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2ª Etapa. Pontos
Geografia. 2º EM

Allyne Feller. XX-VII-MMXX


Pedro de Almeida Barizon. XXXI MCCII
LEIA ATENTAMENTE AS INSTRUÇÕES SEGUINTES
1. Leia, com atenção, o enunciado das questões antes de tentar resolvê-las. Observe
o que está sendo perguntado.
2. Escreva as respostas com letra legível e sinais bem nítidos.
3. Procure ser objetivo ao responder às questões discursivas.
4. Apresente os cálculos nas questões em que forem necessários.
5. Não use corretivo.
6. Não rasure, pois as questões objetivas rasuradas serão consideradas incorretas e
as discursivas não terão direito à revisão.
Boa Prova!

QUESTÃO 1 (Valor:0,6 pontos)


Leia os versos do poema Lira Itabirana, escrito por Carlos Drummond de Andrade e publicado em 1984.
O Rio? É doce.
A Vale? Amarga.
Ai, antes fosse
Mais leve a carga.
Entre estatais
E multinacionais,
Quantos ais!
A dívida interna.
A dívida externa
A dívida eterna.
Quantas toneladas exportamos
De ferro?
Quantas lágrimas disfarçamos
Sem berro?
O poeta faz referência à exploração de minérios no Brasil e suas consequências sociais. A respeito do papel
da mineração na história brasileira, considere as seguintes afirmações.
I. No século XVIII, a exploração de metais preciosos na região de Minas Gerais desenvolveu redes internas
de comércio na colônia, articulando a região com zonas de produção pecuária do Sul e com fornecedores de
mão de obra escravizada do Nordeste.
II. Durante o Estado Novo, o projeto político, imposto por Getúlio Vargas para reduzir a dívida externa
brasileira, estabelecia a privatização das grandes empresas nacionais e ocasionou a venda da Companhia
Vale do Rio Doce para o capital estrangeiro.
III. No Brasil contemporâneo, a exportação em larga escala de minérios ocupa uma posição central na
Economia, tornando o país suscetível a crises, em razão das variações nos preços internacionais e de
desastres ambientais de vastas proporções.
Quais estão corretas?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
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c) Apenas III.
d) Apenas I e III.
e) I, II e III.
QUESTÃO 2 (Valor:0,6 pontos)
A construção de Brasília pode ser considerada a principal meta do Plano de Metas [...]. Para alguns analistas,
a nova capital seria o elemento propulsor de um projeto de identidade nacional comprometido com a
modernidade, cuja face mais visível seria a arquitetura modernista de Oscar Niemeyer e Lúcio Costa. Ao
mesmo tempo, no entanto, a interiorização da capital faria parte de um antigo projeto de organização espacial
do território brasileiro, que visava ampliar as fronteiras econômicas rumo ao Oeste e alavancar a expansão
capitalista nacional.
(Marly Motta. “Um presidente bossa-nova”. In: Luciano Figueiredo (org.). História do Brasil para ocupados,
2013.)
O texto expõe dois significados da construção de Brasília durante o governo de Juscelino Kubitschek. Esses
dois significados relacionam-se, pois
a) denotam o esforço de construção de um espaço geográfico brasileiro com o intuito de assegurar o equilíbrio
econômico e político entre as várias regiões do país.
b) demonstram o nacionalismo xenófobo do governo Kubitschek e sua disposição de isolar o Brasil dos demais
países do continente americano.
c) revelam a importância da redefinição do espaço territorial para a implantação de um projeto de restrições à
entrada de capitais e investimentos estrangeiros.
d) explicitam a postura antiliberal do governo Kubitschek e sua intenção de implantar um regime de igualdade
social no país.
e) indicam o surgimento de uma expressão arquitetônica original e baseada no modelo de edificação
predominante entre os primeiros habitantes do atual Brasil.
QUESTÃO 3 (Valor:0,6 pontos)
Sobre a crise econômica de 1929, que iniciou com a quebra da bolsa de valores de Nova Iorque, considere as
seguintes afirmações.
I. A causa principal da crise foi o alto endividamento dos Estados Unidos, após o fim da Primeira Guerra
Mundial.
II. A Economia mundial foi rapidamente afetada pela crise, devido à redução das importações dos Estados
Unidos e ao repatriamento de capitais norte-americanos que estavam em outros países.
III. A economia brasileira manteve-se estável, graças à valorização do café no mercado mundial.
Quais estão corretas?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas III.
d) Apenas II e III.
QUESTÃO 4 (Valor:0,6 pontos)
Os gráficos indicam a expansão das redes de transporte ferroviário e rodoviário no Brasil (em km) em função
do tempo (ano).

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As informações dos dois gráficos estão traduzidas na tabela:
a)
Rede Rede
ferroviária rodoviária
1928 31.851,2 113.570,0

1938/39 34.206,6 258.390,0

1955 37.092,0 459.714,0

b)
Rede Rede
ferroviária rodoviária
1928 36.441,4 98.673,0

1938/39 25.004,0 240.221,0

1955 32.533,8 501.342,0

c)
Rede Rede
ferroviária rodoviária
1928 31.851,2 254.772,0

1938/39 41.436,3 213.870,0

1955 21.984,6 440.657,0

d)

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Rede Rede
ferroviária rodoviária
1928 22.389,6 302.793,0

1938/39 44.376,0 266.134,0

1955 50.328,9 115.681,0

e)
Rede Rede
ferroviária rodoviária
1928 32.231,0 109.273,0

1938/39 30.579,2 260.991,0

1955 27.774,6 155.832,0

QUESTÃO 5 (Valor: 0,6pontos)


A depressão que afetou a economia mundial entre 1929 e 1934 se anunciou, ainda em 1928, por uma queda
generalizada nos preços agrícolas internacionais. Mas, o fator mais marcante foi a crise financeira detonada
pela quebra da Bolsa de Nova Iorque.
Disponível em: http://cpdoc.fgv.br. Acesso em: 20 abr. 2015 (adaptado).
Perante o cenário econômico descrito, o Estado brasileiro assume, a partir de 1930, uma política de incentivo
à
a) industrialização interna para substituir as importações.
b) nacionalização de empresas estrangeiras atingidas pela crise.
c) venda de terras a preços acessíveis para os pequenos produtores.
d) entrada de imigrantes para trabalhar nas indústrias de base recém-criadas.
e) abertura de linhas de financiamento especial para empresas do setor terciário.
QUESTÃO 6 (Valor:0,6 pontos)
O conceito de “Populismo” surgiu nos anos de 1950 tendo como base estudos de intelectuais que queriam
compreender as mudanças políticas ocorridas em países da América Latina após os anos de 1930.
No Brasil, um dos governos considerados populistas foi o de Juscelino Kubitschek, também conhecido como
JK, que inaugurou seu mandato prometendo grandes mudanças e projetos, em especial no que se referia à
industrialização.
Fizeram parte do governo de Juscelino Kubitschek o slogan
a) “Pra frente Brasil” e o plano de política econômica chamado de Plano Lafer.
b) “Brasil de Todos” e o plano de política econômica chamado de Plano Trienal.
c) “Cinquenta anos de progresso em cinco de governo: cinquenta em cinco” e o plano de política econômica
chamado de Plano de Metas.
d) “Varre, varre, vassourinha...” e o plano de política econômica chamado de Plano de Metas.
e) “Brasil sem miséria” e o plano de política econômica chamado de Plano Real.
QUESTÃO 7 (Valor: 0,6 pontos)

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No gráfico, vemos a porcentagem das verbas públicas destinadas pelo governo Juscelino Kubitschek a cada
um dos cinco setores do Plano de Metas. A partir da análise do gráfico, é CORRETO afirmar que o Plano de
Metas priorizou
a) a transformação da estrutura de transporte para combater as disparidades de desenvolvimento regional.
b) o investimento nos transportes e a geração de energia para a transformação estrutural do setor agropecuário.
c) a diversificação do parque industrial brasileiro para diminuir a dependência de importações de grãos.
d) a ampliação da capacidade geradora de energia elétrica para dar suporte à contínua expansão industrial.
e) o aumento dos índices de escolarização para formação técnica e modernização administrativa do país.
QUESTÃO 8 (Valor: 0,6 pontos)
Sobre o processo de industrialização do Brasil, é correto afirmar-se que
a) ainda durante o século XIX a indústria se tornou a principal atividade econômica do país, com destaque
para o estado de Minas Gerais.
b) a industrialização da região Norte vem promovendo um desenvolvimento homogêneo em seus estados.
c) a atividade industrial brasileira encontra-se atualmente descentralizada, porém ainda comandada pela região
Centro-Sul do país.
d) a região Nordeste apresenta-se como novo polo receptor de indústrias, com destaque para os estados do
Maranhão e Piauí.
e) a Revolução Industrial do Brasil é algo recente, ocorrendo somente na década de 1980 do século XX.
QUESTÃO 9 (Valor: 0,6 pontos)
Observe o mapa a seguir:

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A concentração no Centro-sul do fenômeno cartografado está relacionada a(ao):
a) a proximidade das jazidas carboníferas.
b) maior centro consumidor e oferta de mão de obra.
c) produção de energia eólica.
d) maior proximidade das centrais sindicais com a consequente articulação do operariado.
e) presença da malha ferroviária, única região do país em que supera a rodoviária.
QUESTÃO 10 (Valor: 0,6 pontos)
Observe o organograma a seguir:

Ele representa um período da industrialização brasileira, que instaurou uma política conhecida como
a) Integralismo.
b) Toyotismo.
c) Nacionalismo.
d) Fordismo.
e) Desenvolvimentismo.
QUESTÃO 11 (Valor:2,0 pontos)
Justifique o fato de a indústria ter ficado concentrada na 1ª Revolução Industrial, no Reino Unido. O que
promoveu sua desconcentração na 2ª Revolução Industrial, na Europa?
A Primeira Revolução Industrial, datada de 1750, floresceu na Inglaterra sobretudo, devido a uma Conjuntura
Econômico-Política favorável a tal, somada à fecunda Presença de Carvão Mineral das planícies Inglesas, futura fonte
primária à matriz energética. Nesse sentido, com as revoluções que se haviam marcado no país, a saber, a Revolução
Puritana, em 1648, e a Revolução Gloriosa, em 1689, fez-se fecundo o solo à Burguesia, respaldada por sua influência
através da Câmara dos Comuns e pelas limitações à Dinastia Stuart, de reis que reinam, contudo não governam. Assim,
medidas como a Lei dos Cercamentos (Enclosures), os Atos de Navegação e a Declaração de Direitos (Bill of Rights),
assinada esta por Guilherme D’Orange (posteriormente, Guilherme III da Inglaterra), nutriam as aspirações ao lucro,
delineando perfeito cenário à mudança de ato: o Surgimento duma Revolução, filha da ascendente classe que havia.
Em contrapartida, as demais nações Europeias não gozaram de mesmas condições, seja pelo terem lucrativas
colônias, no caso de Espanha e Portugal, seja pelo manterem uma forte Nobreza, ao exemplo da França. Primeiramente,
no caso dos reinos Ibéricos, a lucratividade observada em virtude do extrativismo colonial afastava-os da busca por
atividades manufatureiras, precursoras à Industrialização. Quanto a tal tese, corrobora-a o fato de que, em 1703, assinou-
se o Tratado de Methuen entre as coroas Portuguesa e Inglesa, estipulando a compra de vinho e azeite Lusos por Ingleses
e, em troca, a aquisição de produtos manufaturados dos Britânicos por parte dos Lusitanos. Dessa forma, com menor
valor agregado quando justapostos aos bens advindos de manufaturas, os gêneros primários exportados desfavoreciam
a Comercial Balança, recaindo-se os dispêndios sobre Brasil e outras zonas de exploração. Ingleses, então, lograram
basto lucro e iniciaram a Industrialização 47 anos após; Portugal ainda mantém os resquícios agrícolas. Desta sorte,
aplacado com injurioso acordo, o Terceiro Conde de Ericeira, que se empenhara em estimular as manufaturas
Portuguesas, suicidou-se, resvalado pela inutilidade de seus serviços, muito fruto da descoberta das jazidas de ouro
Brasileiras e consequente Parasitismo Econômico Colônia-Metrópole, desestimulando, pois, quaisquer articulações
protofabris. Em consonância, a França, vencedora da Guerra dos Cem anos (1337-1453), fizera perdurar uma
Nobiliarquia poderosa, limitando os estratos burgueses franceses, inviabilizando o aflorar duma Industrial Revolução.
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Tem-se, pois, que a Concentração Industrial em terras Britânicas fez-se pela favorabilidade de seus antecedentes
histórico-políticos, que culminou numa antecipada (em relação às demais nações) ascensão burguesa, implicando-se a
organização econômica em prol de manufaturas e, como consequência, em prol do sistema fabril. Embora sendo muitos
aqueles também agraciados por carvão mineral, os outros Estados ainda se mantinham sob as rédeas de monarquias
absolutistas, estorvando-se, dessarte, suas respectivas classes burguesas.
Quanto à questão segunda, deve-se salientar que, posteriormente ao início da Primeira Revolução Industrial,
concatenou-se uma série de movimentos de cunho iluminista, a começar pela Independência das Treze Colônias
(Revolução Americana) em 1776, muitos dos quais afligiram as nações Europeias. Como o mais ilustre exemplo, tem-
se a Revolução Francesa (1789), que levou ao Poder a classe burguesa da França. Assim, imbuídos de tais ideias, os
países da Europa e seus cidadãos passariam a favorecer os ideais burgueses, induzindo, portanto, a instauração de
regimes industriais. Nesse sentido, levando-se em consideração que a Segunda Revolução Industrial iniciou-se em
meados do século XIX, teriam condições tais nações à facção de fabril estruturação, implicando a difusão do pioneiro
modelo inglês às terras circunjacentes.
QUESTÃO 12 (Valor:2,0 pontos)
Analise a construção do espaço geográfico brasileiro no séc. XVIII, do Sul à “região das Minas Gerais”, no
Sudeste.
Ao final do século XVII, descobriram-se Jazidas de Ouro na região que, hodiernamente, corresponde ao estado
de Minas Gerais. Depois de armado conflito, a Guerra dos Emboabas (1707-1709), em que se confrontaram Bandeirantes
Paulistas, os descobridores, e os Recém-Chegados, os ávidos, começou-se a consolidar a extração aurífera na Região
das Minas. Vilas, vilarejos, povoados içavam-se nos entornos das zonas de garimpo. Assim, conforme se assentavam
mais entes, aumentavam-se os potenciais comércio-financeiros, haja vista que a presença antrópica requereria itens de
primeira necessidade, a saber, alimentos, ferramentas de mineradoras, roupas e utensílios. Eis, pois, a mor questão: a
efervescência dos pequenos núcleos urbanos que ali jaziam instigava a articulação duma rede de comércio que visasse
a suprir as demandas fisiológico-materiais dos indivíduos humanos. Promovia-se, dessarte, uma abertura à integração
inter-regional entre Sul e Sudeste, considerando-se as limitações épicas e perspectiva sincrônica ao Século das Luzes
(XVIII).
Dessarte, ao se analisar a estruturação do espaço geográfico brasileiro na região Sul, constata-se que ocorrera a
fim de suprir as demandas por carne bovina na porção mineradora. Logo, estabeleceram-se grandes criações de bovinos
ao longo dos pampas gaúchos, cuja carne, tratada com sal (medida que evitava a rápida putrefação), chamavam-na
charque, iguaria vendida em meio aos mineiros. Ademais, em consonância, para que se auxiliam os tropeiros, homens
que comandavam tropas de mulas, que levariam as mercadorias às Minas Gerais, junto às rotas, edificaram-se pequenos
vilarejos, locais em que poderiam os transportadores descansar em meio às viagens, reabastecendo-se de provisões
quaisquer. Tal processo culminou com o crescimento de tais lugarejos, originando vilas e cidades, contribuindo, pois, à
ocupação colonial da região e à dinamização socioeconômica do Brasil do século XVIII. Como herança de tal fenômeno,
pode-se citar a Feira de Sorocaba.
Quanto à porção do Sudeste, deve-se evidenciar a massiva formação de núcleos populacionais no entorno das
zonas mineradoras. Vale ressaltar, contudo, que, por vezes, as ocupações davam-se de forma efêmera, haja vista que
eram regidas pela presença do ouro, que haveria, pois, de findar. Nas áreas de maior êxito, percebe-se a formação de
urbes mais expressivas, a exemplo de Vila Rica, que chegara aos 20 mil habitantes. Com a transferência da capital ao
Rio de Janeiro em 1763, edificou-se a Estrada Real, que ligava a região litorânea aos redutos mineiros, transparecendo,
uma vez mais, a onipresença do ouro a reger as relações do espaço geográfico brasileiro do século XVIII. O fenômeno,
assim como na região sul, favorecera a interiorização da ocupação do território da Colônia, dando origem, também, a
vilas e, posteriormente, a cidades, muitas a perdurarem até hoje, a exemplo de Tiradentes (São João del Rei), Ouro Preto
(Vila Rica) e Diamantina. Aos bandeirantes paulistas coube as entradas de sertanismo de contrato, sendo grandes
responsáveis pelo abastecimento da mão de obra negra das minas, percorrendo as porções Nordeste, sobretudo, em
busca por escravos fugidos, que seriam recapturados e reinseridos no sistema de escravidão.
QUESTÃO 13 (Valor:2,0 pontos)
O que devemos entender pelo Pragmatismo Ideológico de Dutra (1945-1951)?
Consoante o Minidicionário Aurélio, Oitava Edição, Pragmatismo descreve-se como “Doutrina segundo a qual
as ideias são instrumentos de ação que só valem se produzem efeitos práticos”. Sob tal prisma, ao nos depararmos com
o chamado Pragmatismo Ideológico de Dutra, saibamos, portanto, que não lho atribuíram por motivo supérfluo. Em
realidade, entendamo-lo pela decisão de o General Eurico Gaspar alinhar a si e ao Brasil com os Estados Unidos da
América, o suposto defensor-mor do Capitalismo, em detrimento da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, oposto
polo político-ideológico, no que tangia à Política Externa Brasileira, em virtude de congruências que observara. Assim,
em meio à Guerra Fria, iniciada ao término do Segundo Mavorte Mundial, optava o militar presidente pelo lado mais
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conforme aos moldes socioeconômicos que se haviam mostrado frutíferos nos anteriores anos de vida do Impávido
Colosso: aquele que leva o nome do capital. Ademais, por também apontar semelhanças, a Ocidentalidade Cultural
Estadunidense, somada à sua relativa Proximidade Geográfica perante tal lusófono país, portar-se-ia como demonstração
prática da viabilidade da supracitada aliança, culminando naquilo que conta hoje ao Homem a História.
QUESTÃO 14 (Valor:2,0 pontos)
O que devemos entender pelo modelo TRIPÉ da Economia?
Deve-se entender por Modelo Tripé a articulação sistêmica de medidas político-econômicas visando à benéfica
articulação interindustrial e ao consequente desenvolvimento Brasileiro no que tange ao Capitalismo. O primeiro pé a
constituir a tríade seria de incumbência estatal, sendo constituído pelas indústrias de Bens de Produção e de Capital,
dentre as quais: Metalúrgicas, Petroquímicas e Siderúrgicas, além das produtoras de Cimento, podendo-se citar a
Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) e a Fábrica Nacional Motores (FNM), ambas fundadas durante a Era Vargas.
Assim, a partir dos maciços investimentos efetivados pelo Governo Federal, fato que poderia implicar crescente dívida
externa, edificar-se-iam tais instalações, sobretudo na região Sudeste, atuando como suportes aos dois outros
componentes pódicos (pod(o) prefixo grego que denota pé). Ademais, cumpre-se ressaltar que os basais redutos fabris
deveriam ser acompanhados pela subsidiação à extração de minérios, principalmente o Ferro (Fe), à construção de redes
de transporte e à criação de usinas de conversão (“geração”) de energia. Exempli gratia, ter-se-ão estas empresas
estatais que atuaram nesse processo: Companhia Vale do Rio Doce (CVRD) e Usina Hidrelétrica do Vale do Rio São
Francisco, concebidas por Getúlio Vargas ao longo do Estado Novo (1937-1945). Observa-se, pois, o primeiro pilar,
sustentador-mor do sistema.
Quanto à segunda estrutura componente de tal engenhosidade econômica, estaria a iniciativa empresarial
nacional, sendo constituída por redutos industriais de bens de consumo não-duráveis, a exemplo de gêneros alimentícios,
roupas, sabões e velas. Esse segmento fora, inicialmente, impulsionado por cafeicultores Paulistas que, vendo o Café
como declinante empreitada, graças aos adventos da Crise de 1929, que diminuíram o preço de mercado do grão torrado,
decidiram por redirecionar seus investimentos a outra área lucrativamente promissora. Enfim, suas instalações fabris
contavam com maquinário de baixa complexidade tecnológica, sendo visado o mercado interno. Para tanto, sobretudo
durante os primeiros anos do processo industrial, contaria tal parcela com respaldo do Estado, favorecendo-a em meio
às já calcadas produções estrangeiras, fato que implicaria o Protecionismo, especialmente quando em governos
declaradamente nacionalistas, a exemplo da ditadura Varguista.
Finalmente, o terceiro apoio a constituir o tripé seria composto por multinacionais, empresas cujas sedes
assentam-se fora do Brasil, contudo cuja avidez por lucro, atrelada aos avanços nas comunicações e nos transportes
(adventos da intensificação da Globalização), faz com que edifiquem fábricas em solo estrangeiro, visando a
facilitadores produtivos, a saber, reduzidas taxas, presença de leis ambientais permissivas quanto à exploração
predatória, mão de obra a menores custos, et cetera. Seriam incumbidas da produção de bens de consumo duráveis,
como automóveis e eletrodomésticos. Aspiravam, assim, à conquista do estrato consumidor brasileiro mais abastado (a
partir da classe média), capaz de lidar com preços mais elevados. Suas produções contariam com maior sofisticação
tecnológica, trazida do meio externo. Cumpre relevar, por exemplo, que o Rodoviarismo de Juscelino Kubitschek
favoreceu as multinacionais automobilísticas, à medida que fornecia anteparo à circulação de veículos, fomentando o
desejo de aquisição de carros.
Dessarte, constata-se que o Modelo Tripé opera através do primeiro pé, id est, da ação do Estado, sendo o
mediador entre as iniciativas internas e externas, os demais pés da Economia.

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