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JUSTIÇA FEDERAL
Seção Judiciária do Paraná
1ª Vara Federal de Curitiba
Avenida Anita Garibaldi, 888, 4º andar - Bairro: Cabral - CEP: 80540-400 - Fone: (41)3210-1733 - Email: prctb01dir@jfpr.jus.br
DESPACHO/DECISÃO
a) LIMINARMENTE, declarar a suspensão imediata dos Afastamentos Integrais dos servidores abaixo,
até decisão final no presente processo, pela suspeita baseada em fortes indícios de irregularidades e
abuso de direito por desvio de finalidade e ilegalidades e afronta aos princípios gerais da administração
pública, de acordo com as provas indicadas, nos Processo Administrativos dos professores: Douglas
Meneghatti Sileide France e Turan Salvador;
b) LIMINARMENTE, declarar a suspensão imediata dos Afastamentos Integrais dos servidores abaixo,
até decisão final no presente processo, pela clara não ocorrência da incompatibilidade de realizar os
cursos de mestrado e/ou doutorado concomitantemente com o exercício das atividades de trabalho no
IFPR – notadamente porque o IFPR dispões de AFASTAMENTO PARCIAL para as pessoas que estudam
em Universidades na mesma cidade ou próximo, o que é o caso de todos os seguintes servidores que
gozam de afastamento de forma irregular, gerando
prejuízos ao erário, em desvio de finalidade e abuso de poder na concessão de benefícios exacerbados:
Priscila Celia Giacomassi, Israel Bispo dos Santos, Jefferson Sussumu de Aguiar Hachiya, José Nivaldo
Baldino Rodrigo Gonçalves Sobrinho, Karina Labes da Silva, Radames Boostel, Danielle Capelasso
Soares de Souza, Flávia Manuella de Almeida, Romany Martins, Jean Carlos Mendes da Rocha, Jean
Carlos Mendes da Rocha, Evandro Cherubini Rolin, Jocelaine Espindola da Silva Arruda, Hanny Paola
Domingues, Elisabete Cristina Pereira Eches, Tania Gracieli Vega Incerti, Deise Costacurta de Freitas,
Carlos Eduardo de Souza Gonçalves, Rosana Claúdia de Assunção, Ana Maria de Carvalho, Mara
Christina Vilas Boas, Carlos Eduardo Maffini Santos, Deise Leandra Fontana, Josiane Bernart da Silva
Ferla, Roberta Rafaela Sotero Costa, Alvaro Rogério Cantieri, Rodrigo Tramutolo Navarro, Thiago
Berticellilo, Denise Maria Vecino Sato, Gilmar José Hellmann, Marcos Maia, Guilherme Basso dos Reis,
Lucas Vinicius Ruchel, Adrianan da Silva Santos, Fernando Roberto Amorim Souza, Regianae Pinheiro
Dionísio Porrua, Marlene Aparecida Ferrarini Bigareli, Eduardo Tieppo, Magda Luiza Mascarello,
Gioconda Ghiggi Marcelo, Rodrigues da Silva, Diorgenes de Moraes Correia Alves, Sheila Cristiana de
Freitas, Vania Carla Camargo;
No mérito:
k) Que em sede de sentença seja confirmada a(s) eventual (ais) medidas cautelares, em liminar;
l) Que seja, ao final, declaro nulo o ato que autorizou o afastamento integral de todos os servidores que
foram afastados para cursos pós-graduação stricto sensu em Universidades localizadas na mesma
cidade do local de trabalho e/ou até 100 km, considerando o critério de região metropolitana ou de fácil
acesso;
k).1. Que no caso dos servidores afastados do pedido anterior que ainda estiverem realizando atividade
presenciais obrigatórias, que seu afastamento seja convertido em afastamento parcial, com liberação
apenas para os dias e horários das respectivas aulas e atividades presenciais obrigatórias, sem prejuízo
das atividades docente e/ou técnicas, nos demais horários;
m) Que sejam interrompidos todos os afastamentos integrais dos servidores que já tenham concluído os
créditos de disciplinas presenciais obrigatórias (aulas), oportunizando, na via administrativa, se for o
interesse, o afastamento parcial, previsto em Lei e regimentos internos, para atender eventuais
necessidades de afastamento do trabalho. Tais casos serão aqueles apurados pelos relatórios dos
períodos de afastamento que são feitos obrigatoriamente em Fevereiro e Agosto de cada ano e que
constam os Processos Administrativos;
Relata e argumenta que atualmente o IFPR tem 173 servidores afastados de forma integral
para fazer cursos de pós-graduação stricto sendo. Muitos desses servidores não necessitam estar
afastados por terem compatibilidade com o exercício parcial, pelo menos, das atividades docentes
e/ou técnicas. Além disso, os afastamentos tem ocorrido de forma "porteira fechada" sempre
atendendo com os prazos máximos de afastamento, de até 4 anos, para doutorado, por exemplo -
gerando benefícios extremados para servidores que vivem na mesma cidade dos curso que fazem,
como durante períodos de dissertação e tese onde o trabalho é monográfico, em casa ou com poucas
visitas às universidades. Que esses afastamentos configuram benefício excessivo ou 'férias coletivas
prolongadas" para pós-graduação. Destaca trecho da sentença dos autos 5054028-34.2017.4.04.7000
e o aumento da judicialização das questões envolvendo o IFPR desde 2016, alegando que parte dos
problemas decorre da utilização da máquina pública para favorecimento de apoiadores políticos e
perseguição de político-administrativa a opositores e servidores que ocupavam cargos nas gestões
anteriores.
Aduz que dos 173 servidores afastados, 76 processos vigentes encontram-se com
suspeitas de irregularidades, ilegalidades, desvio de finalidade ou descumprimento do atendimento
aos princípios da administração pública. Que para todos os afastamentos foram contratados
professores temporários que são contratados por editais precários, com critérios simplificados e todos
são remunerados. Narra a sua situação pessoal em que o afastamento foi indeferido, todavia, para
outro servidor (Douglas Maneghatti) rigorosamente na mesma situação o afastamento foi deferido.
É o relatório. Decido.
2. O autor popular atribuiu à causa o valor de R$1.000,00, entretanto, nos pedidos indica
dano ao erário mínimo de R$1.949.361,78. Desta forma, é necessária a retificação do valor da causa,
nos termos do art. 292 do CPC.
3. As tutelas de urgência vêm reguladas pelo artigo 300 do CPC, no qual se exige a
presença de probabilidade do direito e do receio de dano no curso do processo.
Conforme muito bem relatado pelo autor na petição inicial, a prática do IFPR de concessão
de afastamento integral para todos os seus servidores que cursam pós-graduação
(mestrado/doutorado) é antiga. A aparente ilegalidade/ineficiência na gestão dos recursos públicos
praticada pelo IFPR não significa que todos os servidores favorecidos com o afastamento integral
poderiam exercer as atividades acadêmica em concomitância com as funcionais.
Todas as informações solicitadas pela autora para a composição do polo passivo, bem
como os demais dados relativos aos processo administrativos podem ser devidamente apresentados
no momento da contestação sem que resulte em perecimento do direito tutelado.
4. Intime-se a União (AGU) para ter ciência da presente ação e para informar se há alguma
processo administrativo de controle/fiscalização em curso perante o MEC, CGU ou TCU relacionado à
concessão de afastamentos integrais para curso de pós-graduação no âmbito do IFPR. Prazo de 20
(vinte) dias, prorrogáveis por igual período.
5. Cite-se o IFPR para que, no prazo de 20 dias, prorrogáveis por mais 20 dias, a
requerimento do(a) interessado(a), se particularmente difícil a produção de prova documental,
apresentem contestação (art. 7º, IV, da Lei nº 4.717/65);
Documento eletrônico assinado por MARCUS HOLZ, Juiz Federal, na forma do artigo 1º, inciso III, da Lei 11.419, de 19 de dezembro
de 2006 e Resolução TRF 4ª Região nº 17, de 26 de março de 2010. A conferência da autenticidade do documento está disponível
no endereço eletrônico http://www.trf4.jus.br/trf4/processos/verifica.php, mediante o preenchimento do código verificador
700008577863v45 e do código CRC 57907a17.
Informações adicionais da assinatura:
Signatário (a): MARCUS HOLZ
Data e Hora: 1/6/2020, às 18:54:35