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TEMAS TRATADOS

05/05/2020 Unidades 3 e 4; Direitos da Personalidade


12/05/2020 Pessoa Jurídica
19/05/2020 Estruturas da PJ; Sociedades; Fundações; Associações
26/05/2020 Desconsideração da PJ; Organizações religiosas
02/06/2020 Bens

05/05/2020
DIREITOS DA PERSONALIDADE
Os direitos da personalidade são adquiridos automaticamente por aquele que nasceu vivo, são
inerentes ao ser humano de maneira permanente e estão previstos na ordem jurídica.

Surgiu em nosso país como reflexo da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão de 1789,
durante a Revolução Francesa, também da Declaração Universal dos Direitos Humanos, de 1948,
no pós - 2ª Guerra Mundial, através da ONU e da Convenção Europeia de 1950.

O primeiro reflexo dessas declarações em nosso ordenamento jurídico foi espelhado na Constituição
da República Federativa do Brasil, de 1988 que estabeleceu, em seu artigo 5º, inciso X, que são
invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito à
indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação.
São direitos intransferíveis.

O Código Civil dedica um capítulo inteiro aos direitos de personalidade, dos artigos 11 a 21,
estabelecendo esses direitos subjetivos, que têm por finalidade salvaguardar os bens e valores
essenciais da pessoa, em seus aspectos físico, intelectual e moral.

ROTEIRO DOS DIREITOS DA PERSONALIDADE

Em primeiro plano pelos direitos naturais: o direito à vida, à liberdade, ao nome, ao próprio corpo,
à imagem e à honra.

CATEGORIAS
Direitos inatos: são inerentes ao ser humano, que o acompanha desde o nascimento, como se
estivessem gravados na natureza humana, como, por exemplo, o direito à vida e à integridade
física e moral.

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Direitos adquiridos: que foram positivados em normas e conferidos a cada
indivíduo, como a proteção ao Direito Autoral, por exemplo.

Um exemplo clássico dessas características está no fato de que a sua vida só pode ser desfrutada
por você, e sua honra e liberdade também.

ROL DOS DIREITOS DA PERSONALIDADE


● Direito ao corpo: CC Art. 13, 14, 15
● Direito ao nome: CC Art. 16, 17, 18, 19
● Direito a imagem: CC Art. 20
● Direito a vida privada: CC Art. 21

Os direitos de personalidade são absolutos porque impõem a todos o dever de respeitá-los e é


ilimitado em conteúdo, pois o rol contido na norma é meramente exemplificativo. Haja vista a
subjetividade do tema e, para comprovar esse ponto, podemos ainda exemplificar o rol de direitos,
fora os já elencados, com o direito à liberdade de pensamento, a um meio ambiente sadio e
equilibrado, à qualidade de vida, à identidade pessoal, ao leite materno, ao planejamento familiar
e outros tantos direitos.

São imprescritíveis porque esses direitos não se extinguem pelo uso ou com o passar do tempo.
A ofensa ao direito de personalidade é imprescritível, mas a pretensão à sua reparação em danos
morais está sujeita a prazos prescricionais por ter caráter patrimonial.

São impenhoráveis, pois não podem ser separados da pessoa humana, dados como garantia,
vendidos, como exemplo de um indivíduo que pretende vender a sua liberdade. Mas essa regra não
é absoluta, pois esses direitos podem ser cedidos para fins comerciais, a exemplo da venda de
direitos autorais ou da autorização, mediante pagamento, do uso de uma imagem (foto para
propaganda, por exemplo).

E, ao final da classificação, cabe-nos aprender que os direitos de personalidade, desde que inatos,
são vitalícios, pois acompanham a pessoa até a sua morte, e alguns até após ela, como, por exemplo,
a regra do respeito aos mortos, à memória do autor etc.

O artigo 1º, inciso III, da Constituição Federal de 1988, estabeleceu a noção de dignidade da pessoa
humana, que é, em resumo, o alicerce de onde se levantam os direitos de personalidade, e os de
maior relevância são aqueles que tutelam a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das
pessoas, assegurando, inclusive, indenização por dano moral proveniente de sua violação, sendo
legitimados a pedir reparação os próprios ofendidos, ou se mortos, o cônjuge sobrevivente ou
companheiro, ou qualquer parente em linha reta, ou colateral até o quarto grau, de acordo com o
artigo 226, § 3º da CF (Constituição Federal) e enunciado 275 da IV Jornada de Direito Civil, realizada
pelo Conselho de Justiça Federal.

A vida é o bem maior a ser protegido e preexistente ao próprio direito e, por isso, deve ser
respeitada como um direito natural.

Para coibir práticas abusivas nesse campo, o Decreto-lei nº 2.668/1997 determina que o médico,
quando for realizar transplantes entre pessoas vivas, informe a necessidade do procedimento
médico, ao Promotor de Justiça (da comarca do doador), para que haja uma investigação

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administrativa com intuito de preencher os requisitos legais para o ato (arts. 20 e
25, II – Decreto-lei nº 2.668/1997).

De acordo com o artigo 4º, da Lei nº 9.434/1997, após a morte, para que qualquer parte seja
retirada do falecido, primeiro deverá ocorrer o diagnóstico de morte encefálica e, depois, a tomada
da concordância do parente maior.

A decisão de doar é personalíssima àquele que se dispõe ao ato, portanto não somos doadores em
potencial até que haja nossa concordância e depois da morte, de nossos familiares. Nossa
manifestação em vida prevalece sobre a vontade dos familiares.

A pessoa manifestou em vida a vontade de não ser doadora, e, após a morte dessa, a família
expresse resolução contrária. A autorização dos parentes maiores não suprirá o consentimento do
falecido. De acordo com o artigo 4º, da Lei 9.434/1997, se aplicamos de forma restrita à hipótese
de silêncio do doador, ainda mais quando, em vida, manifestou expressamente a vontade de não
ser doador.

Para os casos de tratamento médico de risco, o Código Civil, artigo 15, determina que ninguém
poderá ser constrangido a submeter-se, com risco de morte, a tratamento médico ou intervenção
cirúrgica.

No que diz respeito à proteção à intimidade, o Código Civil, em seu artigo 21, estabelece que a vida
privada é inviolável e que caberá ao juiz, em caso de abuso, a requerimento do interessado, adotar
medidas para impedir ou fazer cessar atos contrários ao disposto na norma, desde que não tenha
sido consentida pelo próprio indivíduo.

12/05/2020
TRATAMENTO LEGAL SOBRE OS DIREITOS DA PERSONALIDADE
DIREITOS DA PERSONALIDADE ATINENTES A INTEGRIDADE FÍSICA
Direito ao próprio corpo vivo
CC Art. 13. Salvo por exigência médica, é defeso o ato de disposição do próprio corpo, quando
importar diminuição permanente da integridade física, ou contrariar os bons costumes.
Parágrafo único. O ato previsto neste artigo será admitido para fins de transplante, na forma
estabelecida em lei especial.
Direito ao próprio corpo morto
CC Art. 14. É válida, com objetivo científico, ou altruístico, a disposição gratuita do próprio
corpo, no todo ou em parte, para depois da morte.
Parágrafo único. O ato de disposição pode ser livremente revogado a qualquer tempo.
Obs.: Art. 5º da Lei 3934 /97
Direito ao livre consentimento informado
CC Art. 15. Ninguém pode ser constrangido a submeter-se, com risco de vida, a tratamento
médico ou a intervenção cirúrgica.
CF Art. 5º, X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas,
assegurado o direito

DIREITOS DA PERSONALIDADE ATINENTES A INTEGRIDADE MORAL


Nome civil, imagem, vida privada

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CF Art. 5º, X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a
imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano
material ou moral decorrente de sua violação;
Direito à Imagem (retrato, atribuído, voz)
CC Art. 20. Salvo se autorizadas, ou se necessárias à administração da justiça ou à
manutenção da ordem pública, a divulgação de escritos, a transmissão da palavra, ou a
publicação, a exposição ou a utilização da imagem de uma pessoa poderão ser proibidas, a
seu requerimento e sem prejuízo da indenização que couber, se lhe atingirem a honra, a boa
fama ou a respeitabilidade, ou se se destinarem a fins comerciais.
Direito à vida privada
CC Art. 21 – a intimidade é a parcela da vida que diz respeito somente ao seu titular. A
proteção à vida privada visa resguardar ao direito das pessoas de intromissões indevidas em
seu lar, sua família, sua correspondência, sua economia, entre outros.

TUTELA DOS DIREITOS DA PERSONALIDADE


CC Art. 12. Pode-se exigir que cesse a ameaça, ou a lesão, a direito da personalidade, e
reclamar perdas e danos, sem prejuízo de outras sanções previstas em lei.
Parágrafo único. Em se tratando de morto, terá legitimação para requerer a medida prevista
neste artigo o cônjuge sobrevivente, ou qualquer parente em linha reta, ou colateral até o
quarto grau.

Tutela Preventiva – para prevenir um dano aos direitos da personalidade.


Tutela Repressiva – para fazer cessar o dano já iniciado.
Tutela Reparatória – para reparar pecuniariamente os danos sofridos pela vítima, sejam
patrimoniais ou extrapatrimoniais.

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TEORIAS SOBRE A NATUREZA JURÍDICA
Grupo de pessoas, que se unem buscando uma finalidade, lucrativa ou não.
Pessoa jurídica: é o grupo humano ou patrimonial, criado na forma da lei e dotado de
personalidade jurídica própria, para a realização de fins comuns.

TEORIA EXPLICATIVAS DAS PESSOAS JURÍDICAS


● Teoria Negativista: negavam a existência própria da pessoa jurídica, não as considerando
dotadas de personalidade jurídica própria.
● Teoria Afirmativista: defendem a existência de personalidade jurídica própria da coletividade
de pessoas.
● Teoria da Ficção: justifica a existência das pessoas jurídicas como mera ficção que
adquirem personalidade jurídica própria em função de uma criação artificial na lei.
● Teoria da Realidade Orgânica ou Objetiva: defende a ideia de que a pessoa jurídica
decorre basicamente da realidade social, ou seja, a mera existência de um grupo de
pessoas já faria com que existisse a personalidade jurídica.
● Teoria da Realidade Técnica: defendem a existência na sociedade de grupo de
pessoas merecedoras de personalidade jurídica própria, mas para adquiri-la
necessita-se submeter aos requisitos legais.

REQUISITOS PARA A EXISTÊNCIA LEGAL DA PESSOA JURÍDICA.


Vontade humana criadora: intenção das pessoas unidas em constituir um ente com personalidade
jurídica própria, distinta das suas
Observância das exigências legais: exigência de que seja elaborado e registrado o ato constitutivo
da pessoa jurídica nos termos da lei vigente.
Licitude do objeto: não pode a união de pessoas possuir finalidades ilícitas.

CARACTERÍSTICA DAS PESSOAS JURÍDICAS


Personalidade jurídica distinta das pessoas que a constituíram capacidade de direito, patrimônio
distinto dos seus membros pode ser sujeito ativo (autor) ou passivo (réu) em ações perante o poder
judiciário.

INÍCIO DA EXISTÊNCIA DA PESSOA JURÍDICA


CC Art. 45 – a vontade humana criadora é materializada pela elaboração do ato constitutivo,
que poderá ser estatuto ou contrato social, a depender da modalidade de pessoa jurídica, e

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sua existência e aquisição de personalidade jurídica tem início com o
registro do ato constitutivo no cartório de registro civil de pessoas jurídicas
ou junta comercial.

PROTEÇÃO DOS DIREITOS DA PERSONALIDADE JURÍDICA


Art. 52. Aplica-se às pessoas jurídicas, no que couber, a proteção dos direitos da personalidade.
Súmula 227 - A pessoa jurídica pode sofrer dano moral. (Súmula 227, SEGUNDA SEÇÃO, julgado em
08/09/1999, DJ 08/10/1999 p. 126)

Presentação da pessoa jurídica: como não possuem aptidão física para praticarem por si os atos da
vida civil, devem ser presentadas pelas pessoas a quem incumbe a sua administração.
CC Art. 47. Obrigam a pessoa jurídica os atos dos administradores, exercidos nos limites de
seus poderes definidos no ato constitutivo.
CC Art. 48. Se a pessoa jurídica tiver administração coletiva, as decisões se tomarão pela
maioria de votos dos presentes, salvo se o ato constitutivo dispuser de modo diverso.
Parágrafo único. Decai em três anos o direito de anular as decisões a que se refere este
artigo, quando violarem a lei ou estatuto, ou forem eivadas de erro, dolo, simulação ou
fraude.
CC Art. 49. Se a administração da pessoa jurídica vier a faltar, o juiz, a requerimento de
qualquer interessado, nomear-lhe-á administrador provisório.
CC Art. 49-A. A pessoa jurídica não se confunde com os seus sócios, associados, instituidores
ou administradores.
Parágrafo único. A autonomia patrimonial das pessoas jurídicas é um instrumento lícito de
alocação e segregação de riscos, estabelecido pela lei com a finalidade de estimular
empreendimentos, para a geração de empregos, tributo, renda e inovação em benefício de
todos.

SOCIEDADES IRREGULARES OU DE FATO


Nesta espécie de sociedade não há o devido registro do ato constitutivo no órgão competente.
Todos os sócios respondem ilimitadamente com seu patrimônio pelas obrigações contraídas pela
sociedade.

CLASSIFICAÇÃO DAS PESSOAS JURÍDICAS


Nacional
Estrangeiras: constituída com capital estrangeiro.

QUANTO A ESTRUTURA
Corporação (sociedade, associação): pessoas que se unem para um bem comum próprio, repartição
de lucros.
Sociedade: tem fins econômicos, onde o lucro obtido deve ser partilhado entre os sócios.
Associação: grupo de pessoas que se unem para finalidade específica, mas o lucro deve ser
investido na forma de interesse de todos e não partilhado entre si.
Fundações: patrimônio que busca uma finalidade, voltada para atender outras pessoas, fundação
voltada para área da saúde, voltada para proteção do meio ambiente (fundação Renova).

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QUANTO A FUNÇÃO
● Direito público interno
CC Art. 41 - São pessoas jurídicas de direito público interno:
I - a União;
II - os Estados, o Distrito Federal e os Territórios;
III - os Municípios;
IV - as autarquias, inclusive as associações públicas; (Redação dada pela Lei nº 11.107, de
2005)
V - as demais entidades de caráter público criadas por lei.
Parágrafo único. Salvo disposição em contrário, as pessoas jurídicas de direito público, a que
se tenha dado estrutura de direito privado, regem-se, no que couber, quanto ao seu
funcionamento, pelas normas deste Código.
CC Art. 43. As pessoas jurídicas de direito público interno são civilmente responsáveis por
atos dos seus agentes que nessa qualidade causem danos a terceiros, ressalvado direito
regressivo contra os causadores do dano, se houver, por parte destes, culpa ou dolo.
● Direito público externo
CC Art. 42 - São pessoas jurídicas de direito público externo os Estados estrangeiros e todas
as pessoas que forem regidas pelo direito internacional público.
● Direito Privado
CC Art. 44 - São pessoas jurídicas de direito privado:
I - as associações;
II - as sociedades;
III - as fundações.
IV - as organizações religiosas;
V - os partidos políticos.
VI - as empresas individuais de responsabilidade limitada

19/05/2020

TITULO II – DA SOCIEDADE
As SOCIEDADES são pessoas jurídicas constituídas pela união de
pessoas, que celebram contrato social entre si, com a clara
finalidade de exercer atividade econômica para a partilha dos
lucros.
CC Art. 981. Celebram contrato de sociedade as pessoas
que reciprocamente se obrigam a contribuir, com bens ou
serviços, para o exercício de atividade econômica e a partilha,
entre si, dos resultados.
Parágrafo único. A atividade pode restringir-se à
realização de um ou mais negócios determinados.

Sociedade empresaria: exerce atividade de comercio, industrial, posto de gasolina, etc...


CC Art. 966. Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica
organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços.

Sociedade simples: formado por pessoas que exerce atividade intelectual, médico, advogado, etc...
CC Art. 966. Parágrafo único. Não se considera empresário quem exerce profissão intelectual, de
natureza científica, literária ou artística, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o
exercício da profissão constituir elemento de empresa.

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CAPÍTULO II - DAS ASSOCIAÇÕES
As ASSOCIAÇÃO é a pessoa jurídica de direito privado decorrente da união de pessoas
que se organizam para fins não econômicos, ausência do intuito de lucro, pode gerar receita e lucro, mas não
a obrigação de partilhar entre os associados.

Art. 53. Constituem-se as associações pela união de pessoas que se organizem para fins não econômicos.
Parágrafo único. Não há, entre os associados, direitos e obrigações recíprocos.
Art. 54. Sob pena de nulidade, o estatuto das associações conterá:
 I - a denominação, os fins e a sede da associação;
 II - os requisitos para a admissão, demissão e exclusão dos associados;
 III - os direitos e deveres dos associados;
 IV - as fontes de recursos para sua manutenção;
 V – o modo de constituição e de funcionamento dos órgãos deliberativos;
 VI - as condições para a alteração das disposições estatutárias e para a dissolução.
 VII – a forma de gestão administrativa e de aprovação das respectivas contas.

Art. 55. Os associados devem ter iguais direitos, mas o estatuto poderá instituir categorias com
vantagens especiais.
Art. 56. A qualidade de associado é intransmissível, se o estatuto não dispuser o contrário.
Parágrafo único. Se o associado for titular de quota ou fração ideal do patrimônio da associação, a
transferência daquela não importará, de per si (de forma automática), na atribuição da qualidade de
associado ao adquirente ou ao herdeiro, salvo disposição diversa do estatuto.
Art. 57. A exclusão do associado só é admissível havendo justa causa, assim reconhecida em
procedimento que assegure direito de defesa e de recurso, nos termos previstos no estatuto.
Art. 59. Compete privativamente à assembleia geral:
 I – destituir os administradores;
 II – alterar o estatuto.
Parágrafo único. Para as deliberações a que se referem os incisos I e II deste artigo é exigido deliberação
da assembleia especialmente convocada para esse fim, cujo quorum será o estabelecido no estatuto, bem
como os critérios de eleição dos administradores.
Art. 60. A convocação dos órgãos deliberativos far-se-á na forma do estatuto, garantido a 1/5 (um
quinto) dos associados o direito de promovê-la.
Art. 61. Dissolvida a associação, o remanescente do seu patrimônio líquido, depois de deduzidas, se for
o caso, as quotas ou frações ideais referidas no parágrafo único do art. 56, será destinado à entidade de fins
não econômicos designada no estatuto, ou, omisso este, por deliberação dos associados, à instituição
municipal, estadual ou federal, de fins idênticos ou semelhantes.
§ 1 o Por cláusula do estatuto ou, no seu silêncio, por deliberação dos associados, podem estes, antes
da destinação do remanescente referida neste artigo, receber em restituição, atualizado o respectivo valor,
as contribuições que tiverem prestado ao patrimônio da associação.
§ 2 o Não existindo no Município, no Estado, no Distrito Federal ou no Território, em que a associação
tiver sede, instituição nas condições indicadas neste artigo, o que remanescer do seu patrimônio se devolverá
à Fazenda do Estado, do Distrito Federal ou da União.
1ª FASE DA DISSOLUÇÃO: deve haver a dedução das quotas e frações ideais de cada associado, ou seja,
casa associado deverá receber a parte que lhe cabe.

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2ª FASE DA DISSOLUÇÃO: o remanescente do patrimônio deverá ser destinado a
entidade de fins não econômicos designada no estatuto, omisso este, por deliberação
dos associados à instituição municipal, estadual ou federal.

CAPÍTULO II - DAS FUNDAÇÕES


As FUNDAÇÕES são pessoas jurídicas construídas por um patrimônio destinado para uma finalidade
específica, que não poderá ter caráter econômico.
1º FASE DE CRIAÇÃO: DOTAÇÃO DO PATRIMÔNIO (destinação, doação)
Art. 62. Para criar uma fundação, o seu instituidor fará, por escritura pública ou testamento, dotação
especial de bens livres, especificando o fim a que se destina, e declarando, se quiser, a maneira de administrá-
la.
Parágrafo único. A fundação somente poderá constituir-se para fins de: (hipóteses de finalidade)
 I – assistência social;
 II – cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e artístico
 III – educação;
 IV – saúde;
 V – segurança alimentar e nutricional;
 VI – defesa, preservação e conservação do meio ambiente e promoção do desenvolvimento
sustentável;
 VII – pesquisa científica, desenvolvimento de tecnologias alternativas, modernização de sistemas de
gestão, produção e divulgação de informações e conhecimentos técnicos e científicos;
 VIII – promoção da ética, da cidadania, da democracia e dos direitos humanos;
 IX – atividades religiosas; e
 X – (VETADO).

PATRIMONIO AFETADO NÃO SER SUFICIENTE: Art. 63. Quando insuficientes para constituir a fundação,
os bens a ela destinados serão, se de outro modo não dispuser o instituidor, incorporados em outra fundação
que se proponha a fim igual ou semelhante.
TRANSFERÊNCIA DO PATRIMONIO: Art. 64. Constituída a fundação por negócio jurídico (celebração de
acordo) entre vivos, o instituidor é obrigado a transferir-lhe a propriedade, ou outro direito real, sobre os
bens dotados, e, se não o fizer, serão registrados, em nome dela, por mandado judicial.
2º FASE DE CRIAÇÃO: elaboração do estatuto. ATO CONSTITUTIVO
Art. 65. Aqueles a quem o instituidor cometer a aplicação do patrimônio, em tendo ciência do encargo,
formularão logo, de acordo com as suas bases (art. 62), o estatuto da fundação projetada, submetendo-o,
em seguida, à aprovação da autoridade competente, com recurso ao juiz.
Parágrafo único. Se o estatuto não for elaborado no prazo assinado pelo instituidor, ou, não havendo
prazo, em cento e oitenta dias, a incumbência caberá ao Ministério Público.
3º FASE DE CRIAÇÃO: aprovação do estatuto
Art. 66. Velará pelas fundações o Ministério Público do Estado onde situadas.
§ 1 º Se funcionarem no Distrito Federal ou em Território, caberá o encargo ao Ministério Público do
Distrito Federal e Territórios.
§ 2º Se estenderem a atividade por mais de um Estado, caberá o encargo, em cada um deles, ao
respectivo Ministério Público.
CPC Art. 764. O juiz decidirá sobre a aprovação do estatuto das fundações e de suas alterações sempre
que o requeira o interessado, quando:

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 I - ela for negada previamente pelo Ministério Público ou por este forem exigidas
modificações com as quais o interessado não concorde;
 II - o interessado discordar do estatuto elaborado pelo Ministério Público.
§ 1º O estatuto das fundações deve observar o disposto na Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002
(Código Civil) .
§ 2º Antes de suprir a aprovação, o juiz poderá mandar fazer no estatuto modificações a fim de adaptá-
lo ao objetivo do instituidor.
4º FASE DE CRIAÇÃO: registro do estatuto (cartório de registro civil)
Art. 67. Para que se possa alterar o estatuto da fundação é mister que a reforma:
 I - seja deliberada por dois terços dos competentes para gerir e representar a fundação;
 II - não contrarie ou desvirtue o fim desta; (não pode mudar o fim da fundação)
 III – seja aprovada pelo órgão do Ministério Público no prazo máximo de 45 (quarenta e cinco) dias,
findo o qual ou no caso de o Ministério Público a denegar, poderá o juiz supri-la, a requerimento do
interessado.
Art. 68. Quando a alteração não houver sido aprovada por votação unânime, os administradores da
fundação, ao submeterem o estatuto ao órgão do Ministério Público, requererão que se dê ciência à minoria
vencida para impugná-la, se quiser, em dez dias. (ação judicial se tiver divergência entre os administradores)
Art. 69. Tornando-se ilícita, impossível ou inútil a finalidade a que visa a fundação, ou vencido o prazo
de sua existência, o órgão do Ministério Público, ou qualquer interessado, lhe promoverá a extinção,
incorporando-se o seu patrimônio, salvo disposição em contrário no ato constitutivo, ou no estatuto, em
outra fundação, designada pelo juiz, que se proponha a fim igual ou semelhante.
CPC Art. 765. Qualquer interessado ou o Ministério Público promoverá em juízo a extinção da fundação
quando:
 I - se tornar ilícito o seu objeto;
 II - for impossível a sua manutenção;
 III - vencer o prazo de sua existência.

ORGANIZAÇÕES RELIGIOSAS
São todas as entidades de direito privado formadas pela união de indivíduos com propósitos de culto, por
meio de doutrina e ritual próprios.
Art. 44. São pessoas jurídicas de direito privado:
 I - as associações;
 II - as sociedades; (EIRELI)
 III - as fundações.
 IV - as organizações religiosas;
 V - os partidos políticos.
 VI - as empresas individuais de responsabilidade limitada. (Tem fins econômicos)
§ 1 o São livres a criação, a organização, a estruturação interna e o funcionamento das organizações
religiosas, sendo vedado ao poder público negar-lhes reconhecimento ou registro dos atos constitutivos e
necessários ao seu funcionamento.

26/05/2020
DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA
Consiste na separação momentânea e episódica da personalidade atribuída à pessoa jurídica, permitindo que
o credor lesado busque o adimplemento de uma obrigação por meio dos bens do sócio que agiu com abuso
da personalidade jurídica. (Pessoa J causando prejuízo a terceiros)

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DESVIO DE FINALIDADE: é configurado quando os sócios ou administradores agem fora
do objeto previsto no ato constitutivo da pessoa jurídica ou para obter fins ilegais.
CONFUSÃO PATRIMONIAL: acontece quando há confusão do patrimônio do sócio e da pessoa jurídica.
Exemplo: veículo utilizado pela pessoa jurídica registrado em nome da pessoa física do sócio. Ou contas
particulares do sócio sendo pagas pela pessoa jurídica.
DESCONSIDERAÇÃO INVERSA: esta situação pode ocorrer quando o sócio esvazia seu patrimônio
transferindo-o para a pessoa jurídica com o intuito de prejudicar terceiros. (Sócios causando prejuízo a
terceiros) CPC Art. 133
Art. 50. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade ou pela
confusão patrimonial, pode o juiz, a requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber
intervir no processo, desconsiderá-la para que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações
sejam estendidos aos bens particulares de administradores ou de sócios da pessoa jurídica beneficiados
direta ou indiretamente pelo abuso.
§ 1º Para os fins do disposto neste artigo, desvio de finalidade é a utilização da pessoa jurídica com o
propósito de lesar credores e para a prática de atos ilícitos de qualquer natureza.
§ 2º Entende-se por confusão patrimonial a ausência de separação de fato entre os patrimônios,
caracterizada por: (Incluído pela Lei nº 13.874, de 2019)
 I - cumprimento repetitivo pela sociedade de obrigações do sócio ou do administrador ou vice-
versa; (Incluído pela Lei nº 13.874, de 2019)
 II - transferência de ativos ou de passivos sem efetivas contraprestações, exceto os de valor
proporcionalmente insignificante; e (Incluído pela Lei nº 13.874, de 2019)
 III - outros atos de descumprimento da autonomia patrimonial. (Incluído pela Lei nº 13.874, de 2019)
§ 3º O disposto no caput e nos §§ 1º e 2º deste artigo também se aplica à extensão das obrigações de
sócios ou de administradores à pessoa jurídica. (Incluído pela Lei nº 13.874, de 2019)
§ 4º A mera existência de grupo econômico sem a presença dos requisitos de que trata o caput deste
artigo não autoriza a desconsideração da personalidade da pessoa jurídica. (Incluído pela Lei nº 13.874, de
2019)
§ 5º Não constitui desvio de finalidade a mera expansão ou a alteração da finalidade original da
atividade econômica específica da pessoa jurídica.
CPC Art. 133. O incidente de desconsideração da personalidade jurídica será instaurado a pedido da
parte ou do Ministério Público, quando lhe couber intervir no processo.
§ 1º O pedido de desconsideração da personalidade jurídica observará os pressupostos previstos em lei.
§ 2º Aplica-se o disposto neste Capítulo à hipótese de desconsideração inversa da personalidade
jurídica.
EXTINÇÃO/DISSOLUÇÃO:
 Convencional: acontece quando a extinção é decorrente da vontade dos membros da PJ. A mesma
vontade criadora, também pode pôr fim a PJ.
 Legal: decorre de determinação legal, quando a PJ finda em função da lei, decretação de falência
(decisão judicial) por exemplo.
 Judicial: decorre de ordem judicial que determina a extinção da PJ, exemplo devido a fins ilícitos.
 Administrativa: algumas empresas precisam de uma autorização administrativa, para sua regular
constituição, por exemplo, banco, que se desvirtua de sua finalidade, desrespeito ao estatuto,
poderá haver a cassação para autorização de funcionamento, o que ensejará a extinção da PJ.
Exemplo, bancos, cooperativa de créditos.

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Art. 51. Nos casos de dissolução da pessoa jurídica ou cassada a autorização para
seu funcionamento, ela subsistirá para os fins de liquidação, até que esta se conclua.
§ 1º Far-se-á, no registro onde a pessoa jurídica estiver inscrita, a averbação de sua dissolução.
§ 2º As disposições para a liquidação das sociedades aplicam-se, no que couber, às demais pessoas
jurídicas de direito privado.
§ 3º Encerrada a liquidação, promover-se-á o cancelamento da inscrição da pessoa jurídica.
DOMICILIO DA PESSOA JURÍDICA: Caso a pessoa jurídica tenha diversos estabelecimentos em diferentes
lugares, cada estabelecimento será domicílio para os atos nele praticados.
Art. 75. Quanto às pessoas jurídicas, o domicílio é:
 I - da União, o Distrito Federal;
 II - dos Estados e Territórios, as respectivas capitais;
 III - do Município, o lugar onde funcione a administração municipal;
 IV - das demais pessoas jurídicas, o lugar onde funcionarem as respectivas diretorias e administrações,
ou onde elegerem domicílio especial no seu estatuto ou atos constitutivos.
§ 1º Tendo a pessoa jurídica diversos estabelecimentos em lugares diferentes, cada um deles será
considerado domicílio para os atos nele praticados.
§ 2º Se a administração, ou diretoria, tiver a sede no estrangeiro, haver-se-á por domicílio da pessoa
jurídica, no tocante às obrigações contraídas por cada uma das suas agências, o lugar do estabelecimento,
sito no Brasil, a que ela corresponder.

RESPONSABILIDADE CIVIL DA PJ
ATO ILÍCITO: é a ação ou omissão de uma pessoa que viola direito e causa dano a outrem.

ELEMENTOS DO ATO ILÍCITO (CC Art. 186):

AÇÃO HUMANA: Omissiva ou Comissiva – Omissão ou Ação

CULPA LATO SENSO: se divide em dolo (intensão de causar dano), culpa (sem intensão de prejudicar,
mas assume o risco), sentido estrito

o Condução Humana: ocorre quando há ofensa a um direito que causa dano a alguém. Essa
conduta pode ser com dolo ou culpa em sentido estrito.
o Dano: é a lesão a um bem jurídico (patrimonial ou extrapatrimonial), que só foi causado por
ação ou omissão de alguém.
o Nexo de causalidade: relação de causa e efeito. (problema gerado a um, foi por ação do
outro?)

ATO ILÍCITO DECORRENTE DO ABUSO DE DIREITO (CC Art. 187):


não pode o detentor de um determinado direito exercê-lo de  Um lote, por exemplo
forma exagerada, pois acabará cometendo abuso, que também é  Usar = utilizar
equiparado ao ato ilícito, devendo reparar os danos causados.  Dispor = vender
Exemplo, credor que constrange o devedor com a cobrança,  Gozar = gerar frutos
ligando de forma constante para seu local de trabalho.

RESPONSABILIDADE CIVIL: é o dever jurídico secundário de reparar o dano decorrente do dever jurídico
primário de não causar o dano. (CC Art. 927)

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 RESPONSABILIDADE CONTRATUAL: está relacionada a situações em que as
pessoas firmam um contrato entre si, e o descumprimento das cláusulas
contratuais pode resultar na responsabilidade civil do inadimplente. (Adimplir, Inadimplir).
 RESPONSABILIDADE EXTRACONTRATUAL: nesta responsabilidade as partes não possuem contrato
entre si, mas uma pessoa acaba violando o dever geral de cuidado e causa dano à outra, podendo
ser responsabilizada.

RESPONSABILIDADE CIVIL DA PESSOA JURÍDICA: (CC Art. 932, lll / Art. 933) as PJ serão responsáveis pelos
atos ilícitos que praticarem, seja na esfera contratual ou extracontratual. (Responsável pelos seus
empregados, sendo culpa deste ou não)

 Subjetiva: analisa-se, se o autor do dano agiu com culpa. Se sim, deve indenizar; do contrário, não é
obrigado a indenizar. (Relacionado ao sujeito).
 Objetiva: o autor de um dano é obrigado a repara-lo, independentemente de culpa.

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UNIDADE 4
CLASSIFICAÇÃO DOS BENS
Bens são coisas com valor econômico.
Bens para o direito, são o objeto da relação jurídica.
Bens como objetos da relação jurídica, valor econômico e ser passível de apropriação.
Coisas não tem valor econômico.

PATRIMONIO – é um conjunto de bens que uma pessoa possui.

Bens são valores materiais ou imateriais que podem ser objeto de uma relação de direito. Enquanto
o objeto do direito positivo é a conduta humana, o objeto do direito subjetivo podem ser bens ou
coisas não valoráveis pecuniariamente.
São bens jurídicos os de natureza patrimonial, isto é, tudo aquilo que se possa incorporar ao nosso
patrimônio é um bem: uma casa, um carro, uma roupa, um livro, ou um CD. Além disso, há uma
classe de bens jurídicos não-patrimoniais. Não são economicamente estimáveis, como também
insuscetíveis de valoração pecuniária: a vida e a honra são exemplos fáceis de se compreender.

CORPOREOS – bem material, físicos. São aqueles que possuem existência visível, palpável pelo ser
humano, trata-se da maioria dos bens, como os bens móveis e imóveis.
INCORPÓREOS – ou imaterial, bem abstrato, ex. direitos autorais, patentes, energia elétrica. Não
possuem existência visível ao ser humano.

CLASSIFICAÇÃO DOS BENS CONSIDERADOS EM SI MESMO


MÓVEIS E IMÓVEIS
Imóveis - CC Art. 79 a 81
Móveis – CC Art. 82 a 84 – bens naturalmente móveis
Seção I
Dos Bens Imóveis
Art. 79. São bens imóveis o solo e tudo quanto se lhe incorporar natural ou artificialmente. (UM PRÉDIO, UMA VEGETAÇÃO)
Art. 80. Consideram-se imóveis para os efeitos legais:
 I - os direitos reais sobre imóveis e as ações que os asseguram;
 II - o direito à sucessão aberta.
Art. 81. Não perdem o caráter de imóveis:
 I - as edificações que, separadas do solo, mas conservando a sua unidade, forem removidas para outro local;
 II - os materiais provisoriamente separados de um prédio, para nele se reempregarem.
Seção II
Dos Bens Móveis
Art. 82. São móveis os bens suscetíveis de movimento próprio (SEMOVENTES, ANIMAIS), ou de remoção por força alheia,
sem alteração da substância ou da destinação econômico-social (VEICULOS, LIVROS, OBJETOS PESSOAIS).
Art. 83. Consideram-se móveis para os efeitos legais:
 I - as energias que tenham valor econômico;
 II - os direitos reais sobre objetos móveis e as ações correspondentes (PENHOR);
 III - os direitos pessoais de caráter patrimonial e respectivas ações.
Art. 84. Os materiais destinados a alguma construção, enquanto não forem empregados, conservam sua qualidade de
móveis; readquirem essa qualidade os provenientes da demolição de algum prédio. (BENS MÓVEIS POR ANTECIPAÇÃO)

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FUNGÍVEIS E INFUNGÍVEIS
Fungíveis e Consumíveis - CC Art. 85 e 86
Seção III
Dos Bens Fungíveis e Consumíveis
Art. 85. São fungíveis os móveis que podem substituir-se por outros da mesma espécie, qualidade e quantidade.
Os bens fungíveis são aqueles que podem ser substituídos por outros de mesmo gênero/espécie,
quantidade e qualidade.
Já os bens infungíveis são aqueles de natureza insubstituível, como, por exemplo, uma obra de arte,
uma edição rara de um livro, um touro premiado etc. A fungibilidade dos bens, de forma geral,
deriva da própria natureza do bem.

Mas existem ocasiões que tal situação não se verifica necessariamente assim, tendo em vista que a
vontade das partes poderá transformar um bem fungível em infungível. Um exemplo é o de uma
cesta de frutas que fica exposta para ornamentação em um evento de um restaurante. Tal cesta
deverá ser devolvida ao final do evento, não se admitindo que seja substituída por outra.

“À fungibilidade ou infungibilidade é predicado que resulta, em regra, da própria qualidade física,


da própria natureza da coisa. Mas pode advir igualmente da vontade das partes. Estas, por
convenção, tornam infungíveis coisas intrinsecamente fungíveis”.

CONSUMÍVEIS E INCONSUMÍVEIS
Art. 86. São consumíveis os bens móveis cujo uso importa destruição imediata da própria substância, sendo também
considerados tais os destinados à alienação.
Os bens consumíveis são os bens móveis cujo uso importa destruição imediata da própria
substância, bem como aqueles destinados à alienação, como bem se observa no disposto no artigo
86 do Novo Código Civil, sendo divididos em consumíveis de fato, como os alimentos, e consumíveis
de direito, como o dinheiro, celular a venda.

Os bens inconsumíveis são aqueles que suportam uso continuado, sem prejuízo do seu perecimento
ou destruição progressiva e natural, como um carro, pois, a característica da durabilidade é
imprescindível nesta diferenciação. Celular depois de comprado.

“Para ser considerado naturalmente consumível é preciso que, com o uso, sofra destruição
imediata. O bem suscetível de consumir-se ou deteriorar-se depois de um lapso de tempo mais ou
menos longo não é considerado consumível... Não consumível é, portanto, a coisa que suporta uso
continuado, repetido”.

DIVISÍVEIS E INDIVISÍVEIS
Divisíveis - CC Art. 87 e 88
Seção IV
Dos Bens Divisíveis
Art. 87. Bens divisíveis são os que se podem fracionar sem alteração na sua substância, diminuição considerável de valor, ou
prejuízo do uso a que se destinam. (SACA DE CAFÉ)
Art. 88. Os bens naturalmente divisíveis podem tornar-se indivisíveis por determinação da lei ou por vontade das partes.
Já os indivisíveis são aqueles em que não se verifica a possibilidade de fracionar ou dividir (um
celular, por exemplo). A indivisibilidade pode resultar:

 Da própria natureza do bem em questão: por exemplo, um animal.

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 De determinação legal, imposição da lei: por exemplo, o módulo rural
e a servidão. É no campo dos bens incorpóreos que mais se associa a
indivisibilidade por determinação legal.

“A hipoteca, como direito real sobre coisa alheia, é um bem incorpóreo a que se atribui a condição
legal da indivisibilidade [...] as servidões prediais são igualmente mantidas como bens indivisíveis”.

SINGULARES E COLETIVOS
Singulares e Coletivos - CC Art. 89 a 91
Seção V
Dos Bens Singulares e Coletivos
Art. 89. São singulares os bens que, embora reunidos, se consideram de per si , independentemente dos demais.
Art. 90. Constitui universalidade de fato a pluralidade de bens singulares que, pertinentes à mesma pessoa, tenham
destinação unitária.
Parágrafo único. Os bens que formam essa universalidade podem ser objeto de relações jurídicas próprias.
Art. 91. Constitui universalidade de direito o complexo de relações jurídicas, de uma pessoa, dotadas de valor econômico.
Bens singulares são aqueles considerados em sua individualidade, representado por uma
unidade autônoma. Os bens singulares podem ser divididos em simples e compostos.
 Singulares simples – advém natureza
 Singulares composto – advém de ação humana
Os bens coletivos são aqueles que, sendo compostos de vários bens singulares, acabam por formar
um todo homogêneo. Como, por exemplo, o gado formado por diversos bois, uma pinacoteca
formada por várias pinturas, ou uma biblioteca formada de vários livros.

Nessa perspectiva, uma planta, um animal, uma cadeira, um livro, uma obra de arte, todos estes,
são bens materiais, enquanto um crédito, a honra ou os direitos autorais sobre uma obra constituem
bens imateriais, isto é, dotados de abstração.

PRINCIPAIS E ACESSÓRIOS – BENS RECIPROCAMENTE CONSIDERADOS


Um bem em relação a outro. CC Art. 92 a 97
CAPÍTULO II
Dos Bens Reciprocamente Considerados
Art. 92. Principal é o bem que existe sobre si, abstrata ou concretamente; acessório, aquele cuja existência supõe a do
principal.
Art. 94. Os negócios jurídicos que dizem respeito ao bem principal não abrangem as pertenças, salvo se o contrário resultar
da lei, da manifestação de vontade, ou das circunstâncias do caso.
Art. 95. Apesar de ainda não separados do bem principal, os frutos e produtos podem ser objeto de negócio jurídico.

REGRA DA GRAVITAÇÃO JURÍDICA


Seção I
Das Obrigações de Dar Coisa Certa
Art. 233. A obrigação de dar coisa certa abrange os acessórios dela embora não mencionados, salvo se o contrário resultar do
título (PARTES) ou das circunstâncias do caso. (JUIZ QUE DEFINE)
Estabelece que os bens acessórios devem ter o mesmo fim do que tiver o bem principal, ou seja,
em uma relação jurídica a consequência final, por exemplo, a extinção, for atribuída ao bem
principal, deverá obrigatoriamente também o ser sobre o bem acessório, salvo estipulação em
contrário pela lei ou convenção das partes. Mas, do contrário não é verdadeiro, pois o bem principal tem
autonomia.

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Classificação dos bens acessórios:
A) BENFEITORIAS: incorporadas em um bem móvel ou imóvel, visando a sua
conservação ou melhora da sua utilidade. (obras feita na coisa, geralmente para realizar melhorias,
evitando prejuízo)
Art. 96. As benfeitorias podem ser voluptuárias, úteis ou necessárias.
§ 1 o São voluptuárias as de mero deleite ou recreio, que não aumentam o uso habitual do bem, ainda que o tornem mais
agradável ou sejam de elevado valor. (UM JARDIM NA CASA, POR PRAZER)
§ 2 o São úteis as que aumentam ou facilitam o uso do bem. (MELHORIA - GARAGEM NA CASA, +1QUARTO)
§ 3 o São necessárias as que têm por fim conservar o bem ou evitar que se deteriore.
Art. 97. Não se consideram benfeitorias os melhoramentos ou acréscimos sobrevindos ao bem sem a intervenção do
proprietário, possuidor ou detentor.

B) FRUTOS: são as utilidades que a coisa produz, porém não periodicamente, diminuindo-lhe a
quantidade e alterando sua substância até que ele se esgote, como, por exemplo, a extração de
carvão em uma mina. CC Art. 95

 Naturais – decorre da própria força da natureza


 Industriais – decorre da atividade humana
 Civis – rendimentos, dinheiro emprestado a juros, por exemplo
 Classificação em relação ao seu estado
 Pendentes – frutos ainda no pé
 Percebidos – já foram retirados
 Estantes – retirados e armazenados
 Percipiendos – que não foram colhidos e perderam sua utilização
 Consumidos – já foram utilizados ou vendidos
C) PRODUTOS: depende da intervenção humana para serem gerados e não são periódicos. (Não
renováveis - carvão).
D) PERTENÇAS Art 93: são móveis que não constituem parte integrante do bem, porém se
destinam, de forma duradoura, ao uso, serviço ou aformoseamento de outro. Por exemplo: um
trator de uma fazenda; os bens de decoração de uma residência; etc.
E) PARTES INTEGRANTES: bem acessório unido ao bem principal.
Entretanto, as pertenças não são partes integrante do bem, mas que se destinam de modo
duradouro ao seu uso, e assim, não seguem o princípio da gravitação jurídica, por força de norma
específica constante do art. 93 do Código Civil, salvo se o contrário resultar da lei, da manifestação
de vontade ou das circunstâncias do caso.
BENS QUANTO AO TITULAR DE DOMÍNIO
Bens públicos e particulares
Bens particulares são definidos por exclusão pelo art. 98: “o que não for público, todos os outros são
particulares, seja qual for a pessoa a que pertencerem”. São penhoráveis (há exceções), admite usucapião, é
alienável.
CAPÍTULO III
Dos Bens Públicos

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Art. 98. São públicos os bens do domínio nacional pertencentes às pessoas jurídicas de direito público
interno; todos os outros são particulares, seja qual for a pessoa a que pertencerem. (MUNÍCIOS, ESTADOS,
DISTRITO FEDERAL)

Art. 99. São bens públicos:


 I - os de uso comum do povo, tais como rios, mares, estradas, ruas e praças; (NÃO PERDEM ESSA CARACTERÍSTICA
SE O PODER PÚBLICO REGULAMENTAR O SEU USO, OU TORNÁ-LO ONEROSO, COMO POR EXEMPLO, A
INSTITUIÇÃO DE PEDÁGIO NAS RODOVIAS).
 II - os de uso especial, tais como edifícios ou terrenos destinados a serviço ou estabelecimento da administração
federal, estadual, territorial ou municipal, inclusive os de suas autarquias; (USO DO PODER PÚBLICO, PRÉDIOS
ONDE FUNCIONAM TRIBUNAIS, ESCOLAS PÚBLICAS, SECRETARIAS, MINISTÉRIOS, QUARTÉIS ETC.)
 III - os dominicais, que constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de direito público, como objeto de direito
pessoal, ou real, de cada uma dessas entidades.
Parágrafo único. Não dispondo a lei em contrário, consideram-se dominicais os bens pertencentes às pessoas jurídicas de
direito público a que se tenha dado estrutura de direito privado. (BENS DOMINICAIS, ABRANGEM BENS MÓVEIS E IMÓVEIS SOBRE
OS QUAIS O PODER PÚBLICO EXERCE PODERES DE PROPRIETÁRIO, COMO EXEMPLO, TÍTULOS DA DÍVIDA PÚBLICA, TERRAS
DEVOLUTAS, ILHAS FORMADAS EM MARES TERRITORIAIS OU RIOS NAVEGÁVEIS, ESTRADAS DE FERRO).
Art. 100. Os bens públicos de uso comum do povo e os de uso especial são inalienáveis, enquanto conservarem a sua
qualificação, na forma que a lei determinar.
Art. 101. Os bens públicos dominicais podem ser alienados, observadas as exigências da lei.
Art. 102. Os bens públicos não estão sujeitos a usucapião.
Art. 103. O uso comum dos bens públicos pode ser gratuito ou retribuído, conforme for estabelecido legalmente pela
entidade a cuja administração pertencerem.

BENS CONSIDERADOS QUANTO A POSSIBILIDADE DE SEREM OU NÃO NEGOCIADOS


No comércio: são os bens negociáveis.

Fora do comércio (extra commercium): são bens insuscetíveis de apropriação (por sua própria natureza) e
legalmente inalienáveis (não passíveis de alienação por disposição legal). São bens naturalmente
indisponíveis (ar, água do mar etc); legalmente indisponíveis (bens de uso comum do povo; bens de uso
especial; bens dos incapazes; valores e direitos da personalidade, como a dignidade, liberdade, honra; e
órgãos do corpo humano); ou indisponíveis pela vontade humana (bens com cláusula de inalienabilidade - o
que implicará na impenhorabilidade e incomunicabilidade dos bens nos termos da Súmula 49 do STF). Assim
podem ser:

 Insuscetíveis de apropriação: podem ser tanto os bens não econômicos (valores personalíssimos,
como vida, honra etc., e as coisas inúteis ou abundantes, como o ar, água), como as coisas da
sociedade, de interesse coletivo (gás, água, energia);
 Inalienáveis: por lei (bem de família) ou por vontade (testamento, doação).

ALIENABILIDADE
CPC Art. 833. São impenhoráveis:

 I - os bens inalienáveis e os declarados, por ato voluntário, não sujeitos à execução;


 II - os móveis, os pertences e as utilidades domésticas que guarnecem a residência do executado, salvo os de elevado valor
ou os que ultrapassem as necessidades comuns correspondentes a um médio padrão de vida;
 III - os vestuários, bem como os pertences de uso pessoal do executado, salvo se de elevado valor;
 IV - os vencimentos, os subsídios, os soldos, os salários, as remunerações, os proventos de aposentadoria, as pensões, os
pecúlios e os montepios, bem como as quantias recebidas por liberalidade de terceiro e destinadas ao sustento do devedor
e de sua família, os ganhos de trabalhador autônomo e os honorários de profissional liberal, ressalvado o § 2º ;
 V - os livros, as máquinas, as ferramentas, os utensílios, os instrumentos ou outros bens móveis necessários ou úteis ao
exercício da profissão do executado;
 VI - o seguro de vida;
 VII - os materiais necessários para obras em andamento, salvo se essas forem penhoradas;
 VIII - a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela família;

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 IX - os recursos públicos recebidos por instituições privadas para aplicação compulsória em
educação, saúde ou assistência social;
 X - a quantia depositada em caderneta de poupança, até o limite de 40 (quarenta) salários-
mínimos;
 XI - os recursos públicos do fundo partidário recebidos por partido político, nos termos da lei;
 XII - os créditos oriundos de alienação de unidades imobiliárias, sob regime de incorporação imobiliária, vinculados à
execução da obra.

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