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PRÁTICAS CLÍNICAS EM TERAPIA NUTRICIONAL E EVOLUÇÃO PONDERAL DE RECÉM-

NASCIDOS PREMATUROS EM UM HOSPITAL AMIGO DA CRIANÇA

Cardoso MV*
Martins CC*
Xavier-Ramos MS*
Costa JCP*
Cerqueira ES*
Fernandes LDA*
Santos JR*
Vieira GO*

* Universidade Estadual de Feira de Santana

Introdução: A terapia nutricional do recém-nascido (RN) pré-termo é um desafio para a


neonatologia: por um lado a relação inversa entre idade gestacional (IG) e demandas nutricionais
requer suporte imediato, por outro, a imaturidade do trato gastrintestinal aumenta os riscos de
complicações decorrentes da alimentação. Objetivo: descrever e avaliar a assistência nutricional
prestada a RNs com muito baixo peso e sua evolução ponderal nas primeiras 4 semanas de vida, em
Hospital Amigo da Criança, em 2 intervalos de tempo. Metodologia: Estudo longitudinal
retrospectivo, com todos os nascidos com IG entre 27 e 36 semanas, menores de 1,5kg, em dois pontos
do tempo: tempo 1 (T1): junho a outubro de 2015, e tempo 2 (T2): outubro de 2018 a março de 2019.
Foram excluídos os neonatos que vieram a óbito antes de completar 8 dias de vida (DV), ou que foram
transferidos antes de completar 29 DV. Os dados foram coletados em prontuários. As variáveis
estudadas foram uso de nutrição parenteral (NP), volume de nutrição enteral em ml/kg/dia (VNE), e
escore Z de peso, avaliado pela curva Intergrowth-21, nos seguintes DV: 1°, 8°, 15°, 22° e 29°. Para
avaliar a terapia, foram utilizadas as recomendações do Manual Cuidados com o RN prematuro, do
Ministério da Saúde (MS). Financiado pelo Programa Pesquisa para o SUS: Gestão Compartilhada
em Saúde – PPSUS (Decit/SCTIE/MS, CNPq, FAPESB e SESAB). CAAE: 93056218.0.0000.0053.
Resultados: Do T1 foram incluídos 7 RN, e do T2 11. No 1° DV, a NP foi administrada conforme MS
em 28,6% dos RN no T1, e em 72,7% no T2. Quanto ao VNE, tanto T1, quanto no T2, nenhum RN
progrediu a dieta conforme MS(20ml/kg/dia). No T1 evolução diária média variou de 0 a 15,7ml/kg,
sendo 1 deles complementado com NP no 8° DV, mas não nos demais; enquanto que no T2, o VNE
evoluiu de 0 a 13,8 ml/kg, tendo complementação com NP em 6RNs no 8°DV e em 4RNs no 15° DV.
Quanto ao peso, todos os RN nos 2 tempos apresentaram escore Z descendente. No T1, 2RNs
decresceram escore Z até o 22° DV, e 3 até o 29°DV; no T2, 4 decresceram até o 22°DV e iniciaram
recuperação, enquanto 7continuaram decrescentes até 0 29°DV. Conclusão: A terapia nutricional
empregada não está em conformidade com as recomendações do MS, o que pode explicar a evolução
descendente dos escores Z de peso de todos os RNs avaliados.

PALAVRAS CHAVES: Terapia Nutricional; Recém-Nascido de Muito Baixo Peso; Prematuro

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