando o texto dividido em 4 partes. Nesse seguimento, faz-se imperiosa a análise crítica de cada um desses segmentos descritos ao longo do texto. Sob tal perspectiva, o autor, na primeira parte, explora o tema do processo comunicativo: controlado, sequencial, determinista x global, virtual e multidimensional, introduzindo que estudiosos da indústria cultural não penetram na objetivação dos fatos, sendo tal questão uma das críticas que eles mesmos fazem. Tais estudiosos, na verdade, provocam uma fragmentação do social, sendo um déficit que pode ser identificado na Teoria informacional.
Nesse sentido, o escritor desenvolve, ainda, a questão de que os teóricos da
indústria cultural tomam a comunicação como uma categoria ideológica, cujo questionamento deve ser crítico. Tem-se, na era da reprodutibilidade técnica, que a cultura e a informação são mais do que mercadorias, que se transformam em um espetáculo, de modo que este se apresenta como sendo a própria sociedade. É citado a Guerra do Golfo, de 1991, como sendo algo que marcou um divisor de águas em relação ao mundo da objetividade, na medida que ocorreu, pela primeira vez, uma transmissão ao vivo de uma guerra e, uma das consequências desse Showrnalismo é o total desaparecimento entre o real e o fictício. Em continuidade, é relatado que, diferentemente da fragmentação do processo comunicativo do modelo administrativo, a separação à que se referem os pós-modernos, possui o indivíduo como um ser que não é mais visto como alvo dos meios, como um objeto manipulado. Assim, o autor caminha para a finalização dessa primeira parte afirmando que o acesso instantâneo permitidos por recursos eletrônicos cria novos níveis de comunicação.
Outrossim, na segunda parte, o autor disserta sobre o tema “estímulo-resposta X
estímulo-consumo, introduzindo, para sua análise, a teoria hipodérmica, a qual refere-se ao fenômeno de persuasão, sobretudo da mídia, no indivíduo receptor, que é controlado e manipulado por ela. Nesse viés, os frankfurtianos consideram que, ao invés de situar o receptor como um ser vulnerável diante dos estímulos externos, eles veem o ser na era da reprodutibilidade técnica como sujeitos que interagem com as novas tecnologias, cientes do mundo à sua volta, indivíduo diferente do receptor apático da teoria da bala mágica.
Em relação à terceira parte do texto, o autor explora os conceitos de “abordagem
restritiva X perspectiva estrutural”. Ele inicia falando sobre a sociedade de massa, partindo da percepção de que o homem massa é um ser isolado, sendo esse isolamento, físico e simbólico, o ponto de partida para a construção da teoria hipodérmica. Mas, diferente desse indivíduo-massa, isolado, o público perceptivo que tem acesso à cultura dispõe do privilégio de inteirar-se de uma segunda natureza oferecida pelas câmeras: um aspecto da realidade livre de qualquer manipulação de aparelhos e, sob a perspectiva frankfurtiana, essa nova dimensão que a indústria transforma a cultura é capaz de multiplicar as formas de exposição e acesso cultural nas sociedades democráticas. Por outro lado, o autor cita Adorno, o qual denuncia a desvirtuação das tecnologias, na medida em que a relação com a obra de arte é apropriada pela lógica consumista, e, assim, o autor finaliza criando um debate sobre se é bom ou mau que exista a cultura de massa.
Ademais, na última parte do texto, o escritor finaliza explorando o fato de que
nas primeiras décadas do século XX, os enforques predominaram na produção teórica e na influência dos meios de comunicação sobre o público, e, assim, começa a se desenvolver os pilares de uma comunicação científica. Todavia, pouco se verificou uma assimilação mútua de princípios e de estratégias operacionais entre a teoria crítica e a pesquisa administrativa. É explorado que há uma dificuldade de aproximação de cada uma das abordagens em relação à outra, pelo fato deque, para a teoria crítica, essa análise (da teoria administrativa) é dificultada como momento autonomamente pertinente, já estado implícito na descrição da sociedade industrial capitalista, e, quanto à pesquisa administrativa, o problema atenuou-se devido à pressão que o caráter institucional da pesquisa exercia em direção aos aspectos metodológicos do trabalho de investigação. Desse modo, o autor finaliza apontando que a comunicação se constitui não apenas uma esfera de intervenção ética, mas, sobretudo, cenário privilegiado de exploração científica para a construção de uma nova ordem informacional libertadora.