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Dr. David N.

Daniels
Virginia A. Price, Ph. D.

A ESSÊNCIA DO
Eneagrama
Manual de Autodescoberta e
Teste Definitivo de Personalidade

Prefácio
HELEN PALMER

Tradução
MARCELO BRANDÃO CIPOLLA

EDITORA PENSAMENTO
São Paulo
Título do original: The Essential Enneagram: The Definitive Personality Test and Self-
Discovery Guide.

Copyright© 2000 David N. Daniels, M.D., e Virgínia A. Price, Ph.D.

Publicado mediante acordo com HarperCollins Publishers, lnc.

Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste livro pode ser reproduzida ou
usada de qualquer forma ou por qualquer meio, eletrônico ou mecânico, inclusive
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2-3-4-5-6-7-8-9-10-11-12 06-07-08-09-10-l 1-12

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que se reserva a propriedade literária desta tradução.

Impresso em nossas oficinas gráficas.


SUMÁRIO

Agradecimentos • 9
Prefácio de·Helen Palmer • 11

Parte 1: Como Descobrir o Seu Tipo • 15


O que é o Eneagrama? • 15
O que é A Essência do Eneagrama? • 16
O Processo de Autodescoberta e Progresso Pessoal
pelo Uso de A Essência do Eneagrama • 17

Como Começar • 18
Instruções para o Teste Essencial do Eneagrama • 18

Teste Essencial do Eneagrama • 20


Correlação entre os Parágrafos e os Tipos • 2 7
A Figura do Eneagrama • 28

Como Proceder • 2 9
Apresentação das Páginas de Determinação
dos Tipos • 29

15 1
Explicação Detalhada das Páginas de Determinação
dos Tipos • 31
Apresentação das Páginas de Descrição dos Tipos • 34
Explicação Detalhada das Páginas de Descrição
dos Tipos • 36

Como Descobrir o Seu Tipo • 38


Tipo 1: O Perfeccionista • 40
Tipo 2: O Doador • 44
Tipo 3: O Realizador • 48
Tipo 4: O Romântico • 52
Tipo 5: O Observador • 56
Tipo 6: O Cético Fiel • 60
Tipo 7: O Epicurista • 64
Tipo 8: O Protetor • 68
Tipo 9: O Mediador • 72

Resumo dos Fatores de Discriminação entre os Tipos • 76

Como Confirmar e Comprovar o Seu Tipo • 9 5

Como Desenvolver a Capacidade de Compreender


a Si Mesmo • 96

Parte 2: O que Fazer Depois de Descobrir o Seu Tipo • 97


Introdução • 97

I. Práticas e Princípios Gerais para Todos os Tipos • 97


Respiração e Concentração • 98
Os Cinco Princípios Gerais • 99
Princípio I: As Três Leis do Comportamento • 99

1 6 1
Princípio II: Os Três Centros de Inteligência • 101
Princípio III: As Três Energias Vitais • 103
Princípio IV: Os Três Expedientes de Sobrevivência:
Os Subtipos de Personalidade • 105
Princípio V: Os Três Níveis de Conhecimento
e Aprendizagem • 107
Fatores de Progresso Pessoal e Profissional:
Os Nove Cs • 109

II. Práticas Específicas para Cada um dos Tipos • 111


Práticas para o Perfeccionista (Tipo 1) • 112
Práticas para o Doador (Tipo 2) • 115
Práticas para o Realizador (Tipo 3) • 118
Práticas para o Romântico (Tipo 4) • 121
Práticas para o Observador (Tipo 5) • 124
Práticas para o Cético Fiel (Tipo 6) • 12 7
Práticas para o Epicurista (Tipo 7) • 130
Práticas para o Protetor (Tipo 8) • 133
Práticas para o Mediador (Tipo 9) • 136

Apêndice A: Outros Recursos Relacionados com


o Eneagrama • 139
Apêndice B: Validade do Teste Essencial do E neagrama • 14 2

1 7 1
AGRADECIMENTOS

Agradecemos muitíssimo a todas as pessoas que colaboraram pa-


ra o desenvolvimento de A Essência do Eneagrama- que já tinha
sido publicado sob o título de Stanford Enneagram Discovery In-
ventory and Guide (SEDIO) - , especialmente os professores de
Eneagrama que determinaram o tipo de centenas de indivíduos.
Agradecemos especialmente a J udy Daniels pelas muitas horas de
encorajamento e apoio técnico.
Peter Enemark, Carolyn M. Dawn e Kit Snyder foram os que
mais nos ajudaram a escrever, revisar e determinar o formato do
livro. Ghassan Ghandour e Michael Menke nos deram apoio téc-
nico e colaboraram para a análise dos dados.
Nosso primeiro editor, Robb Most, da editora Mind Garden,
nos deu inspiração, apoio e excelentes dicas de design gráfico e
marketing. Aproveitamos para agradecer também à nossa atual
editora, a Harper San Francisco; a John Loudon, diretor do depar-
tamento editorial, que nos ajudou a prosseguir com o nosso traba-
lho; a Terri Leonard, diretor administrativo, que nos encorajou a
continuar; e a Kris Ashley, assistente editorial, pela atitude de en-
tusiasmo e pela disponibilidade constante.

19 1
Usamos os métodos da tradição oral de Autodescoberta e a
doutrina independente sobre o Eneagrama desenvolvida por He-
len Palmer. A Essência do Eneagrama baseia-se substantivamente
nas idéias e na filosofia de Helen Palmer, por cujo apoio, encora-
jamento e orientação somos profundamente gratos.

David N. Daniels, M.D


Virginia A. Price, Ph.D.

1 10 1
PREFÁCIO

A Essência do Eneagrama resolve de maneira inédita e original um


dos principais problemas do estudo da personalidade. Como en-
contrar corretamente o seu lugar dentro de um sistema rico e com-
plexo se, para escolher um tipo, você tem de se conhecer de ante-
mão? Contribuindo com seus talentos e sua profunda dedicação
científica para a causa da determinação dos tipos, David Daniels e
Virgínia Price facilitaram em muito o processo de descoberta do
perfil de personalidade segundo a tipologia do Eneagrama. Dessa
maneira, franquearam a todos o acesso a uma grande quantidade
de informações que podem servir de base ao progresso psicológico
e espiritual.
Este método inovador assemelha-se a uma excursão turísti-
ca ao universo da descoberta e da confirmação dos tipos de perso-
nalidade. Nessa excursão, você encontrará freqüentes pontos de
orientação para não se desviar do caminho; e, depois ·de descobrir
o seu tipo, poderá fazer uso de um conjunto de exercícios práticos
para auxiliar no seu progresso pessoal. David e Virgínia foram os
primeiros autores a dar validade científica ao Eneagrama, estu-
dando-lhe a confiabilidade. O método deles de determinação do

1 11 1
tipo de personalidade baseia-se em sete anos de pesquisa com mais
de 900 pessoas.
Na Parte 1, apresentam o teste que usaram em suas pesqui-
sas, um teste simples e fácil, que consiste numa série de curtos pa-
rágrafos. Depois, mostram qual é a probabilidade de o tipo que vo-
cê escolheu ser correto - e nenhum instrumento psicométrico
sério pode fornecer outra coisa senão probabilidades. Por fim, vo-
cê fica sabendo como confirmar a sua escolha e o que fazer caso
as pedras de toque o levem a crer que você não é o tipo que esco-
lheu originalmente.
Quando você já tem certeza de qual é o seu perfil eneagramá-
tico, passa à Parte 2, onde os autores especificam excelentes exer-
cícios diários que você pode praticar para adquirir mais consciên-
cia de como o seu tipo se organiza, dos seus pontos positivos e de
como se libertar dos limites impostos pelo tipo. A Essência do Enea-
grama baseia-se nos princípios de autoconsciência que há muito
tempo venho propondo. É um livro que, com suas descrições apu-
radas e precisas da estrutura e da motivação dos diversos tipos de
pessoas, leva você a saber de que maneira as suas características de
direcionamento da atenção e uso da energia determinam toda a sua
visão de mundo; de que modo você lida com a tensão e a ira; e o
que pode fazer para progredir e receber o apoio das outras pessoas.
Tive o prazer de lecionar com David pela primeira vez em
1988, quando criamos o Enneagram Professional Training, no
qual usávamos o método de painéis de auto-investigação. Duran-
te os nossos anos de colaboração, que já são muitos, pude verifi-
car por várias vezes a sua habilidade clínica, seu grande calor hu-
mano e sua compreensão profunda do comportamento e do
desenvolvimento humanos. É possível que ele seja a personalida-
de de maior destaque, hoje em dia, neste novo campo de estudos
que é o do Eneagrama.

1 12 1
Virginia, do mesmo modo, contribui para esta obra com sua
experiência clínica e sua extraordinária capacidade de discerni-
mento. Há mais de 20 anos que ela criou e desenvolveu, na teo-
ria e na prática, um método para a modificação do comportamen-
to da personalidade de Tipo A. Suas pesquisas e sua experiência,
sua compreensão dos fundamentos teóricos da função-personali-
dade e sua excelente capacidade de escrever propiciaram grandes
contribuições a este campo de estudos.
A parte do livro intitulada "O que Fazer Depois de Descobrir
o Seu Tipo" baseia-se na grande experiência clínica de David e
Virginia e na compreensão que eles têm do ser humano como um
ser em que o interior é mais importante do que o exterior. A apre-
sentação dos métodos genéricos de progresso pessoal e das práti-
cas específicas de cada tipo é excepcionalmente bem-vinda.
Esta obra, há tanto tempo esperada, é imprescindível para
quem quer que se interesse por comunicação humana, pela com-
paixão nos relacionamentos, pela liberdade em relação aos limi-
tes impostos pelos comportamentos repetitivos e, enfim, pela li-
berdade de ser um ser humano no pleno sentido da palavra.

Helen Palmer
Berkeley, Califórnia

1 13 1
-
PARTE 1:
COMO DESCOBRIR O SEU TIPO

O QUE É O ENEAGRAMA?
O Eneagrama é um sistema de personalidade poderoso e di-
nâmico que postula a existência de nove padrões de pensamento,
sentimento e ação, definidos e fundamentalmente diversos entre
si. Cada um dos nove padrões baseia-se numa tendência explíci-
ta de percepção. Essa tendência, ou filtro, determina os objetos
aos quais você presta atenção e o modo pelo qual você dirige o uso
da sua energia. Cada um dos nove padrões é um postulado básico,
uma crença, acerca do que é necessário para a sobrevivência e a
satisfação na vida.
Cada pessoa desenvolveu um dos nove padrões para prote-
ger um aspecto específico do seu ser que parecia ameaçado quan-
do da fase de desenvolvimento da personalidade. Quando você
descobrir o seu tipo de personalidade segundo o Eneagrama, vai
descobrir mais coisas acerca do seu ser integral e original. Vai,
além disso, compreender um pouco melhor quais são as motiva-
ções inconscientes que determinam o seu modo de agir. A desco-
berta do tipo eneagramático também pode ajudar você a inserir

1 15 1
mudanças positivas no seu modo de viver; pode ajudá-lo a mudar
o modo pelo qual você se relaciona consigo mesmo e com as ou-
tras pessoas, bem como dar-lhe uma compreensão mais acurada
das circunstâncias e problemas com os quais você se depara.

O QUE ÉA ESSÊNCIA DO ENEAGRAMA?


Criamos A Essência do Eneagrama para lhe dar um meio sim-
ples e preciso de identificar o seu tipo do Eneagrama e para servir
como um manual que o ajude, depois, a desenvolver-se pessoal e
profissionalmente.
O Teste Essencial do Eneagrama consiste em nove parágra-
fos bem curtos que descrevem as características fundamentais de
cada um dos nove tipos de personalidade. É você quem adminis-
tra o teste a si mesmo: você lê os nove parágrafos e escolhe os três
que mais se parecem com você. Depois, põe em ordem os parágra-
fos escolhidos, começando com o mais parecido. Esse processo le-
va pouquíssimo tempo.
Em seguida, você embarca numa aventura de autodescober-
ta, na qual será guiado pelo processo descrito em A Essência do
Eneagrama. Será levado a conhecer a terminologia básica do
Eneagrama, a determinar o seu tipo de personalidade e a conhe-
cer uma descrição extensa do seu tipo, os principais fatores que
diferenciam os tipos entre si e uma série de práticas de progresso
pessoal - inclusive práticas feitas sob medida para o seu tipo.
Uma das principais características do Teste Essencial do
Eneagrama foram as extensas pesquisas que fizemos para provar-
lhe a validade. Conduzimos um estudo com pouco menos de mil
indivíduos. Os resultados da pesquisa mostram que o Teste Essen-
cial do Eneagrama tem um alto nível de validade e confiabilida-
de. Apresentamos um resumo dessa pesquisa no Apêndice B.

1 16 1
Pelo uso de A Essência do Eneagrama segundo as instruções
aqui apresentadas, você poderá descobrir e confirmar o seu tipo
do Eneagrama com um alto grau de confiabilidade. Lembre-se,
porém, que nem o Eneagrama em si nem este livro têm o objeti-
vo de rotular você, mas sim o de ajudá-lo no seu caminho de au-
todescoberta e desenvolvimento pessoal. O conhecimento do seu
tipo de personalidade segundo o Eneagrama lhe dará consciência
dos hábitos de personalidade que o limitam; você poderá, assim,
libertar-se desse hábitos.

O PROCESSO DE AUTODESCOBERTA E PROGRESSO


PESSOAL PELO USO DE A ESSÊNCIA DO ENEAGRAMA
A Essência do Eneagrama vai conduzir você pelo processo de
aplicar a si mesmo o teste de personalidade do Eneagrama, desco-
brir e confirmar o seu tipo e, uma vez determinado o tipo, ence-
tar um caminho de desenvolvimento pessoal. Nesta página, fare-
mos um resumo desse processo. Depois de ler este resumo, vire a
página e veja o que fazer para começar.

O Teste Essencial do Eneagrama


• Antes de mais nada, você vai ler as instruções do Teste Es-
sencial do Eneagrama e fazer o teste; para tanto, terá de ler
nove parágrafos bem curtos e escolher três deles.
• Depois, vá à página 2 7 para saber qual é a correlação entre
os parágrafos que você escolheu e os tipos do Eneagrama.

Como Descobrir e Confirmar o Seu Tipo


• As páginas de Determinação dos Tipos e as páginas de Des-
crição dos Tipos são os dois instrumentos principais que vo-

1 17 1
cê vai usar para descobrir e começar a confirmar o seu tipo.
Ser-lhe-á útil ler as explicações tanto das páginas de Deter-
minação dos Tipos quanto das de Descrição dos Tipos.
• Vá então às páginas de Determinação dos Tipos associados
ao primeiro parágrafo da sua escolha. Essas páginas o leva-
rão às páginas de Descrição dos Tipos que você deve ler e
lhe darão instruções sobre como confirmar o seu tipo.
• Para confirmar o seu tipo, você pode também reportar-se
ao Resumo dos Fatores de Discriminação entre os Tipos, a
partir da página 76.
• A última etapa do processo consiste em ler "Como Con-
firmar e Comprovar o Seu Tipo", na página 95.

O Que Fazer Depois de Descobrir o Seu Tipo


• Primeiro, leia os cinco princípios gerais que se aplicam aos
nove tipos do Eneagrama e siga, segundo a sua vontade, as
práticas baseadas nesses cinco princípios.
• Depois, leia e siga as quatro práticas de autodesenvolvi-
mento associadas ao seu tipo específico.-

COMO COMEÇAR
Siga as instruções dadas a seguir e complete o Teste Essen-
cial do Eneagrama.

INSTRUÇÕES PARA O TESTE ESSENCIAL DO ENEAGRAMA


Apresentamos a seguir nove parágrafos que descrevem nove
diferentes tipos de personalidade. Nenhum desses tipos é melhor
ou pior do que os outros. O objetivo de cada parágrafo é o de ser

1 18 1
um resumo simples de cada um dos nove tipos do Eneagrama, não
uma descrição detalhada da personalidade de um indivíduo.
1. Leia as descrições e escolha os três parágrafos que mais se
parecem com você.
2. Numere esses parágrafos de 1 a 3: 1 é o parágrafo que mais
se parece com você, 2 é o que se parece em segundo lugar
e 3 é o que se parece em terceiro lugar.
3. É possível que cada um dos nove parágrafos descreva a sua
pessoa de certo modo ou em certa medida, mas escolha os
três que mais se parecem com você.
Para fazer sua escolha, leve em conta cada parágrafo como
um todo; não abstraia as diversas frases do contexto do parágrafo
em que estão. Pergunte-se: "Acaso este parágrafo como um todo
me descreve melhor do que qualquer outro parágrafo?"
Se você tiver dificuldades para escolher os três parágrafos
que mais se parecem com você, imagine qual seria a descrição que
uma pessoa íntima escolheria para descrever você. Como ostra-
ços de personalidade geralmente se destacam mais no início da vi-
da adulta, você também pode se perguntar qual desses parágrafos
é o que melhor descreveria a sua pessoa quando você tinha entre
vinte e trinta anos.

Registre a Sua Escolha


Depois de ler os nove parágrafos e escolher os três que mais
se parecem com você, registre quais foram os parágrafos que você
escolheu:
Primeira escolha: A B C D E F G H I
Segunda escolha: A B C DE F GH I
Terceira escolha: ABC DE F GH I

1 19 1
4. Depois de escolher e registrar os três parágrafos, vá à pági-
na 2 7 para saber qual é a correlação entre esses parágrafos
e os tipos do Eneagrama.

TESTE ESSENCIAL DO ENEAGRAMA

A . A minha atitude perante as coisas, especialmente as que me


dizem respeito diretamente, é sempre radical. Para mim, é
muito importante ser uma pessoa forte, sincera e confiável.
Não confio nas outras pessoas até que elas se mostrem con-
fiáveis. Dissimulação não é comigo. Gosto que as pessoas se-
jam francas comigo e sempre sei quando alguém está fingin-
do, mentindo ou tentando me manipular. É difícil para mim
tolerar a fraqueza alheia, exceto quando compreendo os mo-
tivos dessa fraqueza ou vejo que a pessoa está procurando re-
solver esse problema. Também me é muito difícil seguir or-
dens ou orientações alheias quando eu não respeito a pessoa
que está em posição de autoridade ou não concordo com ela.
Prefiro eu mesmo comandar. Tenho dificuldade para não ma-
nifestar meus sentimentos quando estou bravo. Estou sempre
pronto a lutar pelos meus amigos ou entes queridos, especial-
mente quando acho que estão sendo vítimas de alguma injus-
tiça. Pode ser que eu não ganhe todas as brigas, mas todos
sempre vão saber que eu lutei.

B. Meus padrões internos de retidão são extremamente altos e o


meu objetivo é estar à altura desses padrões. Para mim, é fácil
ver o que há de errado com as coisas do jeito que estão e o que
fazer para melhorá-las. Certas pessoas talvez me considerem
exageradamente crítico ou exigente, mas a verdade é que eu te-

1 20 1
nho dificuldade para ignorar ou aceitar as coisas que não são
feitas do jeito certo. Orgulho-me de que, quando sou responsá-
vel por alguma coisa, você pode ter certeza de que ela será bem
feita. Às vezes fico ressentido quando as pessoas não se esfor-
çam para dar o melhor de si ou quando agem de maneira injus-
ta ou irresponsável, embora procure não manifestar-lhes aber-
tamente esse ressentimento. Para mim, em geral o trabalho
vem antes do prazer, e controlo meus desejos por tanto tempo
quanto seja necessário para cumprir minhas tarefas.

C. Parece que sou capaz de levar em conta todos os pontos de


vista com grande facilidade. Às vezes até pareço indeciso,
porque vejo as vantagens e desvantagens de todos os lados.
A capacidade de ver todos os aspectos de uma questão me ha-
bilita a ajudar as pessoas a resolver suas diferenças. Essa mes-
ma capacidade às vezes me leva a dar mais atenção às opi-
niões, afazeres e prioridades dos outros do que aos meus
próprios. Não é incomum que eu me distraia e acabe não fa-
zendo as coisas importantes que tenho de fazer. Quando isso
acontece, minha atenção em geral se desvia para tarefas ba-
nais e insignificantes. É-me muito difícil saber o que real-
mente é importante para mim e, para evitar conflitos, no ge-
ral concordo com o que as outras pessoas querem. Os outros
tendem a considerar-me uma pessoa agradável e de fácil con-
vivência. É preciso muita coisa para me deixar com raiva a
ponto de eu manifestar essa raiva para outra pessoa. Gosto de
que a vida seja confortável e harmoniosa e quero que as ou-
tras pessoas me aceitem.

D. Sou sensível aos sentimentos das outras pessoas. Sei o que


elas precisam, mesmo quando não as conheço. Às vezes é

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frustrante ter tanta consciência das necessidades, e especial-
mente do sofrimento e da infelicidade dos outros, pois não
sou capaz de ajudá-los tanto quanto gostaria. Para mim, é fá-
cil doar-me aos outros. Gostaria às vezes de ter mais facilida-
de de dizer "não", pois acabo investindo mais energia para
cuidar dos outros do que para cuidar de mim mesmo. Fico
magoado quando as pessoas pensam que estou tentando ma-
nipulá-las ou controlá-las, quando na verdade tudo o que
quero é compreendê-las e ajudá-las. Gosto de ser visto como
uma pessoa boa e calorosa, mas quando sou deixado de lado
ou esquecido me torno às vezes muito sentimental e até bas-
tante exigente. Os bons relacionamentos significam muito
para mim, e disponho-me a trabalhar bastante para fazê-los
acontecer.

E. Ser o melhor no que eu faço é, para mim, um forte fator de


motivação; ao longo dos anos, tenho recebido muitos elogios
por minhas realizações. Faço muitas coisas e obtenho sucesso
em quase todos os meus empreendimentos. Identifico-me for-
temente com o que eu faço, pois acho que o valor da pessoa
baseia-se, em grande medida, no que ela realiza e no quanto
isso é reconhecido pelos outros. Sempre tenho mais coisas a
fazer do que tempo para fazê-las, e por isso costumo deixar de
lado os sentimentos e a reflexão para cumprir minhas tarefas.
Como sempre tenho algo a fazer, é extremamente difícil pa-
ra mim ficar sentado sem fazer nada. Fico impaciente com as
pessoas que se aproveitam do meu tempo. Às vezes prefiro eu
mesmo assumir um encargo que outra pessoa está demorando
muito para terminar. Gosto de me sentir e de realmente estar
"por cima" em todas as situações. Embora goste de competir,
também trabalho muito bem em equipe.

1 22 1
F. Defino-me corno urna pessoa recolhida e analítica que preci-
sa mais de solidão do que a maioria das outras pessoas. Geral-
mente prefiro observar o que está acontecendo a envolver-me
nos acontecimentos. Não gosto de que as pessoas me sobrecar-
reguem com exigências ou queiram que eu saiba e diga o que
estou sentindo. Para mim, é mais fácil ter acesso aos meus sen-
timentos quando estou sozinho do que quando estou com os
outros, e às vezes gosto mais das minhas experiências passadas
quando me lembro delas do que quando elas realmente acon-
teceram. Quase nunca me sinto entediado quando estou sozi-
nho, pois minha vida mental é muito ativa. Considero impor-
tante proteger o meu tempo e a minha energia; por isso,
procuro levar uma vida simples e descomplicada e ser tão au-
to-suficiente quanto possível.

G. Tenho uma imaginação muito ativa, especialmente no que


diz respeito às potenciais ameaças à minha segurança. Geral-
mente sou capaz de identificar as coisas ou situações poten-
cialmente perigosas ou prejudiciais e, quando isso acontece,
às vezes tenho tanto medo quanto teria se o perigo de fato se
concretizasse. Das duas, uma: ou eu sempre fujo do perigo ou
sempre o encaro de frente. Minha imaginação também faz de
mim uma pessoa engenhosa e me dá um senso de humor agra-
dável, embora um tanto esquisito. Gostaria que a vida fosse
mais segura, mas no geral alimento dúvidas e incertezas
quanto às pessoas e situações que me rodeiam. Tenho a capa-
cidade de identificar os pontos fracos das opiniões que as pes-
soas apresentam. Suponho que, por causa disso, alguns me
considerem muito astuto. Suspeito das autoridades e não gos-
to muito de ser visto eu mesmo como uma autoridade. Como
sou capaz de identificar os erros da visão convencional das

1 23 1
coisas, tendo a identificar-me com a causa dos fracos e opri-
midos. Quando me comprometo com uma pessoa ou uma
causa, sou extremamente fiel a ela.

H. Sou uma pessoa otimista que gosta de arranjar coisas novas e


interessantes para fazer. Tenho uma mente muito ativa, que
transita rapidamente de uma idéia para outra. Gosto de formar
uma imagem global de como todas essas idéias se encaixam e
fico entusiasmado quando consigo estabelecer uma relação en-
tre conceitos que a princípio pareciam desconexos. Gosto de
trabalhar nas coisas que me interessam; tenho muita energia
para dedicar a essas atividades. Por outro lado, tenho dificul-
dade para levar a cabo tarefas maçantes e repetitivas. Gosto de
participar do começo dos projetos, da fase de planejamento,
quando são muitas as opções interessantes a ser consideradas.
Quando meu interesse por alguma coisa se esgota, tenho difi-
culdade de permanecer nela; meu desejo é o de passar a me de-
dicar a outra coisa que despertou o meu interesse. Quando al-
go me deixa abatido, prefiro voltar minha atenção para idéias
mais agradáveis. Acredito que as pessoas têm o direito de go-
zar a vida.

I. Sou uma pessoa sensível, de sentimentos intensos. Muitas ve-


zes me sinto só e incompreendido, pois me sinto diferente dos
outros. Meu comportamento afigura-se dramático aos olhos
dos outros e já fui criticado por ser sensível demais e por exa-
gerar os sentimentos. Dentro de mim, o que existe é uma
vontade muito forte de estabelecer vínculos emocionais e um
relacionamento profundamente significativo com outra pes-
soa. Tenho dificuldade para aproveitar plenamente meus re-
lacionamentos atuais, em virtude da minha tendência de
querer o que não tenho e desprezar o que tenho. Essa busca

1 24 1
de contato emocional me acompanha desde a mais tenra in-
fância e a ausência desse contato já me deixou melancólico e
deprimido. Às vezes fico a pensar por que as outras pessoas
parecem ser mais privilegiadas do que eu - por que têm re-
lacionamentos melhores e uma vida mais feliz. Meu senso es-
tético é altamente refinado e minhas emoções são complexas
e significativas.

1 25 1
IMPORTANTE:

Antes de prosseguir na leitura, não deixe


de terminar o Teste Essencial do Eneagrama.

1 26 1
C O R R E L A Ç Ã O ENTRE O S P A R Á G R A F O S E O S T I P O S
Encontre os tipos correspondentes a cada um dos parágrafos
que você escolheu.

Parágrafo do Tipo do Eneagrama Página de Determinação


Teste

A Tipo 8 Página 68

B Tipo 1 Página 40

e Tipo 9 Página 72

D Tipo 2 Página 44

E Tipo 3 Página 48

F Tipo 5 Página 56

G Tipo 6 Página 60

H Tipo 7 Página 64

I Tipo 4 Página 52

1 27 1
A FIGURA DO ENEAGRAMA

Mediador
9

Epicurista 7 2 Doador

Neste diagrama, as setas indicam o tipo de tensão e o tipo de


segurança associados a cada tipo de personalidade do Eneagrama.
O tipo de tensão é o tipo seguinte, no sentido da seta, e o tipo de
segurança é o tipo anterior. Na página 32 você encontrará uma
explicação de o que são os tipos de tensão e de segurança.

1 28 1
COMO PROCEDER
A esta altura, você já fez o Teste Essencial do Eneagrama e
estabeleceu a correlação entre o primeiro, o segundo e o terceiro
parágrafos de sua escolha com os tipos do Eneagrama que eles re-
presentam.
Isso significa que você já está pronto para ler a explicação das
páginas de Determinação e Descrição dos Tipos, cuja leitura é im-
prescindível para a correta determinação tipológica. Essas páginas
de Determinação e Descrição dos Tipos constituem o corpo princi-
pal do manual de tipos de personalidade de A Essência do Eneagra-
ma. Para identificar e confirmar o seu tipo, é essencial que você
compreenda a terminologia e o formato das páginas de Determina-
ção e Descrição dos Tipos.

APRESENTAÇÃO DAS PÁGINAS DE DETERMINAÇÃO


DOS TIPOS
As páginas de Determinação dos Tipos lhe dirão qual é a pro-
babilidade de o parágrafo que você escolheu em primeiro lugar ser
de fato o do seu tipo de personalidade. Elas lhe dirão também
quais são as principais alternativas possíveis, dada a escolha do
primeiro parágrafo. Essas informações quantitativas vão ajudar
você a determinar corretamente o seu tipo de personalidade.
As probabilidades apresentadas nas páginas de Determina-
ção dos Tipos foram descobertas depois de prolongadas pesquisas
sobre o Teste Essencial do Eneagrama. No Apêndice B, apresen-
tamos um resumo dessas pesquisas.
A Figura 1 mostra a configuração das páginas de Determina-
ção dos Tipos e vem seguida de uma explicação detalhada das pá-
ginas.

1 29 1
FIGURA 1 - CONFIGURAÇÃO DA PÁGINA DE
DETERMINAÇÃO DO TIPO
O- Tipo 1: O Perfeccionista Probabilidade dos Tipos
0
/ lkterminação do Tipo Os tipos a serem considerados caso o primeiro parágrafo escolhi-
@
do Jiar n,ci: tenha . ido o do P1..-efcccú.müta
Mediador 66% Pcrfccci,mi ta l
r,omm 9 Romfmric.o4
Pufecdoni>ta
1
8% Cético Fiel 6
7% Doador 2
Doador 5% Mediador 9
EpicuriJta
1 2
Se o parágrafo do Pnícccionista fiii tJ primdrn 4uc vDcê es-
colheu, a probabilidade de este ser o seu verdadeiro tipo é de 66
Cé[ico Fie Reah,aç!or por cento. Leia as páginas d;;: Descrição do Tipo Perfeccionista, a
3 sci:,'llir, parn ver se elas descrevem fielmente a sua persom1liJa.le.
Essas páginas rnmbl:m poderão ajudá-lo " compreender melhor
Observador S 4 Romântico como \'O..::t' percebe o mundo e o que poJe fazer parn intensificar
cu progrt:s. o enquanto ser hu1mmo.
& não tt:m cntcm de. que a descriçàu do tipo Perfeccionis-
4i} 1 - - - Tipos Correlatos ta se cnaduna com você, considere a se urnb e a terceira escolhas
de pardgrafos e os outro. tipDs prov:'ivcis iJ,..ntificados na p:ígim1
Asa Mediador 9 anterior. Compare esres tipos com o Perfou:.ionista: para tanto,
Asa Doador l leia as outi:;is páginas de Descri,;.ão de Tipos referentes ::ios tipos
Tlpo de Segumr1ça Epicurista 7 p11 ívcis.
Tipo de Tensão Romântico 4 Para confirmar a sun escolha de tipo, ou c a w ainda esteja in-
seguro, vá para o capírnlo de Discriminação dos Tipos, que come-
O- Tipos Não-Correlatos
ça na pJgma 76. Nessa rãginas, idenrificam11S as carack.rísricas
que distinguem cada um dos tipos de todos os outros.
Os 'f'i[JOS - emelhnnres Mais Corram. Realizador 3
Cético Fiel 6
Protdor 8

: m 1 1 4J i

O Ti p o do Eneagrama. Cada tipo do eneagrama é indicado por


um número e por um título descritivo.
@ Determinação do Tip o. Essas páginas vão ajudar você a deter-
minar quais os tipos que você tem mais probabilidade de ser.
@ Tip os Correlatos. Os quatro tipos de personalidade associados
ao seu tipo básico.
O Ti p os Não-Correlatos. Os tipos de personalidade que mais
manifestam características semelhantes às do seu tipo básico.
0 Probabilidade dos Ti p os a Serem Considerados. Mostra quais
são as probabilidades de você ser outro tipo que não o correla-
cionado com o primeiro parágrafo que você escolheu.

1 30 1
EXPLICAÇÃO DETALHADA DAS PÁGINAS DE
DETERMINAÇÃO DOS TIPOS
Os parágrafos seguintes referem-se à Figura 1.

O Título do Tipo

@ Determinação do Tipo

As duas primeiras páginas referentes a cada tipo são chama-


das páginas de Determinação do Tipo porque ajudam você a de-
terminar se o tipo que você escolheu em primeiro lugar é o seu ti-
po correto. Mostram qual é a probabilidade de você de fato ser do
tipo que escolheu. Também mostram quais são as probabilidades
de você ser de outro tipo - em específico, as probabilidades de
você ser de um dos tipos correlatos ou de um dos tipos não-corre-
latos, mas semelhantes, associados à sua primeira escolha. Pode ser
também, por outro lado, que você seja do segundo ou do terceiro
tipo que escolheu.

@) Tipos Correlatos

Cada tipo do Eneagrama tem quatro tipos que lhe são corre-
latos (as duas asas, o tipo de segurança e o tipo de tensão). De
acordo com a teoria da personalidade do Eneagrama, são eles os
quatro tipos de personalidade associados ao seu tipo básico. As pá-
ginas de Determinação dos Tipos mostram quais são esses quatro
tipos para cada um dos tipos específicos. Lembre-se que você tal-
vez seja um dos tipos correlatos ao tipo que escolheu em primei-
ro lugar.

1 31 1
As Asas

Dois dos tipos correlatos são chamados "asas". São os tipos


que ficam ao lado do seu tipo no diagrama do Eneagrama. Se vo-
cê é um Realizador, por exemplo (Tipo Três), os dois tipos de per-
sonalidade que são as suas asas são o Doador (TipoDois) e o Ro-
mântico (Tipo Quatro). Se você é um Mediador (Tipo Nove), os
tipos de personalidade que são as suas asas são o Protetor (Tipo
Oito) e o Perfeccionista (Tipo Um). Segundo a teoria do Enea-
grama, seu tipo de personalidade é sempre influenciado por uma
das asas ou pelas duas.

Tipo de Segurança e Tipo de Tensão

Os outros dois tipos correlatos são chamados "tipo de segu-


rança" e "tipo de tensão". O tipo de tensão é o tipo de personali-
dade que você adota quando se sente tenso ou pressionado ou
quando está juntando forças para agir. Na figura do Eneagrama, o
tipo de tensão é o tipo seguinte no sentido das setas. O tipo de segu-
rança é o tipo de personalidade que você adota quando se sente
tranqüilo e seguro ou, paradoxalmente, quando se sente exausto
e assoberbado. Na figura do Eneagrama, o tipo de segurança é o tipo
anterior, no sentido inverso ao das setas. Cada tipo do eneagrama
tem o seu próprio tipo de segurança e o seu próprio tipo de ten-
são. Quando adota o tipo de tensão ou o tipo de segurança, você
pode demonstrar tanto as qualidades superiores quanto as quali-
dades inferiores desses tipos, dependendo das circunstâncias.
Embora a existência de tipos correlatos a cada tipo de perso-
nalidade tenda a complicar o processo de identificação do tipo
correto, ela também transforma o sistema de personalidade do
Eneagrama num todo complexo e dinâmico e ajuda a explicar o
fato de não haver duas pessoas absolutamente iguais.

1 32 1
O Tipos Não-Correlatos

Os tipos não-correlatos são os tipos do Eneagrama que po-


dem manifestar uma semelhança nítida entre si por um motivo
outro que não o fato de serem asas, tipos de segurança ou tipos de
tensão um do outro. Quando você escolheu, no Teste Essencial
do Eneagrama, os parágrafos que mais se pareciam com você, po-
de ter inadvertidamente escolhido um dos tipos semelhantes, mas
não correlatos, em vez de escolher o seu tipo de fato. O procedi-
mento descrito nas páginas de Determinação dos Tipos vai ajudar
você a descobrir se o tipo que você escolheu em primeiro lugar no
teste é de fato o seu tipo de personalidade ou um tipo semelhan-
te a ele.

0 Probabilidade dos Tipos a Serem Considerados

As pesquisas feitas com o Teste Essencial do Eneagrama evi-


denciaram as probabilidades de você ser deste ou daquele tipo, de
acordo com a sua primeira escolha de parágrafo. Cada seção de
Determinação de Tipo inclui uma tabela com a lista dessas proba-
bilidades. Examine, por exemplo, a página 40, do Tipo Um. Se
cem pessoas escolhessem o parágrafo B e m primeiro lugar no Tes-
te Essencial do Eneagrama, 66 delas estariam corretas quanto ao
fato de o Tipo Um ser o seu tipo de personalidade. Porém, oito em
cada cem acabariam descobrindo que o seu tipo correto é o Tipo
Quatro, e outras oito constatariam que são do Tipo Seis. Além
disso, algumas outras descobririam que são de um dos tipos de me-
nos probabilidade, que são dos tipos correspondentes ao segundo
e ao terceiro parágrafos de sua escolha ou que são de um dos tipos
semelhantes mas não correlatos.

1 33 1
APRESENTAÇÃO DAS PÁGINAS DE DESCRIÇÃO
DOS TIPOS
As páginas de Descrição dos Tipos fornecem uma descrição
detalhada das propriedades e características de cada um dos nove
tipos do Eneagrama. Essas informações qualitativas vão ajudá-lo
a confirmar se o tipo de personalidade por você escolhido é o seu
tipo correto. Profusamente informativas, as páginas de Descrição
dos Tipos ajudá-lo-ão ainda a compreender mais a fundo o seu ti-
po. Descrevem também o caminho de progresso pessoal para ca-
da um dos tipos.
A Figura 2 mostra a configuração das páginas de Descrição
dos Tipos e vem seguida de uma explicação detalhada das pági-
nas.

1 34 1
FIGURA 2 - CONFIGURAÇÃO DA PÁGINA DE DESCRIÇÃO
D O TIPO

O-Tipo 1: O Perfeccionista Tensio e Ira


0
- - D e s c r i ç ã o d o Tipo O que mr deixa tmso: N;i.., st•r l·•WJl d.: ,Jku,.,Jr v mt't! nfuco mkrlor. u•m
@
1,xlaa,m.<i"'-l,d..,,·1"'""'""l'i",ii,141a·el-,çaus;i.Srnl.ir-m.,,.,\,1"1'nlTTt'{:a,l,,
@--1==------------ O PostuladoBisico
r,;.::·la consciênc 'l e pcl(l scn<.0 de rc,pomahi!uladc pcssr•al. Erm< <lema,,
ram corriisir. Um numcr-, dema,i.d,, ,lt" a . " " " ' u·n,., 1. fa:cr. Tcnrnr Jl·1x,U"
O prlndpiofundamentalqueperdi devina; Todo n.½ " " " " " u111 ,(, s,,:r, e•,.. J c bdo<-.:< re, ntirnc,nw e " t n,iio.., a ele a,'5<-.:1,1<\a. O foto<lc ™ nutn•
J,,qu;ilf-['t'ri'c11,,,k,j.-i10<1u.,é O\<' ailp..r.-rn ,,u de n.,,, \'Is.sumirem a resi •n--.al,,l,&1de r...-1,,,.;,e,,, pr(1rm,,
A crença que p;ui.eia terem 11udaquela: A ; p<:<sos n;\,1 ;..1v ;1<..c1nl' pdu ,1ur
da) ;.,,. O horn ,·ompvrt;UJ(t"nllJ ;,lgu 4,te ,... c· igc J d , . m.lcp,:n.lcn· O que me d e i u irado: A in1ui1.i1;a. A i1r,,,1,..,n.,,h1liJ ,k. A , ,.,.,\,h f.-i1.1; d,,
rcnwn1.c d,· 4u:.l,1ucr,,u1 r,\ <;,,i.-a. O , m,nc,n1mp,,n:>.111t'111.t,, t' ,,, " ' · ' " " mi• J<'lW !"TT:<-lo. t\ d,•,oh...J,<'tKÍJ !l.lgr.mre J;i, r.-)!r,1, e n,,rm >. O f.a" ,i-, >Cr
puL<t,< s.J\1 c.m,,Jcr.idn., cü1:-.1, 1WI(! 1\'ih e,.. ,, C/lsl!g,1d,-, crilicnd,,mJu<c..im,·mc
A utruig:ia que dttenvolvi para lid:ar com Hsa crença: l\ir,o .,nmtir" ;,n"" A n;,r,tureu da minha ira, R,;,s.-i:-niimenw. Apres.,t11:i<;:i,.,d..- )t1s1,fic'i1IW'il<" ex-
do <'ulros c tninh., própri.i .,uw-e,111\\a. <lJ'r.-n,h J ,...., l m,, f<''('<>TH,1Hl .- pltciLÇ•"'' r,...1., meu wun de .<.er" de i,Jpr. Tensão, orr11açl'I<>. E pl,,;;.•,., ,1e
c,111sucncnN>, 1 fa:cr ,1, <'-(''"'-'' •mrrc do JCIW c.-.rrn, n ptü.:urnr corre<• indii:na\Ju.
p..,nd,·r J<'< mc·us dcv,.J,,, p ,U-,\cs inrcmos e a ,.; uir rcra_; c.,talX'k-
..:ida . R c r n m i " rn1,a, 1, tcn:;;Jn e o r,;-s cm1mcnH•.
Progreuo Pessoal (j}
O objetivo último do mr11 progreno: PcrccN:r 4l toJni; nú;; j.í <omos pcrfcit,
0 -t = = = = = = = = = = = = = -
C •, ac t •!"." ·stc','i< •• •','!d n c:'Ji p•;, kon1pk1u;; e inteiro,;). que o llO!;lll' valor.; Jk.v tn..,TCllf" au nos;,., r,.
Em vir111dr dru11 estn.tég:ia, minha atrnçio H volta p u a : O ccrw e (l crraJn, Ili\" J..-r,,:·uJ .. 1, . '"'(>l[llli .... Lt'O(" ou erra,!'"'
e1r«:ialm..,n1e ,\ô,,,.,.,, crr;"\;,s4ue Jc,·em ('<.f(1>nigiJ,1.1. A ju,u(a <' a in-
Oquepono f a u r pa,aincentiv.aro meu prog,..no: Accit.U" -'JUL ,;-x, r,·m v J r h ,
jwti -,. d0 nHnp<Jna,m:nwd,,, uurrn, P'-.,..._ v,, quamlon,u11xua,Jo a,., meu
jt'iln, leno d<" ><T ' ,- qu<"" jeito "err:.id,, ,lo,;outro, r,.Je ;;,-r ' ' I ' " " " ' nrua
Mmh.lS ;11,mxrit1cas e a., nitir.;,., <1uc o.\ ,w,trn, f zl'n\;. ,nmh pc"'º"
,lií,.ft'nça iml1\"nlual 4ue eX1't.e <'rllre des..- " " · Ace,1.,r a;; únnp.:rfe,\<'>e
Dirrdono a minha rnergia para: Fa::cr ru,k1 ...-mrr,· C<'rt<•· (._)uc.-riíc, , k uu1·· cm mim morn(le O()S (luu,v;. Hahiwar•rnc a perdoar a mim me<mo.;:;1<>.<
rkh<lc. E•t"r a!tnra ,k, p:tdrões que .:son<idero i1np,,rt mn. Ser rev "-IUtrú>. Rt"5ervar um t.-cml",J para (l praxr e J tranqüih<L--.dc. (._M·stionJr ai:
p,:m,:íwl ,, ,mtn-,uíide111e. R,·1•rim,r · " lll'<."t',,i,bde,p.,,,o i,e ni des.,J'" rq,T.\:i rijlida, e u ng,,r mtcnw. u.,,r ,, r.., -,._•utunt·nw f'-!rn <'..lr qua, .::t"
llllnh,1, nc,,.;c,._;1,l,1,Jc;, t' ,111tuin·s r"prirnhlN. hu.s:b>rar 1': 111mh nd " '
Faço todo o possíYf/1 para evitar. Erro,,. A i.; rc,;., i\' iJ a,k . A perda;!., ;,ut,>et'll· J..-,..-j,,;; c impul;;.-.. nar,mu,
rn,le A vj,_,t,\.;:i"dâ n,,nn,., ,.,..i11is. O queim o meu proanuo: O fa,., , k ,, meu LTÍl1Lo.> m1enm a,.h,ir qu<" eu
Me1.11 ponto1 fones: lntc rida,k. A prcncul)(lçâo .lt" melhorar ·mprc. A c,1- n:",<1 rndlu,m < > ufic1enre 011 d " n " ' " ' Jem i, [\·1r;t mdhorJr. A !'reou,.
p,1eldadt , k t.o.,r c;,fo1ç,11. O idce1h mo. A ,mw-stiíiul·nd,1. A d1l1gêncu. pa.;:k, com ,, JCiltl ceno de at:ir me !eva a atdmr a c.w,a.< " " a presrn, dc•
l ) , lilW.:1 r,,,lr,:.._.,, <[l"' nw nund,1111. O autun,nrrol"" li ,,i:,,,.,ir,,,..,io. S<iu ma,ic\..1n at..,nçãu a,:-,; dcc,i.lhc . Mmm 1rnl,;1lh,., e ,..,uca dfrt"r .h>
nnnt,,rv.'í"'""i,·el. O que 01 outro, podem hluT p a u apoillr o mtu progres,o: Encor:1f,,r-111c ,,
ficar mar, trdnqüil" <' a {{."SC/'V0f al ,-ru m tcmrn p,tr,1 mim mc.1mn. F,,rncccr-
mc um ponto J e vbta tmparcial. Lembrar-me '<lia:",, ..A-i ti,·o da ,·ida é :<t"r
um s,:r humano, n:1o ser ,,b.,..,lu{ meme perfeito.

j ,11.1 ! u l

O Ti p o do Eneagrama. Cada tipo do Eneagrama é indicado por


um número e por um título descritivo.
@
Descri ç ão do Ti p o. Esta página fornece detalhes do tipo de
personalidade.
@Postulado Básico. Descreve o processo de formação do tipo de
personalidade.
O Características Princi p ais. Descreve as características básicas
associadas à estratégia desenvolvida pelo tipo.
0 Tensão e Ira. Descreve as causas e a natureza da tensão e da
ira em cada tipo.
© Progresso Pessoal. Apresenta informações sobre o progresso
da pessoa daquele tipo.

1 35 1
EXPLICAÇÃO DETALHADA DAS PÁGINAS DE DESCRIÇÃO
DOS TIPOS
Os parágrafos seguintes referem-se à Figura 2.

O Título do Tipo

@ Descrição do Tipo

A terceira e a quarta páginas referentes a cada tipo são cha-


madas de páginas de Descrição do Tipo porque descrevem deta-
lhadamente cada um dos tipos de personalidade. Trazem também
algumas idéias de como usar os conhecimentos sobre o tipo de
personalidade para o seu desenvolvimento enquanto pessoa. Ca-
da uma das páginas de Descrição do Tipo segue uma seqüência ló-
gica que começa com os postulados básicos de cada tipo.

@) O Postulado Básico

O postulado básico consiste em três partes:

O princípio fundamental que perdi de vista: Uma verdade bási-


ca sobre a vida, que perdi de vista em virtude das minhas tendên-
cias naturais e das coisas que me aconteceram durante a etapa de
formação da minha personalidade.
A crença que passei a ter em vez daquela: A crença básica que nas-
ceu das minhas tendências naturais e das minhas primeiras expe-
riências de vida e que substituiu o princípio fundamental original.
A estratégia que desenvolvi para lidar com essa crença: A estra-
tégia de sobrevivência ou de tolerância que desenvolvi a partir
dessa crença básica para conservar um sentido de segurança, amor
e auto-estima.

1 36 1
O Características Principais

A segunda seção da página de Descrição do Tipo trata das ca-


racterísticas principais associadas à estratégia desenvolvida pelos
diversos tipos.
Em virtude dessa estratégia, minha atenção se volta para: As
coisas que são necessárias para apoiar e sustentar a estratégia de
sobrevivência específica do meu tipo.
Direciono a minha energia para: As coisas que decorrem dos
meus hábitos de atenção, uma vez que a energia segue a atenção.
Faço todo o possível para evitar: As coisas que poriam em risco a
estratégia de sobrevivência básica do meu tipo.
Meus pontos fortes: As qualidades positivas que nasceram da es-
tratégia de sobrevivência específica do meu tipo e a ela se associam.

0 Tensão e Ira

A terceira seção trata das modalidades de tensão e ira asso-


ciadas a cada um dos tipos.
O que me deixa tenso: As situações e circunstâncias que causam
tensão no meu tipo de personalidade e o sobrecarregam.
O que me deixa irado: Os fatores específicos - em geral, mágoas
e supostos atos de violência - que incitam a ira no meu tipo de
personalidade.
A natureza da minha ira: A forma que a reação de ira assume, de
acordo com os tipos.

<D Progresso Pessoal

A quarta seção apresenta informações acerca do progresso


pessoal de cada um dos tipos.

1 37 1
O objetivo último do meu progresso: A recordação e a recupera-
ção do princípio fundamental que perdi de vista durante a fase de
desenvolvimento da minha personalidade.
O que posso fazer para incentivar o meu progresso: O tipo de
atenção, as etapas, as práticas e a aceitação necessárias para in-
centivar meu progresso pessoal. (Ver também a Parte 2, "O que
Fazer Depois de Descobrir o Seu Tipo".)
O que impede o meu progresso: Os fatores específicos e o tipo de
resistência interior que impedem meu desenvolvimento pessoal.
O que os outros podem fazer para apoiar o meu progresso: Os
atos concretos e de encorajamento que os outros podem fazer pa-
ra incentivar o progresso do meu tipo.

COMO DESCOBRIR O SEU TIPO


Vá agora à página de Determinação do Tipo associada ao ti-
po do Eneagrama correspondente ao primeiro parágrafo que você
escolheu. Nessa página estão as instruções de como proceder pa-
ra descobrir o seu tipo. Siga-as.
No processo de descoberta do tipo, deixe a mente bem aber-
ta. Procure não formar juízos prematuramente; ou seja, espere até
ler todas as páginas de Descrição dos Tipos que você tem probabi-
lidade de ser. Embora o Teste Essencial do Eneagrama seja bastan-
te preciso, ele não pode garantir que você vai escolher de cara o ti-
po correto. Lembre-se que a intuição pode ser uma ferramenta
valiosa para ajudar você a saber qual é o seu tipo.
Continue a aprender. Confirme você mesmo o seu tipo, con-
verse com outras pessoas e peça a opinião delas e observe os seus
próprios pensamentos, sentimentos e sensações físicas. Esses pro-
cessos estão descritos sob o capítulo "Como Confirmar e Compro-
var o Seu Tipo", na página 95, e "Como Desenvolver a Capaci-

1 38 1
dade de Compreender a Si Mesmo", na página 96. Além de tudo
isso, você pode aprender mais coisas sobre o seu tipo do Eneagra-
ma nos livros, fitas e outros recursos arrolados no Apêndice A.
Comece então o trabalho de progresso pessoal e profissional
usando o conhecimento a respeito do seu tipo do Eneagrama. Na
Parte 2 deste livro, chamada "O que Fazer Depois de Descobrir o
Seu Tipo", sugerimos diversas práticas que vão ajudar você a to-
mar mais consciência dos processos de funcionamento da sua per-
sonalidade, a agir para mudar os seus hábitos de comportamento,
a prever e rever o seu progresso pessoal e a refletir sobre a meta
última desse progresso.

1 :J9 1
T'po 1: O Perfeccionista
Determinação do Tipo

Mediador
9

Epicurista Doador
7 2

Tipos Correlatos

Asa Mediador 9
Asa Doador 2
Tipo de Segurança Epicurista 7
Tipo de Tensão Romântico 4

Tipos Não-Correlatos

Os Tipos Semelhantes Mais Comuns Realizador 3


Cético Fiel 6
Protetor 8

1 40 1
Probabilidade dos Tipos

Os tipos a serem considerados caso o primeiro parágrafo escolhi-


do por você tenha sido o do Perfeccionista
66% Perfeccionista 1
8% Romântico 4
8% Cético Fiel 6
7% Doador 2
5% Mediador 9

Se o parágrafo do Perfeccionista foi o primeiro que você es-


colheu, a probabilidade de este ser o seu verdadeiro tipo é de 66
por cento. Leia as páginas de Descrição do Tipo Perfeccionista, a
seguir, para ver se elas descrevem fielmente a sua personalidade.
Essas páginas também poderão ajudá-lo a compreender melhor
como você percebe o mundo e o que pode fazer para intensificar
seu progresso enquanto ser humano.
Se não tem certeza de que a descrição do tipo Perfeccionis-
ta se coaduna com você, considere a segunda e a terceira escolhas
de parágrafos e os outros tipos prováveis identificados na página
anterior. Compare esses tipos com o Perfeccionista: para tanto,
leia as outras páginas de Descrição de Tipos referentes aos tipos
possíveis.
Para confirmar a sua escolha de tipo, ou caso ainda esteja in-
seguro, vá para o capítulo de Discriminação dos Tipos, que come-
ça na página 76. Nessas páginas, identificamos as características
que distinguem cada um dos tipos de todos os outros.

1 41 1
Tipo 1: O Perfeccionista
Descrição do Tipo

O Postulado Básico
O princípio fundamental que perdi de vista: Todos nós somos um só ser, e ca-
da qual é perfeito do jeito que é.
A crença que passei a ter em vez daquela: As pessoas não são aceitas pelo que
elas são. O bom comportamento é algo que se exige delas, independen-
temente de qualquer outra coisa. Os maus comportamentos e os ma s im-
pulsos são considerados coisas negativas e são castigados.
A estratégia que desenvolvi para lidar com essa crença: Para garantir o amor
dos outros e minha própria auto-estima, aprendi a ser bom, responsável e
consciencioso, a fazer as coisas sempre do jeito certo, a procurar corres-
ponder aos meus elevados padrões internos e a seguir as regras estabele-
cidas. Reprimi a raiva, a tensão e o ressentimento.

Características Principais
Em virtude dessa estratégia, minha atenção se volta para: O certo e o errado,
especialmente as coisas erradas que devem ser corrigidas. A justiça e a in-
justiça do comportamento das outras pessoas, quando comparado ao meu.
Minhas autocríticas e as críticas que os outros fazem à minha pessoa.
Direciono a minha energia para: Fazer tudo sempre certo. Questões de inte-
gridade. Estar à altura dos padrões que considero importantes. Ser res-
ponsável e auto-suficiente. Reprimir as necessidades pessoais e os desejos
naturais.
Faço todo o possível para evitar: Erros. Agressividade. A perda do autocon-
trole. A violação das normas sociais.
Meus pontos fortes: Integridade. A preocupação de melhorar sempre. A ca-
pacidade de fazer esforço. O idealismo. A auto-suficiência. A diligência.
Os altos padrões que me norteiam. O autocontrole e a abnegação. Sou
muito responsável.

1 42 1
Tensão e Ira
O que me deixa tenso: Não ser capaz de silenciar o meu crítico interior, com
toda a ansiedade e preocupação que ele causa. Sentir-me sobrecarregado
pela consciência e pelo senso de responsabilidade pessoal. Erros demais
para corrigir. Um número demasiado de coisas certas a fazer. Tentar deixar
de lado os ressentimentos e a tensão a eles associada. O fato de os outros
me culparem ou de não assumirem a responsabilidade pelos seus próprios
erros.
O que me deixa irado: A injustiça. A irresponsabilidade. As coisas feitas do
jeito errado. A desobediência flagrante das regras e normas. Ser criticado
injustamente.
A natureza da minha ira: Ressentimento. Apresentação de justificativas e ex-
plicações pelo meu jeito de ser e de agir. Tensão, irritação. Explosões de
indignação.

Progresso Pessoal
O objetivo último do meu progresso: Perceber que todos nós já somos perfeitos
(completos e inteiros), que o nosso valor é algo inerente ao nosso ser e
não depende de estarmos certos ou errados.
O que posso fazer para incentivar o meu progresso: Aceitar que existem vários
jeitos certos de ser e que o jeito "errado" dos outros pode ser apenas uma
diferença individual que existe entre eles e eu. Aceitar as "imperfeições"
em mim mesmo e nos outros. Habituar-me a perdoar a mim mesmo e aos
outros. Reservar um tempo para o prazer e a tranqüilidade. Questionar as
regras rígidas e o rigor interno. Usar o ressentimento para saber quais são
as minhas necessidades e quereres reprimidos. Integrar à minha vida os
desejos e impulsos naturais.
O que impede o meu progresso: O fato de o meu crítico interior achar que eu
não melhoro o suficiente ou demoro demais para melhorar. A preocu-
pação com o jeito certo de agir me leva a adiar as coisas ou a prestar de-
masiada atenção aos detalhes. Muito trabalho e pouca diversão.
O que os outros podem fazer para apoiar o meu progresso: Encorajar-me a
ficar mais tranqüilo e a reservar algum tempo para mim mesmo. Fornecer-
me um ponto de vista imparcial. Lembrar-me que o objetivo da vida é ser
um ser humano, não ser absolutamente perfeito.

1 43 1
Mediador
9

Epicurista Doador
7 2

Tipos Correlatos

Asa Perfeccionista 1
Asa Realizador 3
Tipo de Segurança Romântico 4
Tipo de Tensão Protetor 8

Tipos Não-Correlatos

Os Tipos Semelhantes Mais Comuns Epicurista 7


Mediador 9

1 44 1
Probabilidade dos Tipos

Os tipos a serem considerados caso o primeiro parágrafo escolhi-


do por você tenha sido o do Doador
65% Doador 2
8% Epicurista 7
8% Mediador 9
7% Romântico 4
5% Perfeccionista 1

S e o parágrafo do Doador foi o primeiro que você escolheu,


a probabilidade de este ser o seu verdadeiro tipo é de 65 por cen-
to. Leia as páginas de Descrição do Tipo Doador, a seguir, para ver
se elas descrevem fielmente a sua personalidade. Essas páginas
também poderão ajudá-lo a compreender melhor como você per-
cebe o mundo e o que pode fazer para intensificar seu progresso
enquanto ser humano.
S e não tem certeza de que a descrição do tipo Doador se coa-
duna com você, considere a segunda e a terceira escolhas de pa-
rágrafos e os outros tipos prováveis identificados na página ante-
rior. Compare esses tipos com o Doador: para tanto, leia as outras
páginas de Descrição de Tipos referentes aos tipos possíveis.
Para confirmar a sua escolha de tipo, ou caso ainda esteja in-
seguro, v á para o capítulo de Discriminação dos Tipos, que come-
ça na página 76. Nessas páginas, identificamos as características
que distinguem cada um dos tipos de todos os outros.

1 45 1
Tipo 2: O Doador
Descrição do Tipo

O Postulado Básico
O princípio fundamental que perdi de vista: As necessidades de todas as pes-
soas são sempre e igualmente atendidas.
A crença que passei a ter em vez daquela: Para receber, é preciso dar. Para ser
amado, é preciso que os outros precisem de você.
A estratégia que desenvolvi para lidar com essa crença: Aprendi a satisfazer às
minhas necessidades pessoais tornando-me necessário aos outros e dan-
do-lhes o que eu acho que eles precisam e querem. Com isso, espero que
eles façam o mesmo por mim. Passei a orgulhar-me de ser uma pessoa in-
dispensável na vida dos outros.

Características Principais
Em virtude dessa estratégia, minha atenção se volta para: As necessidades e
vontades dos outros, especialmente das pessoas de quem eu gosto e que
eu quero que gostem de mim. Os relacionamentos. Os sentimentos e
emoções momentâneos dos outros.
Direciono minha energia para: A percepção das necessidades emocionais dos
outros e a prática de ações que lhes agradem. O sentimento de auto-esti-
ma que decorre da capacidade de atender tão bem às necessidades dos ou-
tros. A criação de bons sentimentos nos outros. Procurar garantir que eles
me aceitem e aprovem. Os vínculos românticos.
Faço todo o possível para evitar: Decepcionar os outros. Sentir-me rejeitado
ou malquerido. Depender dos outros.
Meus pontos fortes: Sou generoso e prestativo. Sou sensível aos sentimentos
dos outros. Dou-lhes o meu apoio. Sou compreensivo. Sou romântico. Te-
nho muita energia. Sou exuberante e expressivo.

Tensão e Ira
O que me deixa tenso: O fato de eu me sentir indispensável para tanta gente e
tantos projetos. A confusão a respeito de quais são as minhas próprias ne-

1 46 1
cessidades. A tentativa de exercer a liberdade de ser quem eu sou e cui-
dar de mim mesmo. As turbulências emocionais resultantes do fato de eu
investir tanto nos relacionamentos, especialmente em relacionamentos
difíceis.
O que me deixa irado: Sentir que os outros não cuidam de mim nem reconhe-
cem tudo o que faço por eles. Sentir que procuram me controlar. Minhas
• necessidades e quereres que não são atendidos.
A natureza da minha ira: Explosões emocionais intensas, geralmente repenti-
nas. Acusações. Choro.

Progresso Pessoal
O objetivo último do meu progresso: Perceber que sou amado por ser a pessoa
que sou, não pelo quanto sou generoso ou pelo quanto os outros precisam
de mim; perceber que isso se aplica igualmente a todas as pessoas e que,
em última análise e sem sombra de dúvida, as necessidades de todos são
invariavelmente atendidas.
O que posso fazer para incentivar o meu progresso: Perceber que, para ser
amado, não preciso pôr os outros no lugar de mim mesmo. Ter uma cons-
ciência lúcida de quem eu sou verdadeiramente. Perceber quais são os
meus quereres e necessidades e habituar-me a cuidar deles. Usar a ira e o
sofrimento como sinais de que não estou procurando atender às minhas
próprias necessidades. Reconhecer que não sou indispensável e que não
há nada de mal nisso. Deixar que também os outros me dêem alguma coi-
sa. Habituar-me a estabelecer limites, dizendo "não" aos outros quando
isso for apropriado. Perceber quando a minha prestatividade transforma-
se em intromissão e na tentativa de controlar os outros'.
O que impede o meu progresso: Critérios estanques acerca do que preciso fa-
zer para os outros antes de poder fazer algo por mim mesmo. O orgulho,
que me impede de admitir minhas próprias necessidades. O sentimento
de culpa, de egoísmo, que me sobrevém quando presto atenção às minhas
necessidades. A dificuldade de receber o que os outros me dão.
O que os outros podem fazer para apoiar o meu progresso: Apreciar o meu
eu verdadeiro e independente, em vez de deixar-se seduzir pela ajuda que
lhes presto ou tomarem-se dependentes dela. Prestar atenção às minhas
verdadeiras necessidades e perguntar-me sobre elas. Elogiar-me por dizer
"não" quando isso é adequado e cabível.

1 47 1
Mediador
9

Epicurista Doador
7 2

Observador 5

Tipos Correlatos

Asa Doador 2
Asa Romântico 4
Tipo de Segurança Cético Fiel 6
Tipo de Tensão Mediador 9

Tipos Não-Correlatos

Os Tipos Semelhantes Mais Comuns Epicurista 7


Perfeccionista 1
Protetor 8

1 48 1
Probabilidade dos Tipos
Os tipos a serem considerados caso o primeiro parágrafo escolhi-
do por você tenha sido o do Realizador
54% Realizador 3
13% Epicurista 7
9% Perfeccionista 1
7% Doador 2
5% Protetor 8
5% Mediador 9

S e o parágrafo do Realizador foi o primeiro que você esco-


lheu, a probabilidade de este ser o seu verdadeiro tipo é de 54 por
cento. Leia as páginas de Descrição do Tipo Realizador, a seguir,
para ver se elas descrevem fielmente a sua personalidade. Essas pá-
ginas também poderão ajudá-lo a compreender melhor comovo-
cê percebe o mundo e o que pode fazer para intensificar seu pro-
gresso enquanto ser humano.
S e não tem certeza de que a descrição do tipo Realizador se
coaduna com você, considere a segunda e a terceira escolhas de pa-
rágrafos e os outros tipos prováveis identificados na página ante-
rior. Compare esses tipos com o Realizador: para tanto, leia as ou-
tras páginas de Descrição de Tipos referentes aos tipos possíveis.
Para confirmar a sua escolha de tipo, ou caso ainda esteja in-
seguro, vá para o capítulo de Discriminação dos Tipos, que come-
ça na página 76. Nessas páginas, identificamos as características
que distinguem cada um dos tipos de todos os outros.

1 49 1
Tipp 3: O Realizador
Descrição do Tipo

O Postulado Básico
O princípio fundamental que perdi de vista: Todas as coisas funcionam e se
completam de acordo com leis universais.
A crença que passei a ter em vez daquela: Para funcionar e serem levadas a ca-
bo, as coisas dependem do esforço de cada pessoa. As pessoas são recom-
pensadas pelas coisas que fazem, não por serem quem são.
A estratégia que desenvolvi para lidar com essa crença: Para obter o amor e a
aprovação dos outros, aprendi a ser bem-sucedido, a esforçar-me ao má-
ximo para ser o melhor no que faço e a conservar uma boa imagem. De-
senvolvi uma energia que alimenta a si mesma e me impulsiona para a
frente.

Características Principais
Em virtude dessa estratégia, minha atenção se volta para: Todas as coisas que
têm de ser feitas: tarefas, objetivos e realizações futuras. As soluções mais
eficientes. Como ser o melhor.
Direciono minha energia para: Fazer as coisas com rapidez e eficiência. Perma-
necer sempre ativo e ocupado. Competir. Obter prêmios e reconheci-
mentos por minhas realizações. Adaptar-me do jeito que for necessário
para chegar ao sucesso. Promover a mim mesmo. Parecer bem.
Faço todo o possível para evitar: A possibilidade de não atingir os objetivos
que proponho para mim mesmo. Ser ofuscado pelos outros. Ficar enver-
gonhado. Os sentimentos incômodos e as dúvidas que aparecem em mi-
nha mente quando fico inativo ou diminuo meu ritmo de atividade. To-
das as coisas - entre as quais as emoções - que me distraem das
realizações.
Meus pontos fortes: Simpatia. Entusiasmo. Capacidade de comando. Autocon-
fiança. Praticidade, competência e eficiência. Inspiro confiança. Tenho
presença.

1 50 1
Tensão e Ira
O que me deixa tenso: A pressão de associar minha auto-estima à quantidade
das minhas realizações e ao status, ao prestígio e ao poder. Não saber quais
são os meus sentimentos e os meus valores. Fazer coisas demais.
O que me deixa irado: Obstáculos em geral: qualquer coisa ou pessoa que pre-
judique ou ponha em risco a realização dos meus objetivos. A incompe-
tência. A indecisão. A ineficiência. As críticas.
A natureza da minha ira: Impaciência. Irritação. Explosões ocasionais.

Progresso Pessoal
O objetivo último do meu progresso: Perceber que o amor vem do nosso ser
íntimo, não das coisas que fazemos; perceber que todas as coisas que pre-
cisam ser feitas invariavelmente o são de acordo com as leis naturais, e
não dependem do nosso esforço individual.
O que posso fazer para incentivar o meu progresso: Diminuir o meu ritmo de
atividade. Deixar que minhas emoções venham à tona. Perguntar-me o
que realmente importa na vida. Criar o hábito de procurar dentro de mim
a minha própria identidade, desvinculando-a do sucesso e das expectati-
vas dos outros. Estabelecer limites para o trabalho. Ouvir o que os outros
têm a dizer e tomar-me mais receptivo. Perceber que o amor vem de ser
o que se é, não de fazer ou ter isto ou aquilo.
O que impede o meu progresso: A impaciência no trato com os meus senti-
mentos e os dos outros. Trabalhar e agir a ponto de chegar à fadiga e à
exaustão. Não conseguir diminuir o ritmo de atividade.
O que os outros podem fazer para apoiar o meu progresso: Encorajar-me a
prestar mais atenção aos sentimentos e relacionamentos. Mostrar-me que
gostam de mim por eu ser quem sou, não pelas coisas que realizei. Apoiar-
me quando eu lhes disser o que realmente acho da vida e das coisas. Mos-
trar-me o que realmente importa para eles. Lembrar-me de parar um pou-
co para sentir o perfume das rosas.

1 51 1
Tipo 4: O Romântico
Determinação do Tipo

Mediador
9

Epicurista Doador
7 2

Observador

Tipos Correlatos

Asa Realizador 3
Asa Observador 5
Tipo de Segurança Perfeccionista 1
Tipo de Tensão Doador 2

Tipos Não-Correlatos

Os Tipos Semelhantes Mais Comuns Cético Fiel 6


Mediador 9
Epicurista 7

1 52 1
Probabilidade dos Tipos

O s tipos a serem considerados caso o primeiro parágrafo escolhi-


do por você tenha sido o do Romântico
61 % Romântico 4
11% Perfeccionista 1
7% Cético Fiel 6
7% Mediador 9
5% Epicurista 7

Se o parágrafo do Romântico foi o primeiro que você esco-


lheu, a probabilidade de este ser o seu verdadeiro tipo é de 61 por
cento. Leia as páginas de Descrição do Tipo Romântico, a seguir,
para ver se elas descrevem fielmente a sua personalidade. Essas pá-
ginas também poderão ajudá-lo a compreender melhor comovo-
cê percebe o mundo e o que pode fazer para intensificar seu pro-
gresso enquanto ser humano.
Se não tem certeza de que a descrição do tipo Romântico se
coaduna com você, considere a segunda e a terceira escolhas de pa-
rágrafos e os outros tipos prováveis identificados na página ante-
rior. Compare esses tipos com o Romântico: para tanto, leia as ou-
tras páginas de Descrição de Tipos referentes aos tipos possíveis.
Para confirmar a sua escolha de tipo, ou caso ainda esteja in-
seguro, vá para o capítulo de Discriminação dos Tipos, que come-
ça na página 76. Nessas páginas, identificamos as características
que distinguem cada um dos tipos de todos os outros.

1 53 1
Tipo 4: O Romântico
Descrição do Tipo

O Postulado Básico
O princípio fundamental que perdi de vista: Cada pessoa tem uma ligação
simples e profunda com todas as outras pessoas e coisas.
A crença que passei a ter em vez daquela: As pessoas sempre perdem suas liga-
ções originais. Com isso, passam a sentir-se abandonadas e têm a sensa-
ção de ter perdido algo muito importante.
A estratégia que desenvolvi para lidar com essa crença: Aprendi a dedicar-me
à busca de um amor ideal ou das circunstâncias perfeitas que vão fazer
com que eu me sinta novamente amado, inteiro e completo. Desenvolvi
sentimentos de desejo e inveja pelas coisas que me faltam.

Características Principais
Em virtude dessa estratégia, minha atenção se volta para: Os aspectos positi-
vos e atraentes do futuro e do passado. As coisas perdidas ou distantes que
eu quero e sem as quais me sinto sozinho. As coisas esteticamente agra-
dáveis e profundamente tocantes ou significativas.
Direciono a minha energia para: Sentimentos intensos de saudade e de triste-
za, associados às coisas que parecem ter sido perdidas ou estar faltando na
minha vida. A busca do amor, do sentido da vida e da satisfação através
da expressão do meu interior e do estabelecimento de vínculos profundos.
Moldar a mim mesmo para me transformar num indivíduo sui generis.
Faço todo o possível para evitar: Ser rejeitado, abandonado. Não ser ouvido,
ser tratado como uma pessoa insignificante. Sentir que não estou à altu-
ra do que deveria ser. Sentir que há algo de errado comigo. As coisas ba-
nais e triviais. As pessoas e acontecimentos que carecem de profundida-
de emocional.
Meus pontos fortes: Sensibilidade. Tendência criativa. Sintonia com os senti-
mentos. Capacidade de compadecer-me do sofrimento alheio. Veemên-
cia, paixão. Idealismo romântico. Profundidade emocional. Autenticida-
de. Introspecção.

1 54 1
Tensão e Ira
O que me deixa tenso: O fato de as pessoas e os acontecimentos não estarem à
altura dos meus ideais românticos e do meu desejo de levar uma vida
cheia de sentimentos intensos. Querer mais do que posso ter. Invejar as
coisas que os outros têm e eu não tenho, ou que eles são e eu não sou. Os
sentimentos incontroláveis, especialmente durante as crises emocionais.
O que me deixa irado: As pessoas que me decepcionam, que me deixam na mão
ou me abandonam. A lembrança de pessoas que agiram assim no passa-
do. Ser desdenhado, rejeitado, abandonado. Sentir-me incompreendido.
A falsidade e a insinceridade.
A natureza da minha ira: Explosões fogosas ou acessos de choro. Depressão.

Progresso Pessoal
O objetivo último do meu progresso: Perceber que somos perfeitamente ínte-
gros e dignos de ser amados neste momento agora; que nenhuma quali-
dade, nenhum elemento essencial nos falta; que temos uma ligação pro-
funda com todas as outras pessoas e com todos os seres.
O que posso fazer para incentivar o meu progresso: Concentrar-me nas coi-
sas positivas que existem na minha vida agora, não nas coisas que me fal-
tam. Conservar um curso de ação coerente, apesar dos sentimentos inten-
sos e flutuantes. Participar de atividades físicas e ajudar os outros a fim de
não viver tão ensimesmado. Fazer questão de não reagir até que as emo-
ções intensas comecem a diminuir. Gostar das coisas e acontecimentos
comuns do cotidiano.
O que impede o meu progresso: Deixar que meus sentimentos fortes tomem
conta de mim e cair na inatividade. A resistência a mudar "o meu ser" por
medo de perder a individualidade. Sentir que não vou estar à altura do
que tenho de fazer ou ser. Sentir que o mundo vai me decepcionar, me
passar a perna. Viver taciturno e circunspecto, voltado para dentro de
mim. Fazer pouco caso das minhas melhoras que não apresentam carac-
terísticas dramáticas e românticas e deixar-me desencorajar por isso.
O que os outros podem fazer para apoiar o meu progresso: Encorajar-me adi-
recionar a atenção para as coisas positivas que tenho agora. Respeitar
meus sentimentos e meu idealismo. Revelar-me seus verdadeiros senti-
mentos e reagir com sinceridade. Fazer-me ver que realmente me com-
preendem, que não querem somente me mudar.

1 55 1
Tipo 5: O Observador
Determinação do Tipo

Mediador
9

Epicurista Doador
7 2

Tipos Correlatos

Asa Romântico 4
Asa Cético Fiel 6
Tipo de Segurança Protetor 8
Tipo de Tensão Epicurista 7

Tipos Não-Correlatos

Os Tipos Semelhantes Mais Comuns Perfeccionista 1


Mediador 9

1 56 1
Probabilidade dos Tipos
Os tipos a serem considerados caso o primeiro parág r afo escolhi-
do por você tenha sido o do Observador
65% Observador 5
11% Cético Fiel 6
11% Mediador 9

Se o parágrafo do Observador foi o primeiro que você esco-


lheu, a probabilidade de este ser o seu verdadeiro tipo é de 65 por
cento. Leia as páginas de Descrição do Tipo Observador, a seguir,
para ver se elas descrevem fielmente a sua personalidade. Essas pá-
ginas também poderão ajudá-lo a compreender melhor comovo-
cê percebe o mundo e o que pode fazer para intensificar seu pro-
gresso enquanto ser humano.
Se não tem certeza de que a descrição do tipo Observador se
coaduna com você, considere a segunda e a terceira escolhas de
parágrafos e os outros tipos prováveis identificados na página an-
terior. Compare esses tipos com o Observador: para tanto, leia as
outras páginas de Descrição de Tipos referentes aos tipos possí-
veis.
Para confirmar a sua escolha de tipo, ou caso ainda esteja in-
seguro, vá para o capítulo de Discriminação dos Tipos, que come-
ça na página 76. Nessas páginas, identificamos as características
que distinguem cada um dos tipos de todos os outros.

1 57 1
Tipo 5: O Observador
Descrição do Tipo

O Postulado Básico
O princípio fundamental que perdi de vista: A energia e o conhecimento de
que todos necessitam existem em ilimitada abundância.
A crença que passei a ter em vez daquela: O mundo exige muito das pessoas e
lhes dá muito pouco.
A estratégia que desenvolvi para lidar com essa crença: Para proteger-me das
exigências inesperadas e evitar o esgotamento dos meus recursos, apren-
di a ser uma pessoa reservada e auto-suficiente. Para tanto, limito meus
desejos e quereres e acumulo muito conhecimento. Tornei-me um pouco
avaro, mas só em relação às coisas essenciais para a minha vida.

Características Principais
Em virtude dessa estratégia, a minha atenção se volta para: As coisas intelec-
tuais. Os fatos. Um pensamento analítico e compartimentado. As intro-
missões em minha vida e as exigências que me são feitas.
Direciono a minha energia para: Observar o mundo, colocando-me a uma dis-
tância segura. Aprender tudo o que posso sobre determinado tema. Pen-
sar e analisar as coisas de antemão. Amortecer e reduzir os sentimentos.
Conter-me em mim mesmo, retirar-me, preservar-me. Conservar a minha
privacidade e os limites por mim determinados.
Faço todo o possível para evitar: Os sentimentos fortes, especialmente o me-
do. As pessoas intrometidas e exigentes e as circunstâncias em que essas
pessoas podem entrar em minha vida. Os sentimentos de mediocridade e
vazio.
Meus pontos fortes: Capacidade de estudo. Conhecimento. Prudência. Capa-
cidade de manter a calma em momentos de crise. Sou respeitoso e não di-
vulgo os segredos de ninguém. Sou confiável. Gosto da simplicidade.

1 58 1
Tensão e Ira
O que me deixa tenso: A incapacidade de conservar a minha privacidade e os
limites que determinei. A fadiga. Ter desejos, necessidades e quereres que
podem gerar dependência. Procurar saber tudo antes de agir.
O que me deixa irado: Dizerem que estou errado quando afirmo um fato. As
exigências e intromissões. O excesso de estímulos emocionais. Não ter a
oportunidade de passar algum tempo sozinho para recuperar as energias.
A natureza da minha ira: Fechamento, contenção de energia. Tensão, sinais
de desaprovação. Curtos rompantes de cólera.

Progresso Pessoal
O objetivo último do meu progresso: Perceber que as coisas necessárias para
sustentar a vida existem naturalmente em abundância; perceber que o fa-
to de engajar-me ativamente na vida não vai esgotar meus recursos e mi-
nhas energias.
O que posso fazer para incentivar o meu progresso: Sentir plenamente meus
sentimentos em vez de dissociar-me deles e refugiar-me na mente. Reco-
nhecer que meu jeito reservado e contido é um convite às intromissões.
Agir, sabendo que tenho energia suficiente para fazê-lo. Participar de ati-
vidades físicas. Encontrar meios de conversar, de me expressar, de revelar
meus assuntos pessoais.
O que impede o meu progresso: A busca de minimizar minhas necessidades e
de destacar-me do fluxo da vida. Perder oportunidades de fazer coisas jun-
to com as outras pessoas. Isolar-me dos meus sentimentos e das outras pes-
soas. Não reconhecer o medo e a raiva dentro de mim. A relutância em
discutir e revelar assuntos pessoais. O excesso de análise.
O que os outros podem fazer para apoiar o meu progresso: Respeitar minha
necessidade de ficar sozinho e ter o meu próprio espaço. Estabelecer uma
distinção clara entre os pedidos e as exigências. Falar um pouco - não
demais - dos seus sentimentos e preocupações. Encorajar-me a revelar o
meu íntimo e expressar meus sentimentos no aqui e agora. Reconhecer
minha sensibilidade. Apreciar minha capacidade de viver e deixar viver.

1 59 1
Tipo 6: O Cético Fiel
D terminação do Tipo

Mediador
9

Epicurista Doador
7 2

Tipos Correlatos

Asa Observador 5
Asa Epicurista 7
Tipo de Segurança Mediador 9
Tipo de Tensão Realizador 3

Tipos Não-Correlatos

Os Tipos Semelhantes Mais Comuns Romântico 4

1 60 1
Probabilidade dos Tipos
O s tipos a serem considerados caso o primeiro parágrafo escolhi-
do por você tenha sido o do Cético Fiel
66% Cético Fiel 6
8% Observador 5
8% Mediador 9
5% Romântico 4
5% Epicurista 7

Se o parágrafo do Cético Fiel foi o primeiro que você esco-


lheu, a probabilidade de este ser o seu verdadeiro tipo é de 66 por
cento. Leia as páginas de Descrição do Tipo Cético Fiel, a seguir,
para ver se elas descrevem fielmente a sua personalidade. Essas pá-
ginas também poderão ajudá-lo a compreender melhor comovo-
cê percebe o mundo e o que pode fazer para intensificar seu pro-
gresso enquanto ser humano.
Se não tem certeza de que a descrição do tipo Cético Fiel se
coaduna com você, considere a segunda e a terceira escolhas de pa-
rágrafos e os outros tipos prováveis identificados na página ante-
rior. Compare esses tipos com o Cético Fiel: para tanto, leia as ou-
tras páginas de Descrição de Tipos referentes aos tipos possíveis.
Para confirmar a sua escolha de tipo, ou caso ainda esteja in-
seguro, vá para o capítulo de Discriminação dos Tipos, que come-
ça na página 76. Nessas páginas, identificamos as características
que distinguem cada um dos tipos de todos os outros.

1 61 1
Tipo 6: O Cético Fiel
Descrição do Tipo

O Postulado Básico
O princípio fundamental que perdi de vista: Todos nós, no começo, temos fé
em nós mesmos, nas outras pessoas e no universo.
A crença que passei a ter em vez daquela: O mundo é ameaçador e perigoso e
as pessoas simplesmente não podem confiar umas nas outras.
A estratégia que desenvolvi para lidar com essa crença: Postura Fóbica: A o
mesmo tempo que me tornei medroso e inseguro, e por isso aprendi a ser
vigilante e inquiridor, aprendi também a obedecer às autoridades, a fugir
das coisas que se me afiguram ameaçadoras e perigosas, a procurar a segu-
rança e a não correr riscos.
Postura Contrafóbica: A o mesmo tempo que me tornei medroso e insegu-
ro, e por isso aprendi a ser vigilante e inquiridor, aprendi também a desa-
fiar as autoridades, a lutar contra as coisas que se me afiguram ameaçado-
ras e perigosas, a desafiar a segurança e a enfrentar os riscos.

Características Principais
Em virtude dessa estratégia, a minha atenção se volta para: Tudo o que pode
dar errado ou ser perigoso. Os perigos ocultos, as incongruências, as difi-
culdades em potencial. As implicações, as inferências, as entrelinhas.
Direciono a minha energia para: Duvidar, pôr à prova, buscar intenções ocultas.
Empreender uma análise lógica das coisas. Bancar o advogado do diabo.
Manter uma atitude ambivalente diante das autoridades. Demonstrar mi-
nha força. Garantir a minha segurança - granjeando a boa vontade dos
outros, sendo leal e fiel aos outros e dedicando-me a causas nobres e dignas.
Faço todo o possível para evitar: Ficar desamparado e impotente diante do pe-
rigo. Sucumbir ao perigo e sofrer danos. Ficar preso em dúvidas e pensa-
mentos contraditórios. Contradizer ou opor resistência às pessoas das
quais dependo, a fim de que elas não se afastem de mim.
Meus pontos fortes: Confiabilidade. Lealdade. Prudência. Uma mente inqui-
sitiva. Calor humano. Perseverança. Responsabilidade. Disposição de
proteger os mais fracos. Intuição. Espirituosidade. Sensibilidade.

1 62 1
Tensão e Ira
O que me deixa tenso: A pressão a que me submeto na busca de lidar com a in-
certeza e a insegurança. As dificuldades com as autoridades - quer uma
obediência excessiva, quer a rebeldia. Procurar conservar a confiança e a
boa vontade dos outros em relação a mim, ao mesmo tempo que não con-
fio neles e sou ambivalente em relação a eles.
O que me deixa irado: Traição. Sentir-me encurralado, controlado ou pressio-
nado. As interações com outras pessoas que exigem muito de mim. O fa-
to de os outros não atentarem para as minhas necessidades.
A natureza da minha ira: Sarcasmo, piadas espirituosas. Comentários morda-
zes. Acusações. Reações defensivas violentas.

Progresso Pessoal
O objetivo último do meu progresso: Perceber que é natural ter fé em mim
mesmo e nas outras pessoas; perceber que podemos nos abrir para a vida
sem medo e sem desconfiança.
O que posso fazer para incentivar o meu progresso: Ser a minha própria au-
toridade e agir como tal. Recuperar a fé em mim, nas outras pessoas e no
universo. Aceitar que a vida naturalmente acarreta uma dose de incerte-
za e insegurança. Verificar se meus medos e preocupações em relação aos
outros são fundamentados ou não. Reconhecer que a atividade constan-
te é um mecanismo para reduzir a consciência da ansiedade. Reconhecer
que tanto a fuga quanto a luta são reações determinadas pelo medo. Se-
guir em frente, agindo de maneira positiva apesar do medo.
O que impede o meu progresso: A dúvida e a ambivalência. O demasiado de-
sejo de certeza. O fato de querer controlar tudo ou ser superprotetor. A
descrença nas minhas capacidades e decisões. Deixar que a minha men-
te seja dominada pela imaginação das piores possibilidades.
O que os outros podem fazer para apoiar o meu progresso: Ser confiáveis e
coerentes no trato comigo. Abrir-se comigo e encorajar-me a abrir-me
com eles. Contrapor alternativas positivas e realistas à minha dúvida e ao
meu medo.

1 63 1
Tipo 7: O Epicurista
Determinação do Tipo

Mediador
9

Epicurista Doador
7 2

Tipos Correlatos
Asa Cético Fiel 6
Asa Protetor 8
Tipo de Segurança Observador 5
Tipo de Tensão Perfeccionista 1

Tipos Não-Correlatos

Os Tipos Semelhantes Mais Comuns Doador 2


Realizador 3
Mediador 9

1 64 1
Probabilidade dos Tipos
Os tipos a serem considerados caso o primeiro parágrafo escolhi-
do por você tenha sido o do Epicurista
52% Epicurista 7
8,5% Protetor
7% Doador 2
7% Observador 5
7% Cético Fiel 6
6% Mediador 9
5,5% Perfeccionista 1

S e o parágrafo do Epicurista foi o primeiro que você esco-


lheu, a probabilidade de este ser o seu verdadeiro tipo é de 52 por
cento. Leia as páginas de Descrição do Tipo Epicurista, a seguir,
para ver se elas descrevem fielmente a sua personalidade. Essas pá-
ginas também poderão ajudá-lo a compreender melhor comovo-
cê percebe o mundo e o que pode fazer para intensificar seu pro-
gresso enquanto ser humano.
S e não tem certeza de que a descrição do tipo Epicurista se
coaduna com você, considere a segunda e a terceira escolhas de pa-
rágrafos e os outros tipos prováveis identificados na página ante-
rior. Compare esses tipos com o Epicurista: para tanto, leia as ou-
tras páginas de Descrição de Tipos referentes aos tipos possíveis.
Para confirmar a sua escolha de tipo, ou caso ainda esteja in-
seguro, v á para o capítulo de Discriminação dos Tipos, que come-
ça na página 76. Nessas páginas, identificamos as características
que distinguem cada um dos tipos de todos os outros.

1 65 1
· Tipo 7: O Epicurista
Descrição do Tipo

O Postulado Básico
O princípio fundamental que perdi de vista: A vida é todo um espectro de pos-
sibilidades que devem ser vividas livremente e de maneira perseverante
e concentrada.
A crença que passei a ter em vez daquela: O mundo limita as pessoas, frustra-
as e causa-lhes sofrimento.
A estratégia que desenvolvi para lidar com essa crença: Para proteger-me das
limitações e do sofrimento, aprendi a dedicar-me a atividades agradáveis
e a imaginar muitas possibilidades fascinantes para o futuro. Tornei-me
uma pessoa gulosa de idéias e experiências interessantes.

Características Principais
Em virtude dessa estratégia, minha atenção se volta para: Idéias, planos, op-
ções e projetos interessantes, agradáveis e fascinantes. As interligações e
inter-relações entre diversas áreas de informação e de conhecimento. As
coisas que eu quero.
Direciono minha energia para: Gozar e "curtir" a vida ao máximo. Estar sem-
pre animado e ter muitas opções entre as quais escolher. Uma imagina-
ção ativa. Fazer com que os outros gostem de mim (charmoso, natural).
Ocupar e manter uma posição privilegiada.
Faço todo o possível para evitar: Frustrações, limitações e situações de sujei-
ção. Situações ou sentimentos dolorosos. O tédio.
Meus pontos fortes: Sou brincalhão. Sou inventivo. Sou agradável e "para ci-
ma". Sou otimista e tenho muita energia. Adoro a vida. Sou visionário.
Tenho entusiasmo. Sou prestativo. Sou imaginativo.

1 66 1
Tensão e Ira
O que me deixa tenso: A sobrecarga de ter de provar um pouco de tudo o que
a vida tem a oferecer. Cometer os mesmos erros inúmeras vezes em virtu-
de do meu desejo de fugir do sofrimento. Aceitar compromissos e depois
me sentir preso por eles.
O que me deixa irado: Os constrangimentos e limites que me impedem de ob-
ter o que quero. As pessoas que vivem atoladas, infelizes e deprimidas ou
culpam constantemente os outros.
A natureza da minha ira: Breve e direcionada. De curta duração. Episódica.
Impetuosa.

Progresso Pessoal
O objetivo último do meu progresso: Perceber que, para viver a vida plena-
mente, temos de estar conscientemente presentes no aqui e agora; que
nós ajudamos a nós mesmos e aos outros pelo cultivo dessa presença cons-
ciente.
O que posso fazer para incentivar o meu progresso: Ficar atento para os mo-
mentos em que a busca de opções agradáveis não passa de uma reação ao
medo da privação, de um desejo de escapar das responsabilidades que me
limitam a liberdade ou de fugir da dor. Habituar-me a fazer uma coisa de
cada vez, e fazê-la até o fim. Viver a vida mais plenamente no momento
presente e menos no futuro. Levar mais em conta os sentimentos e preo-
cupações dos outros. Perceber que o fato de só buscar as coisas positivas
e fugir das negativas é em si mesmo uma limitação.
O que impede o meu progresso: A preocupação comigo mesmo e com as coi-
sas que eu quero. A dificuldade de reconhecer os meus pontos negativos.
A falta de disposição para fazer coisas que me farão sofrer ou entrar em
conflitos. Distrair-me facilmente dos objetivos e compromissos mais sé-
rios e profundos.
O que os outros podem fazer para apoiar o meu progresso: Apoiar-me quan-
do diminuo meu ritmo para manter-me fiel aos compromissos assumidos.
Contar-me quais são os seus quereres e necessidades e o quanto eles lhes
são importantes. Encorajar-me a lidar com a dor, o medo e a inquietação
em vez de fugir dessas coisas.

1 67 1
T i p o 8: O Protetor
�eterminação do Tipo

Mediador
9

Epicurista Doador
7 2

Tipos Correlatos

Asa Epicurista 7
Asa Mediador 9
Tipo de Segurança Doador 2
Tipo de Tensão Observador 5

Tipos Não-Correlatos

Os Tipos Semelhantes Mais Comuns Perfeccionista 1


Romântico 4
Cético Fiel 6

1 68 1
Probabilidade dos Tipos

Os tipos a serem considerados caso o primeiro parágrafo escolhi-


do por você tenha sido o do Protetor
37% Protetor 8
16,5% Cético Fiel 6
16% Perfeccionista 1
8% Romântico 4
7% Epicurista 7
6% Mediador 9

S e o parágrafo do Protetor foi o primeiro que você escolheu,


a probabilidade de este ser o seu verdadeiro tipo é de 3 7 por cen-
to. Leia as páginas de Descrição do Tipo Protetor, a seguir, para
ver se elas descrevem fielmente a sua personalidade. Essas páginas
também poderão ajudá-lo a compreender melhor como você per-
cebe o mundo e o que pode fazer para intensificar seu progresso
enquanto ser humano.
S e não tem certeza de que a descrição do tipo Protetor se
coaduna com você, considere a segunda e a terceira escolhas de
parágrafos e os outros tipos prováveis identificados na página an-
terior. Compare esses tipos com o Protetor: para tanto, leia as ou-
tras páginas de Descrição de Tipos referentes aos tipos possíveis.
Para confirmar a sua escolha de tipo, ou caso ainda esteja in-
seguro, v á para o capítulo de Discriminação dos Tipos, que come-
ça na página 76. Nessas páginas, identificamos as características
que distinguem cada um dos tipos de todos os outros.

1 69 1
Tipo 8: O Protetor
Descrição do Tipo

O Postulado Básico
O princípio fundamental que perdi de vista: Todas as pessoas são, a princípio,
inocentes e bem-intencionadas, e todas são capazes de intuir a verdade.
A crença que passei a ter em vez daquela: Vivemos num mundo opressivo e in-
justo, no qual os poderosos se aproveitam da inocência dos fracos.
A estratégia que desenvolvi para lidar com essa crença: Tomei-me forte e po-
deroso, aprendendo a impor minha própria verdade e a esconder meus
pontos vulneráveis a fim de proteger a mim mesmo e aos outros e de ob-
ter o respeito alheio. Desenvolvi em mim uma energia de força bruta e
passei a confiar nos meus próprios instintos.

Características Principais
Em virtude dessa estratégia, minha atenção se volta para: O poder e o domí-
nio. A justiça e a injustiça. Os logros e manipulações. As oposições do ti-
po "tudo ou nada". Todas as coisas que exigem uma ação imediata.
Direciono minha energia para: O domínio sobre o meu espaço e sobre as pes-
soas e coisas que habitam nesse espaço. Agir diretamente e enfrentar os
conflitos. Proteger os fracos e inocentes. Granjear o respeito dos outros
por ser forte e justo.
Faço todo o possível para evitar: Ser fraco, vulnerável, inseguro ou dependen-
te. Perder a consideração das pessoas que eu respeito.
Meus pontos fortes: Coragem. Persistência. Senso de justiça. Firmeza e deter-
minação. Disposição de proteger os outros. Capacidade de auto-afirma-
ção. Veemência. Amizade. Magnanimidade. A capacidade de energizar
os outros.

Tensão e Ira
O que me deixa tenso: Ser incapaz de corrigir as injustiças que percebo. Ter de
conter meu jeito "brigão", e a dificuldade de contê-lo. Agir demais, igno-
rando a fadiga e a dor.

1 70 1
O que me deixa irado: A mentira. A manipulação. As pessoas que não defen-
dem a si mesmas. O fato de os outros não me obedecerem nem fazerem o
que tem de ser feito. Leis e limites demasiado injustos ou constrangedo-
res. As tentativas de me pôr sob controle.
A natureza da minha ira: Uma ira poderosa que se expressa diretamente, sob a
forma de uma confrontação ou de uma retirada defensiva. Equilibrar as
contas (vingança).

Progresso Pessoal
O objetivo último do meu progresso: Perceber que todos nós somos intrinse-
camente inocentes e naturalmente capazes de intuir a verdade; perceber
que a verdade só pode ser reconhecida quando nos pomos diante de cada
situação com um ponto de vista aberto, despojado dos nossos preconcei-
tos pessoais.
O que posso fazer para incentivar o meu progresso: Atentar para a minha for-
ça e para o efeito que ela tem sobre os outros. Considerar a minha força
e a minha veemência como tentativas de mascarar a vulnerabilidade.
Considerar as aparentes fraquezas como um progresso da minha capaci-
dade de reconhecer a vulnerabilidade e abrir-me para o sentimento de
ternura. Habituar-me a esperar e ouvir antes de agir, para moderar a im-
pulsividade. Só aplicar a cada situação a quantidade de força compatível
com ela. Procurar desenvolver a calma e a quietude interiores. Buscar so-
luções em que todos os lados saiam ganhando. Aprender a fazer acordos.
O que impede o meu progresso: O fato de eu me recusar a ser dominado e não
ter consciência de que estou subjugando os outros. Um estilo de vida de
excessos, que leva à exaustão e faz com que as pessoas se afastem de mim.
A descrença na possibilidade de melhorar. A negação do medo, das fra-
quezas e da vulnerabilidade. O fato de não dar valor à ternura e à sensi-
bilidade.
O que os outros podem fazer para apoiar o meu progresso: Ter a disposição de
defender-se contra as injustiças. Ficar firmes. Ser francos e diretos. Falar o
que pensam. Falar comigo acerca do meu jeito de tratá-los. Apoiar-me
quando revelo sentimentos de ternura e pontos fracos da minha pessoa.

1 71 1
Tipo 9: O Mediador
Determinação do Tipo

Mediador
9

Epicurista Doador
7 2

Tipos Correlatos

Asa Protetor 8
Asa Perfeccionista 1
Tipo de Segurança Realizador 3
Tipo de Tensão Cético Fiel 6

Tipos Não�Correlatos

Os Tipos Semelhantes Mais Comuns Doador 2


Romântico 4
Epicurista 7

1 72 1
Probabilidade dos Tipos

O s tipos a serem considerados caso o primeiro parág r afo escolhi-


do por você tenha sido o do Mediador
68% Mediador 9
7% Perfeccionista 1
6% Doador 2
5% Cético Fiel 6
5% Epicurista 7

Se o parágrafo do Mediador foi o primeiro que você esco-


lheu, a probabilidade de este ser o seu verdadeiro tipo é de 68 por
cento. Leia as páginas de Descrição do Tipo Mediador, a seguir,
para ver se elas descrevem fielmente a sua personalidade. Essas pá-
ginas também poderão ajudá-lo a compreender melhor comovo-
cê percebe o mundo e o que pode fazer para intensificar seu pro-
gresso enquanto ser humano.
Se não tem certeza de que a descrição do tipo Mediador se
coaduna com você, considere a segunda e a terceira escolhas de pa-
rágrafos e os outros tipos prováveis identificados na página ante-
rior. Compare esses tipos com o Mediador: para tanto, leia as ou-
tras páginas de Descrição de Tipos referentes aos tipos possíveis.
Para confirmar a sua escolha de tipo, ou caso ainda esteja in-
seguro, vá para o capítulo de Discriminação dos Tipos, que come-
ça na página 76. Nessas páginas, identificamos as características
que distinguem cada um dos tipos de todos os outros.

1 73 1
T i p o 9: O Mediador
Descrição do Tipo

O Postulado Básico
O princípio fundamental que perdi de vista: Todos participam igualmente de
um estado de amor e união incondicionais.
A crença que passei a ter em vez daquela: O mundo diminui a importância das
pessoas e exige que elas se amoldem às outras para ter a sensação de que
participam de alguma coisa maior.
A estratégia que desenvolvi para lidar com essa crença: Aprendi a esquecer de
mim mesmo e a moldar-me pelas outras pessoas. Substituí as verdadeiras
prioridades da vida pelas coisas não-essenciais e pelos pequenos confor-
tos.

Características Principais
Em virtude dessa estratégia, minha atenção se volta para: As prioridades, pe-
didos e exigências dos outros. Todos os elementos do ambiente que cha-
mam a minha atenção.
Direciono minha energia para: Ser sensível aos outros e procurar agradá-los.
Levar uma vida confortável e familiar. Conservar uma estrutura de vida
e uma rotina para que a vida seja previsível. Ficar na calma e no sossego.
Conter a raiva. Dedicar-me às atividades mais agradáveis e menos essen-
ciais em vez de às mais importantes e perturbadoras.
Faço todo o possível para evitar: O conflito, os confrontos. Não me sentir à
vontade. Um excesso de exigências contraditórias impostas à minha
atenção e à minha energia.
Meus pontos fortes: Sensibilidade aos outros. A capacidade de me identificar
com eles. A capacidade de compreendê-los e apoiá-los. Responsabilida-
de. Perseverança. Capacidade de adaptação. Capacidade de aceitação.
Receptividade. Ternura.

1 74 1
Tensão e Ira
O que me deixa tenso: Ter de assumir uma posição. Dizer não a alguém e ver
essa pessoa ficar com raiva de mim. Ter de tomar decisões rápidas e esta-
belecer prioridades. Ter de lidar com um compromisso que na verdade eu
não queria assumir.
O que me deixa irado:Ser tratado como uma pessoa insignificante. Sentir-me
controlado e dominado pelos outros. Ser forçado a enfrentar os conflitos.
A natureza da minha ira:Uma agressividade passiva que se manifesta sob a for-
ma de teimosia ou resistência. Ocasionais explosões, com a "gota d'água".

Progresso Pessoal
O objetivo último do meu progresso: Perceber que todos nós somos amados
igualmente e incondicionalmente (que somos pessoalmente aceitos e
apreciados), que o nosso valor e o nosso bem-estar vêm de dentro.
O que posso fazer para incentivar o meu progresso: Prestar atenção às minhas
próprias necessidades e ao meu bem-estar. Usar a raiva como um sinal de
que estou me sentindo relegado a segundo plano e lembrar-me que, na
verdade, eu valho alguma coisa. Atentar para os sentimentos que estou
reprimindo quando deixo de lado as verdadeiras prioridades e me volto
para atividades substitutas, como assistir à televisão, comer, passear ou
cumprir tarefas domésticas. Perceber quando o excesso de reflexão me im-
pede de estabelecer prioridades e agir de acordo. Aceitar o incômodo e a
mudança como fatores naturais da vida. Habituar-me a amar a mim mes-
mo como amo aos outros.
O que impede o meu progresso: Sentir que eu não valho nada. Sentir que não
mereço ir atrás das coisas que preciso. Dar a mesma importância a todas
as coisas e, assim, deixar de lado as prioridades verdadeiras. Fugir do in-
cômodo e da turbulência necessários para a mudança.
O que os outros podem fazer para apoiar o meu progresso: Encorajar-me a
expressar minhas opiniões. Perguntar-me o que eu quero, o que é bom pa-
ra mim, e me dar tempo para descobrir a resposta. Apoiar-me quando ajo
com responsabilidade em relação a mim mesmo. Deixar-me dar o devido
valor à minha raiva. Encorajar-me a estabelecer e respeitar meus próprios
limites e minhas próprias prioridades.

1 75 1
RESUMO DOS FATORES DE DISCRIMINAÇÃO
ENTRE OS TIPOS
Apnesentamos a seguir as características comuns e o principal fa-
tor de discriminação entre cada par de tipos correlatos e não-cor-
relatos do Eneagrama. Os pares são, ao todo, em número de trin-
ta e seis. Os tipos correlatos são os que são asas um do outro ou
que partilham um vínculo de tensão-segurança. Também os tipos
não-correlatos têm, em geral, certas características que lhes dão
uma certa semelhança.

A Os dois tipos são asas um do outro.


S--T Os dois tipos são tipos de segurança e tensão um do outro.
P Os dois tipos são tipos não-correlatos mas parecidos.
A Tipos Um e Dois. Os Perfeccionistas e os Doadores são pare-
cidos porque, na qualidade de asas um do outro, possuem al-
guns dos mesmos traços de personalidade. Ambos podem ter
padrões elevados de generosidade, dedicar intensamente a
sua energia ao melhoramento e ao bem-estar das outras pes-
soas e saber o que é melhor para os outros. Ambos, em defi-
nitivo, sufocam ou reprimem suas próprias necessidades e de-
sejos. São diferentes na medida em que os Perfeccionistas
vêem - em geral, de maneira inflexível - as necessidades
dos outros com base nos seus próprios padrões interiores,
ao passo que os Doadores voltam-se para as necessidades
reais dos outros, muitas vezes mudando a si mesmos para
deixar os outros contentes. Embora ambos busquem a au-
to-suficiência e a independência, os Doadores são muito
voltados para os relacionamentos e em geral acham-se liga-
dos demais aos outros, a ponto de ser-lhes indispensáveis.

1 76 1
P Tipos Um e Três. Os Perfeccionistas e os Realizadores po-
dem ser considerados tipos semelhantes porque ambos bus-
cam resultados exteriores e podem se voltar para seus obje-
tivos particulares e para o sucesso. As diferenças são as
seguintes: os Perfeccionistas tendem a ser mais acossados
pelo seu crítico interior, que os motiva a fazer o que é cer-
to segundo os padrões elevadíssimos dele mesmo, o críti,
co; já os Realizadores são mais voltados para o sucesso e
mudam sua atitude, chegando mesmo a aparar arestas, se
necessário, para atingir seus objetivos e ser reconhecidos
pelas suas realizações.

S-T Tipos Um e Quatro. Os Perfeccionistas e os Românticos


partilham certos traços de personalidade porque o Perfec-
cionista é o tipo de segurança do Romântico e este é o tipo
de tensão do Perfeccionista. Ambos muitas vezes mostram-
se idealistas, veementes, sensíveis, íntegros e autênticos; re-
preendem e corrigem a si mesmos e preocupam-se com a
melhora de sua pessoa. Os Perfeccionistas, quando tensos,
perdem o ânimo e sentem-se despreparados e inferiores. Os
Românticos, quando seguros, podem expressar um idealis-
mo crítico e exigir dos outros a perfeição. São diferentes
porque o idealismo dos Perfeccionistas diz respeito ao
comportamento correto e ao jeito correto de agir, ao pas,
so que o dos Românticos gira mais em torno das possibi,
lidades de satisfação absoluta. Além disso, os Perfeccio,
nistas em geral são mais contidos e sufocam seus desejos
pessoais, ao passo que os Românticos sentem desejos for,
tes, às vezes a ponto de se sentir carregados e totalmente
tomados por eles.

1 77 1
P Tipos Um e Cinco. Os Perfeccionistas e os Observadores
podem ser considerados tipos semelhantes porque ambos
têm uma tendência intelectual e podem ficar retraídos ou
interiorizados quando procuram entender as coisas. Os
Perfeccionistas, porém, expressam-se de maneira forte,
reprimem os próprios desejos e buscam melhorar a si mes-
mos e aos outros, ao passo que os Observadores desta-
cam-se dos próprios sentimentos a fim de proteger-se das
intromissões e conservar a própria energia.

P Tipos Um e Seis. Os Perfeccionistas e os Céticos Fiéis po-


dem ser considerados tipos semelhantes porque ambos po-
dem ser muito atentos, ansiosos e preocupados e ficam ten-
tando entender as coisas. O que diferencia esses dois tipos
parecidos é que os Céticos Fiéis, por meio da dúvida me-
tódica, procuram descobrir o que pode dar errado, qual
pode ser o pior resultado possível de uma situação e co-
mo fazer para garantir uma certa segurança e uma boa do-
se de certeza. Os Perfeccionistas, quando formam juízos
e fazem comparações, procuram descobrir como fazer pa-
ra impedir-se de errar, para consertar as coisas erradas e
para evitar as autocríticas e as críticas vindas dos outros.

S-T Tipos Um e Sete. Os Perfeccionistas e os Epicuristas pos-


suem algumas características em comum porque o Perfec-
cionista é o tipo de tensão do Epicurista e este é o tipo de
segurança do Perfeccionista. Ambos são idealistas que que-
rem um mundo melhor, agem com veemência, são presta-
ti vos e dão valor à auto-suficiência. Os Perfeccionistas,
quando se sentem seguros, libertam-se do seu sentimento
de responsabilidade, relaxam e entregam-se aos prazeres, às

1 78 1
brincadeiras e à satisfação dos desejos pessoais. Os Epicuris-
tas, quando tensos, podem ficar extremamente críticos, exi-
gentes e determinados. Porém, os Perfeccionistas normal-
mente não buscam o prazer e são bastante austeros. Os
Epicuristas, por outro lado, buscam decididamente o pra-
zer e chegam a ser hedonistas. Portanto, os Perfeccionis-
tas são sérios, abnegados e restringem os próprios dese-
jos; os Epicuristas são expansivos, gostam de divertir-se
e rejeitam os limites.

P Tipos Um e Oito. Os Perfeccionistas e os Protetores podem


ser considerados tipos semelhantes porque ambos são tipos
do Centro Somático (ver Parte 2) e têm por objeto de sua
atenção o certo, a justiça e a verdade. Os Protetores, porém,
falam a verdade abertamente, expressam sua ira diretamen-
te e passam com facilidade do impulso à ação. Os Perfec-
cionistas reprimem a ira e os impulsos em geral; permane-
cem tensos e ressentidos até julgarem que têm o direito de
expressar a sua ira numa explosão de indignação.

A Tipos Um e Nove. Os Perfeccionistas e os Mediadores são


parecidos porque, na qualidade de asas um do outro e de ti-
pos do Centro Somático, partilham certas características de
personalidade. Esquecem ou reprimem facilmente suas pró-
prias necessidades e desejos. Dão valor à estabilidade, à or-
ganização e à rotina e trabalham duro para ajudar os outros;
são cuidadosos e preocupam-se com a harmonia. Porém, os
Perfeccionistas aferram-se às suas opiniões e padrões,
muitas vezes de maneira rígida e inflexível, ao passo que
os Mediadores estão sempre prontos a adaptar-se às opi-
niões dos outros, muitas vezes perdendo de vista as suas

1 79 1
próprias. Por isso, os Perfeccionistas parecem tensos e
procuram obrigar os outros a mudar, ao passo que os Me-
diadores seguem as prioridades dos outros, adaptando-se
aos pedidos e exigências deles.

A Tipos Dois e Três. Os Doadores e os Realizadores são pare-


cidos porque, na qualidade de asas um do outro e de tipos
do Centro Cardíaco (ver Parte 2), têm em comum certos
traços de personalidade. Ambos têm uma energia muito ati-
va e se voltam para as realizações exteriores e a prestativi-
dade. São exuberantes e práticos; buscam a aprovação dos
outros e muitas vezes mudam a si mesmos para encaixar-se
na imagem desejada. O que distingue esses dois tipos é que
os Doadores habitualmente concentram-se nos relaciona-
mentos e atentam para os sentimentos e necessidades dos
outros, ao passo que os Realizadores deixam de lado os
sentimentos e habitualmente concentram-se nas suas ta,
refas, nos seus objetivos e na obtenção do reconhecimen-
to alheio por suas realizações.

S-T Tipos Dois e Quatro. Os Doadores e os Românticos têm al-


guns traços de personalidade em comum porque o Doador
é o tipo de tensão do Romântico e este é o tipo de seguran-
ça do Doador. Além disso, ambos são tipos do Centro Car-
díaco. Ambos voltam a sua atenção para os sentimentos.
São sensíveis, voltados para os relacionamentos, prestati-
vos e emotivos. Têm uma tendência romântica e preocu-
pam-se com sua imagem, com como os outros os vêem. Os
Doadores, quando se sentem seguros, ficam mais interiori-
zados, voltados para si mesmos, nostálgicos, originais e cria-
tivos. Já os Românticos, quando tensos, ficam mais agradá-

1 80 1
veis, mais voltados para fora e para os outros e mais gene-
rosos. São diferentes na medida em que os Doadores são
mais voltados para fora e tomam mais os outros como re-
ferência. Concentram-se nas necessidades alheias com
uma energia ativa, e mudam a si mesmos no que for ne-
cessário para atendê-las. Os Românticos, ao contrário,
são mais voltados para dentro e tomam a si próprios co-
mo referência. Têm, além disso, uma tendência à depres-
são. Preocupam-se com a sua autenticidade, querem ser
originais e muitas vezes sucumbem a um sentimento de
mediocridade.

P Tipos Dois e Cinco. Os Doadores e os Observadores podem


ser considerados tipos semelhantes porque ambos são sensí-
veis às exigências e às necessidades de pessoas importantes
para eles, são bastante desapegados e não prestam atenção
aos próprios sentimentos. Porém, para os Observadores, os
períodos de doação e de atendimento aos pedidos e exigên-
cias dos outros são intermitentes; alternam-se com perío-
dos nítidos de afastamento e isolamento, durante os quais
recarregam suas energias e protegem os limites por eles
mesmos estabelecidos. Os Doadores, por sua vez, estão sem-
pre prontos a se doar e quase sempre tomam eles mesmos
a iniciativa de ligar-se aos outros a fim de atender-lhes às
necessidades; nesse processo, muitas vezes perdem de vista
os próprios limites.

P Tipos Dois e Seis. Os Doadores e os Céticos Fiéis podem ser


considerados parecidos porque ambos os tipos podem ser
calorosos e amistosos, ansiosos, sensíveis aos outros, sub-
missos aos quereres e necessidades alheios e obsequiosos ou

1 81 1
sedutores. (Isto se aplica especialmente ao Tipo Seis fóbi-
co, ou submisso.) Entretanto, os Doadores buscam ativa,
mente identificar e atender às necessidades das pessoas
que consideram importantes, a ponto de muitas vezes
sentir-se indispensáveis para elas, ao passo que os Céti,
cos Fiéis, cuidadosos, nunca dão tudo de si; duvidam de
si mesmos e dos outros e não querem fazer-se indispen,
sáveis. Os Céticos Fiéis agradam os outros para garantir
a própria segurança, não para sentir que valem alguma
coisa. N o caso dos Doadores, ao contrário, é a própria
identidade deles que está associada ao ato de dar de si .. os
outros.

P Tipos Dois e Sete. Os Doadores e os Epicuristas podem ser


considerados tipos semelhantes porque ambos são ativos,
animados, energéticos, charmosos, sedutores e amistosos;
escolhem muito bem as pessoas com quem se relacionam e
querem que elas gostem deles. São diferentes na medida
em que os Epicuristas conservam-se sempre um pouco
isolados e voltam-se primordialmente para si mesmos, pa,
ra o que eles mesmos querem, gostam e precisam, ao pas,
so que os Doadores procuram as outras pessoas e voltam-se
primordialmente para os quereres, gostos e necessidades
delas. Os Epicuristas facilmente ficam absortos em suas
próprias atividades intelectuais, ao contrário dos Doado,
res, que mudam a si próprios para corresponder às neces,
sidades emocionais dos outros.

S-T Tipos Dois e Oito. Os Doadores e os Protetores partilham


algumas características porque o Doador é o tipo de segu-
rança do Protetor e este é o tipo de tensão do Doador. Am-

1 82 1
bos demonstram uma energia ativa; metem-se na vida dos
outros, são generosos, gostam de proteger os outros e têm
atração pelo poder. Os Doadores, quando tensos, ficam
mais diretos e arrogantes; expressam sua ira com presteza e
fazem questão de afirmar que sabem com certeza absoluta o
que é necessário a cada um. Os Protetores, quando se sen-
tem seguros, podem ficar com o coração aberto e expressar
seus sentimentos, mostrando-se suaves e sensíveis aos ou-
tros. Porém, os Doadores empregam a sua energia ativa
para ir em busca das outras pessoas e identificar-lhes os
sentimentos; mudam a si mesmos para agradar os outros
e reprimem as próprias necessidades. Os Protetores, por
outro lado, usam sua energia para agir com vigor, de ma-
neira a intimidar os outros e afirmar sua própria posição,
seus quereres e suas necessidades.

P Tipos Dois e Nove. Os Doadores e os Mediadores podem ser


considerados tipos semelhantes porque têm em comum as
características de procurar agradar os outros e atender-lhes
aos quereres e às necessidades. Nesse processo, orientam-se
pelos pedidos e exigências que os outros lhes fazem, perden-
do assim a consciência de suas próprias necessidades e prio-
ridades. As principais diferenças são que os Doadores vol-
tam sua atenção e sua energia de maneira mais ativa para
as necessidades dos outros e modificam a si mesmos para
atender a essas necessidades, ao passo que os Mediadores
são mais reativos, ou seja, deixam-se moldar pelos pedi-
dos que os outros lhes fazem. Integram-se nos grupos e
dispersam sua energia para deixar tudo bem cômodo e
confortável, sem porém mudar sua própria imagem.

1 83 1
A Tipos Três e Quatro. Os Realizadores e os Românticos são
parecidos porque, na qualidade de asas um do outro e de ti-
pos do Centro Cardíaco, têm em comum certas caracterís-
ticas de personalidade. Ambos preocupam-se com a apro-
vação e o reconhecimento das outras pessoas e acham que
a conservação da imagem é uma coisa importantíssima.
Ambos são veementes e competitivos e têm uma tendência
criativa e inventiva. São diferentes porque os Realizado-
res voltam-se primordialmente para a realização dos seus
objetivos, o que os obriga a pôr em suspenso os sentimen-
tos e mudar a si mesmos, ao passo que os Românticos têm
grande dificuldade para sair em busca de um objetivo, em
virtude dos sentimentos profundos e flutuantes que de-
correm da sua preocupação com os relacionamentos.

P Tipos Três e Cinco. Os Realizadores e os Observadores po-


dem ser considerados tipos semelhantes porque ambos po-
dem voltar-se para determinadas tarefas, atividades e realiza-
ções exteriores, e ao mesmo tempo ambos isolam-se de seus
sentimentos ou põem-nos em suspenso para não ser excessi-
vamente influenciados por eles. Entretanto, os Observado-
res são extremamente intelectuais; sua atividade e sua
energia manifestam-se de tempos em tempos e alternam-se
com nítidos períodos de retração - tempo para recarregar
as baterias e repensar as coisas. A atividade dos Realizado-
res é muito mais contínua. Eles continuam sempre em
frente, com uma energia extremamente ativa e uma forte
preocupação pela maneira que os outros os vêem.

S-T Tipos Três e Seis. Os Realizadores e os Céticos Fiéis parti-


lham certos traços de personalidade porque o Realizador é

1 84 1
o tipo de tensão do Cético Fiel e este é o tipo de segurança
do Realizador. Ambos os tipos são simpáticos, práticos, ex-
tremamente ativos e trabalhadores. Os Realizadores, quan-
do se sentem seguros, são mais questionadores e reflexivos
e confiam mais nos outros para levar a cabo suas tarefas. Os
Céticos Fiéis, quando tensos, caem na atividade, ficam
preocupados com a imagem que estão passando e esforçam-
se para realizar certos objetivos. Esses dois tipos são dife,
rentes porque os Céticos Fiéis precisam acumular moti-
vação para agir, superando assim as dúvidas e o medo do
perigo, ao passo que os Realizadores são sempre voltados
para os seus objetivos com uma energia extremamente
ativa. Os Realizadores adoram o sucesso, os elogios e o
reconhecimento alheio, ao contrário dos Céticos Fiéis,
que não gostam muito dessas coisas; pois elas os deixam
com a pulga atrás da orelha.

P Tipos Três e Sete. Os Realizadores e os Epicuristas podem ser


considerados tipos semelhantes porque ambos são ativos,
afirmam a si mesmos, são animados, voltados para a ativida-
de e, na grande maioria das vezes, superocupados. Ambos
tendem a fugir dos sentimentos negativos. A diferença é
que os Epicuristas naturalmente concentram-se nos seus
próprios prazeres e interesses e sentem que têm o direito
natural de manter suas opiniões em aberto, ao passo que
os Realizadores são movidos ao sucesso porque precisam
manter sua boa imagem e obter a aprovação dos outros pe-
las suas realizações a fim de conservar o amor-próprio.

P Tipos Três e Oito. Os Realizadores e os Protetores podem


ser considerados tipos semelhantes porque ambos afirmam

1 85 1
a si mesmos, são determinados e firmes, voltados para a
ação e para a realização de certos objetivos e dispõem-se na-
turalmente a ficar no comando. Além disso, irradiam com-
petência e autoconfiança e podem, sem querer ou de pro-
pósito, pisar em qualquer pessoa que lhes obstaculize o
caminho. Entretanto, os Realizadores mudam de ritmo,
mudam a direção de suas ações e mudam até a si mesmos,
à semelhança do camaleão, a fim de realizar seus objeti-
vos, ao passo que os protetores aferram-se sempre às mes-
mas opiniões, gostam de brigar e expressam sua ira fran-
camente e com facilidade. A ira dos Realizadores costuma
manifestar-se quando eles se sentem obstaculizados no
movimento rumo a um determinado objetivo.

S-T Tipos Três e Nove. Os Realizadores e os Mediadores têm al-


guns traços de personalidade em comum porque o Realiza-
dor é o tipo de segurança do Mediador e este é o tipo de ten-
são do Realizador. Ambos os tipos são simpáticos, práticos,
amistosos (querem que os outros gostem deles) e competen-
tes, e dependem ambos do apoio e da aprovação das outras
pessoas. Os Realizadores, quando tensos, tendem a dissipar
sua energia em tarefas de importância secundária e a deixar
de lado suas prioridades pessoais e até mesmo sua imagem,
a duras penas construída. Os Mediadores, quando se sentem
em segurança, concentram-se muito mais em seus próprios
objetivos, tornam-se mais eficientes e dão mais importân-
cia à imagem. O fator que os distingue é que os Realiza-
dores fazem tudo em passo acelerado, são eficientes, que-
rem antes de mais nada atingir determinados objetivos e
ficam impacientes quando obstáculos interpõem-se-lhes
no caminho. Os Mediadores, por outro lado, são mais len-

1 86 1
tos, reagem às opiniões e exigências dos outros e substi-
tuem as próprias prioridades e objetivos pelos dos outros.

A Tipos Quatro e Cinco. Os Românticos e os Observadores


são parecidos porque, na qualidade de asas um do outro, par-
tilham alguns traços de personalidade semelhantes. Ambos
podem ser analíticos, introspectivos, introvertidos, sensí-
veis e tímidos (com uma aparência de superioridade, po-
rém). Na medida em que são influenciados por suas asas, al-
guns Românticos parecem mais frios e distantes e alguns
Observadores parecem mais próximos dos seus sentimentos.
Entretanto, o Romântico é, de todos os tipos, o mais emo-
tivo e sentimental - quer que os outros lhe dêem sempre
mais e tem dificuldade para conservar-se dentro dos seus
limites. O Observador, por outro lado, é o mais frio de to-
dos os tipos - é o que menos quer dos outros e o que mais
se mantém dentro de limites pessoais bem definidos.

P Tipos Quatro e Seis. Os Românticos e os Céticos Fiéis con-


trafóbicos podem ser considerados tipos semelhantes porque
ambos tendem a ser "do contra", a questionar e exagerar as
situações, a opor-se à autoridade, a cair na temeridade, a
transgredir as leis, a desafiar os perigos e a passar por perío-
dos de autoquestionamento. Ao passo que os Céticos Fiéis
não querem de maneira alguma ficar presos em seus pró-
prios sentimentos ou em anseios irrealizáveis, os Român-
ticos gostam dessas duas coisas. Os Românticos, além dis-
so, ficam expansivos às vezes e buscam situações que os
afetem emocionalmente. Sob outro aspecto, os Céticos
Fiéis voltam sua atenção para as possibilidades de erro a
fim de evitá-las ou desafiá-las, ao passo que os Românti-

1 87 1
cos voltam a sua atenção para as coisas que eles não têm e
que poderiam satisfazê-los.

P Tipos Quatro e Sete. Os Românticos e os Epicuristas po-


dem ser considerados tipos semelhantes porque ambos têm
os sentimentos fortes, são idealistas e querem uma vida es-
timulante e cheia de aventuras. Quando ambos colocam-se
diante da vida, sua atenção se volta para o que eles mesmos
querem, pensam e sentem. Porém, os Epicuristas são o
mais animado e hedonista de todos os tipos e buscam,
sempre que possível, fugir do sofrimento e dos sentimen-
tos negativos, ao passo que os Românticos são exatamen-
te o contrário: tendem a cair na melancolia e ceder aos
sentimentos pesados, e aceitam o sofrimento como ele-
mento indispensável do viver.

P Tipos Quatro e Oito. Os Românticos e os Protetores podem


ser considerados tipos semelhantes porque ambos são vee-
mentes, profundos e diretos na maneira de expressão (que às
vezes assume um ar bombástico e empolado), têm muita
energia e muita emoção, alimentam um desejo de autenti-
cidade e tendem à temeridade, à impulsividade e a ser "do
contra". Os Românticos penetram profundamente dentro
dos próprios sentimentos, o que os leva a cair freqüente-
mente na inércia e a perder a direção na vida, ao passo que
os Protetores sobrepujam os próprios sentimentos e sus-
tentam suas ações com uma energia considerável.

P Tipos Quatro e Nove. Os Românticos e os Mediadores po-


dem ser considerados tipos semelhantes porque ambos são
voltados para os relacionamentos, são carinhosos e ternos e

1 88 1
têm a capacidade de identificar-se com os sentimentos dos
outros. Correm ambos o risco de perder-se ou deixar-se en-
golir pelas circunstâncias, sucumbir a um sentimento de
mediocridade, depreciar a si mesmos e perder o ímpeto ne-
cessário para a ação. São diferentes porque os Mediadores
voltam-se para as outras pessoas, tornam-se iguais a elas
e gostam de levar uma vida estável e rotineira a fim de evi-
tar todo incômodo e todo conflito. Os Românticos, por
sua vez, vivem voltados para si mesmos, gostam de sen-
tir-se especiais ou extraordinários e estão sempre dispos-
tos a chegar aos extremos ou às maiores profundidades da
emoção, a fim de sentir-se vivos.

A Tipos Cinco e Seis. Os Observadores e os Céticos Fiéis são


parecidos porque, na qualidade de asas um do outro e de
tipos do Centro Cefálico (ver Parte 2), partilham certos
traços de personalidade. Ambos podem ser analíticos,
pensativos, prudentes, hesitantes na ação e retraídos (es-
pecialmente no caso do Tipo Seis fóbico). São diferentes
porque os Observadores isolam-se dos seus sentimentos
ou abafam-nos, compartimentalizam na mente as cir-
cunstâncias e geralmente adiam suas reações, ao passo
que os Céticos Fiéis reagem imediatamente às circuns-
tâncias, muitas vezes de maneira intensa e movidos pe-
lo medo, e exageram o perigo das circunstâncias às quais
estão reagindo.

s ..T Tipos Cinco e Sete. Os Observadores e os Epicuristas têm


em comum certos traços de personalidade porque o Obser-
vador é o tipo de segurança do Epicurista e este é o tipo de
tensão do Observador. Além disso, ambos são tipos do

1 89 1
Centro Cefálico. Ambos são autoconfiantes, acumulam
conhecimentos, são inventivas e adoram o mundo das
idéias. Ambos fogem dos sentimentos dolorosos. Os Ob-
servadores, quando tensos, ficam mais exteriorizados, sa-
ciáveis, ativos e voltados para as possibilidades futuras das
coisas. Os Epicuristas, quando se sentem seguros, ficam
mais interiorizados, solitários, observadores e introverti-
dos. Os dois tipos são diferentes na medida em que eis
Observadores fogem dos sentimentos fortes, controlam
seus desejos e necessidades, simplificam a vida e re,
traem,se para proteger seus limites. Os Epicuristas, por
sua vez, buscam ativamente as coisas que consideram po,
sitivas, expressam seus desejos e necessidades, são ex,
pansivos e superocupados e não têm respeito algum pe,
los limites em geral.

S-T Tipos Cinco e Oito. Os Observadores e os Protetores parti-


lham alguns dos mesmos traços de personalidade porque o
Observador é o tipo de tensão do Protetor e este é o tipo de
segurança do Observador. Ambos os tipos valorizam e res-
peitam a verdade, resistem ao domínio alheio, alimentam
um sentimento de posse em relação ao seu espaço e aos seus
recursos e são curiosos. Os Observadores, quando se sentem
seguros, ficam mais extrovertidos e expressam seus desejos,
seus sentimentos e sua raiva. Os Protetores, quando tensos,
ficam mais retraídos, mais contidos e mais pensativos. No
entanto, de maneira geral, os Observadores são o tipo
mais retraído, contido e comedido do Eneagrama: conser,
vam sua energia, reduzem suas necessidades e quase sem,
pre pensam antes de agir. Os Protetores, por outro lado,
são o tipo mais expansivo, mais expressivo e mais dado a

1 90 1
excessos do Eneagrama: expandem a sua energia, expres,
sam francamente seus desejos e sua ira e freqüentemen,
te agem antes de pensar.

P Tipos Cinco e Nove. Os Observadores e os Mediadores po-


dem ser considerados tipos semelhantes porque ambos po-
dem ser retraídos e introvertidos, pensativos, recolhidos e
quase invisíveis. São ambos capazes de recolher-se para não
ser excessivamente influenciados pelas circunstâncias. São
diferentes porque os Observadores normalmente isolam,
se dos outros e afirmam seus limites para se proteger, ao
passo que os Mediadores são os menos capazes de disso-
ciar-se dos outros: de hábito, confundem-se com os ou,
tros e seguem as opiniões e desejos alheios para manter a
vida harmônica e confortável.

A Tipos Seis e Sete. Os Céticos Fiéis e os Epicuristas são pare-


cidos porque, na qualidade de asas um do outro e de tipos
do Centro Cefálico, partilham alguns traços de personali-
dade. Ambos são mentalmente ágeis e freqüentemente es-
pirituosos, analíticos, imaginativos e capazes de entre-rela-
cionar idéias diferentes e desconexas. Os Céticos Fiéis dão
uma interpretação negativa às suas experiências, vislum,
brando nelas sempre os perigos e as piores hipóteses, ao
passo que os Epicuristas interpretam positivamente as
suas experiências, fazendo planos segundo uma multipli,
cidade de possibilidades positivas. Os Céticos Fiéis gos,
tam dos limites estabelecidos e estão sempre em busca de
uma certeza. Os Epicuristas abominam os limites e bus,
cam sempre ampliar o número das suas opções de vida.
Para os Céticos Fiéis, o prazer e os quereres pessoais são

1 91 1
secundários, ao passo que, para os Epicuristas, essas coi,
sas são primordiais.

P Tipos Seis e Oito. Os Céticos Fiéis contrafóbicos e os Pro-


tetores podem ser considerados tipos semelhantes porque
ambos podem ser agressivos, desafiadores e brigões, aparen-
tam não ter medo e lutam por causas nobres. Para ambos, o
mundo é um lugar hostil e indigno de confiança. As dife,
renças, porém, manifestam-se na maneira de agir dos dois
tipos. Os Céticos Fiéis, em geral, passam por momentos
de medo ou hesitação antes de agir, exagerando para si os
perigos da situação e às vezes cedendo à pressão das dú,
vidas e questionamentos que vão surgindo. Os Proteto,
res, por outro lado, reagem pelo instinto e agem sem he,
sitação; minimizam ou mesmo negam todos os perigos e
mantêm-se firmes, negando pura e simplesmente a sua
vulnerabilidade.

S,T Tipos Seis e Nove. Os Céticos Fiéis e os Mediadores têm al-


guns traços de personalidade em comum porque o Cético
Fiel é o tipo de tensão do Mediador e este é o tipo de segu-
rança do Cético Fiel. Tanto os Mediadores quanto os Céti-
cos Fiéis de tipo fóbico podem ser pessoas simpáticas, sub-
missas, amistosas, sempre dispostas a agradar, abnegadas e
sensíveis, que fazem de tudo para evitar os conflitos. Os Cé-
ticos Fiéis, quando se sentem seguros, ficam mais tranqüi-
los e relaxados e aceitam mais a vida como ela é. Os Media-
dores, quando tensos, ficam temerosos e cuidadosos e
tendem a questionar todas as coisas. Entretanto, os Céti,
cos Fiéis mantêm-se um pouco distantes das outras pes,
soas; sua referência última são os perigos e as possibilida,

1 92 1
des de erro e derrota. Os Mediadores, por outro lado, que
de todos os tipos do Eneagrama são os que mais tomam as
outras pessoas como a referência e o critério último do
seu agir, costumam deixar,se levar pelos pedidos e exigên,
d a s que as outras pessoas lhes fazem. Os Mediadores ce,
dem aos outros antes de questioná,los e pô,los à prova, ao
passo que os Céticos Fiéis provam e questionam os outros
antes de seguUos.

A Tipos Sete e Oito. Os Epicuristas e os Protetores são pare-


cidos porque, na qualidade de asas um do outro, têm em co-
mum certas características de personalidade. Ambos afir-
mam a si mesmos, expressam seus desejos e quereres,
acreditam no próprio poder e nas próprias capacidades, re-
sistem aos limites e às tentativas de pô-los sob controle e
buscam o prazer. Ambos têm muita energia e pouca força
interior para conter seus próprios impulsos. Os E p icuristas
fogem da dor, exp licam ou justificam racionalmente seus
p roblemas e dificuldades, esca p am dos conflitos e dedi,
cam,se sobretudo a fazer p lanos p ara o futuro. Os Prote,
tores, p orém, aceitam a dor, enfrentam as dificuldades,
confrontam diretamente os conflitos e vivem sobretudo
no p resente.

P Tipos Sete e Nove. Os Epicuristas e os Mediadores podem


ser considerados tipos semelhantes porque ambos querem
que a vida seja agradável e animada, querem se dar bem
com os outros e que estes gostem deles e evitam os confli-
tos. Porém, os E p icuristas são mais frenéticos e fazem tu,
do muito mais ráp ido, ao p asso que os Mediadores são
mais equilibrados e lentos. Os E p icuristas têm, em defi,

1 93 1
nitivo, a si mesmos como critério: conhecem e expressam
seus próprios quereres, atividades e opiniões. Os Media-
dores, por sua vez, são voltados para as outras pessoas, e
nesse processo põem em segundo plano seus quereres,
atividades e opiniões.

A Tipos Oito e Nove. Os Protetores e os Mediadores são pa-


recidos porque, na qualidade de asas um do outro e de ti-
pos do Centro Somático, partilham algumas das mesmas
características de personalidade. Ambos gostam dos praze-
res terrenos, reagem a partir do instinto, buscam o confor-
to, dão valor à amizade e são perseverantes. Ambos, além
disso, deixam-se distrair do essencial pelas coisas não-
essenciais. As diferenças principais são que os Protetores
não se subtraem aos conflitos e nem mesmo à ira, ao pas-
so que os Mediadores evitam essas coisas. Os Protetores
têm como critério as suas próprias opiniões, as quais ex-
pressam e defendem como se fossem fatos comprovados:
são decididos. Os Mediadores, por seu lado, têm como
critério as opiniões dos outros e, no ato de concordar
com elas, acabam perdendo de vista as suas próprias.
Costumam ser indecisos e concordam com os outros pa-
ra continuar amigos deles.

1 94 1
COMO CONFIRMAR E COMPROVAR O SEU TIPO
Confirme Você Mesmo o Seu Tipo
Depois de chegar a uma conclusão preliminar quanto ao ti-
po de personalidade que mais se parece com o seu, use as seguin-
tes perguntas para confirmar a sua decisão:

1. Quando estou sob tensão ou quando me mobilizo para a


ação, acaso assumo alguns dos traços do tipo de tensão as-
sociado ao tipo que, segundo a conclusão a que cheguei, é
o meu tipo de 'personalidade?
2. Quando me sinto tranqüilo, seguro, ou quando me acho
sob uma tensão extrema, acaso assumo alguns dos traços do
tipo de segurança associado ao tipo que, segundo a con-
clusão a que cheguei, é o meu tipo de personalidade?
3. Acaso manifesto algumas características de uma ou de am-
bas as asas associadas ao tipo que, segundo a conclusão a
que cheguei, é o meu tipo de personalidade?

Ponha à Prova a Sua Conclusão


Depois de descobrir e confirmar o tipo de personalidade que,
a seu ver, mais se parece com você, peça a alguém que lhe conhe-
ça bem que comprove objetivamente o seu tipo. Peça a essa pes-
soa que use o Teste Essencial do Eneagrama e as páginas de Des-
crição dos Tipos para avaliar o tipo de personalidade que você
mesmo escolheu e os tipos alternativos que você levou em consi-
deração.
Se você quiser saber mais coisas sobre o Eneagrama, dê uma
olhada no Apêndice A, "Outros Recursos Relacionados com o
Eneagrama".

1 95 1
COMO DESENVOLVER A CAPACIDADE DE
COMPREENDER A SI MESMO
O Valor da Auto-Observação para a Descoberta do Tipo

Em última análise, para descobrir qual é o seu tipo do Enea-


grama e facilitar o seu progresso enquanto ser humano, você preci-
sa observar como a sua mente funciona, o que o seu coração sente
e o que o seu corpo percebe. O desenvolvimento da autoconsciên-
cia e da autocompreensão exige que a pessoa observe muito bem a
si mesma. As práticas de auto-observação são essenciais para o pro-
cesso de progresso pessoal e profissional e para a administração da
personalidade. Assim como o bem-estar, a boa forma e o bom de-
sempenho físico do corpo dependem da prática regular de exercí-
cios físicos, assim também o bem-estar, a boa forma e o bom desem-
penho da mente dependem da prática regular da auto-observação.
Um dos meios mais importantes pelos quais você pode de-
senvolver a capacidade de observar a si mesmo é o aprendizado e
a prática do exercício de respiração e concentração apresentado
na Parte 2. É esse o exercício básico que se deve praticar para per-
ceber em que direção a atenção se movimenta e quais são os pen-
samentos, sentimentos e sensações físicas que passam pela men-
te. Pela prática dele, você será capaz de descobrir quais são os seus
hábitos mentais e as suas preocupações básicas. Com a observa-
ção dessas coisas, ser-lhe-á muito mais fácil descobrir o seu tipo de
personalidade segundo o Eneagrama, pois esses hábitos e preocu-
pações são exatamente os fatores que distinguem uma personali-
dade das outras. Com o desenvolvimento da capacidade de obser-
var o uso habitual que você dá à atenção, você aprenderá a
dirigi-la para onde realmente quer que ela vá. A capacidade de
auto-observação é fundamental para o desenvolvimento da cons-
ciência e de uma conduta consciente. O desenvolvimento dessas
outras capacidades, por sua vez, nos habilita a compreender de
modo mais lúcido e compassivo a nós mesmos e às outras pessoas.

1 96 1
PARTE 2:
O QUE FAZER DEPOIS DE
DESCOBRIR O SEU TIPO

INTRODUÇÃO
Esta parte é dividida em duas seções. Todas as informações e
exercícios apresentados na primeira seção aplicam-se igualmente
aos nove tipos do Eneagrama. A Seção I começa com um exercí-
cio de respiração e concentração. Falaremos então de cinco prin-
cípios gerais do Eneagrama que vão ajudar você a compreender a
si mesmo. Discutiremos, por fim, nove fatores importantes do pro-
gresso pessoal e profissional.
A Seção II sugere uma série de práticas específicas para cada
um dos tipos de personalidade. Cada prática foi feita sob medida
para um determinado tipo e constitui um meio prático de alcan-
çar o desenvolvimento pessoal.

1. PRÁTICAS E PRINCÍPIOS GERAIS PARA


TODOS OS TIPOS
A prática de respiração e concentração apresentada a seguir
será mencionada novamente no decorrer de toda esta parte do li-
vro. É uma técnica fundamental que poderá ajudar você a cum-

1 97 1
prir as práticas sugeridas para o seu progresso enquanto pessoa e
na sua profissão.

RESPIRAÇÃO E CONCENTRAÇÃO
Esta prática foi concebida para acalmar a sua mente, dirigir
a sua atenção para dentro e concentrá-la. Se quiser, grave em fi-
ta as instruções relativas às etapas abaixo e ponha a fita para ro-
dar na hora de praticar. Cumpra então essas etapas por alguns mi-
nutos ou por quanto tempo quiser. No começo, o melhor tempo
é de dez a vinte minutos. É claro que você pode fazer o exercício
de respiração sempre que precisar diminuir a reatividade e con-
centrar-se novamente. Quando você o usar para fazer as práticas
descritas mais adiante nesta parte do livro, sugerimos que o prati-
que apenas por alguns instantes.

Etapas

1. Sente-se numa cadeira com as pernas descruzadas e os pés


firmemente plantados no chão, com a sola inteira encos-
tada no solo. Feche os olhos para que a atenção não se fi-
xe demasiadamente no ambiente exterior.
2. Direcione a atenção para a respiração e, inspirando e ex-
pirando, concentre-se nela. Deixe a mente receptiva. Si-
ga a respiração e deixe o corpo relaxar à medida que res-
pira. A respiração é um excelente ponto de referência
interno, pois não pára nunca, sequer por um instante. É,
além disso, um objeto de concentração neutro, pois não
tem conteúdo próprio nem atividade própria.
3. Ao seguir a respiração para dentro e para fora dos pulmões,
vá tornando-a cada vez mais profunda até que o ar pareça
desaparecer lá dentro do centro gravitacional do seu cor-

1 98 1
po. Esse local bem lá no fundo, onde as energias do corpo
se reúnem, constitui uma base sólida a partir da qual você
pode abrir o coração e tornar-se receptivo a si mesmo e aos
outros.
4. Quando a atenção se desviar da respiração para fixar-se
em algum pensamento, sentimento ou sensação, limite-se
a observar o movimento dela. Deixe-a então voltar à res-
piração. Se você continuar simplesmente seguindo a res-
piração, há de libertar-se aos poucos das suas preocupações
e reações cotidianas.
5. Depois de terminar a prática, deixe a atenção voltar-se
lenta e suavemente para o seu ambiente externo. Tome
consciência de que está sentado na cadeira, ouça os sons
ao seu redor e abra os olhos.

OS CINCO PRINCÍPIOS GERAIS

Apresentamos abaixo cinco princípios gerais relacionados


com o Eneagrama. Cada um deles tem três elementos inter-rela-
cionados. Para aprender os princípios, talvez convenha lembrar
que cada princípio tem três partes. A plena compreensão dos cin-
co princípios pode lhe fortalecer muito em sua busca de progres-
so pessoal e profissional.
Depois de ler cada um dos princípios, passe alguns minutos
pensando em como ele pode aplicar-se à sua vida. Faça então as
práticas cotidianas associadas ao princípio em questão.

Princípio 1: As Três Leis do Comportamento


1. A energia segue a atenção para onde quer que ela vá; au-
menta e diminui segundo as exigências da situação.

1 99 1
2. O controle da atenção e da energia depende da auto-ob-
servação. A capacidade de auto-observação é essencial pa-
ra que você possa redirecionar deliberadamente sua aten-
ção e sua energia, mudando assim, em conseqüência, o seu
comportamento.
3. Embora a auto-observação tome-se mais fácil com a prá-
tica, nunca se toma automática. Exige um esforço contí-
nuo.

Você poderá constatar por si mesmo que essas três leis do


comportamento são verdadeiras. Elas são essenciais para o contro-
le da personalidade e fundamentais para que você encontre mais
sentido e satisfação em sua vida pessoal e profissional. A natureza
limitativa das reações habituais e descontroladas da personalidade
gera muitos conflitos e sofrimentos, e pode até mesmo pôr total-
mente a perder seus relacionamentos pessoais e profissionais.

Prática do Uso das Três Leis do Comportamento


Nos dias em que você se dedicar a esta prática, reserve alguns
minutos ao fim do dia para responder às perguntas seguintes. Se
quiser, escreva as suas respostas num diário.

• Em que medida consegui, hoje, conservar a consciência de


para onde se direcionaram minha atenção e minha ener-
gia?
• Quando reagi automaticamente a alguém ou a alguma coi-
sa, fui capaz de fazer valer minha consciência e redirecio-
nar minha atenção e minha energia?
• O que posso fazer amanhã para controlar minha atenção e
minha energia?

1 100 1
Princípio li: Os Três Centros de Inteligência

Na psicologia e na pedagogia do Ocidente, a mente tem sido


considerada como o centro da inteligência por excelência. Porém,
existe também uma inteligência do coração ou cardíaca ( inteli-
gência emocional) e uma inteligência do corpo ou somática (sen-
sações e instintos). As três inteligências - da mente, do coração
e do corpo - precisam ser cultivadas constantemente. O reconhe-
cimento, o desenvolvimento e a valorização dos três centros de in-
teligência são práticas essenciais para uma vida satisfatória.
No Eneagrama, os tipos do triângulo interior (Tipos Três, Seis
e Nove) representam os três centros de inteligência. Cada tipo ar-
quetípico tem dois tipos adjacentes, duas asas, que representam va-
riações desse arquétipo de inteligência. O conjunto do tipo arque-
típico com suas duas asas constitui uma tríade. Embora todos os
tipos se valham, de uma maneira ou de outra, dos três centros de
inteligência, os tipos específicos sempre dão predominância a um
dos centros - o coração, a cabeça ou o corpo, dependendo da tría-
de da qual o tipo faz parte. Isso significa, por exemplo, que, se o seu
tipo faz parte da tríade mental ou cefálica (Tipos Cinco, Seis e Se-
te), você se orienta mais pelo Centro Cefálico de inteligência do
que pelos Centros Cardíaco ou Somático.

1. Centro Cardíaco. Se você é um tipo do Centro Cardíaco


- Tipos Dois, Três e Quatro - , tende a perceber o mun-
do através do filtro cognitivo da inteligência emocional.
Fica atento ao estado de humor e aos sentimentos dos ou-
tros a fim de poder conservar a sua sensação de estar liga-
do a eles. Mais do que os outros tipos, você depende da
aprovação e do reconhecimento das outras pessoas para
conservar a auto-estima e a sensação de ser amado. Para
garantir esse reconhecimento e essa aprovação, você cria

1 101 1
uma imagem de si mesmo que fará com que os outros o
aceitem e o vejam como uma pessoa toda especial. Evi-
dentemente, não só os tipos do Centro Cardíaco, mas
também todos os outros tipos, dependem da inteligência
emocional para desenvolver as qualidades superiores do
Centro Cardíaco, como a compaixão, a bondade, a com-
preensão e a capacidade de identificar-se com o próximo.
2. Centro Cefálico. Se você é um tipo do Centro C e f á l i c o -
Tipos Cinco, Seis e Sete - , tende a perceber o mundo
através do filtro cognitivo das faculdades mentais. Os ob-
jetivos dessa estratégia são os de minimizar a ansiedade, li-
dar com situações potencialmente dolorosas e adquirir
uma sensação de certeza por meio dos processos mentais
de análise, concepção, imaginação e planejamento. Evi-
dentemente, não só os tipos do Centro Cefálico, mas tam-
bém todos os outros tipos, dependem da inteligência men-
tal para desenvolver as qualidades superiores do Centro
Cefálico, como a sabedoria, o entendimento, a intuição e
a prudência.
3. Centro Somático. Se você é um tipo do Centro Somático
- T i p o s Oito, Nove e U m - , tende a perceber o mundo
através do instinto e de uma inteligência das sensações fí-
sicas e cinestéticas. Usa a posição que ocupa e o poder que
detém para tornar a vida de acordo com o que você acha
que ela deve ser. Cria estratégias para assegurar o seu lugar
no mundo e minimizar o desconforto. Evidentemente,
não só os tipos do Centro Somático, mas também todos os
tipos, dependem da inteligência somática para ter acesso
à energia necessária para a ação, discernir quanta força de-
ve ser aplicada às diversas situações e adquirir a sensação
firme de estar ligado a este mundo.

1 102 1
Prática do Uso dos Três Centros de Inteligência
Nos dias em que você se dedicar a esta prática, reserve alguns
minutos ao fim do dia para responder às perguntas seguintes. Se
quiser, escreva as suas respostas num diário.

• Dado o meu principal centro de inteligência, o que fiz ho-


je para cultivar os três centros de inteligência?
• De que maneira manifestei, na prática, as qualidades supe-
riores de cada um dos centros de inteligência?
• Com base nestas reflexões, quais são as qualidades superio-
res que preciso cultivar amanhã?

Princípio Ili: As Três Energias Vitais


Consciente ou inconscientemente, toda a nossa vida no
mundo se baseia em três energias vitais intrínsecas à nossa pessoa
e que operam o tempo todo.

1. Energia Ativa. A energia ativa é a que nos dá a força ne-


cessária para a ação e a expressão. Você a usa para tudo o
quanto faz e realiza no mundo material; é ela, além disso,
que dá expressão aos seus pensamentos e sentimentos e à
sua imaginação. A cultura ocidental atribui um valor es-
pecial a esta energia, que às vezes é chamada de energia
criativa, afirmativa ou positiva, uma vez que é ela que faz
as coisas acontecerem.
2. Energia Receptiva. A energia receptiva absorve, processa e
assimila todos os estímulos recebidos pelos sentidos. É es-
sencial para a compreensão do mundo em que vivemos,
para a eficácia da comunicação e para a ação correta. A
cultura ocidental tende a subordinar a energia receptiva à

1 103 1
energia ativa e até mesmo a subestimá-la. Às vezes ela é
chamada de energia de compreensão, pois é ela que absor-
ve a assimila as impressões. Chama-se também energia ne-
gativa, pois contrapõe-se à energia ativa e reage a ela. Não
obstante, a energia receptiva é um pré-requisito para a ter-
ceira energia: a energia de reconciliação.
3. Energia de Reconciliação. A energia de reconciliação é a
energia da consciência. É ela quem estipula a proporção
correta entre as energias ativa e receptiva, pondo-as em
equilíbrio e em harmonia. Neste sentido, a energia de re-
conciliação é a energia soberana de que você precisa para
agir corretamente. Às vezes é chamada de energia de pre-
servação, energia neutralizante ou energia neutra, pois,
embora não ocupe um lugar próprio, ela equilibra as ou-
tras duas energias e, em última análise, é a principal res-
ponsável pela conservação da sua vida.

A oração da serenidade exprime o papel principal dessas três


energias vitais:

Que Deus me dê coragem para mudar as coisas que pos-


so mudar (energia ativa), serenidade para aceitar as coi-
sas que não posso mudar (energia receptiva) e sabedoria
para conhecer a diferença (energia de reconciliação).

Para dominar essas três energias, você precisa saber reconhe-


cê-las e compreender como elas interagem. Precisa esforçar-se
continuamente, todos os dias, para ter consciência das energias
ativa e receptiva e conseguir equilibrá-las.

1 104 1
Prática de Equilíbrio das Três Energias Vitais
Nos dias em que você se dedicar a esta prática, reserve alguns
minutos ao iniciar o dia para acalmar-se e concentrar-se, dedican-
do-se à prática da respiração por alguns instantes. Então repita pa-
ra si mesmo uma dessas duas afirmações:

Hoje vou me dedicar a ser receptivo às coisas que os


outros me comunicam e a ter consciência das coisas que
acontecem dentro de mim para me orientar nas ações.

Hoje vou me dedicar a ter consciência da minha


energia ativa e da minha energia receptiva e a trabalhar
para equilibrá-las.

Periodicamente, no decorrer do dia, reflita sobre a afirmação


que você decidiu fazer. Sugerimos que você faça um dia uma, ou-
tro dia outra.

Princípio IV: Os Três Expedientes de Sobrevivência:


Os Subtipos de Personalidade
A evolução humana exige três expedientes básicos de sobre-
vivência, chamados, no eneagrama, de subtipos: o subtipo de au-
topreservação, o subtipo social, ou de grupo, e o subtipo íntimo,
ou de relacionamento pessoal. Como as três coisas se destinam à
sobrevivência, todos os tipos de personalidade do Eneagrama in-
cluem os três subtipos. Mas, embora você manifeste os três subti-
pos em alguma medida, geralmente expressa um deles mais do que
os outros dois.

1. Subtipo de Autopreservação. Sua atenção e sua energia se


voltam para questões ligadas à sobrevivência pessoal, tais

1 105 1
como a segurança, o conforto, a proteção e a posse de re-
cursos suficientes.
2. Subtipo Social. Sua atenção e sua energia se voltam para
questões ligadas à sua inserção no grupo e na comunida-
de, tais como o papel social, o status social, a aceitação por
parte do grupo, a participação no grupo, a camaradagem e
o companheirismo.
3. Subtipo Íntimo. Sua atenção e sua energia se voltam para
questões ligadas aos relacionamentos íntimos, tais como o
estabelecimento de vínculos com pessoas especiais, a inti-
midade sexual, a atração sexual, a proximidade, a união e
a fusão com outra pessoa.

É importante ter consciência de como esses três subtipos fun-


cionam em sua vida e como, muitas vezes, determinam o seu com-
portamento. Um dos objetivos dessa consciência é o de equilibrar
adequadamente as preocupações relacionadas aos três subtipos,
de modo que nenhum deles domine a sua vida. Outro é o de ser
capaz de aceitar as diferenças entre você e as outras pessoas. Sem
a consciência da influência dos três subtipos, você pode vir a so-
frer um desequilíbrio no direcionamento da energia e, com isso,
provocar conflitos e mal-entendidos com pessoas cujas preocupa-
ções são diferentes das suas.

Prática de Desenvolvimento da Consciência dos Subtipos


Nos dias em que você se dedicar a esta prática, reserve alguns
minutos para refletir sobre as seguintes perguntas, relacionadas
aos expedientes dos subtipos. Lembre-se que as três estratégias de
sobrevivência estão presentes na nossa vida. Se quiser, escreva as
suas respostas num diário.

1 106 1
• De que maneira os subtipos de autopreservação, social e
íntimo se manifestam em minha vida, e qual deles tende a
predominar?
• Quais são as dificuldades que a preocupação ligada ao meu
subtipo provoca nos meus relacionamentos, e de que ma-
neira essa preocupação faz bem aos relacionamentos?
• O que preciso fazer ou parar de fazer para equilibrar os três
subtipos em minha vida?

Princípio V: Os Três Níveis de Conhecimento e Aprendizagem


Todos nós temos três maneiras inter-relacionadas de conhe-
cer e aprender, e convém ser capaz de distingui-las umas das ou-
tras. Embora os níveis mais elevados sejam também mais avança-
dos e exijam mais prática e habilidade, cada um dos níveis tem o
seu valor próprio.

1. Conhecimento Baseado nos Hábitos Mentais: Aprendizagem


Gradativa. Este nível de conhecimento e aprendizagem
baseia-se no tipo de personalidade e é determinado em lar-
ga medida pelas crenças básicas e pelo movimento habi-
tual da atenção do tipo. Este nível de aprendizagem ocor-
re de maneira quase automática através dos cinco
sentidos. Exige pouca consciência, pois baseia-se nos pen-
samentos, sentimentos e sensações habituais do tipo. De-
pois de identificar o seu tipo de personalidade, você pode
usar diversas estratégias para promover seu progresso en-
quanto ser humano. Para conhecer algumas delas, dê uma
olhada na seção "Progresso Pessoal" das páginas de Descri-
ção dos Tipos.
2. Conhecimento Baseado na Consciência Atenta: Aprendiza-
gem Reconstrutiva. Este nível de conhecimento e aprendi-

1 107 1
zagem exige que você observe conscientemente os seus
pensamentos, sentimentos e sensações. A consciência das
tendências específicas geradas pelas crenças básicas, pelas
estratégias de tolerância e pelo direcionamento da aten-
ção do seu tipo lhe dá a liberdade de escolha na ação. Es-
te nível de conhecimento envolve o questionamento e a
reflexão acerca dos seus pressupostos usuais e a substitui-
ção das reações automáticas por ações conscientes e deli-
beradas. Para trabalhar neste nível de conhecimento e
aprendizagem, você precisa interiorizar as informações
contidas nas páginas de Descrição dos Tipos e as práticas
de comportamento apresentadas nesta segunda parte do
livro.
3. Conhecimento Direto: Aprendizagem Transformadora. O
terceiro nível de conhecimento e aprendizagem aprovei-
ta a energia específica do seu tipo e emprega-a como agen-
te de transformação para levar você a transcender o tipo,
juntamente com suas crenças básicas, suas estratégias e seu
direcionamento da atenção. O conhecimento direto ba-
seia-se num nível de consciência que permite que a ação
venha antes, e não depois, dos pensamentos, sentimentos
e sensações habituais do seu tipo. Esse conhecimento,
também chamado de aprendizagem transformadora, exige
que você esteja disposto a perceber a vida a partir de um
ponto de vista que não se baseia numa posição ou numa
identid0de fixa. Exige que você assuma uma atitude de
abertura e receptividade, na qual as tendências específicas
da personalidade simplesmente não existem. Com essa
atitude, a curiosidade intelectual e a abertura emocional
permitem que você capte a vida diretamente, sem a dis-
torção imposta pelas tendências do seu tipo. O Eneagra-

1 i08 1
ma nos proporciona meios específicos para pôr em prática
essa obra de transformação. O domínio deste nível de co-
nhecimento e aprendizagem é uma tarefa para a vida in-
teira e totalmente voluntária. "O objetivo último do meu
progresso", nas páginas de Descrição dos Tipos, e as práti-
cas de reflexão apresentadas nesta parte do livro, podem
dar uma idéia do que seja a obra da transformação.

FATORES DE PROGRESSO PESSOAL E PROFISSIONAL:


OS NOVECs
Para começar o trabalho de desenvolvimento pessoal e pro-
fissional, concentre-se em você mesmo a fim de poder praticar a
auto-observação. Tome consciência de como a sua energia segue
o deslocamento habitual da atenção, de quais são as suas preocu-
pações no momento e de como toda a sua conduta decorre dessas
preocupações. Use essa consciência para aprender a conter sua
energia em vez de desperdiçá-la do jeito habitual. Aprenda a con-
verter sua energia numa conduta consciente.
Os nove elementos arrolados abaixo, todos os quais come-
çam com a letra C, são essenciais para a eficiência e a própria efi-
cácia da obra de desenvolvimento pessoal e profissional; são es-
senciais para a integridade e o bem-estar do ser humano.

1. Concentração. Concentre-se, praticando por alguns ins-


tantes o exercício de respiração.
2. Cultivo da Consciência. Cultive a sua consciência, obser-
vando a si mesmo para saber quais são as suas preocupa-
ções no momento.
3. Conjunção das Energias. Reúna suas energias em você mes-
mo, no centro gravitacional do seu corpo, quando elas
quiserem se dispersar nas suas reações habituais.

1 109 1
4. Contenção das Energias. Contenha suas energias: concen-
tre a atenção em saber quais são os seus sentimentos, em
vez de descarregar as energias da maneira habitual, deter-
minada pelo seu tipo. Resista ao impulso de agir imedia-
tamente.
5. Consideração do Sentido da Reação Habitual. Usando a in-
vestigação interior e a reflexão sobre você mesmo, descu-
bra qual é o sentido da sua reação automática habitual.
6. Conversão da Energia numa Conduta Consciente. Conver-
ta suas reações habituais numa conduta consciente, usan-
do a consciência para estimular e determinar meios mais
saudáveis de ação.
7. Compaixão. Manifeste a compaixão, adotando uma atitu-
de de bondade e ternura em relação a você mesmo e aos
outros.
8. Conseqüências. Descubra quais são as conseqüências da sua
conduta consciente pela observação dos efeitos do seu
comportamento sobre você mesmo e as outras pessoas.
9. Clareza. Compreenda com mais clareza o processo de de-
senvolvimento pessoal e profissional, refletindo sobre os
anteriores oito elementos desse progresso e interiorizan-
do-os.

Você pode usar esse processo de nove etapas qualquer que se-
ja o seu tipo específico de personalidade: procure simplesmente
concentrar-se nas questões e dilemas relacionados com seu tipo.
Se uma das etapas lhe der mais dificuldades, direcione a sua aten-
ção para o domínio dessa etapa específica.

1 no 1
li. PRÁTICAS ESPECÍFICAS PARA CADA UM DOS TIPOS
A seguir, você encontrará práticas específicas para cada um
dos nove tipos de personalidade. Essas práticas lhe darão a opor-
tunidade de tomar mais consciência do funcionamento da sua
personalidade, de agir para mudar sua conduta habitual, de pro-
gramar e reavaliar seu progresso enquanto ser humano e de refle-
tir sobre o objetivo último desse progresso.

Prática da Consciência. Esta prática desenvolve a sua capacida-


de de auto-observação e tem por objetivo uma característica fun-
damental do seu tipo.
Prática da A ç ão. Esta prática tem por objetivo a mudança de um
modo habitual de conduta associado ao seu tipo.
Prática de Programa ç ão e Avaliaç ão do Progresso. Esta prática
lhe dá a oportunidade de trabalhar sobre o problema central do
seu tipo. É, talvez, a prática mais importante para o progresso pes-
soal e profissional.
Prática da Reflexão. Esta prática leva você a recuperar para si o
princípio fundamental associado ao seu tipo e a levar a cabo a ta-
refa suprema de desenvolvimento humano do seu tipo.

1 111 1
PRÁTICAS PARA O PERFECCIONISTA (TIPO 1)
Recomendamos que você escolha uma única prática e come-
ce a trabalhar com ela antes de passar às demais. É possível que
você precise praticar cada uma delas por uma semana ou mais pa-
ra perceber que está progredindo. Talvez lhe seja util escrever um
diário, para registrar as suas reações cotidianas às práticas.

Prática da Consciência

Preste muita atenção à tirania do seu crítico interior e às exi-


gências incessantes que ele faz. Várias vezes por dia, faça uma pau-
sa de mais ou menos um minuto e procure responder às seguintes
perguntas:

Tenho julgado muito a mim mesmo e aos outros? Tenho


emitido juízos com muita constância? O que o meu crítico
interior está me fazendo sentir? De que maneira ele tem afe-
tado o meu comportamento?

Prática da Ação

Lembre-se que os Perfeccionistas tendem a ser dominados pe-


los ditames do seu crítico interior, que os estimula a fazer sempre o
que ele julga correto e responsável. Conseqüentemente, acabam por
reprimir suas necessidades pessoais e seus desejos naturais de prazer.
Por isso, consciente e deliberadamente, reserve um tempo
todos os dias para as suas necessidades pessoais, para a satisfação
dos desejos naturais e para atividades agradáveis (das quais pelo
menos algumas nada tenham a ver com a sua idéia de melhora e
de progresso). O tempo reservado para essas atividades deve ser
considerado sagrado.

1 112 1
Fique atento para a sua resistência interior a fazer coisas agra-
dáveis. Use essa resistência, quando ela aparecer, como um sinal
de que você deve mesmo fazer essas coisas.
Para avaliar os efeitos desta prática para você, veja se o tra-
balho e o prazer estão mais equilibrados em sua vida. Lembre-se
que os Perfeccionistas podem ficar tão obcecados pela sua noção
de responsabilidade e de antepor o trabalho ao prazer que, embo-
ra arquem com o trabalho, não chegam jamais ao prazer.

Prática de Programação e Avaliação do Progresso

Programação:

Assim que se levantar pela manhã, concentre-se, praticando


por alguns instantes o exercício de respiração. Então diga para si
mesmo:

Hoje, vou me dedicar a aceitar os meus erros e enganos,


bem como os erros e enganos dos outros, como partes inalie-
náveis do fluxo natural da vida. Vou me dedicar a aceitar os
diferentes pontos de vista, os valores diferentes e as diversas
maneiras de fazer as coisas. Para isso, vou me libertar dos res-
sentimentos assim que eles surgirem e vou praticar o perdão.
Hoje, vou procurar inserir em minha vida um equilíbrio e
uma harmonia entre o trabalho e o prazer.

Quando disser isso, creia que as mudanças que você está pro-
gramando já se operaram em você.

Avaliação:

À noite, reserve alguns minutos para avaliar o progresso do


dia. Com a mente e o coração abertos, pergunte a si mesmo:

1 113 1
O quanto consegui, hoje, aceitar os erros e enganos meus
e dos outros? O quanto consegui aceitar as diferenças? O
quanto consegui perdoar? O quanto consegui equilibrar e
harmonizar o trabalho e o prazer?

Use os resultados dessa avaliação para orientar seus pensa-


mentos e ações no dia seguinte.

Prática da Reflexão
Pelo menos uma vez por semana, passe algum tempo num lu-
gar tranqüilo para compreender e contemplar o princípio funda-
mental do Perfeccionista e a sua tarefa suprema. O lugar ideal pa-
ra fazer isso é ao ar livre, junto à natureza.
O princípio fundamental que os Perfeccionistas perderam de
vista e precisam recuperar é o de que todos os seres são únicos e
cada um deles é perfeito do jeito que é. Portanto, a tarefa suprema
dos Perfeccionistas é a de resgatar a perfeição da vida pelo conhe-
cimento de que ela já é boa e perfeita, e não dividida em coisas
certas e coisas erradas, como eles a percebem. Será mais fácil cum-
prir essa tarefa se você aceitar os erros e as diferenças, praticar a
compaixão e o perdão em relação a si mesmo e aos outros e reser-
var algum tempo para simplesmente relaxar e gozar a vida.
Pense, então, no quanto a sua vida vai mudar se você se pau-
tar por essas verdades.

1 114 1
PRÁTICAS PARA O DOADOR (TIPO 2)

Recomendamos que você escolha uma única prática e come-


ce a trabalhar com ela antes de passar às demais. É possível que
você precise praticar cada uma delas por uma semana ou mais pa-
ra perceber que está progredindo. Talvez lhe seja útil escrever um
diário, para registrar as suas reações cotidianas às práticas.

Prática da Consciência

Preste muita atenção no quanto você dirige a sua atenção e


a sua energia para as necessidades e os sentimentos dos outros. Vá-
rias vezes por dia, faça uma pausa de mais ou menos um minuto e
procure responder às seguintes perguntas:

O quanto tenho investido minha atenção e minha energia


em atender e corresponder aos quereres, necessidades e sen-
timentos dos outros? Quanto tempo tenho dedicado a aten-
der às necessidades alheias? O que faço quando vejo que al-
guém precisa da minha ajuda? De que maneira tenho mudado
a mim mesmo para atender às expectativas dos outros?

Prática da Ação

Lembre-se que os Doadores tendem a acreditar que precisam


satisfazer as necessidades dos outros para ser dignos do amor deles.
Por isso, a cada dia, faça um esforço consciente para pergun-
tar a si mesmo o que você quer e o que precisa. Deliberadamente,
ponha os seus quereres e necessidades em primeiro lugar.
Fique atento para os sentimentos de egoísmo ou culpa que
procuram impedir você de cuidar de si mesmo ou de pedir aos ou-
tros o que precisa. Se você perceber em si uma turbulência das

1 115 1
emoções, use esse sentimento como sinal de que não está prestan-
do suficiente atenção aos seus quereres e necessidades.
Para avaliar os efeitos desta prática para si, veja se você está
se sentindo protegido e amado. Lembre-se que os Doadores têm a
forte tendência de reprimir as próprias necessidades e deixar-se
dominar pela satisfação das necessidades dos outros.

Prática de Programação e Avaliação do Progresso


Programação:
Assim que se levantar pela manhã, concentre-se, praticando
por alguns instantes o exercício de respiração. Então diga para si
mesmo:

Hoje, vou me dedicar igualmente a dar e a receber, na me-


dida em que minhas necessidades e as necessidades dos outros
se evidenciarem para mim. Vou me dedicar a essa tarefa com
um coração aberto e generoso. Para isso, vou reservar algum
tempo para desenvolver minha independência e minha auto-
nomia, vou atender aos meus próprios interesses e vou procu-
rar o meu próprio bem-estar com tanta energia quanto uso pa-
ra atender aos interesses e procurar o bem-estar dos outros.

Quando disser isso, creia que as mudanças que você está pro-
gramando já se operaram em você.

Avaliação:
À noite, reserve alguns minutos para avaliar o progresso do
dia. Com a mente e o coração abertos, pergunte a si mesmo:

Acaso consegui, hoje, dar e receber igualmente? Fui aber-


to e generoso para comigo mesmo tanto quanto fui para com

1 116 1
os outros? Reservei algum tempo para atender aos meus pró-
prios interesses e necessidades?

Use os resultados dessa avaliação para orientar seus pensa-


mentos e ações no dia seguinte.

Prática da Reflexão
Pelo menos uma vez por semana, passe algum tempo num lu-
gar tranqüilo para compreender e contemplar o princípio funda-
mental do Doador e a sua tarefa suprema. O lugar ideal para fazer
isso é ao ar livre, junto à natureza.
O princípio fundamental que os Doadores perderam de vista e
precisam recuperar é o de que as necessidades de todas as pessoas
são sempre abundantemente atendidas. Portanto, a tarefa supre-
ma dos Doadores é a de perceber que, para ser aceitos e amados
pelos outros, não precisam ser-lhes indispensáveis; perceber que a
aceitação e o amor não são proporcionais ao quanto dão de si aos
outros. Será mais fácil cumprir essa tarefa se você perceber que
atender às suas necessidades e quereres, bem como receber dos ou-
tros o que você quer e precisa, é tão importante quanto atender
às necessidades e quereres dos outros.
Pense, então, no quanto a sua vida vai mudar se você se pau-
tar por essas verdades.

1 117 1
PRÁTICAS PARA O REALIZADOR (TIPO 3)
Recomendamos que você escolha uma única prática e come-
ce a trabalhar com ela antes de passar às demais. É possível que
você precise praticar cada uma delas por uma semana ou mais pa-
ra perceber que está progredindo. Talvez lhe seja útil escrever um
diário, para registrar as suas reações cotidianas às práticas.

Prática da Consciência

Preste muita atenção aos seus sentimentos e à sua tendência


de pô-los de lado em nome da eficiência na ação. Várias vezes por
dia, faça uma pausa de mais ou menos um minuto e procure res-
ponder às seguintes perguntas:

Quais os sentimentos que eu tive desde a última vez em que


parei para prestar atenção neles? Para quais tarefas direcionei
a minha energia quando esses sentimentos apareceram? Aca-
so fugi desses sentimentos, ou deixei-os em suspenso?

Prática da Ação

Lembre-se que os Realizadores freqüentemente fogem de


seus sentimentos ou deixam-nos em suspenso, pois tais sentimen-
tos parecem constituir um obstáculo à eficiência na ação.
Por isso, todo dia, esforce-se conscientemente para diminuir
o seu ritmo de trabalho, bem como o ritmo frenético da sua vida
pessoal.
Preste atenção à sua energia excessivamente ativa, à pressa
e à impaciência que dominam suas ações e à sua preocupação com
as tarefas a serem cumpridas. Ciente de que tem a tendência de
fazer tudo rápido demais, pare por alguns instantes e respire fun-

1 118 1
do e devagar. Deixe a atenção seguir a respiração até o centro do
corpo, afastando-se assim das exigências do mundo. Nesse estado
de silêncio e calma, determine-se a diminuir o seu ritmo de vida.
Para avaliar o valor desta prática para si, veja se você está
conseguindo dedicar algum tempo a ter consciência dos próprios
sentimentos e a ouvir o que os outros têm a lhe dizer. Lembre-se
que os Realizadores ficam tão obcecados pelas múltiplas metas
que têm a atingir e pelos resultados que querem obter que, por is-
so, excluem da consciência os próprios sentimentos e as coisas que
as outras pessoas tentam comunicar-lhes.

Prática de Programação e Avaliação do Progresso

Programação:

Assim que se levantar pela manhã, concentre-se, praticando


por alguns instantes o exercício de respiração. Então diga para si
mesmo:

Hoje, vou me dedicar a perceber que as coisas, para se rea-


lizar, não dependem somente dos meus esforços e da minha
eficiência. Vou me dedicar a pôr um fim à atividade constan-
te e, em vez disso, vou tomar mais consciência do que real-
mente preciso fazer. Para isso, vou permanecer em contato
com meus sentimentos e deixar que eles me orientem.

Quando disser isso, creia que as mudanças que você está pro-
gramando já se operaram em você.

Avaliação:
À noite, reserve alguns minutos para avaliar o progresso do
dia. Com a mente e o coração abertos, pergunte a si mesmo:

1 ll9 1
Em que medida consegui, hoje, distinguir entre o que pre-
ciso fazer e o que preciso parar de fazer? O quanto fui recep-
tivo aos meus verdadeiros sentimentos e harmonizei comes-
ses sentimentos o ritmo da minha vida?

Use os resultados dessa avaliação para orientar seus pensa-


mentos e ações no dia seguinte.

Prática da Reflexão
Pelo menos uma vez por semana, passe algum tempo num lu-
gar tranqüilo para compreender e contemplar o princípio funda-
mental do Perfeccionista e a sua tarefa suprema. O lugar ideal pa-
ra fazer isso é ao ar livre, junto à natureza.
O princípio fundamental que os Realizadores perderam de vis-
ta e precisam recuperar é o de que todas as coisas funcionam e se
cumprem naturalmente, segundo as leis universais, e não simples-
mente pelos esforços da pessoa que age. Portanto, a tarefa supre-
ma dos Realizadores é a de saber que a aceitação e o amor depen-
dem de quem você é, e não do que você faz. Será mais fácil
cumprir essa tarefa se você aceitar que o objetivo da vida não é
estar sempre a realizar coisas no exterior.
Pense, então, no quanto a sua vida vai mudar se você se pau-
tar por essas verdades.

1 120 1
PRÁTICAS PARA O ROMÂNTICO (TIPO 4)

Recomendamos que você escolha uma única prática e come-


ce a trabalhar com ela antes de passar às demais. É possível que
você precise praticar cada uma delas por uma semana ou mais pa-
ra perceber que está progredindo. Talvez lhe seja útil escrever um
diário, para registrar as suas reações cotidianas às práticas.

Prática da Consciência

Preste muita atenção ao tempo que você passa sentindo sau-


dades e sentindo falta das coisas que lhe parecem importantes mas
não estão presentes na sua vida. Várias vezes por dia, faça uma
pausa de mais ou menos um minuto e procure responder às seguin-
tes perguntas:

Por que estou me sentindo decepcionado? Quais as coisas


que parecem estar faltando em minha vida? De que maneira
essas coisas, que parecem especiais ou ideais mas às quais não
tenho acesso, têm dominado a minha atenção? Quais são as
coisas e as pessoas que, por outro lado, têm me parecido
excelentes e estão de fato presentes em minha vida?

Prática da Ação

Lembre-se que os Românticos costumam prestar tanta atenção


às coisas que seriam ideais, mas são inacessíveis, que tendem a não
perceber as coisas positivas que de fato fazem parte da sua vida.
Por isso, todos os dias, aceite e aprecie conscientemente os
acontecimentos da vida cotidiana. Faça esforço para gostar das
pequenas coisas, como as tarefas necessárias do cotidiano, os en-
contros com as pessoas que você conhece e a beleza simples das
coisas que o rodeiam.

1 121 1
Se você perceber que a sua atenção está se desviando para as
coisas que lhe faltam, ou começar a sentir-se decepcionado com
a sua vida atual, encare esse sentimento como um sinal de que de-
ve voltar a sua atenção para o momento presente e procurar dar
sentido e significado às coisas comuns.
Para avaliar o valor dessa prática para si, veja em que medi-
da o presente está lhe parecendo mais satisfatório e menos decep-
cionante. Lembre-se que os Românticos, pelo fato de deixarem a
sua atenção se absorver pelos ideais do passado e do futuro, geral-
mente não conseguem apreciar o que a vida cotidiana tem de
bom.

Prática de Programação e Avaliação do Progresso

Programação:
Assim que se levantar pela manhã, concentre-se, praticando
por alguns instantes o exercício de respiração. Então diga para si
mesmo:

Hoje, vou me dedicar a conservar o equilíbrio emocional


e manter o mesmo curso de ação apesar da flutuação dos
meus sentimentos. Para tanto, não vou me deixar levar pe-
las emoções fortes, não vou me deixar dominar pelas minhas
decepções e vou dar mais valor às coisas positivas e signifi-
cativas do fluxo cotidiano da vida.

Quando disser isso, creia que as mudanças que você está pro-
gramando já se operaram em você.

1 122 1
Avaliação:
À noite, reserve alguns minutos para avaliar o progresso do
dia. Com a mente e o coração abertos, pergunte a si mesmo:

Em que medida consegui, hoje, dar valor ao momento pre-


sente e aos elementos de satisfação que já estão presentes em
minha vida, em vez de me lamentar pelas minhas decepções
e pelas coisas que me faltam? Consegui manter estável o meu
curso de ação apesar da flutuação dos sentimentos? Conse-
gui resistir aos fortes sentimentos de anseio, saudade ou in-
veja? Senti-me mais íntegro e completo?

Use os resultados dessa avaliação para orientar seus pensa-


mentos e ações no dia seguinte.

Prática da Reflexão
Pelo menos uma vez por semana, passe algum tempo num lu-
gar tranqüilo para compreender e contemplar o princípio funda-
mental do Romântico e a sua tarefa suprema. O lugar ideal para
fazer isso é ao ar livre, junto à natureza.
O princípio fundamental que os Românticos perderam de vista
e precisam recuperar é o de que todas as pessoas são profunda e per-
feitamente ligadas a todos os seres e coisas'. Portanto, a tarefa supre-
ma dos Românticos é a de perceber que o amor, o vínculo profun-
do do ser com a realidade, baseia-se na apreciação das coisas que já
estão presentes aqui e agora em nossa vida. Será mais fácil cumprir
essa tarefa se você perceber que os sentimentos de carência e de sau-
dade resultam de uma idealização do passado e do futuro, que im-
pede que você perceba as satisfações do momento presente.
Pense, então, no quanto a sua vida vai mudar se você se pai;-
tar por essas verdades.

1 123 1
PRÁTICAS PARA O OBSERVADOR {TIPO 5)
Recomendamos que você escolha urna única prática e come-
ce a trabalhar com ela antes de passar às demais. É possível que
você precise praticar cada urna delas por urna semana ou mais pa-
ra perceber que está progredindo. Talvez lhe seja útil escrever um
diário, para registrar as suas reações cotidianas às práticas.

Prática da Consciência

Preste muita atenção à sua tendência de restringir o seu en-


volvimento emocional com a realidade, dissociando-se dos seus
sentimentos e afastando-se das outras pessoas. Várias vezes por
dia, faça urna pausa de mais ou menos um minuto e procure res-
ponder às seguintes perguntas:

Em que medida tenho restringido o meu envolvimento


emocional? O que tenho feito para fugir dos meus sentimen-
tos e dos das outras pessoas? Quando os outros expressam
suas emoções, acaso me afasto deles e bato em retirada para
dentro do meu mundo mental?

Prática da Ação

Lembre-se que os Observadores se dissociam dos seus senti-


mentos e afastam-se das outras pessoas porque têm medo de que
os outros possam intrometer-se em sua vida e exigir demais deles.
Por isso, todo dia, esforce-se conscientemente para adquirir
urna noção da abundância da energia vital. Torne corno pressu-
posto de suas ações a idéia de que os recursos e as energias a que
você tem acesso são ilimitados. Dê mais de si e receba mais do
mundo à sua volta.
Observe e contraponha-se à sua tendência de bater em reti-
rada para conservar sua energia. Fique atento para os momentos

1 124 1
em que você se retrai; interprete esse fato como um sinal de que
deve ficar presente e continuar ligado aos outros e à situação que
o rodeia.
Para avaliar o valor dessa prática para si, veja se você está
mais ligado aos seus sentimentos e às outras pessoas ou se está re-
caindo na tendência de recolher-se. Lembre-se que a idéia de
abundância vai contra o instinto que os Observadores têm a res-
peito da realidade: eles têm a sua atenção voltada para a escassez
e o esgotamento das energias, num mundo que parece exigir de-
mais deles e dar-lhes muito pouco em troca.

Prática de Programação e Avaliação do Progresso

Programação:
Assim que se levantar pela manhã, concentre-se, praticando
por alguns instantes o exercício de respiração. Então diga para si
mesmo:

Hoje, vou me dedicar ativamente a permanecer inserido


nas situações que acontecem à minha volta. Comprometo-
me a não me dissociar dos meus sentimentos nem me afastar
das outras pessoas. Para tanto, vou ficar atento à minha ten-
dência de retrair-me e recolher-me e vou combater essa ten-
dência.

Quando disser isso, creia que as mudanças que você está pro-
gramando já se operaram em você.

Avaliação:
À noite, reserve alguns minutos para avaliar o progresso do
dia. Com a mente e o coração abertos, pergunte a si mesmo:

1 125 1
Em que medida consegui, hoje, permanecer inserido no
fluxo da vida? O que fiz para ficar próximo das outras pessoas
e não me dissociar dos meus sentimentos? O que fiz para con-
trariar a tendência de me proteger e bater em retirada para
salvaguardar minhas reservas de energia?

Use os resultados dessa avaliação para orientar seus pensa-


mentos e ações no dia seguinte.

Prática da Reflexão
Pelo menos uma vez por semana, passe algum tempo num lu-
gar tranqüilo para compreender e contemplar o princípio funda-
mental do Observador e a sua tarefa suprema. O lugar ideal para
fazer isso é ao ar livre, junto à natureza.
O princípio fundamental que os Observadores perderam de
vista e precisam recuperar é o de que o conhecimento e a energia
de que todas as pessoas necessitam existem em ilimitada abun-
dância. Portanto, a tarefa suprema dos Observadores é a de perma-
necer ligados ao fluxo da vida, dando e recebendo livremente. Se-
rá mais fácil cumprir essa tarefa se você perceber que o fato de
permanecer ligado aos seus sentimentos e próximo das outras pes-
soas não o leva à exaustão, mas sim renova as suas energias.
Pense, então, no quanto a sua vida vai mudar se você se pau-
tar por essas verdades.

1 126 1
PRÁTICAS PARA O CÉTICO FIEL (TIPO 6)

Recomendamos que você escolha uma única prática e come-


ce a trabalhar com ela antes de passar às demais. É possível que
você precise praticar cada uma delas por uma semana ou mais pa-
ra perceber que está progredindo. Talvez lhe seja útil escrever um
diário, para registrar as suas reações cotidianas às práticas.

Prática da Consciência

Preste muita atenção ao quanto você dedica a sua atenção e


a sua energia para imaginar as piores conseqüências das diversas
situações e para selecionar, dentre as informações disponíveis, as
que só fazem confirmar as suas piores previsões. Várias vezes por
dia, faça uma pausa de mais ou menos um minuto e procure res-
ponder às seguintes perguntas:

Quais são as possibilidades danosas ou prejudiciais que me


vieram à mente? Quais são as coisas que têm me parecido
ameaçadoras? Tenho sido excessivamente precavido, cuida-
doso, desconfiado ou "do contra"? Quais são as dúvidas ares-
peito de mim mesmo e os temores em relação ao futuro que
têm me preocupado?

Prática da Ação

Lembre-se que os Céticos Fiéis tendem a sempre prever e


temer o pior porque perderam a confiança em si mesmos e nos
outros.
Por isso, todo dia, esforce-se conscientemente para agir da
maneira correta apesar das dúvidas e dos medos. Enfrente as situa-
ções que lhe parecem arriscadas; não fuja delas (a reação fóbica)
nem as desafie com arrogância (a reação contrafóbica).

1 127 1
Quando se sentir apreensivo, ansioso ou assustado (reação
fóbica) - ou senão tenso, hiperexcitado e desafiador (reação
contrafóbica) - , respire profundamente para concentrar-se e li-
gar-se à realidade. Passe então à ação, lembrando-se de que não é
necessário que o medo vá embora para que você possa agir.
Para avaliar o valor dessa prática para si, veja se você tem
agido da maneira correta sem antes ter de esforçar-se demasiado
para afastar os temores ou dar uma justificativa válida ao seu cur-
so de ação. Lembre-se que os Céticos Fiéis habitualmente fogem
dos perigos (reação fóbica) ou enfrentam-nos com arrogância
(reação contrafóbica). Para suportar as dúvidas e o medo, o Tipo
Seis fóbico busca a segurança e o Tipo Seis contrafóbico desafia a
segurança. Tanto a fuga quanto a luta desesperada são reações à
idéia de um perigo iminente.

Prática de Programação e Avaliação do Progresso

Programação:
Assim que se levantar pela manhã, concentre-se, praticando
por alguns instantes o exercício de respiração. Então diga para si
mesmo:

Hoje, vou me dedicar a agir com fé em mim mesmo e con-


fiança nas outras pessoas; vou agir como agiria uma pessoa
que já tem essas qualidades. Para tanto, vou agir antes de ter
certeza absoluta ou de ter provas de qual deve ser o meu cur-
so de ação; vou acreditar nos meus recursos e nas minhas ca-
pacidades.

Quando disser isso, creia que as mudanças que você está pro-
gramando já se operaram em você.

1 128 1
Avaliação:
À noite, reserve alguns minutos para avaliar o progresso do
dia. Com a mente e o coração abertos, pergunte a si mesmo:

Em que medida consegui, hoje, ter fé em mim mesmo e


confiança nas outras pessoas? Em que medida consegui agir
sem ter antes de dissipar o medo ou ter uma garantia acerca
do meu curso de ação? Em que medida consegui voltar mi-
nha atenção para as possibilidades positivas?

Use os resultados dessa avaliação para orientar seus pensa-


mentos e ações no dia seguinte.

Prática da Reflexão
Pelo menos uma vez por semana, passe algum tempo num lu-
gar tranqüilo para compreender e contemplar o princípio funda-
mental do Cético Fiel e a sua tarefa suprema. O lugar ideal para
fazer isso é ao ar livre, junto à natureza.
O princípio fundamental que os Céticos Fiéis perderam de vis-
ta e precisam recuperar é o de que todos nós temos fé em nós mes-
mos, nas outras pessoas e no mundo em ge al. Portanto, a tarefa
suprema dos Céticos Fiéis é a de confiar em si mesmos e nos ou-
tros. Será mais fácil cumprir essa tarefa se você perceber seu me-
do e suas dúvidas e procurar acalmá-los; se se dispuser a agir ape-
sar do medo e das dúvidas; e se aceitar a ,incerteza como parte
natural da vida.
Pense, então, no quanto a sua vida vai mudar se você se pau-
tar por essas verdades.

1 129 1
PRÁTICAS PARA O EPICURISTA {TIPO 7}
Recomendamos que você escolha uma única prática e come-
ce a trabalhar com ela antes de passar às demais. É possível que
você precise praticar cada uma delas por uma semana ou mais pa-
ra perceber que está progredindo. Talvez lhe seja útil escrever um
diário, para registrar as suas reações cotidianas às práticas.

Prática da Consciência
Preste muita atenção ao quanto você dedica a sua atenção e
a sua energia a fazer planos relacionados a possibilidades agradá-
veis e positivas. Várias vezes por dia, faça uma pausa de mais ou
menos um minuto e procure responder às seguintes perguntas:

Tenho voltado a atenção para atividades novas e interes-


santes sempre que me deparo com alguma coisa negativa?
Tenho apagado da mente as frustrações? Quais são as diver-
sas opções e oportunidades que têm absorvido a minha aten-
ção e a minha energia?

Prática da Ação
Lembre-se que os Epicuristas, para fugir do medo, da dor e
das suas limitações, geram na mente uma multiplicidade de op-
ções positivas que passam então a buscar. Na verdade, porém, eles
se limitam a si mesmos quando alimentam o hábito de afastar-se
de todas as coisas que poderiam assustá-los ou causar-lhes dor e
sofrimento.
Por isso, todo dia, esforce-se conscientemente para cumprir
todos os compromissos que assumiu e atender a todas as respon-
sabilidades que pesam sobre você, sem ligar para o sofrimento e a
frustração que certamente decorrerão dessa atitude.

1 130 1
Admita a sua tendência de fugir de tudo quanto parece ne-
gativo ou ameaça limitá-lo. Veja como você sempre arranja exce-
lentes motivos e ótimas alternativas para fugir do que não quer fa-
zer. Fique atento para os momentos em que alguma coisa (esta
prática, por exemplo) começa a parecer frustrante e limitadora.
Use essa impressão como um sinal para lembrá-lo: "ajoelhou, tem
que rezar" - você precisa terminar o que começou.
Para avaliar o valor dessa prática para si, veja se você está
cumprindo melhor os seus compromissos e atendo-se às responsa-
bilidades, sobretudo as que lhe parecem tediosas, frustrantes e de-
sagradáveis. Repare no sentimento que isso lhe dá. Lembre-se que
os Epicuristas usam a estratégia de deixar a vida sempre animada
e sem limites rígidos, o que os leva a encontrar sempre uma boa
desculpa para fugir das responsabilidades dolorosas ou frustrantes.

Prática de Programação e Avaliação do Progresso

Programação:

Assim que se levantar pela manhã, concentre-se, praticando


por alguns instantes o exercício de respiração. Então diga para si
mesmo:

Hoje, vou me dedicar a concentrar minha atenção e mi-


nhas energias no momento presente, por mais que a vida me
brinde com frustrações e sentimentos dolorosos. Também
vou me esforçar para me lembrar dos outros, e não só das mi-
nhas próprias atividades. Para tanto, vou aceitar a vida co-
mo ela é aqui e agora; vou tomar consciência da minha ten-
dência de usar minha atenção e minhas energias para fazer
planos relacionados a opções agradáveis e oportunidades fu-
turas que só existem na minha imaginação.

1 131 1
Quando disser isso, creia que as mudanças que você está pro-
gramando já se operaram em você.

Avaliação:
À noite, reserve alguns minutos para avaliar o progresso do
dia. Com a mente e o coração abertos, pergunte a si mesmo:
Em que medida consegui, hoje, conservar a atenção e as
energias voltadas para o momento presente? Em que medida
consegui me lembrar do bem-estar dos outros, e não só do
meu? Em que medida cumpri o compromisso de me dedicar
a esta prática?
Use os resultados dessa avaliação para orientar seus pensa-
mentos e ações no dia seguinte.

Prática da Reflexão
Pelo menos uma vez por semana, passe algum tempo num lu-
gar tranqüilo para compreender e contemplar o princípio funda-
mental do Epicurista e a sua tarefa suprema. O lugar ideal para fa-
zer isso é ao ar livre, junto à natureza.
O princípio fundamental que os Epicuristas perderam de vista
e precisam recuperar é o de que a vida é um espectro de múltiplas
possibilidades que devem ser, todas elas, vividas em profundida-
de, com atenção e concentração constantes. Portanto, a tarefa su-
prema dos Epicuristas é a de aceitar que, para ser completa, a vi-
da deve trazer em si a alegria e a tristeza, o prazer e a dor, a
oportunidade e a limitação. Será mais fácil cumprir essa tarefa se
você aceitar a vida tal como ela se apresenta no momento presen-
te; se permanecer ligado à realidade, mesmo na presença de emo-
ções incômodas ou tarefas tediosas.
Pense, então, no quanto a sua vida vai mudar se você se pau-
tar por essas verdades.

1 132 1
PRÁTICAS PARA O PROTETOR {TIPO 8 )
Recomendamos que você escolha uma única prática e come-
ce a trabalhar com ela antes de passar às demais. É possível que
você precise praticar cada uma delas por uma semana ou mais pa-
ra perceber que está progredindo. Talvez lhe seja útil escrever um
diário, para registrar as suas reações cotidianas às práticas.

Prática da Consciência

Preste muita atenção aos efeitos positivos e negativos da sua


energia sobre as outras pessoas. Várias vezes por dia, faça uma pau-
sa de mais ou menos um minuto e procure responder às seguintes
perguntas:

Quais são os efeitos que a minha energia e a minha manei-


ra de me expressar têm tido sobre os outros? Tenho suscitado
de alguma maneira a resistência e a oposição dos outros? Fiz
com que alguém se afastasse de mim ou se voltasse para den-
tro de si? Tenho cometido excessos? Tenho usado minha "pre-
sença" para dominar os ambientes em que estou, ferindo e di-
minuindo as outras pessoas?Tenho invadido a vida dos outros?

Prática da Ação

Lembre-se que os Protetores têm uma energia forte, "espaço-


sa", que muitas vezes parece aos outros excessiva, mesmo quando
os Protetores a contêm em certa medida. Muitas vezes, eles não
têm consciência de que a sua simples presença tem o efeito de
assoberbar as outras pessoas.
Por isso, todo dia, esforce-se conscientemente para moderar
o impulso de agir diretamente para expressar seus desejos e impor
seu senso de justiça e de verdade.

1 133 1
Perceba que esse impulso de se expressar provém do seu es-
tômago, do seu corpo. Contenha o impulso inicial de agir direta-
mente e dedique-se a ponderar as conseqüências da sua ação. Per-
gunte a si mesmo se não seria melhor agir com um pouquinho de
diplomacia.
Para avaliar o valor dessa prática para si, veja se você tem res-
peitado os limites e as opiniões dos outros. Lembre-se que os Pro-
tetores sempre consideram que os outros, se não estão com eles,
estão contra eles; isso dificulta-lhes a moderação na ação.

Prática de Programação e Avaliação do Progresso

Programação:

Assim que se levantar pela manhã, concentre-se, praticando


por alguns instantes o exercício de respiração. Então diga para si
mesmo:

Hoje, vou me esforçar para estar mais aberto às opiniões e


à energia dos outros nas diversas situações, ciente de que elas
podem ser diferentes das minhas. Vou me dedicar a ter mais
consciência dos meus pontos fracos naturais e dos meus sen-
timentos de ternura, e vou me esforçar para aceitar que essas
coisas existem. Para tanto, vou admitir que a negação dos
meus pontos fracos e sentimentos mais ternos é um hábito
profundamente arraigado que não me faz bem.

Quando disser isso, creia que as mudanças que você está pro-
gramando já se operaram em você.

1 134 1
Avaliação:
À noite, reserve alguns minutos para avaliar o progresso do
dia. Com a mente e o coração abertos, pergunte a si mesmo:

Em que medida consegui, hoje, permanecer aberto às opi-


niões e às energias das outras pessoas nas diversas situações?
Em que medida consegui aceitar meus pontos fracos naturais
e meus sentimentos de ternura?

Use os resultados dessa avaliação para orientar seus pensa-


mentos e ações no dia seguinte.

Prática da Reflexão
Pelo menos uma vez por semana, passe algum tempo num lu-
gar tranqüilo para compreender e contemplar o princípio funda-
mental do Protetor e a sua tarefa suprema. O lugar ideal para fa-
zer isso é ao ar livre, junto à natureza.
O princípio fundamental que os Protetores perderam de vista
e precisam recuperar é o de que todos nós somos naturalmente
inocentes e bem-intencionados e somos todos capazes de intuir a
verdade. Portanto, a tarefa suprema dos Protetores é a de resgatar
sua inocência original, a inocência de colocar-se diante de cada
situação sem já ter uma opinião formada sobre ela e sem querer
dominá-la pela força; e a de perceber que a verdade provém das
leis universais, não das opiniões e da força individuais. Será mais
fácil cumprir essa tarefa se você se colocar diante de cada situa-
ção com uma energia ou uma força proporcionais à situação, e se
tiver pelos outros o mesmo respeito que tem por si mesmo.
Pense, então, no quanto a sua vida vai mudar se você se pau-
tar por essas verdades.

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PRÁTICAS PARA O MEDIADOR (TIPO 9)
Recomendamos que você escolha uma única prática e come-
ce a trabalhar com ela antes de passar às demais. É possível que
você precise praticar cada uma delas por uma semana ou mais pa-
ra perceber que está progredindo. Talvez lhe seja útil escrever um
diário, para registrar as suas reações cotidianas às práticas.

Prática da Consciência
Preste muita atenção a como sua atenção e sua energia são
atraídas e dispersadas pelas muitas exigências e pedidos que lhe são
feitos, levando você à indecisão e a adotar uma atitude excessiva-
mente submissa e servil. Várias vezes por dia, faça uma pausa de mais
ou menos um minuto e procure responder às seguintes perguntas:

De que maneira as pessoas e coisas ao meu redor têm atraí-


do e monopolizado minha atenção? O quanto tenho sido inde-
ciso? O quanto tenho simplesmente aceitado compactuar com
as atividades e planos dos outros? De que maneira tenho me
deixado desviar para coisas não-essenciais e subprioritárias?

Prática da Ação
Lembre-se que os Mediadores tendem a deixar que sua aten-
ção se volte para tudo o que têm ao seu redor, o que lhes dá a sen-
sação de que fazem parte de um grupo maior. É essa sensação de
estar inserido num grupo que os faz sentir-se importantes, poises-
queceram-se do seu verdadeiro valor enquanto pessoa.
Por isso, todo dia, esforce-se conscientemente para direcio-
nar a atenção às coisas que são importantes para você e para em-
pregar sua energia em vista das suas prioridades, apesar dos con-
flitos e do sentimento incômodo que certamente lhe sobrevirão
por causa disso.

1 136 1
Perceba que o incômodo se manifesta num aperto no estô-
mago. Esteja ciente de que você segue as prioridades dos outros e
dirige sua atenção para prazeres insignificantes ou tarefas secun-
dárias só para diminuir esse aperto. Esforce-se ao máximo para
não usar essas técnicas de tolerância; para manter-se firme; para
reconhecer que você, como indivíduo, tem valor no universo; e
para se expressar de acordo com tudo isso.
Para avaliar o valor dessa prática para si, veja se você está se
dedicando às atividades que lhe são importantes e se isso o está
ajudando a reconhecer que você mesmo, como indivíduo, é im-
portante. Pense em como você está enfrentando as situações de
conflito ou incômodo, reais ou potenciais. Lembre-se que os Me-
diadores fazem de tudo para evitar conflitos e buscar o conforto e
a comodidade; essa é a estratégia que adotam para defender-se da
crença de que suas prioridades e opiniões não têm a menor impor-
tância na ordem das coisas.

Prática de Programação e Avaliação do Progresso


Programação:
Assim que se levantar pela manhã, concentre-se, praticando
por alguns instantes o exercício de respiração. Então diga para si
mesmo:
Hoje, vou me esforçar para amar a mim mesmo como amo
aos outros. Vou habituar-me a apreciar minhas boas qualida-
des. Quando precisar tomar uma decisão, vou considerar mi-
nha opinião tão importante quanto as opiniões dos outros.
Para tanto, vou estabelecer prioridades para mim mesmo e
respeitar meus próprios limites.
Quando disser isso, creia que as mudanças que você está pro-
gramando já se operaram em você.

1 137 1
Avaliação:
À noite, reserve alguns minutos para avaliar o progresso do
dia. Com a mente e o coração abertos, pergunte a si mesmo:

De que maneira expressei, hoje, minha auto-estima e mi-


nha consideração por mim mesmo? Em que medida respeitei
meus limites? Em que medida consegui estabelecer e cumprir
minhas prioridades? Considerei-me tão importante quanto
as outras pessoas?

Use os resultados dessa avaliação para orientar seus pensa-


mentos e ações no dia seguinte.

Prática da Reflexão
Pelo menos uma vez por semana, passe algum tempo num lu-
gar tranqüilo para compreender e contemplar o princípio funda-
mental do Mediador e a sua tarefa suprema. O lugar ideal para fa-
zer isso é ao ar livre, junto à natureza.
O princípio fundamental que os Mediadores perderam de vista
e precisam recuperar é o de que todos os seres são filhos da exis-
tência universal, que é intimamente unida a cada um deles e ama-
os a todos individualmente com um amor incondicional. Portan-
to, a tarefa suprema dos Mediadores é a de desenvolver um amor
incondicional por si mesmos e resgatar a noção de que têm, como
indivíduos, a mesma importância que os outros. Será mais fácil
cumprir essa tarefa se você prestar atenção à sua opinião e às suas
prioridades; e se, nas suas ações, não dissipar suas energias em coi-
sas insignificantes, mas buscar sempre as coisas essenciais tanto pa-
ra você quanto para o próximo.
Pense, então, no quanto a sua vida vai mudar se você se pau-
tar por essas verdades.

1 138 1
APÊNDICE A:
OUTROS RECURSOS
RELACIONADOS COM O
ENEAGRAMA
Os recursos de estudo, informação e aprendizagem aqui arrolados es-
tão ligados à Tradição Oral do Eneagrama, de Helen Palmer. O ensino e
o aprendizado dessa tradição envolvem o uso do método de entrevista por
painéis e do princípio de autodescoberta. A Essência do Eneagrama baseia-
se nesse último princípio. A tradição oral permite que todos os indivíduos
afirmem por si mesmos a verdade do seu ser.

Livros
The Enneagram: Understanding Yourself and the Others in Your Life, de He-
len Palmer. São Francisco: HarperSanFrancisco, 1988.
The Enneagram in Lave and Work, de Helen Palmer. São Francisco: Har-
perSanFrancisco, 1995.
The Pocket Enneagram, de Helen Palmer. São Francisco: HarperSanFran-
cisco, 1995.
The Enneagram Advantage, de Helen Palmer. Nova York: Harmony Books,
1998.
Healing Your Habit of Mind: Practical Applications od the Enneagram in Dai-
ly Life, de David Daniels e Helen Palmer. No prelo.

1 139 1
Vídeos
Helen Palmer:
The Stanford University Panels of the Nine Types (com David Daniels),
1994.
Nine Points ofView on Addiction and Recovery, 1994.
Women on Relationship and Men on Relationship, 1994.

Endereço para obtenção:


Helen Palmer
1442A Walnut Street, Suite 3 77
Berkeley, C A 94 709
Telefone: (510) 843-7621
E-mail: eptpoffice@aol.com

David N. Daniels, M.D., e Courtney Behm, M.B.A.:


Nine Paths to a Productive and Fulfilling Life: A Comprehensive Overview of
the Enneagram, 1999.
The Enneagram in the Workplace: Nine Paths to Effective Leadership and Per-
formance, 2000.

Endereço para obtenção:


CC-M Productions, lnc.
7755 16th Street, N.W.
Washington, D.C. 20012
Telefone: (800) 453-6280
Website: www.managementwisdom.com
E-mail: bob@cc-m.com

Fitas Cassete
The Enneagram: Eight-Hour Introduction by Helen Palmer.
Produzida pela Sounds True Recordings.

Pode ser obtida através de Helen Palmer, no mesmo endereço dado aci-
ma, ou da Sounds True: (800) 333-9185.

1 140 1
Associações
lnternational Enneagram Association (IEA)
Sede: 849 Independence Avenue, Suite B
Mountain View, C A 94043
Telefone: (650) 903-8320
Website: www.intl-enneagram-assn.org

Association of Enneagram Teachers in the Oral Tradition


1442A Walnut Street, Suite 377
Berkeley, C A 94 709
Telefone: (510) 843-7621
Website: enneagramteachers.org

Aulas de Eneagrama
Programas, oficinas e seminários de ensino do Eneagrama aplicado à vida
pessoal e profissional:
1442A Walnut Street, Suite 377
Berkeley, C A 94 709
Telefone: (510) 843-7621
E-mail: PalmrDanls@aol.com ou drdaniels@batnet.com
Website: www.authenticenneagram.com (propostas de negócios)
www.enneagram-site.com

Periódico Informativo
Enneagram Monthly
11 7 Sweetmilk Creek Road
Troy, NY 12180-9105
Telefone: (518) 279-4444
E-mail: enneamonth@aol.com

1 141 1
APÊNDICE B:
VALIDADE DO TESTE ESSENCIAL
DO ENEAGRAMA

Criamos um teste simples, que consiste em nove parágrafos baseados


nos construtos lógicos dos nove tipos do Eneagrama segundo a obra teó-
rica de Helen Palmer e David Daniels. Cada um dos parágrafos inclui:

• a visão de mundo geral do tipo


• o estilo de atenção do tipo
• as tendências mentais e emocionais dominantes
• as preocupações principais
• os atributos positivos do tipo.

Pedimos a representantes de cada um dos tipos de personalidade


que fizessem uma revisão do parágrafo correspondente ao seu tipo para
garantir que os parágrafos fossem coerentes com a experiência real dos ti-
pos. Fizemos então uma revisão das revisões, a fim de garantir que os pa-
rágrafos fossem corretos do ponto de vista teórico e expressassem, todos
eles, aspectos igualmente desejáveis da vida segundo os critérios da nos-
sa sociedade.
Para provar a validade do Teste Essencial do Eneagrama, testamos
970 indivíduos que se matricularam em cursos de Eneagrama ou apresen-
taram-se como voluntários para entrevistas de determinação de tipo. Es-
ses indivíduos não sabiam qual era o seu tipo do Eneagrama e não tinham

1 142 1
conhecimento algum do sistema como um todo. Sessenta e cinco por cen-
to deles eram mulheres, trinta e cinco por cento homens.
Comparamos a conclusão a que cada indivíduo chegou em seu Teste
Essencial do Eneagrama com um ou outro de dois critérios fundamentais:

• Um dos critérios usados foi a determinação do tipo por meio de


entrevistas com professores diplomados em Eneagrama, e que não
sabiam como os indivíduos se haviam avaliado.
• O outro critério foi a própria reavaliação do indivíduo depois de
fazer um curso de dez semanas sobre o Eneagrama.

Os dois critérios deram resultados semelhantes. Os resultados foram


usados para determinar a validade do Teste Essencial do Eneagrama, ou
seja, a probabilidade de seus usuários escolherem corretamente, dentre os
nove parágrafos, o parágrafo correspondente ao seu tipo de personalidade.
Analisamos separadamente os resultados referentes aos nove pará-
grafos. Cada um deles, ou seja, cada tipo de personalidade, tem uma pro-
babilidade específica de ser escolhido por pessoas que de fato têm aquele
tipo de personalidade. As páginas de Determinação dos Tipos mostram a
validade de cada parágrafo. O parágrafo do Perfeccionista, por exemplo,
tem uma validade de 66 por cento. Isso significa que dois terços de todas
as pessoas que escolheram esse parágrafo foram de fato identificadas como
Perfeccionistas segundo os critérios de verificação - ou a avaliação de um
especialista, decorrente de uma entrevista especificamente criada para is-
so, ou a reavaliação feita pela própria pessoa depois de fazer um curso so-
bre o eneagrama.
Às vezes, as pessoas escolhem um parágrafo do Teste Essencial do
Eneagrama que não é o referente ao seu próprio tipo de personalidade, mas
referente a um dos tipos semelhantes 1 ou um dos tipos correlatos 2 associa-

1. Os tipos semelhantes são aqueles tipos de personalidade, dentro do siste-


m a do Eneagrama, que apresentam alguma semelhança uns com os outros.
2. Segundo a teoria da personalidade do Eneagrama, os tipos correlatos a um
tipo qualquer são e m número de quatro: as duas asas, o tipo de segurança e o tipo de
tensão.

1 143 1
dos ao seu tipo de personalidade. Por isso, também calculamos a probabi-
lidade de as pessoas, tendo escolhido o parágrafo referente a um determi-
nado tipo, serem de cada um dos outros oito tipos, depois de a sua auto-
avaliação ser refutada por um ou outro dos dois critérios utilizados. As
páginas de Determinação dos Tipos mostram essas outras análises. Por
exemplo: oito por cento das pessoas que escolheram o parágrafo do Per-
feccionista são, na verdade, de tipo Romântico; oito por cento são Céti-
cos Fiéis; sete por cento são Doadores; e cinco por cento são Mediadores.
Os restantes seis por cento daqueles que se avaliaram como Perfeccionis-
tas distribuíam-se, na verdade, entre os outros quatro tipos.
As páginas de Determinação dos Tipos mostram qual é a probabili-
dade de o tipo que você escolheu ser o seu tipo correto. Mostra também
quais são as probabilidades de o seu tipo ser algum dos outros. Nessas mes-
mas páginas, você obterá instruções detalhadas de como comprovar apre-
cisão da sua escolha.
Fizemos, depois, mais algumas análises estatísticas. Analisamos ca-
da um dos parágrafos quanto à sensibilidade, à especificidade, ao valor de
previsão positiva, ao valor de previsão negativa e à eficiência enquanto
teste; avaliamo-lo também segundo o Teste de Capa, formulado por Co-
hen, de correlação intraclasses. Computamos as estatísticas Capa nas no-
ve escalas do teste para obter uma medida da concordância geral deste.
A validade do teste, medida pela congruência entre as respostas dos que
o empreenderam e os critérios de verificação, foi considerada significati-
va tanto do ponto de vista estatístico quanto do ponto de vista clínico.
O valor global de Capa para o teste como um todo foi de 0.5254 (P <
0.0001), ou seja, um grau significativo de concordância. Todas as análi-
ses dos itens individuais mostraram-se concordantes ou revelaram uma
correlação significativa dentro da sua própria classe, com P sempre me-
nor que 0.0001. Empreendemos uma análise de confiabilidade com um
pequeno grupo (n = 62) de estudantes de pós-graduação que nada sabiam
do assunto. Demos-lhes versões alternativas do teste com um intervalo
de quatro semanas entre elas, sem falar-lhes nada a respeito do Eneagra-
ma e sem introduzir nenhuma outra tendência que poderia induzir à dis-
crepância. Essa análise resultou numa concordância significativa: Capa
= 0.589 (P < 0.0001 ).

1 144 1

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