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O que ainda falta acontecer no mundo das experiências corporativas?

Desde 1998,quando criei minha consultoria, antes de me associar à Ginga, meu trabalho tem
sido o de desenvolver atividades que mesclam lazer e conteúdo para líderes e equipes de alta
performance.

Nestes mais de vinte anos fazendo isso, algo havia sempre me incomodado.
Na maioria das vezes, o cliente optava por apertar ou mesmo cortar o momento do debriefing.
Isso era frustrante, pois ali, naquele momento após a experiência vivida pelo grupo, residia a
oportunidade de sedimentação do aprendizado e sua aplicação subsequente nas reais
necessidades da empresa..

Isso ainda acontece, mas já começa a mudar.

Novas demandas já mostram um novo perfil de cliente, mais preocupado com o residual de
aprendizagem que investimentos em atividades experienciais envolvem.
Não faz mais sentido investir uma enorme quantidade de dinheiro em hotéis, viagens e
dinâmicas impactantes e na segunda feira, o time encontrar o mesmo ambiente, as mesmas
questões e ‘bodes’ na sala de sempre.

A lógica precisa ser invertida. O que vai trazer uma nova (e perene) experiência para os
participantes de um evento de espírito de equipe (não apenas trabalho em equipe), é uma
cultura organizacional madura, consciente, atenta não só aos resultados almejados, mas o
custo humano para alcança-los.
Vivemos no mundo V.U.C.A. (do inglês, volátil, incerto, complexo e ambíguo) e ele veio para
ficar.
A onipresença da tecnologia e a dependência que criamos dela, são outro fator que torna a
equação ainda mais complicada.
Uma das maiores mentiras que contaram para a gente, foi que a tecnologia ajudaria o homem
a trabalhar menos.

Hoje, estamos imersos em telas. Seja do smartphone, do computador, das tvs, telas em todos
os lugares. Ficamos angustiados quando não estamos perto do celular, quando uma
notificação pinga (o que será ou quem será?).

Provocar ‘pit stops’ mentais ao longo do dia ou durante um offsite, é uma das chaves para
começar a mudar essa dependência e combater as interrupções que baixam a produtividade e
geram longas jornadas de trabalho, fadiga crônica e no limite, depressão e burnout (o bode na
sala).

Não por acaso, um dos nossos programas mais bem sucedidos, é o Pit Stop Experience,
utilizando réplicas de F1 em tamanho real para trabalhar a analogia com times de alta
performance.
Além dos paralelos óbvios entre times de F1 e equipes (ou squads), trabalhamos também a
ativação do estado de Flow, ou estado ótimo de desempenho, um conceito desenvolvido nos
anos 70 e que aponta para melhorias de até cinco vezes na performance de executivos (dados
da consultoria Mckinsey, 2014) e de 400 a 700% de aumento na capacidade de aprendizagem.
Utilizamos técnicas como flutuação em tanques de isolamento sensorial e paraquedismo em
túnel de vento, entre outras.
E o melhor de tudo?
O estado de Flow também pode ser ativado coletivamente.

Experiências que tragam na prática, a adoção de novos hábitos e habilidades, não apenas
técnicas, mas sobretudo humanas (empatia hoje em dia é artigo de luxo) serão a bola da vez.

Cadu Lemos
Autor, pesquisador e facilitador de processos de alta performance e aprendizagem.
Criador do Projeto Flow (@oprojetoflow - Instagram) e sócio da Ginga brasilis

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