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O livro “Cultura de Massa e Cultura Popular” é uma compilação de aspectos ligados à cultura
social, comunicação de massa, democratização da informação e do uso e efeitos da informação
na sociedade tradicional e contemporânea.
A necessidade por um consenso teórico referente a este tópico, fez com que surgissem vários
escritores, filósofos e críticos a expor a seus estudos e percepções do mesmo. Dois dos nomes
a salientar eram o de Charles Wright e Robert Merton, que rapidamente se preocuparam em
definir os objectivos da comunicação de massa, suas consequências e os conceitos de funções
e disfunções dos sistemas de informação. Um outro destaque nos estudos de Merton é que os
estudos sociais deveriam focar-se mais em teorias específicas e limitadas e menos em teorias
globais, pois estas últimas apresentam resultados vagos para o nível da sociedade emergente.
Referente aos conceitos de função e disfunção, os pensadores Merton, Ruy Coelho e mais tarde
Wright, viam estes conceitos como “uma faca de dois gumes”, onde apresentam sempre o lado
positivo (função) e negativo (disfunção) para a sociedade, sejam eles os meios de massa como
instrumento informativo, como instrumento interpretativo ou como instrumento socializador.
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Na alínea subsequente (“O meio como mensagem”), aborda-se o funcionalismo na relação
emissor-receptor e as mudanças desta relação perante as novas formas de media, expressão e
transmissão de informação.
Fica aqui evidenciado que com o avanço tecnológico e as novas formas de media, as mensagens
actuam de forma muito mais sensorial sob os indivíduos. Este factor deve-se ao poder da
convergência de medias, onde temos um único emissor capaz de transmitir texto, som e
imagem (como o caso da TV), comparado com os tradicionais de apenas uma media (como o
caso da Rádio) e consequentemente dá-se o surgimento de um novo momento na cultura e
sociedade, conceito reforçado pelo pensador McLuhan.
Apesar de exigistir quem se opunha a este pensamento, como, por exemplo, Edmund
Carpenter, que defendia que a TV representava um autêntico drama, McLuan rebatia com a
ideia que a nova era eletrónica favorecia uma sociedade mais orgânica.
É finalmente na terceira alínea (“A indústria cultural”) que fica esclarecido o coração da cultura
de massa. A ideia parte do pressuposto básico que a comunicação é feita através de um emissor,
uma mensagem, um canal de transmissão e um receptor, interligados. Uma vez que este
conceito foi percebido como um “sistema”, surgiu a oportunidade de criação de uma indústria
cultural, com as entidades intervenientes investindo na especialização desse sistema.
Com isso, passa-se a olhar para algumas formas mediáticas não só no seu valor informativo,
mas também num âmbito comercial. Vale também realçar que este fenômeno encaminhou o
surgimento das organizações burocráticas, apelando para o regimento das normas dessa nova
indústria. Assim, as rádios, cinemas, TV e outros meios passaram a transmitir em massa, sob
regimento de normas burocráticas e com menos espaço de originalidade, dando vida a
problemática da reinvenção e inovação dos media perante às novas tecnologias de informação
e novos consumidores. Aliás, problemática esta que se estende aos dias de hoje, pois o processo
de evolução é constante.