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Sobre conquistas
ontem e hoje
A conquista na perspectiva bíblica, con- lucrar com ela, agredindo o meio ambien-
forme será estudado no conjunto de lições te e o equilíbrio ecológico.
da EBD, desta edição, diz respeito à luta A conquista da Terra Prometida nos
do povo hebreu que saiu do Egito em bus- desafia a ir, corajosa e obedientemente, por
ca de adentrar e viver na terra prometida todo mundo e pregar o evangelho a toda
pelo Senhor aos antepassados, os patriar- criatura, para que conquistemos povos,
cas. Conquista, neste contexto dos livros línguas, etnias, nações, para o reino do Fi-
de Josué, Juízes e Rute, é uma luta coletiva lho Amado, em quem temos a redenção.
em favor de libertação e redenção de um Qual tem sido nossa ação na missão de
povo. conquistar a terra, em todas as suas dimen-
O sentido da conquista conforme ve- sões e possibilidades, para o bem de todos,
mos na Bíblia nos inspira e nos motiva a principalmente daqueles que mais sofrem
pensar na expansão do reino de Deus, a neste mundo e para a glória do reino de
criar laços de fraternidade, numa socie- Deus?
dade que carece de amor a ajudar os mais
pobres e excluídos, desenvolvendo uma
consciência coletiva com base nos valores Quem escreveu
do reino de Deus, visando ao bem comum,
não os interesses individuais. 1) Almir dos Santos Gonçalves Júnior,
A conquista da Terra Prometida, pelos é formado em Administração, e desde
hebreus nos motiva a apoiar hoje as igrejas 1996 é o Diretor Geral da Junta de Educa-
pequenas, os trabalhos missionários entre ção Religiosa e Publicações da Convenção
os movimentos sociais no Brasil, que pre- Batista Brasileira. Autor de vários livros e é
cisam da terra para trabalhar e nela viver, membro da Igreja Batista Itacuruçá, onde
habitação para suas famílias, trabalho e exerce o ministério diaconal e é professor
sustento digno. de uma classe de EBD para adultos.
A conquista da Terra Prometida nos
motiva também, de igual modo e impor- 2) Os estudos para DCC – Diversos
tância, a conquistar um trabalho digno colaboradores: cada estudo leva o nome de
para tirar dele o nosso sustento e cuidá-lo, seu autor. Obs.: Os estudos são condensa-
defendê-lo e preservá-la. A terra precisa ser ções e adaptações da revista “Compromis-
preservada daqueles que apenas querem so” do 1º trimestre de 2008.
1 • PALAVRA E VIDA
Sumário
Introdução........................................................................................................ 1
Sumário e expediente...................................................................................... 2
Leituras diárias................................................................................................ 3
Estudos 1 a 13 da EBD................................................................................... 6
Informação denominacional......................................................................... 32
Estudos 1 a 13 da DCC................................................................................. 36
Expediente
Conselho Editorial
Carrie Lemos Gonçalves, Celso Aloísio Santos
Barbosa, Ebenézer Soares Ferreira, Gilton
Palavra e Vida M.Vieira, Ivone Boechat de Oliveira, João
Reinaldo Purim, José A. S. Bittencourt, Lael
d’Almeida, Margarida Lemos Gonçalves, Pedro
Moura, Roberto Alves de Souza e Silvino
ISSN 1984-8714 Carlos Figueira Netto
Coordenação Editorial
Solange Cardoso de Abreu d’Almeida (RP/16897)
Ano X – N° 45– 1T/2012 Redação
Esta é uma revista especial da JUERP, editada Coordenação Editorial da JUERP
em convênio com as Convenções Estaduais,
voltada para o ensino da EBD e da DCC Conselho Geral da CBB
para adultos e jovens, nas igrejas de menor Sócrates Oliveira de Souza
número de membros arrolados Produção Editorial
Studio Anunciar
Publicação trimestral da JUERP
Junta de Educação Religiosa e Publicações Produção Gráfica
da Convenção Batista Brasileira Willy Assis Produção Gráfica
CGC(MF): 33.531.732/0001-67
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Almir dos Santos Gonçalves Júnior pedidos@ebd-1.com.br
2 • PALAVRA E VIDA
Leituras diárias – 1o trimestre de 2012
DEZEMBRO 8 – Quarta – Juízes 1.17-26
26 – Segunda – Josué 1.1-9 9 – Quinta – Juízes 1.27-36
27 – Terça – Josué 1.10-15 10 – Sexta – Juízes 2.1-5
28 – Quarta – Josué 1.16-18 11 – Sábado – Juízes 2.6-15
29 – Quinta – Josué 2.1-7 12 – Domingo – Juízes 2.16-23
30 – Sexta – Josué 2.8-13 13 – Segunda – Juízes 4.1-24
31 – Sábado – Josué 2.14-21 14 – Terça – Juízes 5.1-32
15 – Quarta – Juízes 6.1-10
JANEIRO 16 – Quinta – Juízes 6.11-24
1 – Domingo – Josué 2.22-24 17 – Sexta – Juízes 6.25-40
2 – Segunda – Josué 3 18 – Sábado – Juízes 7.1-25
3 – Terça – Josué 4 19 – Domingo – Juízes 8.1-35
4 – Quarta – Josué 5 20 – Segunda – Juízes 11.1-23
5 – Quinta – Josué 8 21 – Terça – Juízes 11.24-40
6 – Sexta – Josué 10 22 – Quarta – Juízes 12.1-7
7 – Sábado – Josué 11 23 – Quinta – Juízes 13.1-25
8 – Domingo – Josué 12.7-24 24 – Sexta – Juízes 14.1-20
9 – Segunda – Josué 7.1-9 25 – Sábado – Juízes 15.1-20
10 – Terça – Josué 7.10-15 26 – Domingo – Juízes 16.1-31
11 – Quarta – Josué 7.16-26 27 – Segunda – Juízes 3.1-6
12 – Quinta – Josué 9.1-7 28 – Terça – Juízes 3.7-11
13 – Sexta – Josué 9.8-15 29 – Quarta – Juízes 3.12-31
14 – Sábado – Josué 9.16-21
15 – Domingo – Josué 9.22-10.11 MARÇO
16 – Segunda – Josué 12.1-6 1 – Quinta – Juízes 9.1-33
17 – Terça – Josué 13.22-33 2 – Sexta – Juízes 9.34-57
18 – Quarta – Josué 14.1-15 3 – Sábado – Juízes 10.1-5
19 – Quinta – Josué 15.1-63 4 – Domingo – Juízes 10.6-18
20 – Sexta – Josué 16.1-17.18 5 – Segunda – Juízes 12.8-15
21 – Sábado – Josué 18.11-28 6 – Terça – Juízes 17.1-6
22 – Domingo – Josué 19.1-51 7 – Quarta – Juízes 17.7-13
23 – Segunda – Josué 5.1-15 8 – Quinta – Juízes 18.1-6
24 – Terça – Josué 18.1-10 9 – Sexta – Juízes 18.7-13
25 – Quarta – Josué 20.1-9 10 – Sábado – Juízes 18.14-23
26 – Quinta – Josué 21.1-22 11 – Domingo – Juízes 18.24-31
27 – Sexta – Josué 21.23-45 12 – Segunda – Juízes 19.1-14
28 – Sábado – Josué 22.1-9 13 – Terça – Juízes 19.15-30
29 – Domingo – Josué 22.10-34 14 – Quarta – Juízes 20.1-11
30 – Segunda – Josué 23.1-5 15 – Quinta – Juízes 20.12-30
31 – Terça – Josué 23.6-11 16 – Sexta – Juízes 20.31-48
17 – Sábado – Juízes 21.1-12
FEVEREIRO 18 – Domingo – Juízes 21.13-25
1 – Quarta – Josué 23.12-16 19 – Segunda – Rute 1.1-14
2 – Quinta – Josué 24.1-5 20 – Terça – Rute 1.15-22
3 – Sexta – Josué 24.6-13 21 – Quarta – Rute 2.1-7
4 – Sábado – Josué 24.14-28 22 – Quinta – Rute 2.8-23
5 – Domingo – Josué 24.29-33 23 – Sexta – Rute 3.1-7
6 – Segunda – Juízes 1.1-8 24 – Sábado – Rute 3.8-18
7 – Terça – Juízes 1.9-16 25 – Domingo – Rute 4.1-22
jan.fev.mar DE 2012 • 3
Apresentação dos estudos da EBD
UM PANORAMA DA CONQUISTA
DA TERRA PROMETIDA
Estudos nos livros de Josué, Juízes e Rute
Texto bíblico:
O desafio Josué 1 e 2
da liderança
Texto áureo:
Josué 1.9
6 • PALAVRA E VIDA
blica, não podia falhar em nada disto, Raabe é, para nós, um dos me-
como não falhou, pois vemos esses itens lhores exemplos dessa elite de pes-
presentes em toda a sua carreira. Ele, en- soas. Vivendo em Jericó, portanto
tretanto, acrescentou algo mais ainda a afastada da linha histórica da revela-
esse elenco de virtudes necessárias à boa ção de Deus, ainda assim tem, para
liderança: seu espírito cauteloso e previ- com a situação que lhe surge, uma
dente. impressionante atitude de antecipa-
ção, compreensão e desprendimen-
Josué tomou a providência de co- to. Entende o que está por acontecer,
nhecer antes o inimigo que teria de crê na operação de um Deus forte
derrotar. Envia os seus espias para que e poderoso na vida daquele povo, e
possam dar-lhe depois uma ideia sobre se coloca disponível para de alguma
o posicionamento deles, pontos fortes forma servi-lo também. O que Raabe
ou fracos em sua defesa, cuidados a não sabia é que aquele fio de escar-
tomar, estratégias a seguir. Tal proce- lata colocado na janela de sua casa
dimento, que pode ser visto por alguns apontava para o Calvário. O que Ra-
como desnecessário ou contraindi- abe não sabia é que, por esse gesto
cado para quem tem a certeza de sua desprendido e perigoso, ela estava se
fortaleza, evidencia apenas bom senso tornando participante da família de
e discernimento. Deus. O que Raabe não sabia é que,
por essa atitude decisiva, seu nome
4. Um personagem marcante (Js se inseriria na história da vida do
2.8-24) – A Palavra de Deus apre- Salvador Jesus Cristo. Você está se
senta-nos a certos personagens que se dispondo a servir a Deus nas meno-
tornaram marcantes em toda a Bíblia. res e mínimas coisas que acontecem
Esta mulher é uma delas. Raabe por ao seu redor?
seu desprendimento e coragem, em
um episódio apenas na história bíblica, Conclusão – O fator predominan-
se tornou digna da admiração e respei- te que deve ser destacado do livro é o
to de todo o povo de Deus para todo o propósito do seu personagem princi-
sempre. A viúva de Sarepta, a menina- pal em dar perfeita continuidade e pre-
serva de Naamã, o menino que doou servação àquilo que Moisés empreen-
pães e peixes para Jesus e seus discí- dera em sua liderança, sob o comando
pulos, Simão, o cireneu que ajudou a de Deus e sobre o povo de Deus. Em
conduzir a cruz, e muitos outros, são diversos momentos do livro, vemos o
personagens que, citados isolada e fu- registro de que aquilo que estava Josué
gazmente na Bíblia, iluminam com fazendo era em observância ao que
seus gestos quase anônimos e humildes Moisés lhe havia transmitido anterior-
os leitores da Palavra de Deus. mente.
jan.fev.mar DE 2012 • 7
EBD • Domingo, 8 de janeiro de 2012• ESTUDO 2
Os nossos leitores irão notar uma çava a conhecer, precisava de certos sím-
singularidade nesses estudos. Em vez bolos e figuras que evocassem realidades
de lermos o texto corrido de cada livro espirituais maiores: doze homens, doze
nós o faremos de forma salteada, reu- tribos, doze pedras do meio do Jordão, e a
nindo a cada estudo, os textos bíblicos construção de uma coluna de pedras, uma
que embasam a temática que estaremos espécie de monumento, que celebrasse a
abordando. passagem maravilhosa do Jordão. Tudo
isso para que, no futuro, quando por ali
1. A santificação necessária (Js 3) passassem os filhos dos filhos de Israel,
– O tema principal deste capítulo está eles pudessem se lembrar que as águas do
contido em nosso texto áureo. Quan- rio se abriram e o povo de Deus atravessa-
do o Senhor nos promete “maravilhas” ra a pé enxuto para a outra banda.
para o nosso “amanhã”, é efetivamente
muito expressivo. Foi isto que aconte- 3. O término de uma bênção (Js 5) –
ceu ao povo de Deus no início da con- Em geral, somos levados a comemorar o
quista, quando a travessia do Jordão pa- início de uma bênção. Ou seja, damos gra-
recia para eles algo impossível ou pelo ças a Deus e manifestamos nosso louvor a
menos difícil de realizar. A palavra é tão ele, na celebração de alguma vitória alcan-
forte para o povo de Deus do passado çada. Bênçãos encerradas não são motivos
bíblico, que vem expressa, inclusive, no de regozijo, mas muitas vezes de lamen-
imperativo: “Santificai-vos”. tação, pois somos levados a reclamar do
fato de não mais as estarmos desfrutando.
2. Monumentos que significam algo Com o povo de Deus não foi diferente.
(Js 4) – Este capítulo nos conduz a um Celebraram, por certo com alegria, a pás-
momento muito especial em todo esse coa, marcando assim o início de um novo
acontecimento registrado em torno do tempo na terra em conquista. Naquele
Rio Jordão, nas proximidades de Jericó. mesmo dia, a dádiva do maná, que duran-
A vida religiosa, que aquele povo come- te 40 anos fora bênção diária, constante,
8 • PALAVRA E VIDA
ininterrupta, se encerra, e o povo, pelo simples registro escriturístico é categó-
menos em termos de registro bíblico, não rico: “não houve dia semelhante a esse,
é levado a manifestar uma mesma celebra- nem antes nem depois dele, atendendo
ção por algo que lhes fora de inestimável o Senhor assim à voz dum homem”.
valia durante todo aquele tempo.
6. Como entender a vontade de
4. A derrota que se transforma em Deus? (Js 11) – A descrição dessas diver-
vitória (Js 8) – A derrota que tinha sas vitórias do povo de Deus sobre os seus
sido motivo de vergonha para o grande inimigos, nos apresenta, mais uma vez, a
líder Josué, a fuga do exército que havia vontade de Deus difícil de ser compreen-
sido enviado àquela cidade, será agora dida. Como entender que vindo de Deus
por Deus usado como a estratégia que o propósito do “endurecimento daqueles
lhes possibilitará a vitória. A fuga se corações”, poderiam eles escapar? Se Deus
transforma em ardil para o êxito. mesmo não lhes permitiu pensar de outra
forma, como poderiam esses povos es-
5. Um dia diferente (Js 10) – É in- capar da morte? Seria o Senhor então, o
teressante como o Senhor mais uma responsável maior por aquele genocídio?
vez faz Josué ser intermediário de um Temos que nos lembrar sempre que a von-
milagre, semelhante ao de seu anteces- tade de Deus é a melhor para o homem.
sor Moisés. Depois da travessia do Jor-
dão, que lembrava a do Mar Vermelho, 7. A conquista chega ao fim (Js 12.7-
agora a batalha contra os amorreus, 24) – Uma etapa da ocupação da terra
lembrando a luta do exército de Israel está para ser concluída. A citação que
contra os amalequitas no deserto. Ali temos neste capítulo dos 31 reinos que
foi Moisés que, enquanto orava de bra- foram vencidos por Josué e seu exército
ços estendidos aos céus, e para isto Arão encerra o episódio da conquista da terra,
e Hur o ajudaram, fazia Israel prevale- para dar início à ocupação propriamen-
cer na guerra. Agora foi Josué que, orou te dita, com a divisão que será feita das
pedindo a Deus que o sol e a lua se deti- terras pelas tribos de Israel. O fim da
vessem até que a batalha chegasse ao seu conquista não é, portanto, para o povo
fim com a vitória esperada. de Deus, um prenúncio de tranquilida-
Este foi um dia, sem dúvida, diferen- de e paz. Não. A luta continuaria, só que
te. Um dia de quase 36 horas, quando o agora, de forma diferente.
Senhor estendeu a luminosidade neces-
sária para que a batalha não cessasse com Conclusão – É realmente impres-
a noite, e assim pudesse o povo de Deus sionante o comportamento deste ho-
vencer os seus inimigos de uma vez por mem chamado Josué. Não há máculas,
todas. A Bíblia não nos registra o que nem rasuras nas páginas que esta vida
o povo fez para dar testemunho de sua escreveu na Bíblia. Josué é um exemplo
gratidão pela bênção recebida, mas, o de fidelidade para nós.
jan.fev.mar DE 2012 • 9
EBD • Domingo, 15 de janeiro de 2012• ESTUDO 3
Texto bíblico:
Texto áureo:
Josué era até agora um líder invencí- dente revés. Além do vexame da fuga
vel. Todas as batalhas em que se envol- diante dos exércitos inimigos, a perda
vera para chefiar o povo de Deus termi- de 36 vidas em combate. Diante dis-
naram com a vitória para Israel porque to, passamos a entender o porquê do
estava fazendo a guerra em nome do seu sentido da conclamação do Senhor
Deus. Entretanto, no primeiro entreve- nos versículos acima lidos, para que se
ro com o povo de Ai, Israel vai sofrer descubra o “anátema”, lembremos que
uma estrondosa e vergonhosa derrota. a palavra quer dizer “maldição, opró-
O encontro com o povo de Gibeão, brio, execração, vergonha”; “a loucura”
logo depois, vai trazer para Israel um cometida precisava ser extirpada de
novo momento de infelicidade, pois, dentre o povo para que a recuperação
por não consultar ao Senhor, o povo se desse.
vai ser enganado pelos gibeonitas, per-
mitindo a entrada no seio de Israel da 2. A confissão do pecado (Js 7.16-
presença do pecado e do mal represen- 26) – Diante da revelação clara e indu-
tada por uma nação pagã como todas as bitável de seu pecado, Acã confessa o
demais de Canaã. seu pecado. Desse episódio duas lições
objetivas a retirar: (1) Deus conhece o
1. O pecado de Acã (Js 7.1-15) – íntimo de cada um de nós. Seu poder
O acontecido com Acã vai se transfor- onisciente o faz sabedor de tudo o que
mar em mais uma lição para o povo de vai em nosso coração, seja bom ou ruim.
Deus. Vai ensinar ao povo a necessida- (2) A disposição de Acã em confessar o
de de que todos, sem exceção, tenham seu erro nos ensina muito. Hoje, quanto
sempre vidas puras diante de Deus, tempo perdemos, quantas vicissitudes
pois, pelo erro de uma pessoa apenas enfrentamos, quantas tristezas temos,
toda a nação vai sofrer um contun- unicamente porque pessoas que falha-
10 • PALAVRA E VIDA
ram não tomam logo a iniciativa de, 4. O ardil que deu certo (Js 9.16-
sincera e positivamente, confessar suas 27) – A artimanha dos gibeonitas deu
faltas. Ficam como que escondendo a certo. Três dias depois o povo de Isra-
coisa e, com isto, desconfiança, insegu- el tomou conhecimento que eles lhes
rança e temor se instalam, não permi- mentiram. Não eram de terras mui
tindo um novo recomeço. distantes, mas estavam ali bem próxi-
mos, com suas quatro cidades. Diante
3. Não ouvindo ao Senhor (Js 9.1- do juramento feito, a liderança de Isra-
15) – Tomando conhecimento da el achou que não poderia matá-los ou
força e do poderio de Israel, tendo sa- expulsá-los, e encontrou uma solução
bido do que eles estavam fazendo com que, inclusive, foi do agrado daqueles
os povos que habitavam na terra que cananitas. A partir daquela data eles
vieram ocupar, os gibeonitas se vesti- se tornariam servos do povo de Israel:
ram de trapos, se calçaram de sandálias carregadores de água e rachadores de
rotas, e até o pão que traziam estava lenha.
bolorento e o vinho que portavam em Os gibeonitas conseguiram o in-
odres velhos estava passado. Para de- tento que pretendiam com o ardil es-
monstrar mais ainda sua boa vontade, tabelecido: não seriam mortos, nem
dispuseram-se a ser considerados como expulsos, mas sobreviveriam ainda que
servos do povo do Israel. Tudo isso numa condição de escravidão. Sobre-
para testemunhar que vinham de terra viver era o que lhes importava. No en-
muito distante, que não faziam parte tanto, a coisa não foi tão simples assim.
dos moradores de Canaã, que eles sa- O pior aconteceu. Aquilo que Deus
biam, Israel tinha recebido ordem do desejava para seu povo, a total separa-
Senhor para os expulsar. ção do pecado cometido pelos povos
A liderança de Israel aceitou as ex- da região, não vai se dar. E assim, de
plicações, examinou as suas provisões, maneira insidiosa e traiçoeira, aquele
para verificar se procediam suas infor- povo gibeonita, mesmo na condição
mações de que vinham de terras dis- de escravo, irá pouco a pouco influen-
tantes, e satisfeita com o exame feito, ciando com seus atos e atitudes o povo
aquiesceu ao pedido dos homens de “separado”.
Gibeão. Tendo em vista as evidências
claras e insofismáveis de que os repre- Conclusão – A condescendência
sentantes daquele povo procediam de é sempre um perigo para a vida cristã.
terras distantes, acharam que não ha- Quando começamos a concordar com
via necessidade de pedir conselho ao certas coisas, a aceitar hábitos estra-
Senhor sobre o assunto. Bastaram-se nhos, a conciliar algumas situações, si-
a si mesmos, e com isso terão que as- tuações essas que contrariam a vontade
sumir consequências negativas em seu do Pai, as consequências negativas por
viver. certo virão, mais cedo ou tarde.
jan.fev.mar DE 2012 • 11
EBD • Domingo, 22 de janeiro de 2012• ESTUDO 4
A ocupação
Texto bíblico:
Josué 12.1-6; 13 a 17;
18.11-28; 19
Conquistada a terra por meio das lutas por tribo, para cada uma em sua região
empreendidas por Josué e seus exércitos respectiva, ocupar a terra, construindo
chegara agora a hora de dividir a terra para suas habitações, cidades, plantações, co-
que as tribos a ocupassem por inteiro a fim meçando assim a vida em comunidade
de confirmar a vontade do Senhor Deus. É integrada.
isto que vamos estudar hoje.
2. A herança do Senhor (Js 13.1-33)
1. A herança de Rúben, Gade e Me- – Na divisão que Josué estará fazendo da
tade de Manassés (Js 12.1-6; 13.22-33) terra, a tribo de Levi não será contempla-
– Quando as tribos foram encaminhadas da. Aquilo que poderia parecer um preju-
para seus termos, elas encontraram ainda ízo enorme pelo aspecto material era, na
alguns focos de resistência dos antigos mo- realidade, um lucro imenso pelo aspecto
radores, mas a grande jornada da conquis- espiritual. Em vez de serem titulares de
ta de Canaã já havia sido vitoriosa. Agora, bens materiais, os homens de Levi seriam
seria o ocupar da terra para não dar mais titulares dos bens espirituais que deveriam
espaço naquela região prometida pelo Se- levar a todo o povo de Israel. Das ofertas
nhor ao seu povo, para aqueles inimigos que lhes seriam trazidas pelo povo para
que desconheciam o único Deus verdadei- serem queimadas, eles tirariam o seu sus-
ro e, por isso mesmo, viviam em pecado e tento e sobrevivência.
dissolução.
3. A perseverança no Senhor (Js 14.1-
O fim da conquista não é, portanto, 15) – Um dos episódios mais marcantes da
para o povo de Deus, um prenúncio de ocupação da terra é a palavra de Calebe a
tranquilidade e paz. Não. A luta conti- Josué sobre a herança que pretendia. É uma
nuaria, só que agora, de forma diferente. palavra de fé e de coragem esta de Calebe.
Não mais o povo todo em combate para Os outros dez irmãos, que subiram com ele
desalojar os inimigos, mas, sim, tribo e Josué para verem a terra prometida, volta-
12 • PALAVRA E VIDA
ram desalentados e temerosos. Com o seu gãs e selvagens desses povos irá se insinu-
testemunho, fizeram o povo temer o ama- ar por entre o povo de Deus que, com o
nhã. O coração deles se “derreteu” de medo tempo, se acomodará e se conformará com
e pavor diante das lutas que lhes estavam tais práticas.
sendo previstas na terra a conquistar.
5. A forma de divisão para algumas
No entanto, disse ele: “Eu perseverei tribos (Js 18.1-28) – A palavra de Josué
em seguir ao Senhor meu Deus”. Ou seja, conclamando as sete tribos remissas a de-
não houve abatimento em seu coração finirem os seus termos e partirem para a
diante das lutas a enfrentar, simplesmen- ocupação da terra começou a surtir efeito.
te, porque ele perseverou em seguir aqui- Os homens escolhidos de cada uma delas
lo que era a vontade de Deus para o seu partiram para as regiões indicadas, fizeram
povo. o levantamento necessário, e trouxeram
a Siló a ideia da demarcação que tinham
4. O perigo da convivência com o pe- para o seu povo em particular, segundo as
cado (Js 16.1-10) – A tribo de Efraim, suas famílias.
uma das mais fortes e valorosas, recebe a
sua herança, ocupa a extensão de terra que Parece-nos que após a conquista, es-
lhe foi destinada, mas prefere não expulsar sas tribos teriam se acomodado naquela
totalmente os cananeus que habitavam na região que, entre as cinco que já estavam
região de Gezer. distribuídas, lhes sobejava. Foi quando Jo-
sué instou com suas lideranças, no sentido
Mais uma vez, acreditamos, o confor- de que ainda havia muita terra por possuir,
mismo e a acomodação agiram sobre o e eles precisavam ocupá-la.
povo de Efraim que tinha ordem expressa
para a expulsão dos cananeus, preferindo Conclusão – O último texto a ser lido
ele, em vez de guerrear contra os rema- nesta semana, o capítulo 19 de Josué, nos
nescentes naquela região, simplesmen- oferece uma sublime reflexão para con-
te torná-los servos, sujeitos ao trabalho clusão do estudo que fizemos. Chamaría-
forçado. A medida, sob o ponto de vista mos esta meditação de “o líder em último
social e econômico, parecia boa. Social- lugar”, o que à primeira vista, parecer ser
mente, não se empenhariam mais em uma contradição.
guerras e lutas.
Mas, leiam o texto de 19.49-51 para
Economicamente, teriam uma mão de se certificarem disto. Vejam que depois de
obra gratuita e escrava para usar como fa- ter distribuído toda a terra entre os seus
tor de produção nas terras que possuíam. irmãos, Josué, o grande líder, vai receber
E com isto, o aspecto primacial do cumpri- a sua parte. Realmente, estamos diante de
mento da vontade de Deus, foi por terra. um caráter íntegro e austero, que deixou
O pecado representado pelas práticas pa- para o fim a sua escolha.
jan.fev.mar DE 2012 • 13
EBD • Domingo, 29 de janeiro de 2012• ESTUDO 5
Texto bíblico:
com o passado
Texto áureo:
Josué 21.44
14 • PALAVRA E VIDA
cidades e o número de aldeias já exis- a todas as tribos em suas necessidades
tentes e que foram conquistadas na espirituais, essas deveriam ajudá-los nes-
terra por ocupar, para a divisão pelos te sentido. Eles não precisavam da terra
diversos segmentos sociais de cada tri- para cultivo, pois as demais tribos o fa-
bo. Critérios definidos em proporção à riam e, das suas ofertas, os homens de
terra por ocupar. Levi alimentariam suas famílias, mas
precisavam das cidades para morar.
3. As cidades de refúgio (Js 20.1-9)
– As cidades de refúgio seriam cidades 5. O cumprimento da promessa
que serviriam para o melhor exercício (Js 21.26-41) – Estamos assistindo ao
da justiça entre o povo de Deus. Se cumprimento de uma promessa que
alguém cometesse um crime involun- teria levado cerca de 80 a 100 anos
tário seria passível, assim mesmo, da para se realizar. Se levarmos em conta
vingança daqueles que foram prejudi- o início dela, por ocasião do chamado
cados por tal gesto. Para que isso não de Moisés em Midiã, “quando o Senhor
acontecesse de forma injusta, e fosse visitou a aflição de seu povo no Egito”,
essa pessoa condenada à morte pelos mais os quarenta anos da duração do
“vingadores” sem um julgamento da êxodo, e outros tantos anos da conquis-
situação, haveria sempre algumas cida- ta da terra por Josué, até chegarmos ao
des espalhadas pela terra da promessa ponto celebrado no texto de hoje, te-
para onde essas pessoas fugiriam e fi- mos quase um século para que o povo
cariam ali resguardadas até que seus pudesse alcançar “repouso” possuindo
casos fossem julgados. a promessa.
jan.fev.mar DE 2012 • 15
EBD • Domingo, 5 de fevereiro de 2012• ESTUDO 6
A despedida
Texto bíblico:
Josué 23 e 24
16 • PALAVRA E VIDA
4. A didática divina – Vale a pena o seu fim se aproxima. Conhecendo
pesquisar e verificar a importância aquele povo há muito tempo e vendo
dada pelo Senhor a este líder que ele agora como cada uma das tribos em
mesmo indicara para a substituição de separado se comportava na ocupa-
Moisés. Alguns eventos muitos mar- ção da terra, sente a necessidade de
cantes para o líder que tirara o povo desafiá-las a uma vida na presença do
do Egito, vão se repetir com o líder Senhor. Sabe que as influências es-
que agora o substitui. Se diante de trangeiras estão presentes e, mais do
Moisés, o Mar Vermelho vai se abrir, que nunca, sabe da importância de
diante de Josué é o Jordão que se abre... chamar o povo à sua responsabilida-
Se em face da oração incessante de de como a nação escolhida.
Moisés o povo vence os amalequitas, Sua palavra é de uma determinação
Josué vai orar e o sol e a lua vão deter- impressionante. Coloca para as tribos
se, para que ele vença os amorreus... a decisão necessária. Para aquele povo,
Se ao bater da vara na pedra, Moisés dado o seu passado e a construção de
faz dela jorrar água, ao ordenar Josué sua história, só havia uma opção a
que o povo gritasse, os muros de Jeri- tomar. Diante, porém, das influên-
có desabaram... A didática de Deus se cias estranhas que se faziam presen-
exprime de forma a mostrar ao povo tes, oriundas dos povos vizinhos que
que assim como “estivera com Moisés, eles permitiram que co-habitassem na
assim estaria agora com Josué” (1.5). Terra Prometida, a decisão corajosa
e resoluta tinha que ser tomada. No
Conclusão – Vamos escolher para entanto, para ele, não havia escolha:
nossa conclusão do estudo no livro “Escolhei hoje a quem haveis de servir...
de Josué, o seu versículo mais mar- Porém eu e a minha casa serviremos ao
cante: Josué 24.15. Este momento é Senhor”.
um dos mais solenes da Bíblia. Junta- O desafio de Josué serve para nós
mente com o desafio de Davi para a também hoje. Diante de tantas in-
construção do templo, com a palavra fluências que recebemos do mundo
de Esdras e Neemias para a recons- para o nosso viver, qual tem sido a
trução da nação, estamos diante de decisão de vida para cada um de nós,
situações especiais em que o povo pessoalmente, e para a nossa família?
de Israel era conclamado a uma ação Corajosa e resoluta como a do gran-
positiva em prol de uma vida inteira- de líder? Sim, que intimamente te-
mente na dependência de Deus. nhamos esta resolução para o nosso
Josué vai encerrar o seu ciclo de viver: Eu e a minha casa, serviremos
liderança. O grande chefe sente que ao Senhor.
jan.fev.mar DE 2012 • 17
EBD • Domingo, 12 de fevereiro de 2012• ESTUDO 7
Texto bíblico:
Texto áureo:
ocupação da terra Juízes 2.10
jan.fev.mar DE 2012 • 19
EBD • Domingo, 19 de fevereiro de 2012• ESTUDO 8
Débora e Gideão –
Texto bíblico:
Juízes 4 a 8
Juízes valorosos
Texto áureo:
Juízes 6.12
fracassos 13 a 16
e vitórias
Texto áureo:
Juízes 16.28
A influência
Texto bíblico:
Juízes 3, 9 e 10
Texto bíblico:
Quando
Juízes 12.8-15; 17; 18
Texto áureo:
26 • PALAVRA E VIDA
de distorções terríveis, com eventos tristes tuar-se. O mal, ao qual dera início, com a
e trágicos, todos eles oriundos da prática fabricação de ídolos diversos, depois com
de um culto indevido, influenciado pelos a construção de uma imagem esculpida
cultos pagãos ao redor, práticas estas que pretensamente para honrar ao Senhor
em vez de aproximar os judeus mais e mais Deus de Israel, e finalmente, com a con-
de Deus, os afastou cada vez mais. tratação de um sacerdote próprio para
a sua casa, vai escapulir-lhe das mãos,
3. A dúvida sobre o amanhã (Jz 18.1- como castigo, e estender-se a uma parte
13) – A confusão iniciada por Mica, da tribo de Dã que por ali passava.
com sua idolatria, vai trazer muitos Como o mal é insidioso, esta fac-
problemas para o povo de Deus. Não ção de danitas, após apropriar-se dos
satisfeito com as imagens que fizera bens de Mica e ameaçá-lo de morte,
em homenagem ao Senhor, vai agora prossegue sua jornada e vai fazer mal
“assalariar” um sacerdote para o desen- a um povo humilde e simples que vi-
volvimento de seu culto. Já que tinha via numa cidade chamada Laís, que
“imagens”, por que não ter também um eles então conquistam ao fio da espa-
religioso para conduzir os seus cultos? da, matando todos os seus habitantes,
A passagem de um levita por sua re- e passando a residir nela. Mudam-lhe
gião vai lhe dar a oportunidade de con- até o nome, que passa a ser Dã, o nome
seguir ter na atividade religiosa de sua de seu pai, um dos filhos de Jacó.
casa “um especialista”. Afinal de contas, O distanciamento do Deus ver-
era “um levita”, um daqueles separados dadeiro, começando na casa de Mica,
pelo Senhor para a guarda de seu culto. vai estender-se aos homens de Dã, e as
Vejam como o pecado, depois de inicia- conseqüências danosas aí estão.
do, só faz somar erro sobre erro, falha
sobre falha, culpa sobre culpa. Conclusão – A falta de uma lide-
Os viajantes, como os filhos da tri- rança espiritual adequada, abençoada
bo de Dã que o texto nos conta, aos por Deus, pode conduzir-nos a desvios
passarem pelas terras de Mica, teriam terríveis em nossa vida cristã. A degra-
a quem consultar, pois ali estava um dação da sociedade moderna ao nosso
levita, estavam imagens, havia uma redor está se tornando cada vez mais
casa de cultos. Lá em Siló, deveria estar crescente. Estamos sendo envolvidos
o tabernáculo, o lugar devido de cul- por leis e regras que nos fazem aco-
to do povo do Senhor, mas eles, com modar ou conviver com aberrações ou
aquele arremedo de culto verdadeiro práticas inteiramente descabidas para o
dispensavam a casa de Deus e a busca padrão que Deus nos determinou. Na
ao sacerdócio que lá estava. medida em que concordamos com isto
e nos conformamos a tais situações, va-
4. Quando Deus está distante (Jz mos mais e mais nos distanciando da-
18.14-31) – O erro de Mica vai perpe- quilo que o Senhor espera de nós.
jan.fev.mar DE 2012 • 27
EBD • Domingo, 18 de março de 2012• ESTUDO 12
Altos e baixos
Texto bíblico:
Juízes 19, 20 e 21
de um povo
Texto áureo:
Juízes 21.24
Nesses três capítulos nós vamos ler tes de Gibeá, exceto o do ancião que
sobre o desenrolar de uma história maca- hospedou o levita e sua mulher, é de
bra envolvendo como vítimas um levita terrível pecaminosidade. Eles fizeram
e sua mulher, dando origem a uma guer- o mesmo que os homens de Sodoma
ra de vingança entre os irmãos hebreus, tentaram contra os anjos que se hos-
guerra esta que vai dar origem quase ao pedaram na casa de Ló. Para satisfação
extermínio de uma das tribos de Israel. E de seus pervertidos apetites carnais vão
o que é pior, para evitar este extermínio, estuprar e violentar até a morte a pobre
Israel se justifica com uma outra terrível mulher que voltava para sua casa com
batalha, traiçoeira e injusta contra uma seu senhor. Parece-nos que já havia um
das aldeias de Israel, Jabes-Gileade de receio do que lhe poderia acontecer
onde vão salvar apenas quatrocentas mu- naquelas regiões, pois o pai da moça,
lheres para serem dadas à tribo de Benja- o sogro do levita, procurou-os reter o
mim que estava à míngua. máximo possível, prevendo mesmo
qualquer tragédia. O próprio levita
1. O mal superando o bem (Jz 19.1- fala claramente que não gostaria de
14) – Esta é uma das mais tristes his- pousar em qualquer cidade que “não
tórias desse tempo turbulento e con- fosse dos filhos de Israel”, julgando
fuso do povo de Deus. Como que assim que estaria a salvo de qualquer
confirmando ou prenunciando o que perigo entre seus irmãos. Por sua vez, o
pode acontecer em tempos de distan- próprio ancião que os abrigou em sua
ciamento de Deus, a narrativa bíblica casa, demonstrou este temor também,
começa como que repetindo um texto não permitindo que de forma alguma
já bem conhecido neste livro: “Aconte- “passassem a noite na praça”.
ceu também naqueles dias, quando não Nada disto, no entanto, vai evitar
havia rei em Israel...” a tragédia. Sob o risco de invasão da
casa, e mesmo diante do apelo do dono
2. Uma história terrível (Jz 19.15- dela, os homens de Gibeá retiram a
30) – O procedimento dos habitan- mulher da casa, abusam de tal maneira
28 • PALAVRA E VIDA
dela, que a pobre coitada vem a mor- parte é tremendo, pois cerca de 90 mil
rer, sendo jogada de volta à entrada da homens são mortos nas diversas esca-
moradia da casa onde se hospedara o ramuças até que os filhos de Israel, por
levita. Num ato de extrema repugnân- intervenção direta do Senhor, derro-
cia para nosso entendimento, seu cor- tam os benjamitas.
po vai ser levado por ele para a sua casa
na região de Efraim, e ali, esquartejado 5. O difícil recomeço (Jz 21.1-25)
por ele em 12 partes, num ato incom- – As demais tribos ficam então conster-
preensível para nós, mas que na época, nadas e se juntando mais uma vez em
iria marcar, como marcou profunda- Betel resolvem depois de consultarem a
mente, a pecaminosidade do povo de Deus, intervir de alguma forma para a
Gibeá, pois ele enviou para cada uma continuidade da tribo em falta, dando-
das 12 tribos uma das partes daquele lhes primeiramente o perdão e depois,
corpo. providenciando as mulheres para a pre-
“Nunca tal se fez, nem se viu” é o servação da herança de Benjamim. Vão
espanto de todos diante do fato. E este fazer isto de duas formas também não
acontecimento vai dar origem a uma muito compreensíveis para nós. Primei-
brutal vingança. ramente, vão sequestrar cerca de 400 de
suas mulheres virgens para serem dadas
3. O preço do desatino (Jz 20.1-23) aos benjamitas. Em segundo lugar, vão
– O desatino cometido pelos homens de permitir que as outras 200 sejam se-
Gibeá vai cobrar o seu preço. Diante do questradas pelos próprios benjamitas
ultraje feito ao levita, as demais tribos numa data de festividade religiosa em
de Israel se unem para julgar o crime. que as mulheres saíam a campo para
O povo de Gibeá podia confessar dançar em celebração.
o seu pecado, reconhecer o mal come-
tido, tentar uma reparação qualquer ao Conclusão – Como pudemos ver
levita, humilhar-se, desculpar-se entre em todo o livro, os altos e baixos se su-
os seus irmãos, mas nada disto fez. Or- cederam na história do povo de Deus
gulhosamente, encastelando-se em seus durante este período. Neste último epi-
erros, desafiou a correção que lhe estava sódio, podemos ver que os recomeços
sendo oferecida, a ponto de o próprio são sempre muito difíceis. Se o crente
Senhor Deus ordenar aos demais filhos se afasta do Senhor, a volta ao seu redil
de Israel em Betel: “Subi contra eles”. é sempre problemática e com desdobra-
mentos mui constrangedores. Daí ser
4. Enfim, a vitória (Jz 20.24-48) – Os muito melhor não pecar, não se deixar
pormenores da vingança entre as de- levar pelo mal, de forma que não haja a
mais tribos de Israel e a de Benjamim necessidade de recomeços, pois a nossa
estão descritos neste trecho de nossa vida será sempre vivida estável e equili-
leitura acima. O morticínio de parte a brada, na presença de Deus.
jan.fev.mar DE 2012 • 29
EBD • Domingo, 25 de março de 2012• ESTUDO 13
Texto bíblico:
O livro de Rute, cuja autoria é des- de Noemi, ficando em sua terra, e por
conhecida, é tido como a história mais isso nunca mais será lembrada. Já Rute,
romântica, o relato mais belo do Anti- prossegue em seu propósito inicial e,
go Testamento, e poderemos retirar de por esta causa, seu nome vai inserir-se
um fato tão distante no tempo, com na história terrena do filho de Deus.
peculiaridades tão marcantes daquela
época, algumas lições e ensinos bem 3. Uma disposição invejável (Rt
interessantes para a nossa vida. Por 2.1-7) – Como Noemi estava desam-
isso, demos ao título desta lição, “uma parada, já que perdera o marido e os
história para ser lembrada”. filhos, ela devia voltar para a sua terra,
buscando as propriedades daqueles
1. O valor da dedicação (Rt 1.1-14) que eram de sua família, onde prova-
– O valor da dedicação de Noemi as suas velmente seria melhor recebida. Os se-
noras foi de tal monta, que essas, mes- gadores eram trabalhadores da jornada
mo sentindo as condições de desampa- de um dia apenas, que se apresentavam
ro para ela na velhice sem filhos que a no tempo da sega aos donos das terras
esperava agora, e consequentemente de para ajudarem na colheita e com isto
pobreza extrema para elas, sem esposos ganharem o seu salário. Dentre esses,
agora, vão preferir ficar juntas, embora os pobres e miseráveis, pela própria lei
diante de indagações bem nebulosas so- de Moisés, poderiam juntar-se para ao
bre o futuro que as esperava. fim de cada área trabalhada, ou mesmo
ao fim da colheita diária, colher daqui-
2. Uma prova de afeição (Rt 1.15- lo que sobejasse ou sobrasse, ficando
22) – Rute demonstra com suas pa- espalhado pelo campo. Foi por entre
lavras o apreço e gratidão que tinha esses que Rute se afastando de Noemi,
por sua sogra. Órfa, a outra nora, vai se apresentou sozinha para começar a
deixar-se convencer pelos argumentos sua nova vida.
30 • PALAVRA E VIDA
4. Um exemplo de caráter (Rt 2.8- como remidor (figura jurídica na lei
23) – Diante da disposição de Rute em judaica daquele que se torna como o
assumir os riscos de voltar para a terra de preceptor de alguém mais incapaz), irá
sua sogra, Boaz reconhece o seu apreço responsabilizar-se por ela.
pela fidelidade por ela demonstrada, Reconhecendo Boaz ser Rute uma
tratando-a com generosidade, e dese- “mulher virtuosa”, resolve tomar as
jando para ela as bênçãos do Senhor, providências necessárias para que ela
“sob cujas asas”, veio Rute se abrigar. saia do local sem ser reconhecida, a
fim de não haver qualquer comentá-
5. Um compromisso de ajuda (Rt rio negativo contra ela, bem como se
3.1-7) – O fato de Noemi sugerir a dispondo a tomar logo as iniciativas
Rute que procurasse deitar-se aos pés necessárias para que a remissão dela se
de um homem, num momento como fizesse de forma absolutamente correta
aquele de ceifa, não era visto como segundo as leis do seu povo.
um oferecimento para um ato sexual
gratuito, mas sim, como uma prova de Conclusão – O capítulo 4 que en-
reconhecimento do senhorio que con- cerra o livro de Rute nos conta um final
feria a ele. Se ele, por sua vez, ao acor- irretocável. Ela se casa com Boaz. No-
dar a acolhesse, envolvendo-a com a emi fica amparada. Da união conjugal,
sua coberta, ficava provada a aceitação nasce um filho, Obede, depois um neto,
dele ao oferecimento dela. Ou seja, ele Jessé, e após, um bisneto, Davi. Uma
seria o seu senhor daí para frente. moabita, pela providência do Senhor se
Boaz deveria ser mais velho que Rute. torna bisavó do maior rei de Israel. Ele
Como parente de Noemi, e já tendo re- nos mostra também todo o ensinamen-
cebido a Rute com boa vontade, estaria to sobre os costumes daquela época,
propenso a aceitá-la como uma de suas onde vemos que até o descalçar de um
esposas. Noemi sabia disto, e tendo em sapato, e dá-lo ao próximo com o qual
vista a responsabilidade que sentia pelo se fazia um negócio, era prova de garan-
bem-estar de sua nora, que tudo deixara tia de um compromisso assumido.
para fazer-lhe companhia e ajudá-la na Cumprindo o prometido Boaz vai
velhice, concebeu o plano como respon- ao governo da cidade, compra as terras
sável e previdente mãe de Israel. que pertenciam a Elimeleque, seu irmão.
Havia um dos anciãos com mais direito
6. Uma pessoa expedita (Rt 3.8- à compra, talvez por ser mais idoso do
18) – Tendo acontecido tudo como que ele, ou por ter um parentesco mais
Noemi previra, Rute retorna para casa próximo de Elimeleque, mas Boaz, com
e conta a ocorrência. Boaz, demons- habilidade respeita este direito mas o
trando mais uma vez sua nobreza, vai demove tanto da posse da terra como
acolher Rute e prover para ela a sub- da remissão de Noemi e Rute. E o fim
sistência futura quando lhe fala que, então, é o final feliz da história.
jan.fev.mar DE 2012 • 31
Informação denominacional
PAM
Programa de Adoção Missionária
O Programa de Adoção Missioná- quanto ao sustento missionário para
ria é um meio através do qual igrejas, que continuássemos a avançar. Perce-
empresas e os crentes podem sustentar bendo a necessidade de levar as igrejas
missionários em várias partes do mun- a um compromisso ainda maior com
do com suas orações e ofertas. a obra missionária, a Junta de Mis-
Durante muito tempo a obra mis- sões Mundiais criou um programa de
sionária foi sustentada, basicamente, sustento sistemático, onde as ofertas
somente pelas ofertas que eram levan- pudessem ser entregues mensalmente.
tadas uma vez por ano, no Dia Espe- Surgiu então o Programa de Adoção
cial de Missões Mundiais. Até então Missionária.
apenas as igrejas participavam do sus- Lançado há 26 anos, o PAM é um
tento dos obreiros e dos projetos da programa que permite a participação
JMM. do sustentador de maneira constante e
O levantamento de uma oferta efetiva na obra de evangelização mun-
anual era, praticamente, a única ma- dial. Com o passar dos anos, ele expan-
neira como as igrejas participavam do diu-se e, hoje, é um meio através do
trabalho de evangelização mundial. qual igrejas, grupos, empresas e crentes
Nos últimos anos, porém, esse para- (individualmente ou em grupos) po-
digma começou a ser mudado. dem sustentar missionários e projetos
As oportunidades de expandirmos em várias partes do mundo com suas
a obra que, como batistas brasileiros, orações e ofertas.
estávamos realizando no mundo, de-
mandavam recursos além dos que eram O que acontece
arrecadados nas campanhas anuais. quando há uma adoção?
A JMM ouvia o clamor que vinha de
muitas nações, mas faltavam os meios Quando há uma nova adesão ao
necessários para avançar e atender os PAM significa que outros campos po-
muitos desafios. derão ser abertos e mais missionários
O crescimento missionário exigia serem enviados. Desta forma o susten-
uma ação mais efetiva e permanente tador participa de maneira direta na ex-
32 • PALAVRA E VIDA
pansão da obra missionária. Além disso, recebe um certificado de adesão com
quem sustenta sente-se participante do o nome, o campo e a foto do obreiro.
ministério do obreiro, recebendo dele Além disso, a igreja que participa
cartas e informações do seu trabalho. do sustento de missões se fortalece,
O novo adotante escolhe o conti- amplia sua visão missionária e a con-
nente, o país e até o missionário que gregação se entusiasma com os resulta-
deseja adotar. No caso de igreja, ela dos alcançados.
Quadro de missionários
Europa 161
África – 14 países
África do Sul, Angola, Botsuana, Burkina Fasso, Cabo Verde, Gâmbia, Guiné-
-Bissau, Guiné, Guiné Equatorial, Mali, Moçambique, Níger, São Tomé e Prín-
cipe, Senegal.
Américas – 11 países
Bolívia, Canadá, Chile, Colômbia, Cuba, Equador, Haiti, Paraguai, Peru, Re-
pública Dominicana e Uruguai.
Europa – 20 países
É viabilizado por meio de uma parceria entre a Junta de Missões Mundiais da CBB,
a Sociedade Missionária Batista Britânica e a Associação Batista de Incentivo e
Apoio ao Homem, ABIAH.
___________________
http://www.jmm.org.br
34 • PALAVRA E VIDA
DCC
Divisão de
Crescimento Cristão
Os estudos da Divisão de Crescimento Cristão abrangem os
seguintes temas e enfoques:
jan.fev.mar DE 2012 • 35
DCC • Domingo, 1 de janeiro de 2012• ESTUDO 1
Submissão?
Uma abordagem bíblica deste difícil
e necessário conceito bíblico
Sérgio Dusilek
Pastor batista, Rio de Janeiro, RJ
jan.fev.mar DE 2012 • 37
DCC • Domingo, 15 de janeiro de 2012• ESTUDO 3
Sérgio Dusilek
Pastor batista, Rio de Janeiro, RJ
A era da violência
A crise da insegurança pública e o
caminho evangélico da paz
Não há dúvida de que o problema da vre: livre do desejo de poder, livre do desejo
violência chegou a um ponto insuportável. de ter, livre de acusações e livre para amar.
Moro numa cidade relativamente calma,
mas mesmo assim não temos tranqüilida- 3. Em termos práticos – Creio que uma
de de sair e deixar as crianças sozinhas em das principais armas contra a violência é a
casa. As pessoas andam com medo pelas cidadania. Termos qualidade de vida, ruas
ruas, olham seu semelhante como um pro- urbanizadas, educação, saúde, salários dig-
vável inimigo pronto para atacar. Ficamos nos, organização comunitária, lazer, segu-
com o espírito armado. rança e trabalho vai circunscrever mais e
mais a violência. Cidadania é outra palavra
Jesus e a violência – A violência é fruto para liberdade. Isso passa também por uma
direto da falta do amor de Deus. Ninguém ação profética que nos permita dizer como
representa melhor uma pessoa sob cons- o salmista: “Será que vocês, autoridades, são
tante ameaça de violência do que Jesus. Ele justas nos seus julgamentos? Será que jul-
esteve em conflito direto com os dirigentes gam a todos com justiça? É claro que não!
judaicos, pois ameaçava o poder deles à me- Vocês só pensam em fazer o mal e cometem
dida que ia tirando as pessoas de debaixo do crimes de violência no país” (Sl 58.1,2).
controle pretensamente religioso que exer-
ciam. Por isso, os dirigentes decidem assas- Para praticar – Diante da iminência
sinar Jesus logo no início de seu ministério de assaltos, balas perdidas, sequestros,
e vão persegui-lo o tempo todo. arrastões, extermínios, estupros, atrope-
lamentos etc. é muito difícil adotar uma
2. A liberdade e a violência – Por que postura amável e solidária. De fato a fal-
Jesus, apesar de se confrontar todo dia com ta de precaução é “por à prova o Senhor,
a violência e ser finalmente morto violenta- o seu Deus” (Mt 3.7). Perder a liberdade
mente, não se mostra preocupado com ela de ser é deixar a violência vencer. Perdida a
e nem se intimida? Jesus era um homem li- liberdade, nada pode deter a violência.
jan.fev.mar DE 2012 • 39
DCC • Domingo, 29 de janeiro de 2012• ESTUDO 5
40 • PALAVRA E VIDA
DCC • Domingo, 5 de fevereiro de 2012• ESTUDO 6
Espanta-me lugares que chamam “gló- dia Cristo vai voltar e tudo será diferente.
ria”: bairro da glória, outeiro da glória, la- O grande será pequeno, o pequeno gran-
deira da glória… Como pode um conceito de, o último será o primeiro e o primeiro,
tão abstrato como “glória” ganhar tamanha último… Sim, isso é verdade, mas é verdade
concretude a ponto de dar nome a lugares? também que o reino de Deus já está entre
Mas isso é enfaticamente bíblico: Em João nós, que nós já vimos sua glória e continua-
1.14 lemos que o Filho montou sua tenda mos a ver até que ela encha toda a terra.
entre nós e mostrou-nos a glória do Pai: Como consequência dessa escatologia
uma glória cheia de amor genuíno. Sim, a fraturada entregamos o mundo de bande-
glória está entre nós. É visível, é palpável… ja para o inimigo: “nada temos a ver com
Ela tem o seu lugar… Mas só às vezes. isso que aí está, nosso negócio é o futuro,
Do lugar da glória ao lugar das lágri- quando Jesus voltar”. Não é de espantar
mas e do caos – O texto de Romanos 8.18- que a natureza gema cada vez mais.
27, que deve ser lido para melhor compre-
ensão, nos mostra a necessidade de uma vi- 3. Uma alternativa ética-cristã – Nos
são de conjunto da realidade: sem fraturas. estudos dessa unidade enfatizamos a neces-
Sem a fratura entre nós e o mundo, entre o sidade de uma atuação integral, isto é, uma
material e o espiritual e, especialmente, en- ação de rompa com as fraturas entre nós e os
tre o presente e o futuro. É sobre essa última outros e entre o material e o espiritual. Não
fratura que vamos refletir abaixo. Essa ma- vamos criar um lugar para a glória sem uma
nifestação é aguardada com ansiedade por visão cósmica e uma política de civilização.
toda a criação: “todo o universo com muito
desejo e esperança, aguarda o momento em Para praticar – Será que é a igreja que
que os filhos de Deus serão revelados”. está trazendo ao mundo os padrões do rei-
no de Deus, para tentar silenciar o gemido
2. Doutrinas teológicas como reféns de da criação, ou é o mundo que está ditando a
ideologias políticas – Para a maioria dos ação e o lugar da igreja? Esta é a manifestação
crentes a glória de Deus é só futura: um dos filhos de Deus que o universo aguarda.
jan.fev.mar DE 2012 • 41
DCC • Domingo, 12 de fevereiro de 2012• ESTUDO 7
Ao considerar o texto de Hebreus quando Jesus dizia: Ouvistes o que foi dito:
11.32 -38, deparamos com a referência de Amarás o teu próximo e odiarás o teu inimi-
pessoas dos quais o mundo não era digno. go. Eu, porém, vos digo: amai os vossos ini-
A Bíblia nos fala de alguns homens assim. migos e orai pelos que vos perseguem; para
que vos torneis filhos do vosso Pai celeste,
1. Pessoas com uma vida íntegra – A porque ele faz nascer o seu sol sobre maus
igreja continua carecendo de ter à frente e bons e vir chuvas sobre justos e injustos.
pessoas de boa índole cristã, irrepreensíveis, Porque, se amardes os que vos amam, que
de boa reputação. Exatamente como Estê- recompensa tendes? Não fazem os publica-
vão, no Novo Testamento. Pessoas que se nos também o mesmo? E, se saudardes so-
coloquem como referenciais para dizerem mente os vossos irmãos, que fazeis de mais?
como Paulo: “Sede meus imitadores, como Não fazem os gentios também o mesmo?
também eu de Cristo” (1Co 11.1). Portanto, sede vós perfeitos como perfeito
é o vosso Pai celeste. (Mt 5.43-48).
2. Pessoas cheias do poder do espírito
santo – Uma vida cheia do Espírito é conse- Para praticar – Podemos tirar muitas
qüência de se viver integralmente para o Se- lições do episódio do encontro de Jesus
nhor. Por que a virtude de Estêvão foi desta- com Pedro, após a ressurreição, junto ao
cada? Estêvão não cometia o erro que denun- Mar de Tiberíades, conforme João 21.15ss.
ciou nos judeus para quem ele testemunhou Três vezes o Senhor inquiriu a Simão: amas-
no conselho. Sabe qual era o erro dos Judeus? me? Após cada resposta dada por Pedro, o
“Vós sempre resistis ao Espírito Santo (At 7. Senhor disse a mesma coisa: Apascenta as
51). Esse foi o erro que Estêvão fez questão minhas ovelhas. A ausência deste amor tor-
de salientar na vida daqueles judeus. naria qualquer ministração de Pedro junto
ao rebanho inócua. Que o Senhor encha as
3. Pessoas cheias de amor – Estêvão igrejas de pessoas como Estêvão: vida ínte-
decidiu seguir as pegadas de Jesus. E com gra, cheios do Espírito Santo e amor. Pesso-
certeza Estêvão entendeu bem suas palavras as das quais o mundo não era digno.
42 • PALAVRA E VIDA
DCC • Domingo, 19 de fevereiro de 2012• ESTUDO 8
Povos não-alçançados?
“Mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e
ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém, como em toda a
Judéia e Samaria, e até os confins da terra” (At 1.8 )
Humberto Chagas
Missionário da Junta de Missões Mundiais
44 • PALAVRA E VIDA
DCC • Domingo, 4 de março de 2012• ESTUDO 10
O envolvimento
missionário da igreja
Renato Reis de Oliveira
Bacharel em Teologia, Rio de Janeiro, RJ
46 • PALAVRA E VIDA
DCC • Domingo, 18 de março de 2012• ESTUDO 12
A terra está
cheia de violência
Élben M Lenz César
Diretor da revista Ultimato, Viçosa, MG
Pode-se ler esta notícia em jornais em pregação não é só para provocar uma even-
português, em espanhol (La tierra está llena tual mudança de ideia a respeito do peca-
de violencia), em inglês (The earth is filled do e de Deus. É também para questionar,
with violence), em francês (La terre est plei- desmascarar, estabelecer a culpabilidade,
ne de violence), em italiano (La terra è pie- condenar, arrancar da alma humana o úl-
na di violenza) e em muitas outras línguas timo pingo de justiça própria.
ao redor do mundo. É fato, salta aos olhos. 3. A maior inundação de todos os tem-
O problema é antigo e moderno. Curio- pos – O dilúvio de que falam as Escrituras
so é que a manchete “A terra está cheia de Sagradas (Gn 6–9) e outros escritos sumé-
violência” aparece também na Bíblia (Gn rios e babilônicos de fato aconteceu. Não
6.11). Refere-se ao mundo antediluviano, à se sabe ao certo a ocasião em que se deu
sociedade contemporânea a Noé. nem se foi um fenômeno regional ou uni-
1. O homem notavelmente completo e versal. Teria acontecido muitos anos antes
de fé – O comentarista Derek Kidner vai da chamada de Abraão, ocorrida mais de
além e afirma que, “num mundo corrompi- dois mil anos antes de Cristo.
do, Noé emerge como o melhor elemento A história do dilúvio ocupa quatro capí-
de uma geração má [e] como um homem tulos do primeiro livro da Bíblia. O dilúvio
de Deus notavelmente completo” (Gênesis: não é apenas um registro histórico. É uma
Introdução e Comentário). O grande feito palavra profética para o mundo de hoje, tão
de Noé foi manter esse excelente comporta- cheio de violência e tão sujeito ao juízo de
mento em meio aos seus contemporâneos. Deus como o mundo do tempo de Noé.
2. O pregador da justiça – A pregação
de Noé ontem é a pregação do Espírito Para praticar – A violência está presen-
Santo hoje: “Quando ele [o Espírito] vier, te o nosso dia-a-dia e, a exemplo de Noé,
convencerá o mundo do pecado, da justiça precisamos anunciar a mensagem que salva,
e do juízo” ( Jo 16.8). Não é fácil conven- que liberta, que traz paz a este mundo tão
cer uma maioria esmagadora do pecado necessitado. O antídoto contra a violência é
globalizado, arraigado e contumaz. Mas a a salvação em Jesus Cristo.
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DCC • Domingo, 25 de março de 2012• ESTUDO 13