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Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa

Stricto Sensu em Gerontologia

ESTIMULAÇÃO COGNITIVA CONJUGADA


COMO EXERCÍCIOS FÍSICOS EM IDOSAS
ATIVAS: EXAMINANDO UMA PROPOSTA DE
INTERVENÇÃO

Autora: Maribel Silva Dias


Orientador: Prof. Dr. Ricardo Moreno Lima

Brasília, 2010
MARIBEL SILVA DIAS

ESTIMULAÇÃO COGNITIVA CONJUGADA COM EXERCÍCIOS


FÍSICOS EM IDOSAS ATIVAS: EXAMINANDO UMA PROPOSTA DE
INTERVENÇÃO

Dissertação submetida ao Programa de Pós-Graduação


Stricto Sensu em Gerontologia da Universidade
Católica de Brasília, como requisito parcial para
obtenção do Título de Mestre em Gerontologia.

Orientador: Prof. Dr. Ricardo Moreno Lima

Brasília, 2010
Dedicatória

A minha querida mãe, Coraci Silva, por amor


e gratidão e a todas as idosas que gentilmente
cooperaram para que esse trabalho se
concretizasse.
SINCEROS AGRADECIMENTOS

Primeiramente a Deus, pela oportunidade de crescimento, iluminação, força e


determinação para realizar meus sonhos.
A minha mãe, Coraci Silva, que me preparou para a vida e me ensinou a
vencer obstáculos.
Ao Prof. Dr. Ricardo Moreno Lima, meu orientador, pela dedicação e
paciência que teve comigo.
À Secretaria de Educação do Distrito Federal, que me proporcionou o
afastamento do trabalho para que pudesse me dedicar exclusivamente ao mestrado,
dando-me a oportunidade de crescimento pessoal e profissional.
Ao Centro de Aperfeiçoamento em Pessoal de Ensino superior (Capes), pela
concessão da bolsa, que me apoiou financeiramente nesta jornada.
À Secretaria de Esportes do Distrito Federal, pela cessão do espaço físico e
apoio no desenvolvimento do Projeto Piloto de Pesquisa.
Ao Serviço Social do Comércio (SESC-Guará), em especial, Mauro Francisco
M. Marques, supervisor de atividades do SESC-Guará e Regina Caetano,
coordenadora de Assistência Social do SESC, por terem me dado a oportunidade de
executar essa pesquisa nessa instituição, tão séria, que realiza um trabalho
exemplar e comprometido em melhorar a qualidade de vida dos idosos.
A todo o corpo docente do Programa de Pós-Graduação Strito Sensu em
Gerontologia da Universidade Católica de Brasília, que com muita eficiência
compartilhou seu saber e me fez apaixonar pelo estudo do envelhecimento humano
e em especial à professora Dra. Gislane Ferreira Melo, que com suas
argumentações me conduziu ao insight de como unir atividades físicas a estímulos
cognitivos.
A todos os idosos e idosas que participaram dessa pesquisa e às voluntárias,
Emília Borges e Delmari Corrêa Mendes, minhas auxiliares, que contribuíram para a
realização deste trabalho.
Aos meus ex-alunos que sempre me motivaram e me inspiraram a buscar
respostas através do conhecimento, em especial, Sr. Joel de Medeiros, que me
incentivou a ingressar no mestrado.
Às amigas e enfermeiras Isabel Borges Santos e Neusa Matos, por terem
dividido seus conhecimentos comigo, me permitindo acompanhar a Oficina de
Memória ministrada por elas na Unidade Mista de Saúde de Taguatinga, me
proporcionando unir à teoria a prática.
A minha querida amiga Maria Helena Rodrigues Astolfi que sempre esteve
comigo nesta caminhada, ouvindo minhas angústias e aflições, me apoiando,
auxiliando e me dando forças para vencer as dificuldades que se apresentavam.
Aos amigos Paulo Eduardo Lopes, Henrique Cruvinel, Divina Evangelina
Ferreira, minha sobrinha Isadora Macedo Carneiro e minha irmã Luciene Silva pelo
auxílio em diferentes etapas deste trabalho.
Aos colegas, professores de Educação Física e meus familiares pela torcida
no sucesso desta jornada.
Às Examinadoras, que aceitaram o meu convite, e com certeza as suas
correções contribuirão para o meu crescimento acadêmico e profissional.
Muito obrigada a todos! Vocês foram verdadeiros anjos que Deus colocou no
meu caminho.
¨Vem, envelhece comigo. O melhor ainda
é viver a segunda parte da vida, para qual
a primeira foi feita¨. Nossos tempos estão
em suas mãos. Dele é que diz,¨eu
planejei o todo, a mocidade só mostra a
metade. Confia em Deus, vê tudo e não
temas¨.

Browning
RESUMO

Dias, Maribel Silva. Estimulação Cognitiva Conjugada com Exercícios Físicos


em Idosas Ativas: Examinando uma proposta de Intervenção. 2010. 132 p.
Dissertação de Mestrado em Gerontologia pela Universidade Católica de Brasília,
Brasília - Distrito Federal, 2010.

Objetivo: A finalidade desse estudo foi verificar os efeitos da conjugação de


estimulação cognitiva e exercícios físicos na memória de idosas ativas, inserindo
técnicas mnemônicas e estratégias de oficinas de memória tradicionais em sessões
de atividade físicas. Metodologia: Este estudo apresentou um delineamento
experimental. A amostra foi constituída por 55 mulheres idosas, com idade entre 60
a 80 anos com média e desvio padrão de 68,4 ± 5,6 residentes no Distrito Federal,
as quais foram aleatoriamente divididas em três grupos: 1) Estimulação Cognitiva
Tradicional (ECT), com 17 idosas; 2) Estimulação Cognitiva e Exercícios Físicos
(ECE), com 19; e 3) Grupo Controle (GC) com 19 idosas. As intervenções foram
realizadas em doze sessões, numa frequência semanal de 3 vezes. No grupo ECT
foram aplicados exercícios de oficinas de memória tradicionais; no ECE, exercícios
de oficina de memória aliados a atividades físicas; e o grupo controle permaneceu
com suas atividades normais, sem intervenção do pesquisador. Para seleção da
amostra foram aplicados o Mine Exame do Estado mental (MEEM) e Escala de
Depressão Geriátrica - Versão resumida (EDG- 15) e questionário de identificação.
Para avaliar a memória foram utilizados os seguintes testes: Memória de Lista de
Palavras (MLP), Fluência Verbal (FV) e Escala de Queixas de Memória (EQM).
Essas avaliações foram realizadas em todas as participantes, antes e após o
período de intervenção. Resultados: Foi observada diferença significativa entre o
pré e pós-intervenções nos grupos ECE e ECT, para todas variáveis avaliadas de
memória, enquanto que nenhuma alteração significativa foi notada no GC. Ainda, foi
verificado que o valor de EQM na pós-intervenção foi significativamente maior no GC
em comparação ao ECE e ao ECT e houve uma interação significativa tempo*grupo
nas variáveis EQM e FV, nos grupos ECE e ECT, indicando uma maior magnitude
de alteração, em relação ao GC. Conclusão: A Estimulação cognitiva aliada a
exercícios físicos produziu efeitos semelhantes àqueles observados com oficinas de
memória tradicionais. Os grupos que foram submetidos às intervenções (i.e., ECE e
ECT) exibiram melhor rendimento nos testes de MLP e FV, e menor escore na EQM,
quando comparado ao momento pré-intervenção. O GC não apresentou alterações
significativas nos testes pré e pós para nenhuma das variáveis estudadas. Embora a
conjugação de exercícios físicos e estimulação cognitiva da memória não tenham
apresentado escores superiores significativos, demonstrou ser eficaz e válida como
intervenção para a estimulação da memória em grupos de idosas.

Palavras-chaves: memória, exercícios físicos, cognição, idoso.


ABSTRACT

Dias, Maribel Silva. Conjugated Cognitive Stimulation with physical exercise in Active
Elderly Women: Examining a Proposal of Intervention. 2010. 131 pages. Dissertation
in Gerontology from the Catholic University of, Brasilia – Federal District, 2010.

Objective: This study´s purpose was to verify the effects of the combination of
cognitive stimulation and physical exercises in the active elderly ladies memories by
inserting mnemonics techniques and strategies from traditional memory workshops in
physical activities lesion. Additionally, to verify if the proposition of stimulating
cognition conjugated with physical exercises combined to cognitive stimulation
provides additional benefits to memory when compared to cognitive stimulation by
itself. Methodology: This study presented an experimental delineation. The sample
was constituted by 55 elderly women, whose ages were between 60 and 80 years
old, with an average of 68, 4 years old and 5,6 years old of standard deviation. These
women live in Federal District of Brazil and were randomly divided in three groups:
1)Traditional Cognitive Stimulation (TCS), composed by 17 elderly women; 2)
Cognitive Stimulation and Physical Exercise (CSPE), composed by 19 elderly
women; 3) Control Groups (CG), composed by 19 elderly women. These
interventions were made during twelve sessions, occurring three times a week. In
the TCS group were applied exercises from traditional memory workshops in the
CSPE group were applied memory workshop exercises combined to physical
exercises; and the control group remained with its normal activities and had no
intervention from the researcher. The Mini-Mental State Examination (MMSE), the
Scale of Geriatric Depression Resumed Version (GDS-15) and an identification
questionary were applied to select the sample. The following tests were used to
evaluate the Word List Memory task (WLM), Verbal Fluency (VF), Scale of Memory
Complaints (SMC). These evaluations were taken by all of the participants before
and after the intervention. Results: It was observed a significant difference between
the pre-intervention behavior and the post-intervention one in the TCS and the CSPE
groups, to all memory variables evaluated, as no significant difference was noticed in
the CG. Yet, it was verified that the post-intervention SMC value was significantly
bigger in the CG compared to the TCS and CSPE groups and there was a
meaningful time * group interaction in the SMC and VF variables in the TCS and
CSPE groups. This last fact indicates a bigger alteration magnitude related to the
CG. Conclusion: The cognitive stimulation combined to physical exercises produced
similar effects to those observed in traditional memory workshops. The intervention
subjected groups (i. e. TCS and CSPE) exhibited better throughput in the WLM and
VF tests and a lower score in the SMC when compared to the pre-intervention
moment. The CG did not present significant changes between the pre-intervention
and the post-intervention tests for any of the studied variables. Although the
combination of cognitive stimulation to physical exercises did not present significantly
superior scores, it proved to be efficient and valid as an intervention to memory
stimulation in groups composed by elderly ladies.

Key-words: memory, cognition, exercises physical, elderly.


LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Quadro 1- Sistemas e subsistemas da memória.......................................................26

Figura 1- Fluxograma do recrutamento das voluntárias do estudo..........................45


LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Estatística descritiva. Valores expressos em média e desvio


padrão........................................................................................................................46

Tabela 2 - Caracterização da amostra em relação à reposição hormonal, uso de


medicamentos, hipertensão, atividades intelectuais, atividade laboral e estado
civil..............................................................................................................................47

Tabela 3 - Características da amostra em relação aos grupos estudados................48

Tabela 4 - Caracterização da amostra em relação à reposição hormonal, uso de


medicamentos, hipertensão, atividades intelectuais, atividade laboral e estado civil
nos grupos de estudo.................................................................................................49

Tabela 5 - Resultados dos testes de memória antes e após o protocolo


experimental, para os três grupos..............................................................................50
LISTA DE ABREVIATURAS

CERAD- Consortium to Estabilish a Registry for Alzheimer Disease


EDG- Escala de Depressão Geriátrica
EQM- Escala de Queixa de Memória
ECT- Estimulação Cognitiva Tradicional
ECE- Estimulação Cognitiva e Exercício
FV- Fluência Verbal
GC- Grupo Controle
MP- Memória Primária
MCP- Memória a Curto Prazo
MLP- Memória e Lista de Palavras
NT-3- Fator Neutrofina
NGF- Fator de Crescimento do Nervo
SNC- Sistema Nervoso Central
SESC Serviço Social do Comercio
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 17

2 OBJETIVOS ......................................................................................................... 19

2.1 OBJETIVO GERAL............................................................................................. 19

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ............................................................................. 19

3 HIPÓTESES ........................................................................................................ 20

4 REVISÃO DE LITERATURA .............................................................................. 20

4.1 ENVELHECIMENTO DO SISTEMA NERVOSO E PLASTICIDADE CEREBRAL20

4.2 COGNIÇÃO, MEMÓRIA E ENVELHECIMENTO ............................................... 24

4.3 EXERCÍCIOS DE COGNIÇÃO E MEMÓRIA EM PESSOAS IDOSAS .............. 29

4.4 EXERCÍCIOS FÍSICOS, COGNIÇÃO E MEMÓRIA EM PESSOAS IDOSAS .... 31

4.5 EXERCÍCIOS FÍSICOS CONJUGADOS COM EXERCÍCIOS DE COGNIÇÃO . 33

5 MATERIAIS E MÉTODOS ................................................................................... 34

5.1- DELINEAMENTO DO ESTUDO ......................................................................... 35

5.2 - AMOSTRA ........................................................................................................ 35

5.2.1- Critérios de inclusão ..................................................................................... 35

5.2.2 - Critério de exclusão ..................................................................................... 35

5.3 CUIDADOS ÉTICOS .......................................................................................... 37

5.4 INSTRUMENTOS ............................................................................................... 36

5.4.1- Mini-exame do Estado Mental ...................................................................... 38

5.4.2 - Escala de Depressão Geriátrica .................................................................. 38

5.4.3 - Memória de Lista de Palavras ..................................................................... 39

5.4.4 - Teste de Fluência Verbal ............................................................................. 39

5.4.5 - Escala Subjetiva de Memória ...................................................................... 40

5.5- INTERVENÇÕES ............................................................................................... 40


5.5.1- Estimulação Cognitiva Tradicional .......................................................... ....41

5.5.2- Estimulação Cognitiva e Exercícios Físicos............................................... 42

5.5.3- Grupo Controle .............................................................................................. 43

5.6 - TRATAMENTO ESTATÍSTICO ......................................................................... 43

6 - RESULTADOS......................................................................................................44

6.1- CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA..................................................................44

6.2 - RESULTADOS DAS INTERVENÇÕES.............................................................49

7 – DISCUSSÃO........................................................................................................50

7.1- PARTICIPANTES DA PESQUISA......................................................................51

7.2- ESTIMULAÇÃO COGNITIVA TRADICIONAL.....................................................54

7.3- ESTIMULAÇÃO COGNITIVA CONJUGADA COM EXERCÍCIOS FÍSICOS....55

7.4 - RELEVÂNCIA DE CONJUGAR EXERCÍCIOS COGNITIVOS COM


EXERCÍCIOS FÍSICOS..............................................................................................57

7.5- LIMITAÇÕES DO ESTUDO................................................................................58

7.6 - APLICABILIDADE PRÁTICA.............................................................................59

8- CONCLUSÃO........................................................................................................60

9 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS....................................................................61

APÊNDICES.........................................................................................................77

APÊNDICE A - Questionário de Identificação........................................................77

APÊNDICE B - Mini-Exame do Estado Mental......................................................80

APÊNDICE C - Escala de Depressão Geriátrica....................................................85

APÊNDICE D - Memória de Lista de Palavras.......................................................86

APÊNDICE E - Teste de Fluência Verbal...............................................................87

APÊNDICE F - Escala Subjetiva de Memória........................................................88

APÊNDICE G - Plano de Ensino das Intervenções................................................91


APÊNDICE H - Oficina de Estimulação Cognitiva Tradicional..............................91

APÊNDICE I - Oficina da Estimulação Cognitiva e Movimento Corporal.............93

ANEXOS

ANEXO 1-Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.....................................95


ANEXO 2- Aprovação do Comitê de Ética da FEPECS ......................................97
ANEXO 3- Cronograma de Atividades da Pesquisa.............................................98
ANEXO 4- Oficina de Estimulação Cognitiva Tradicional.....................................99
ANEXO 5- Oficina de Estimulação Cognitiva e Movimento.................................114
17

1- INTRODUÇÃO

O envelhecimento humano sempre despertou interesse, tanto popular como


das ciências. Estas, geralmente com intuito de compreender, prevenir e amenizar os
efeitos desse processo e prolongar a vida. Várias conquistas nessa área do
conhecimento foram obtidas, contribuindo para o aumento da expectativa de vida e o
bem-estar do homem que envelhece. No entanto, alterações fisiológicas,
bioquímicas e psicológicas sempre fizeram parte do ciclo natural da vida, e
continuarão fazendo. Quando se chega à velhice, essas modificações podem trazer
reduções de capacidade e perdas, podendo chegar a déficits físicos e cognitivos.

Uma das alterações importantes é a que ocorre no cérebro, em diversos


aspectos. No aspecto morfológico, ocorre a redução do tamanho e peso, por perdas
de neurônios e morte celular. No fisiológico, aparece a diminuição da quantidade e
velocidade das sinapses (AZEVEDO, 2003) e mudanças anatômicas e bioquímicas
(CANÇADO; HORTA, 2006). Além disso, podem incidir alterações com a pouca
estimulação (ISQUIERDO, 2003) e escassa reserva cognitiva (STERN, 2002), que
contribui para que muitos aspectos da memória e do processo cognitivo se
deteriorem com a idade. Estudo como de Yassuda; Lasca e Neri (2005) mostra que
mesmo na ausência de patologias, o envelhecimento induz a um declínio modesto,
mas gradual e significativo da memória. Todavia, esse declínio não é uniforme e
alguns tipos de memória são afetados e outros não. Do mesmo modo, ocorrem
diferenças individuais sobre os efeitos do envelhecimento na memória (CANÇADO;
HORTA, 2006).

Os limites entre o declínio normal e patológico não estão bem determinados.


Na Doença de Alzheimer (DA), ainda não existe um marcador biológico seguro e os
testes psicométricos podem dar resultados falso-positivos ou falso-negativos. No
idoso normal, o declínio da memória operacional e memória secundária (recente) é
maior que o das memórias primária (imediata) e terciária (remota), de modo similar
ao encontrado nas fases iniciais da DA. Na neuroimagem, os achados de atrofia ou
hipoperfusão em regiões entorrinais-hipocampais ou temporo-parietais são
sugestivos de DA, mas podem estar ausentes nas fases iniciais desta doença.
(DAMASCENO, 1999). Outras características patológicas da doença de Alzheimer,
18

como a perda de sinapse, placas amilóides e emaranhados neurofibrilares, pode


correlacionar com declínio cognitivo no envelhecimento e tornar-se extensas na
doença de Alzheimer, mas são detectados em vários graus em muitos indivíduos
com idade avançada e com ausência de demência (SNOWDON, 2003; BISHOP, LU
TAO E YANKER, 2010). Muitas vezes, o declínio cognitivo pode chegar a um
comprometimento cognitivo ou pode ser prelúdio de demências, trazendo
dificuldades para as atividades diárias, problemas no convívio social e perda da
autonomia (FALCÃO; BUCHER-MALUSCHKE, 2009). A taxa de conversão de
comprometimento cognitivo leve para a doença de Alzheimer é de aproximadamente
de 10% a 15% ao ano (PERTENSEN, 2001).

Por ser a memória uma das funções cognitivas essenciais para a vida, pois é
através dela que retemos e utilizamos informações, nela incide grande parte das
queixas dos idosos. Estudos epidemiológicos indicam que 4% a 54% dos idosos
apresentam queixas relacionadas à memória (BARKEN; JONE; JENNISON, 1995).
Pela importância de manter essa função para se ter um envelhecimento saudável, é
necessário a aplicação de intervenções nos declínios normativos ou em demências,
com o objetivo de assegurar um desempenho razoável que garanta a qualidade e
gestão da própria vida e evitar maiores prejuízos.

Com o intuito de estimular a memória e promover a plasticidade cerebral,


várias intervenções têm sido propostas em estudos científicos, tais como: treino
cognitivo em oficinas (VERHAEGHEN; MARCOEN; GOOSENS, 1992; SHERRY et
al., 2006; YASSUDA, 2006; NOVOA; JUAREZ; NEBOT, 2008), programas de
computador (GUENTHER, 2003), musicoterapia (GATTI, 2008), videojogos
(TORRES; ZAGALO, 2008) e exercícios físicos (Antunes.,et al., 2006). Duas
intervenções muito comuns e disponíveis, treinamento de memória em oficinas e a
prática de exercícios físicos, têm evidenciado efeitos benéficos na cognição e
memória dos idosos. Contudo, na literatura, poucos pesquisadores investigaram a
união das duas técnicas. Com essa abordagem, ressaltam-se os estudos de Oswald
et al., (1996), e Fabre et al., (2002), que uniram exercícios físicos e exercícios
cognitivos com a finalidade de potencializar os efeitos na cognição e na memória. Os
resultados dessas intervenções sugerem que a união das duas técnicas pode
melhorar a cognição ou mesmo maximizar seus efeitos. Todavia, os autores desses
estudos não detalharam os métodos utilizados para essa conjugação.
19

Adicionalmente, não foi encontrado, no Brasil, nenhum estudo que examinasse o


efeito dessa conjugação, portanto, esse tema merece maiores investigações para
elucidar se mesma é possível, se pode produzir efeitos benéficos na cognição como
a estimulação cognitiva tradicional e se é capaz de reforçar esses efeitos.

A união de exercícios físicos, com técnicas de oficina de memória demonstrou


que pode ser uma intervenção interessante e eficiente, com aproveitamento de
recursos e tempo, visto que, em uma única sessão, podem ser trabalhados
importantes aspectos para envelhecimento saudável (físico e mental). Com isso,
essa conjugação Estimulação Cognitiva e Exercícios Físicos (ECE) poderá constituir
uma estratégia a ser utilizada nas aulas de atividades físicas para idosos,
exercitando rotineiramente a memória.

2- OBJETIVOS

2.1- OBJETIVO GERAL

Verificar os efeitos da conjugação de estimulação cognitiva e exercícios


físicos sobre indicadores da memória de idosas ativas.

2.2- OBJETIVOS ESPECÍFICOS

- Conjugar estímulos cognitivos e exercícios físicos para estimular a memória de


idosos, inserindo técnicas mnemônicas, em sessão de atividade física para idosos.

- Verificar se a proposta de estimular a cognição conjugada com exercícios físicos


proporciona ganhos adicionais de memória, quando comparada à estimulação
cognitiva isoladamente.
20

3- HIPÓTESES

Com base na revisão da literatura, será considerada a hipótese de que tanto a


estimulação cognitiva como a estimulação cognitiva conjugada com exercícios
físicos influenciarão positivamente nos aspectos da memória, com uma possível
superioridade do grupo que praticou o treino combinado (ECE).

4 - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

4.1- ENVELHECIMENTO, SISTEMA NERVOSO E PLASTICIDADE CEREBRAL

O envelhecimento fisiológico compreende uma série de alterações nas


funções orgânicas e mentais do homem. Devido aos efeitos da idade avançada
sobre o organismo, este vai perdendo a sua capacidade de manter o equilíbrio
homeostático, e todas as funções fisiológicas gradualmente começam a declinar.
(STRAUB et al., 2001)

No sistema nervoso central, durante o processo de envelhecimento, ocorre


uma perda progressiva das células nervosas (SOARES, 2006) e uma retração
neuronal (GRILL; RIDDLE, 2002; CANÇADO; HORTA, 2006), caracterizando certa
atrofia cerebral (CARVALHO FILHO; PAPALÉO NETTO, 2000; CANÇADO; HORTA,
2006). Essa redução ocorre por morte celular, principalmente no córtex dos giros
pré-centrais, nos giros temporais e no córtex do cerebelo (CARVALHO FILHO;
PAPALÉO NETTO, 2000), hipocampo, amígdala, substância negra, núcleos
hipotalâmicos, núcleos de base, tálamo, tronco cerebral (núcleo facial) e medula
espinhal. Ainda, ocorrem alterações como redução de tamanho das células na
substância branca e corpo caloso, e no núcleo coclear do tronco cerebral (MORA;
PORRAS, 1998). O número de células nervosas decrescendo com o envelhecimento
é normal. Em algumas áreas a perda da célula é mínima, em outras (por exemplo, o
hipocampo), a perda é pronunciada (CANÇADO e HORTA, 2006). No cerebelo, a
21

magnitude desta perda se dá em torno de 2,5% das células de Purkinje por década;
na substância negra, passa de 1,4% entre os quinze e os sessenta e cinco anos,
para 11% entre os sessenta e cinco e oitenta e cinco anos (MORA; PORRAS, 1998).
Essa redução neuronal acaba alterando as conexões entre os neurônios
(AZEVEDO, 2003) e, em função dessas, a velocidade de condução nervosa é
reduzida (HEATH, 1994), tendo uma queda de 15% entre os cinquenta e oitenta
anos (BORGE; HERNÁNDEZ; EGEA, 1999) ou, segundo Vargas (2001), de 1% a
15% até os sessenta anos.

Ocorrem ainda, alterações dendríticas que podem se refletir em uma


diminuição da densidade sináptica, sendo este processo geralmente acompanhado
da degeneração dos axônios mielínicos (BERNHARDI, 2005). Além disso, pode
incidir uma queda de 50% das sinapses a partir de 80 anos, se comparadas com as
de indivíduos de 50 a 60 anos. Simultaneamente, pode acontecer o aumento das
sinapses remanescentes, como um mecanismo compensador (PITELLA, 2005).
Com todas essas alterações o cérebro humano perde peso e volume. Ou seja, com
o avanço da idade o peso do cérebro humano diminui, chegando a uma redução em
torno de 10%. Esse declínio apresenta-se mais precocemente na mulher do que no
homem Uma explicação para este evento pode estar relacionada ao declínio do
estrógeno nas mulheres a partir da menopausa (CANÇADO; HORTA, 2006). Em
relação ao volume, a magnitude desta diminuição seria de aproximadamente 2% por
década a partir dos cinquenta anos (MORA; PORRAS, 1998; BORGE;
HERNÁNDEZ; EGEA, 1999).

Acompanhando esta redução de peso e volume, observam-se mudanças


anatômicas em diversas estruturas do sistema nervoso. Segundo Pitela (2005),
estas são: alargamento e aprofundamento dos sulcos corticais, redução da largura
dos giros, alargamento das fissuras e cisternas basais, redução da substância
branca e espaçamento das meninges. Além disso, ocorrem alterações bioquímicas
(CANÇADO; HORTA, 2006) afetando o sistema de neurotransmissores, no qual
ocorre a diminuição dos níveis de acetilcolina, receptores colinérgicos, ácido gama-
aminobutírico, seretonina, dopamina. Ademais, Richard e Amouyel (2001)
observaram, por meio de análise histológica que durante o processo de
envelhecimento podem aparecer placas senis, degeneração neurofibrilar e
granulovascular e acúmulo de lipofuscina.
22

Somadas a tudo isso, podem ocorrer também modificações fisiológicas no


processo de envelhecimento que vão influenciar negativamente na cognição, tais
como: diminuição da audição, aumento da pressão arterial e aumento das doenças
crônicas não transmissíveis. Estudo como o de Kopper; Teixeira; Dorneles (2009)
evidencia piores desempenhos no teste de Mini-Exame do Estado Mental (MEEM),
de acordo com o grau de deficiência auditiva e escolaridade. No que diz respeito à
hipertensão relacionada à cognição, um artigo de revisão analisou onze estudos e
verificou que, em oito destes artigos, encontrou-se uma relação entre hipertensão
arterial e risco de déficits cognitivos (SASHIDA; FONTES; DRIUSO, 2008). Quanto
às doenças crônicas não transmissíveis como o diabetes melitus, diversos trabalhos
têm associado com as disfunções cognitivas (ALMEIDA-PITTITO, ALMADA FILHO;
CENDOROGLO, 2008), assim como arteriosclerose, doenças cardiovasculares
(KIVEPETTO et al., 2001) e obesidade (GUSTAFSON et al., 2003).

Contudo, Okuma (1998) sugere que o envelhecimento humano é pessoal e


diferenciado e envolve vários processos, os quais abrangem aspectos
biopsicossociais. Além de não ser uniforme e não ocorrer de forma simultânea no
organismo, não está associado à existência de doenças (PALACIOS, 2004). Em
relação ao envelhecimento do Sistema Nervoso Central destaca-se o experimento
em modelo animal (ratos) de Rosenzweig et al, (1962), que utilizou o arranjo de
gaiolas viveiros diferentes daquelas comumente encontradas em biotérios, contendo
animais em conjunto ou alojados individualmente. Os pesquisadores criaram um
ambiente enriquecido, onde foram utilizadas gaiolas viveiros maiores e que
ofereciam uma grande quantidade e variedade de estímulos, tais como objetos de
formas diferentes, espelhos, rodas de atividades, escadas, além de possibilidades
diversas para conseguir alimento. Nesse experimento, pode-se observar que,
independentemente das idades dos animais, houve uma interação com ambientes
ricos em estimulação, resultando em alterações específicas no Sistema Nervoso
Central (SNC) dos ratos. Entre estas, estavam incluídas o aumento na espessura
das camadas do córtex visual, no tamanho de corpos neuronais e dos núcleos dos
corpos neuronais, no número de sinapses e na área das zonas de contato sináptico,
no número de dendritos e de espinhas dendríticas, no volume e no peso cerebral,
além de alterações em níveis de neurotransmissores.
23

Apesar de ocorrerem muitas perdas no SNC, pode ocorrer também à


plasticidade cerebral, que pode ser definida como mudança adaptativa na estrutura
e nas funções do sistema nervoso. A plasticidade cerebral pode vir a existir em
qualquer estágio da ontogenia, como função de interações com o ambiente interno
ou externo ou, ainda, como resultado de danos de traumatismos ou de lesões que
afetam o ambiente neural (PHELPS, 1990).

O alcance da Plasticidade não parece ser influenciado pela idade, podendo


esta, assim, ser estimulada inclusive em idosos (BHERER et al., 2006). Lent (2004)
indica a existência de várias formas de plasticidade: de regeneração, plasticidade
axônica, dendrítica, sináptica e somática. A plasticidade de regeneração é a
capacidade de recuperar axônios lesados. A plasticidade axônica permite que os
terminais axônicos de neurônios sadios possam reorganizar sua distribuição de
acordo com estímulos do ambiente. Ainda, os dendritos sadios têm essa
capacidade, que se manifesta nos troncos, ramos e espinhas dendríticas, sendo
esta a chamada plasticidade dendrítica. Além disso, as sinapses podem fazer uso
de aumentos ou diminuições nas transmissões sinápticas, ocorrendo a plasticidade
sináptica. Ademais, também pode ocorrer a plasticidade somática que é a
capacidade de regular a proliferação ou morte de células nervosas. Segundo
Cardoso et al. (2007), a plasticidade neural pode ser entendida como a propriedade
que o cérebro dispõe para amenizar as perdas fisiológicas com a passagem do
tempo, sendo um mecanismo compensador.

A capacidade de formação de novos brotos e crescimento dos axônios pode


ser programada geneticamente ou pode depender do meio. Existe uma classe de
proteínas regenerativas, as quais promovem esse evento e são denominados fatores
tróficos. São eles: fator de crescimento do nervo (NGF–nerve growth factor), fator
neurotrófico derivado do cérebro (BDNF–brain derived neurotrophic), fator
neurotrofina 3 (NT-3 –neurotrophin-3), neurotrofinas 4, 5 e 6, fator neurotrófico ciliar
(CTNF–ciliary neurotrophic factor) (ANNUNCIATO; SILVA, 1998), fator neurotrófico
derivado da glia (GDNF–glial derived neurotrophic factor) (DA SILVA; LIMA;
TREZENA, 1990), fator de crescimento fibroblástico ácido (AFGF–acidic fibroblast
growth factor), fator de crescimento fibroblástico básico (BFGF–basic fibroblast
growth factor), fator de crescimento epidérmico (EGF–epidermal growth factor)
(CERRUTTI; FERRARI, 1995), dentre outros.
24

Outro recurso individual no processo de envelhecimento do sistema nervoso e


declínio das habilidades cognitivas é a Reserva Cognitiva, que pode ser entendida
como a capacidade de ação de ativação progressiva de redes neurais a demandas
crescentes. Nesse sentido, a reserva cognitiva é um processo normal utilizado pelo
cérebro saudável durante as tarefas intelectuais. Por outro lado, pode-se considerar
Reserva Cognitiva como a capacidade que permite o indivíduo com maior educação,
maior nível ocupacional e maior inteligência compensar com maior êxito as
patologias e enfermidades, por utilizar estruturas cerebrais e redes neurais não
usadas normalmente por cérebros saudáveis (STERN, 2002). Assim, as pessoas
podem ter a mesma quantidade de tecido no encéfalo, mas uma pode mostrar muito
mais demência do que a outra (ALVAREZ; RODRIGUES, 2004). Segundo os
mesmos autores, atualmente o estudo da Reserva Cognitiva tem integrado
diferentes fatores que atuam no desempenho cognitivo, tais como: capacidades
inatas, fatores socioeconômicos, educação, posto de trabalho desempenhado e
atividades de lazer, principalmente em idades mais avançadas.

4.2 - COGNIÇÃO, MEMÓRIA E ENVELHECIMENTO.

A cognição tem sido vista como a função cortical que pode ser subdividida em
sub-funções distintas, como a atenção, orientação, memória, organização
visuomotora, raciocínio, função executiva, planejamento e solução de problemas. A
conceituação, em geral, ilustra a cognição como a capacidade de adquirir e usar
informação, a fim de que o indivíduo adapte-se às demandas do meio ambiente.
Esse conceito engloba capacidades de processamento da informação,
aprendizagem e generalização (ABREU; TAMAI, 2006).

Entre as funções cognitivas, uma de suma importância é a memória que,


segundo Xavier (1996), é a capacidade de alterar o comportamento em função de
experiências anteriores e, segundo Lezak; Howeison; Loring (2004) é a habilidade
capaz de registrar, armazenar e evocar informações. Historicamente, os romanos
imaginavam a memória como uma rede de conectores complexa ligados entre si.
Posteriormente, acreditava-se que era como um lugar onde se guardavam as
25

lembranças. Com o avanço tecnológico, ela já foi comparada a uma central


telefônica e, mais recentemente, ao computador. Várias pesquisas procuram
esclarecer o funcionamento da memória, sendo as questões mais frequentes
relativas à sua localização e funcionamento e, mais recentemente, às associações
ao envelhecimento e as consequências sociais e familiares (PINTO, 1999).

Do ponto de vista biológico e funcional, algumas regiões do encéfalo estão


ligadas ao armazenamento de informações. Considera-se que as informações
transitórias e duradouras são armazenadas em diversas áreas corticais: memórias
motoras no córtex motor, memórias visuais no córtex visual, e assim por diante.
Dessas regiões elas podem ser mobilizadas; por exemplo, a memória operacional é
mobilizada pelas áreas pré-frontais do córtex em ligação com áreas do córtex
parietal e occipitotemporal. Do mesmo modo, as memórias explícitas podem ser
consolidadas pelo hipocampo e áreas corticais adjacentes do lobo temporal medial,
em conexão com núcleos do tálamo e hipotálamo. O processo de consolidação é
fortemente influenciado por sistemas moduladores, especialmente aqueles
envolvidos com o processo emocional, como o complexo amidalóide do lobo
temporal (LENT, 2004). Contudo, sabe-se que a memória não está localizada em
uma estrutura isolada do cérebro; ela pode ser considerada um fenômeno biológico
e psicológico, envolvendo uma aliança de sistemas que funcionam juntos. A tudo
isso, deve se juntar a dimensão social da vida do homem, a qual contribui para a
qualidade da memória (PINTO, 1999)

A literatura sobre esse tema apresenta a memória em vários modelos,


formada por sistemas. Um dos mais influentes foi o proposto por Atkinson e Shiffrin
(1968), que define três grupos de memória: memória sensorial ou primária (MP),
memória de curto prazo (MCP) e memória de longo prazo (MLP). De acordo com
este modelo, os estímulos externos chegam através do ambiente e são inicialmente
armazenados na memória sensorial. Uma vez processadas, as informações são
transferidas para a memória de curto prazo e, posteriormente, para a memória de
longo prazo. Atkinson e Shiffrin (1968) também identificaram que, quanto mais
tempo se mantiver um item na memória de curto prazo, maior a probabilidade de
este ser transferido para a memória de longo prazo (BADDELEY, 1998). Porém,
esse modelo apresentou algumas limitações, pois indicava que os pacientes com
déficits em MCP apresentariam também problemas na MLP. Posteriormente,
26

algumas pesquisas que testaram o modelo de Atkinson e Shiffrin (1968) revelaram


certa independência dos dois subsistemas propostos, apesar de constatarem, nas
suas atuações, cooperação em determinadas situações (SHALLICE;
WARRINGTON,1970).

O sistema de memória proposto por Atkinson e Shiffrin se baseia no tempo e


divide-se em subsistemas, de acordo com o conteúdo (Quadro 1). Apesar de suas
limitações, esse modelo é utilizado até hoje em estudos.

Tempo Conteúdo

Memória de Curtíssimo Prazo Memória Sensorial

Memória a Curto Prazo Memória de Trabalho

Memória Explicita (declarativa)


- Episódica
Memória a Longo Prazo - Semântica
Memória Implícita ( não declarativa)
- Procedimental

Fonte: Atkinson e Shiffrin (1968)

Quadro 1- Sistemas e Subsistemas de Memória

Em relação ao conteúdo deste modelo, a memória sensorial é a memória de


curtíssimo prazo, cuja retenção dura apenas alguns segundos. Já a memória de
trabalho é um tipo de memória de curta duração que depende de um
27

armazenamento transitório de processamento de informação para a realização de


tarefas (BADDELEY, 1981).

A memória explicita ou declaratória é formada de maneira consciente e é


evocada por meio da palavra. Ao contrário, a memória implícita é formada de
maneira inconsciente e não é possível verbalizá-la (IZQUIERDO, 2003). Um tipo de
memória explicita é a memória episódica, que se refere à retenção de experiências
sobre fatos e eventos do passado. Outro é a memória semântica, considerada como
reservatório de conhecimento sobre o mundo e as proposições a respeito dele. Esta
possibilita que a pessoa mantenha conversas com significado (FRANK; LADEIRA,
2006). Por fim, a memória procedimental se refere à capacidade de aprender novas
habilidades motoras, perceptivas ou cognitivas, e requer treino e repetição da tarefa
em questão (HELENE; XAVIER, 2003). Os sistemas de memória funcionam de
forma cooperativa, mas muitas vezes independentes (XAVIER, 1996).

Apesar do modelo de Atkinson e Shiffrin (1968) ser limitado, ele foi utilizado
como precursor de uma série de modelos e seus sistemas são utilizados em estudos
até hoje. O presente estudo adotou este modelo, por ser o mais utilizado nos
estudos científicos. Todavia, outros estudos refletem sobre a existência de diversos
sistemas de memória, como o modelo de Hunt (1971), que distinguiu entre os
componentes básicos da memória e os processos de controle. Os componentes
básicos seriam o buffer sensorial, equivalente à memória sensorial (MS), memória
de curto prazo (MCP), memória de médio prazo (MMP) e memória de longo prazo
(MLP). Por exemplo, em uma conversa, a MCP seria responsável pela recordação
de palavra por palavra, a MMP recordaria o tema geral da conversa e a MLP
conservaria o conteúdo que se conhece da conversa. Também atuariam processos
de controle, que seriam os processos atencionais, os quais permitem transferir a
informação, desde a percepção sensorial até a MLP (COLOM; FLORES, 2001).

Outro modelo foi o de Craik e Lockhart (1971), que sugeriram a


independência dos subsistemas e a possibilidade do processamento ser paralelo,
isto é, a MCP e a MLP poderiam funcionar independente e simultaneamente. De
acordo com esses autores, a MCP não é o portão de entrada da MLP, mas existe
uma integração entre a retenção de informação na MCP e na MLP (BADDELEY,
1999). Entretanto, Olton (1989), questiona a lógica que levou à proposta de
28

diferentes sistemas de memória e propõe uma análise dimensional, envolvendo


contingências temporais e procedimentos de treinamento que teriam, maior valor
heurístico para a análise dos processos e mecanismos responsáveis pela memória.

No envelhecimento normal, muitos idosos apresentam alterações na memória


(BERTOLLUCI, 2000), e nesse processo os sistemas de memória não são afetados
uniformemente, sendo alguns mais afetados do que outros (OSTROSKKY-SOLIS;
JAIME, 1998). Pesquisa sobre esse assunto revela que, na memória de curto prazo,
a memória sensorial sofre poucas alterações (KAUSLER, 1990), mas a memória de
trabalho ou operacional sofre um declínio considerável (STUART-HAMILTON, 2002).
Na memória em longo prazo, a episódica é fortemente alterada (BADDELEY, 1999).
Sendo que a semântica (RONNLUND et al., 2005) e a implícita são menos afetadas
(KENSINGER; CORKIN, 2003).

Um aspecto importante na memória, que ocorre no processo de


envelhecimento, é a diminuição da velocidade de processamento de informações
(SALTHOUSE, 1991). Podem ocorrer ainda déficits em codificação, armazenagem e
resgate de informações (SÉ GASPARETO; QUEIROZ; YASSUDA 2004). Entretanto,
a memória pode ser estimulada. Segundo Isquierdo (2003), o exercício contínuo de
memória provavelmente seja a principal diferença entre o declínio cognitivo entre os
idosos e as outras pessoas adultas.

Segundo Yassuda (2006), alguns fatores determinam a magnitude dos efeitos


do envelhecimento sobre a memória, sendo eles: composição genética do indivíduo,
nível educacional e socioeconômico, acuidade visual e auditiva, relações sociais e
estilo de vida, ademais, depressão e desaceleração na síntese dos peptídeos
específicos da memória (MCGEER; MCGEER, 1980). Além disso, influenciam
negativamente na memória as doenças cardiovasculares, a administração de
medicamentos e sedativos, e a alteração nos níveis de atividade física habitual
(POITRENAUD et al. 1994), fatores psicossociais como o isolamento (LAMBERTY;
BIELIAUSKAS, 1991). O estudo de Fratiglion et. al. (2000) sugere que a
participação em atividades e redes de suporte social e emocional está associada a
um menor declínio cognitivo na velhice.

Os esquecimentos constantes dos nomes das pessoas, dos remédios, dos


compromissos, de onde deixou algo, do fogão aceso e outros indicam que algo não
29

vai bem. Recursos internos como a consciência de si (self) e o mecanismo de auto-


regulação pode trazer ao indivíduo a noção do que está ocorrendo. Essa
consciência é importante para a procura de meios para amenizar esses declínios e
manter, em níveis razoáveis, a memória.

4.3- EXERCÍCIOS DE COGNIÇÃO E MEMÓRIA EM PESSOAS IDOSAS

Durante muito tempo, os cientistas acreditaram que o cérebro perdia a sua


plasticidade e sua capacidade de mudança à medida que o homem envelhecia
(COTMAN; BERCHTOLD, 2002; GOLDBERG, 2002). Porém, o desenvolvimento é
um processo que dura a vida inteira. O cérebro adulto é plástico, está sempre ávido
para aprender (FOZA; FERREIRA, 2005). Esse fato abre um novo modo de pensar
sobre os efeitos do exercício cognitivo, como um meio, defendido por estudiosos,
para manter a mente em intensa atividade e promover a plasticidade cerebral. Esses
exercícios são capazes de ativar o cérebro, provocar o crescimento de novas
conexões entre as células nervosas, melhorar o suprimento sanguíneo cerebral
através do crescimento intensificado de pequenos vasos sanguíneos e, ainda,
retardar a progressão de desordens cerebrais degenerativas (COTMAN;
BERCHTOLD, 2002; GLODBERG, 2002). Vários estudos realizados confirmam a
melhora de várias funções cognitivas, entre elas, a memória, com esses treinos
(VERHAEGHEN; MARCOEN e GOOSENS,1992; SHERRY et al, 2006, ALMEIDA
BEGER E WATANABE, 2007) .

Um estudo realizado entre 1998 e 2004, conduzido por Sherry et al., (2006),
nos Estados Unidos, com quatro grupos (treinamento de memória, raciocínio,
velocidade de processamento e grupo controle) em dez sessões e reforço de quatro
sessões. Em 11 e 35 meses após o treinamento, demonstrou que a cognição teve
respostas melhoradas até cinco anos depois das intervenções. Ocorreu também um
menor declínio na habilidade de se executar atividades da vida diária, em
comparação com aqueles que não receberam o treinamento. Do mesmo modo,
pesquisa feita por Almeida; Beger e Watanabe (2007) com 45 idosos submetidos a
uma oficina da memória por um semestre, concluiu que houve uma diminuição no
30

número de queixas sobre a memória de 1,22 para 0,88, e a citação de esquecimento


não precisa caiu de 38% para 20%. Evidenciou-se, assim, a eficácia do treinamento
dessa função. Por sua vez, a meta-análise de Verhaeghen; Marcoen; Goosens
(1992) que pesquisou a diferença no desempenho entre o pré e o pós-teste no grupo
experimental, controle e placebo de 32 estudos com treino de memória episódica,
documentaram que estes programas geram um aumento significativo no
desempenho cognitivo dos idosos. Esse estudo indicou que idosos aprendem a usar
estratégias de memorização, mesmo as mais complexas, apesar de não sugerir a
superioridade de nenhuma técnica em particular. Outro estudo de revisão sobre a
efetividade das intervenções cognitivas na prevenção e deterioração da memória de
idosos saudáveis sugere que intervenções cognitivas são efetivas e previne o
declínio dessa função, principalmente a memória recente verbal (NOVOA; JUAREZ;
NEBOT, 2008).

Na busca de recursos para maximizar os efeitos dos treinos cognitivos,


pesquisadores estão investigando a eficácia de treinos feitos através do computador
(LAURANCE et al., 2002; GUENTHER, et al., 2003). Ainda, atualmente, as oficinas
de memória para idosos vêm ampliando suas intervenções em uma abordagem mais
ampla, de otimização cognitiva, com fatores cognitivos e não-cognitivos.
(GUERREIRO; CALDAS, 2001). Os fatores cognitivos podem ser divididos em
internos, externos e condições para realização de tarefas. Os internos são:
escolaridade, nível cultural, grau de atividade, habilidades, domínio de
conhecimentos, características cognitivas e metacognição. Os recursos externos
são: ajudas externas como: agendas, calendário, lista de compra, entre outros. As
condições para realização de tarefas são as condições ambientais e condições de
apresentação da informação. Já os fatores não cognitivos compreendem as
condições relacionadas à saúde física do indivíduo (sono, nutrição, atividade física,
uso de medicamentos, álcool e outras drogas, tabagismo, hipertensão arterial,
diabetes, doenças agudas ou crônicas etc.), suas condições psico-afetivas (traços
neuróticos, ansiedade, depressão, crenças sobre a própria capacidade, motivação,
etc.) e sociais (engajamento, suporte social, crenças sobre o envelhecimento, etc.).
Essa abordagem vem demonstrando melhores resultados nos estudos que analisam
a eficácia de treinamento de memória (VAN DER LINDEN; HUPET, 1994).
31

4.4- EXERCÍCIOS FÍSICOS, COGNIÇÃO E MEMÓRIA EM PESSOAS IDOSAS

Estudos evidenciam o efeito positivo da atividade física e do exercício físico


no declínio biológico causado pelo envelhecimento e seus efeitos benéficos no
processo cognitivo (memória, aprendizagem, atenção, etc) (OKUMA, 1998; SILVA;
NAVARRO; CAMPOS, 2007; UNGER; JOHNSON, 2008). Além disso, o estudo de
Rovio (2005) mostra a associação entre atividades físicas e menores risco de
demência e doença de Alzheimer. A possível influência da atividade física sobre as
funções cerebrais do idoso foi discutida por diferentes autores (KALSHA; SHAUTH,
2001; SHEPHARD, 2003; KRAMER et al., 2005; CHIARI et al., 2010). Segundo
Antunes et al (2006) O exercício físico pode interferir no desempenho cognitivo por
diversos motivos: a) em função do aumento nos níveis dos neurotransmissores e por
mudanças em estruturas cerebrais (isso seria evidenciado na comparação de
indivíduos fisicamente ativos x sedentários); b) pela melhora cognitiva observada em
indivíduos com prejuízo mental (baseado na comparação com indivíduos saudáveis);
c) na melhora limitada obtida por indivíduos idosos, em função de uma menor
flexibilidade mental e atencional quando comparado com um grupo jovem. Ainda, os
exercícios físicos ativam cascatas musculares e celulares que mantêm a plasticidade
do cérebro, promovendo a vascularização do cérebrom neurogênese e mudança nas
estruturas neuronais (COTMAN e BERTCHTOLD, 2002) e mudanças funcionais
saudáveis no envelhecimento. O estudo de Cavalini e Chor (2003), realizado com
idosas, para detectar déficit cognitivo, conclui que sedentárias apresentam
prevalência de déficit cognitivo cerca de duas vezes maior quando comparados com
idosas ativas.

Em relação aos efeitos dos exercícios físicos sobre as funções cognitivas,


entre elas a memória, os exercícios aeróbicos são multifatoriais e estão relacionados
a alterações em vários sistemas. A diminuição no ritmo do declínio da função
memória, induzida pelos exercícios aeróbicos, pode ocorrer pelos seguintes
mecanismos: auxílio no bom funcionamento cerebrovascular, melhoria da função
cardiorrespiratória e aumento do transporte de oxigênio para o cérebro (ANTUNES
et al., 2001). Os exercícios físicos aumentam a síntese e degradação dos
neurotransmissores, auxiliam na diminuição da pressão arterial, na concentração de
32

colesterol e triglicerídeos, na inibição da agregação plaquetária (ROBERGS;


ROBERTS, 2002) e reduz o cortisol (KHALSA; STAUTH, 2001).

Pesquisa de Colcombe e Kramer (2003), no qual os tecidos cerebrais foram


mapeados através de técnicas de ressonância magnética funcional, verificou que
indivíduos fisicamente ativos exibem menores taxas de perdas teciduais durante o
envelhecimento do que indivíduos sedentários. Um estudo de revisão, incluindo 30
estudos realizados de 1970 a 2003, demonstrou que os exercícios físicos contribuem
para a diminuição de ocorrência de demências no envelhecimento (HEYN; ABREU;
OTTENBACHER, 2004).

Diferentes características do exercício físico podem interferir na memória.


Logo após a realização de um exercício físico intenso (efeito agudo do exercício),
formações de novas memórias podem ser afetadas negativamente Os protocolos
desenvolvidos para investigar os efeitos do exercício intenso nas funções cognitivas
são realizados pela demanda anaeróbia máxima, podendo causar um estado de
fadiga e conseqüentemente um declínio cognitivo (ANTUNES, et al, 2006 Já o
exercício regular sistematizado pode ajudar no armazenamento de novas
informações (MELO et al., 2005).

A maioria das pesquisas, sobre memória e exercícios físicos, foi feita por meio
de exercícios aeróbicos, evidenciando a melhora dessa função e da cognição como
um todo (SHERPHARD, 2003; KRAMER et al., 2005), mas, recentemente, os efeitos
dos exercícios resistidos na memória têm sido pesquisados, sendo o número de
estudos bem menor do que aqueles utilizando os dos exercícios aeróbicos. Porém,
seus resultados têm sido animadores. Estudos de Ozkaya et al., (2005) e Busse et
al., (2008) verificaram a melhoria dessa função com esse tipo de exercício. Todavia,
a combinação de exercícios aeróbicos e exercícios de força podem melhorar ainda
mais o desempenho da memória de trabalho, comparada com os efeitos dos
exercícios aeróbicos. Isso foi demonstrado na metanálise de Colcombe e Kramer
(2003).

Pesquisa de Charchat e Moreira (2008) relata que mesmo uma sessão de


exercícios físicos pode apresentar resultados benéficos no desempenho cognitivo
em idosos, em atividades que requerem funções executivas, com implicações na
memória de trabalho. Quanto às funções de atenção e estado de alerta, estudo de
33

Cordova et al. (2009) evidenciou também melhoras. Este estudo mostrou que a
melhor intensidade para esses efeitos são exercícios moderados a intensos. A
intensidade mais adequada foi a de 90% do limiar anaeróbio.

Outro aspecto do exercício físico modulador da memória diz respeito aos


mecanismos hormonais e humorais estimulados na sua prática. Segundo Izquierdo
et al., (1988), os mecanismos que influenciam a memória e os mecanismos
humorais envolvidos no exercício físico conduzem a mais de uma especulação a
respeito da possível influência do exercício na memória. A adrenalina, noradrenalina,
adrenocorticotrófico (ACTH), vasopressina, opióide e B-endorfina são moduladores
fisiológicos da memória e todos estes estão envolvidos na regulação homeostática
do exercício. Sugere-se com essa relação mais um efeito do exercício físico na
modulação da memória (SANTOS; MILANO; ROSAT, 1998).

4.5- EXERCÍCIOS FÍSICOS CONJUGADOS COM EXERCÍCIOS DE COGNIÇÃO

Foram encontrados poucos estudos unindo exercícios físicos com exercícios


para a cognição ou memória. Contendo essa conjugação citamos o estudo
denominado The SIMA project de OSVALDO et al., 1996, feito no Instituto de
Psicogerontologia da Universidade de Erlange na Alemanha, sobre a manutenção e
apoio à vida independente na terceira idade. Os experimentos tiveram a participação
de 309 pessoas com idade entre 75 e 89 anos e foi realizado em 30 sessões. Os
idosos foram divididos em seis grupos: grupo controle, grupo de programa de
treinamento de competências, grupo de treinamento de memória, programa de
treinamento psicomotor, treinamento psicomotor e competência, e treinamento
psicomotor e memória. Os resultados demonstram que o treinamento de memória e
o treinamento combinado, psicomotor e memória, apresentaram melhores
resultados, sem diferença significativa entre eles.

Outro estudo é o de Fabre et al.,(2002), no qual foram comparados os efeitos


do treinamento físico aeróbio e treinamento mental na função cognitiva, e se
procurou determinar se a associação das duas técnicas poderia demonstrar
melhores resultados. Participaram deste estudo 32 idosos entre 60 e 76 anos, que
34

foram alocados em quatro grupos, com intervenções por dois meses (treinamento
aeróbico, treinamento mental, combinado treinamento aeróbico e mental, e controle).
O programa de exercícios aeróbicos e o programa de treinamento mental, ambos
resultaram na melhora da função cognitiva; no entanto, o método combinado foi o
que obteve melhores respostas na memória, sugerindo que a utilização combinada
dos dois métodos pode potencializar os resultados mais do que o uso de apenas
uma das técnicas.

5 - MATERIAIS E MÉTODOS

5.1- DELINEAMENTO DO ESTUDO

O estudo apresentou um delineamento experimental, com intervenções de


estimulação da memória em dois grupos e a presença de um grupo controle. Foram
feitas avaliações da memória pré e pós-intervenções nos grupos, comparando seus
resultados.

Participaram do estudo mulheres idosas, com idade compreendida entre 60 a


80 anos, residentes no Distrito Federal, as quais foram aleatoriamente divididas em
três grupos: 1) Estimulação Cognitiva Tradicional (ECT); 2) Estimulação Cognitiva
conjugados com exercícios físicos (ECE); e 3) Grupo Controle (GC). No grupo de
ECT foram aplicados exercícios de oficinas de memória tradicional e, no ECE,
exercícios de oficina de memória aliados a movimentos corporais. O grupo controle
permaneceu com suas atividades normais, sem intervenção do pesquisador. Os
aspectos principais analisados com o estudo foram os efeitos das intervenções
sobre parâmetros da memória.
35

5.2- AMOSTRA

A amostra foi composta por 96 idosas, praticantes de atividades físicas


sistematizadas no Serviço Social do Comercio (SESC) na cidade satélite do Guará,
DF, com idade compreendida entre 60 e 80 anos. Esta foi dividida aleatoriamente
em três grupos de 32 sujeitos cada: grupo de Estimulação Cognitiva Tradicional
(ECT); grupo de Estimulação Cognitiva e Exercícios (ECE); e Grupo Controle (GC).
No entanto, iniciou-se a intervenção com 24 idosas no grupo ECM e 21 no grupo
ECT, mas frequentaram 70% das sessões, número mínimo para ser incluída na
pesquisa, 19 e 17 respectivamente. No grupo controle foram selecionadas
aleatoriamente 19 para o pós-teste, totalizando uma amostra de 55 idosas. O
presente estudo adotou os seguintes critérios de inclusão e de exclusão.

5.2.1- Critérios de inclusão

• Idosas do sexo feminino com idade compreendida entre 60 e 80 anos e


aparentemente saudáveis. Isto é, que não apresentassem doenças crônicas
não controladas que impeçam sua participação no estudo;
• Alfabetizadas, que saiba ler, interpretar o que leu e escrever.
• Idosas que praticam atividades físicas sistematizadas
• As idosas do grupo ECM, aptas a praticarem atividades físicas de intensidade
leve a moderada.

5.2.2- Critérios de exclusão

• Cirurgias recentes;
• Portadores de doenças crônicas não transmissíveis que não estejam
controladas;
36

• Idosos que utilizam medicamentos que favorecem a confusão mental como:


drogas psicoativas, antidepressivos, antipsicóticos, neurolépticos e
benzodiazepínicos;
• Alcoolismo;
• Sinais de provável depressão: ponto de corte acima de 5 na Escala de
Depressão Geriátrica 15 (Yesavage), versão resumida;
• Deficiência auditiva e visual sem correção;
• Comprometimento cognitivo, avaliado por meio do MEEM. Pontos de corte:
analfabetos, 13; 1 a 8 anos incompletos, 18; e maior ou igual a 8 anos de
escolaridade, 26 (BERTOLUCCI et al,1994).

Todos os participantes foram orientados para que informassem à pesquisadora,


caso iniciassem qualquer nova medicação, a fim de excluir possível interferência
desta no processo cognitivo durante realização das oficinas.

5.3- Cuidados Éticos

O estudo somente foi colocado em campo após a aprovação pelo Comitê de


Ética em Pesquisa da Secretária de Estado de Saúde do DF (ANEXO 2). Antes da
coleta de dados e do início das intervenções, foram feitas reuniões com os
responsáveis pelo departamento de atividades com idosos do SESC para prestar
esclarecimentos sobre o planejamento da pesquisa.

Posteriormente, todos os participantes receberam orientações orais e escritas


sobre a pesquisa, com todos os aspectos relacionados ao seu formato, sigilo dos
dados e responsabilidade dos pesquisadores e profissionais envolvidos. Os
participantes foram ainda informados sobre os possíveis riscos e benefícios do
protocolo experimental, bem como sobre a possibilidade de deixarem de participar
da pesquisa a qualquer momento. Em seguida, todos os participantes preencheram
e assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, formulado de acordo
com a resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde (CNS) (ANEXO1),
concordando com sua participação voluntária na pesquisa.
37

5.4- INSTRUMENTOS

Os critérios de seleção dos testes, que foram aplicados nesse estudo, foram
os seguintes: aspectos da memória do idoso importantes para avaliação (memória a
curto prazo, fluência verbal e função executiva e autopercepção da memória),
qualidade do teste para avaliar esses aspectos, eficiência, praticidade e tempo
necessário para aplicação, aplicabilidade pela comunidade científica e testes
específicos para a população de idosos. Os testes adotados foram: para seleção da
amostra, o Mini-Exame do Estado Mental (MEEM) (FOLSTEIN, 1975) e a Escala de
Depressão Geriátrica, versão resumida (EDG-15) (SHEIK; YASAVAGE, 1986); para
a memória, o Teste de Memória da Lista de Palavras (MLP) (ATKINSON; SHIFFIN,
1971), Teste de Fluência Verbal (FV) (ISAAC; KENNIE 1973) e a Escala Subjetiva
de Queixa de Memória (EQM) (Cambridge Examination for Mental Disorders of the
Eldely - CAMDEX, ROTH et al., 1988).

Para obtenção de resultados mais fidedignos nos testes, a aplicação foi


precedida de um período de treinamento, sendo este constituído pela observação de
profissionais experientes e pela aplicação propriamente dita em aproximadamente
30 idosos, os quais não entraram nas análises do estudo. Antes da aplicação dos
testes, as voluntárias responderam o questionário de identificação (APÊNDICE A). A
seguir, encontram-se os detalhes sobre os instrumentos de avaliação que foram
aplicados nas voluntárias desta investigação.

5.4.1- Mini- Exame do Estado Mental (Apêndice B)

O MEEM foi criado por Folstein (1975) e adaptado para a população brasileira
por Bertolucci et al. (1994). Foi projetado para ser uma avaliação clinica prática de
mudanças do estado cognitivo em pacientes geriátricos, com alfa de Cronbach 0,80
(SANTOS, et al., 2010). Desde a sua publicação, é um importante instrumento de
rastreio de comprometimento cognitivo, utilizado como instrumento clínico ou em
pesquisas em estudos epidemiológicos populacionais (BRUCKI et al., 2003). É
38

composto por questões agrupadas em sete categorias, que tem o objetivo de avaliar
funções cognitivas como a orientação temporal (5 pontos cada), retenção ou registro
de dados (3 pontos), atenção e cálculo (5 pontos), memória (3 pontos), linguagem (8
pontos), capacidade construtiva visual (1 ponto) e orientação espacial ( 5 pontos). O
escore pode variar de um mínimo de zero até um total máximo de 30 pontos. A
versão em português selecionada para este estudo foi traduzida e validada por
Bertolucci et al., (1994). Atualmente é uma das mais utilizadas no Brasil, e leva em
consideração diferentes níveis de escolaridade. Seu ponto de corte para analfabetos
é 13, 1 a 8 anos incompletos de escolaridade, 18 e maior ou igual a 8 anos de
escolaridade, 26. O MEEM é utilizado para rastreamento de comprometimento
cognitivo; portanto, foi adotado para identificar voluntárias que estejam abaixo do
ponto de corte, ou seja, com sugestão de comprometimento que pudesse afetar os
resultados do presente estudo.

5.4.2- Escala de Depressão Geriátrica- EDG -15 (Apêndice C)

Ainda para selecionar a amostra, foi aplicada a EDG-15, devido à associação


entre a depressão e o comprometimento cognitivo, que há muito tempo tem sido
relacionada e vem sendo alvo de pesquisas. Metanálise de Huang et al., 2010
evidencia relação entre depressão, comprometimento cognitivo e demência. A EDG-
15 foi criada por Sheik e Yasavage (1986) e traduzida para o português por Stoppe
Júnior; Jacob Filho; Louza Neto (1986) foi validada no Brasil por Almeida e Almeida.
Foi utilizada por ser de entendimento simples, com respostas do tipo sim ou não, de
rápida e fácil aplicação, e possuir propriedades de validade e confiabilidade
satisfatórias para o rastreamento dos sinais sugestivos de depressão no idoso
(HOYL et al., 1999; ERTA: EKER, 2000), com o alfa de Cronbach 0,94 (PARADELA,
LOURENÇO; VERAS, 2005). A versão original da Escala de Depressão Geriátrica
(EDG) possui 30 itens, entretanto foi utilizada uma versão mais curta, no estudo,
sendo composta por 15 itens. Essa versão aplicada em ambientes não
especializados (ambulatórios), no Brasil, também foi previamente validada por
Paradela; Lourenço e Veras (2005). O ponto de corte é o sugerido inicialmente pelos
39

autores que traduziram esta escala para o português. Para eles, a partir de cinco
pontos haveria sinais sugestivos de depressão.

5.4.3- Memória da Lista de Palavras- MLP (Apêndice D)

O teste de MLP foi concebido por Atkinson e Shiffin (1971), e faz parte da
Bateria do Consortium to Estabilish a Registry for Alzheimer Disease - CERAD. É um
instrumento que avalia a memória a curto prazo. O teste consiste na leitura, feita
pelo examinador, de 10 palavras não relacionadas, no ritmo de cada palavra e em
dois segundos. Terminada a leitura, é realizada a evocação. Depois, o procedimento
é repetido, mais duas vezes, com as palavras em uma ordem diferente. A pontuação
é obtida pela soma das palavras recordadas nas três tentativas. A avaliação será
realizada antes e após o período de intervenção.

5.4. 4 - Teste de Fluência Verbal- FV (Apêndice E)

Este teste foi validado por Isaacs e Kennie (1973) e fornece informações
sobre a capacidade de armazenamento do sistema de memória semântica
(BUTMAN et al., 2000), habilidade de recuperar informações armazenadas e
processamento das funções executivas (RODRIGUES; YAMASHITA; CHIAPPETTA,
2008). Existem duas modalidades do teste de FV: a semântica (animais) e a
categoria fonológica, com evocação de palavras que se iniciam com uma
determinada letra. O teste mais empregado em estudos brasileiros é o de categoria
semântica (animais), devido à facilidade de sua aplicação e à disponibilidade de
notas de corte definidas em função da escolaridade (NITRINI et al., 2005). A
memória semântica pertence ao sistema de memória explícita (declarativa) e implica
o uso de produtos verbais como nomes de pessoas, lugares, descrições de
acontecimentos, vocabulário, significados e regras gramaticais, classificação e
conceitos abstratos (IZQUIERDO, 2003).
40

O teste aplicado foi o de categoria de animais de Isaac e Kennie (1973), no


qual é dado o comando para o sujeito dar o nome de todos os animais que
conseguir em um minuto. O escore corresponde ao número de animais lembrado
nesse tempo, não pontuando gêneros iguais, exceto quando as denominações são
diferentes (ex. cavalo e égua); nesse caso, ambos são pontuados (BERTOLUCCI,
2001).

5.4.5- Escala Subjetiva de Queixas de Memória (Apêndice F)

Outro aspecto considerado foi à auto-avaliação dos sujeitos da pesquisa em


relação a sua própria memória. Nesse sentido, foi aplicado a EQM, que é um teste
que avalia a percepção da memória. A EQM é uma escala breve em comparação
com as tabelas oficiais de metamemória, mas seu conteúdo é bastante significativo
(JONKER; GEERLINGS; SCHMAND, 1996). A percepção do declínio cognitivo pode
levar à tomada de consciência, gerando ações no sentido de recrutar recursos
internos e externos para superar as dificuldades apresentadas com tal quadro. A
EQM é um questionário proveniente da bateria CAMDEX (Cambridge Examination
for Mental Disorders of the Eldely), sendo composto por 10 questões de forma que,
quanto mais queixas e quanto mais estas tenham interferência na vida do indivíduo,
maior será a pontuação, que varia de 0 a 21.

5.5 - INTERVENÇÕES

Para melhor desenvolvimento das intervenções, foi realizado um


acompanhamento da oficina de memória para idosos, ministrada na Unidade Mista
de Taguatinga, da Secretária de Saúde do DF, por um período de dois meses. Além
disso, foram aplicadas cinco sessões-piloto de intervenções em grupos de idosos no
DF (Secretária de Esporte do DF), com a finalidade de estabelecer ajustes, melhorar
e viabilizar a proposta. No planejamento das intervenções foi elaborado um plano de
ensino (APÊNDICE G) e planos de sessões (Apêndices H e G), sendo que as
41

intervenções ECT e ECE foram as mais similares possíveis, diferenciando apenas


pela inclusão de exercícios físicos.

5.5.1- Estímulação Cognitivo Tradicional (ECT)

A intervenção de ECT foi realizada no SESC-Guará, DF, com uma frequência


de três sessões semanais, durante um mês, totalizando doze sessões. Cada sessão
teve a duração aproximada de noventa minutos e foi estruturada tomando como
base a pesquisa bibliográfica (ALVAREZ, 2004; GEDIMAN e CRINELLA, 2008;
DELLSOLA, 2008) e estudos de oficinas de memória tais como Verhaeghen;
Marcoen; Goosens, (1992), Yassuda (1999); Ball et al. (2002), Lasca (2003) e Matos
(2006), entre outros.

O conteúdo incluiu uma parte teórica e outra prática. A parte teórica constou
de explanações e discussões sobre envelhecimento e crenças, etapas e sistemas de
memória, metamemória, auto-eficácia e suas influências, estratégias externas e
internas para facilitar a lembrança. A parte prática foi composta por exercícios de
estratégias mnemônicas, percepção, atenção e concentração. Ademais, incluiu
atividades de raciocínio lógico, atividades verbais e resolução de problemas com
memória recente e memória pregressa.

Todos os exercícios foram graduados do simples para o complexo e do


concreto para o abstrato, com atividades individuais e em grupos, jogos e atividades
lúdicas, estimulando os mecanismos para melhor desempenho da memória. Além
disso, foram sempre requisitados exercícios para casa, utilizando métodos
aprendidos nas sessões. Para aderência dos participantes, na pesquisa foram
utilizadas práticas estratégicas para maximizar a participação dos sujeitos, como
telefonemas para os idosos faltosos e atividades de integração dos participantes.
42

5.5.2- Estimulação Cognitiva e Exercícios Físicos (ECE)

O número de sessões por semana e a duração da intervenção de ECE foi


igual à intervenção por meio do ECT e o local também foi o mesmo. As atividades
práticas de estimulação da memória também seguiram o conteúdo da ECT, sendo a
principal diferença a conjugação com exercícios físicos. As atividades foram
estabelecidas dentro de um plano de ensino, tendo como base a pesquisa
bibliográfica (VERHAEGHEN; MARCOEN; GOOSENS, 1992; MANIDI e MICHEL,
2001; YASSUDA 1999; MORENO, 2002; BALL et al, 2002; LASCA 2003;
GEIS,2003; ALVAREZ, 2004; MATOS, 2006; GEDIMAN e CRINELLA, 2008;
DELLSOLA, 2008 ) e a criatividade, e foram distribuídas em partes semelhantes às
sessões de exercícios físicos: parte inicial, parte principal e parte final.

Na parte inicial, foram feitas exposições teóricas sobre envelhecimento,


crenças, mitos, memória e metamemória, além de discussões sobre a execução dos
exercícios que foram passados para casa. Toda essa parte foi intercalada com
movimentos de preparação corporal e mental para o restante da sessão como, por
exemplo, caminhada, atividades de mobilidade geral e exercícios respiratórios.

Na parte principal, foram aplicadas estratégias mnemônicas como:


associação, categorização, imagem mental e localização. Tudo isso aliado a
exercícios físicos que contribuem para a flexibilidade, força e resistência aeróbia,
com todas as atividades exercitando a memória. Além disso, foram utilizadas
estratégias tais como jogos ativos e moderados de atenção, concentração, rapidez
de reação, resolução de problemas, ginástica natural e dança. Além de aplicados
exercícios de Neurobiótica, método de programa de exercícios que consiste em
proporcionar ao cérebro experiências fora da rotina, utilizando inúmeras
combinações dos cinco sentidos (KATS, 2000). Ainda foram aplicados exercícios de
Brain Gym (DENNILSON; DENNILSON, 1996), método que se dá através da prática
de determinados exercícios que ativam áreas do cérebro e conectam o lado direito
com o lado esquerdo.

Encerrando a sessão, a parte final foi composta de exposições teóricas sobre


estratégias internas e externas para facilitar a lembrança, influências que sofre a
43

memória e auto-eficácia. Tudo isso foi intercalado com relaxamento, exercícios


respiratórios e técnicas de meditação.

Os exercícios físicos seguiram os princípios básicos do treinamento físico:


individualidade biológica, sobrecarga, continuidade, interdependência do volume,
intensidade e variabilidade. As atividades cognitivas foram igualmente graduadas do
simples para o complexo e do concreto para o abstrato. Todas as ações de
aderência estabelecidas no grupo de ECT foram adotadas do mesmo modo no ECE.

5.5.3- Grupo Controle (GC)

O Grupo controle foi instruído a não alterar sua rotina e permanecer sem
estímulos específicos para a memória durante o tempo da pesquisa. Seus
participantes apenas foram submetidos aos testes cognitivos, antes e após o
período da intervenção. Como estratégia de adesão dos participantes à pesquisa, foi
realizada uma palestra e mantido contato através de telefonemas. Ao final da coleta
de dados foi oferecido, aos interessados deste grupo, o treinamento de memória
com atividades da oficina tradicional e da oficina conjugada com atividades físicas.

5. 6 - TRATAMENTO ESTATÍSTICO

Para verificar a normalidade da distribuição dos dados foi utilizado o teste de


Kolmogorov-Smirnov. Os dados são apresentados através da estatística descritiva,
utilizando-se os procedimentos de média e desvio padrão. Para verificar diferenças
entre os grupos na linha de base do estudo, foi conduzida uma análise de variância
(ANOVA) para as variáveis contínuas, e o teste qui-quadrado para as variáveis
categóricas. Um ANOVA fatorial {(2 x 3) (Tempo [pré e pós] * Grupo (ECE, ECT e
GC) foi utilizada para verificar os efeitos da intervenção. Nesse sentido, os valores
intra-sujeitos foram as variáveis dependentes e os fatores inter-sujeitos foram os
grupos. Uma vez que o nível de atividade intelectual apresentou uma diferença
44

limítrofe entre os grupos, essa foi tratada como co-variável nas análises. Ocorrendo
diferença significativa em alguma das variáveis, testes de comparações múltiplas
Bonferroni foram conduzidos para identificação de contrastes relevantes entre as
médias. A significância estatística adotada para as análises foi um valor de P ≤ 0,05
e o software SPSS versão 15,0 foi utilizado para a realização de todas as análises.

6 - RESULTADOS

6.1- CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA

A coleta de dados da presente pesquisa foi desenvolvida de março a agosto


de 2010, no Serviço Social do Comércio (SESC), onde, nesse período, praticavam
atividades físicas 2533 pessoas, entre crianças, jovens, adultos e idosos. O número
de idosos participantes das diversas atividades é de 780. Dessa população inicial,
participantes potenciais foram informados sobre a pesquisa por meio de uma
palestra acerca da memória e envelhecimento e avisos verbais oferecidos nas
turmas. Inicialmente, 131 idosas se voluntariaram para as avaliações envolvendo a
aplicação do EDG e do MEEM. Após aplicação dos critérios de exclusão, 96
voluntárias foram selecionadas e distribuídas aleatoriamente em três grupos: 1)
ECE; 2) ECT; e 3) GC. As participantes do GC foram orientadas para que
permanecessem com suas atividades rotineiras, e também com esse grupo foi
realizado um encontro, envolvendo uma palestra sobre hipertensão, para controle e
aderência do mesmo. Os grupos ECE e ECT iniciaram a intervenção com 24 e 21
idosas, uma vez que as demais apresentaram incompatibilidade de horário.
Entretanto, frequentaram o número mínimo de sessões (i.e., 70% das sessões) 19 e
17 voluntárias para o ECE e ECT, respectivamente. Das voluntárias inicialmente
alocadas no GC, 19 foram aleatoriamente selecionadas para realizar as avaliações
pós-intervenção. Dessa forma, um total de 55 voluntárias entrou nas análises da
presente investigação. Para um melhor entendimento do leitor, o fluxograma de
recrutamento da amostra é apresentado na figura 1.
45

GC: Grupo Controle; ECM: Estimulação Cognitiva e Movimento; ECT: Estimulação


Cognitiva Tradicional

Figura 1: Fluxograma do recrutamento das voluntárias do estudo

A Tabela 1 apresenta as características descritivas (média ± desvio padrão) da


amostra estudada, indicando as variáveis coletadas. Participaram do estudo 55
idosas, com idade média de 68,4 ± 5,6 anos. Especificamente, são apresentados na
tabela os dados das variáveis contínuas, tais como idade, número de pessoas no
domicílio, escolaridade e resultados dos testes psicrométricos de memória.
46

Tabela 1. Estatística descritiva (média ± desvio padrão)


das variáveis estudadas na linha de base do estudo.

Variáveis

N 55
Idade (anos) 68,4 ± 5,6
EQM 6,2 ± 4,2
MLP 15,6 ± 4,0
FV 15,4 ± 4,0
MEEM 26,3 ± 2,2
EDG 1,7 ± 1,4
Escolaridade (anos) 10,0 ± 4,8
Pessoas no domicílio 2,8 ± 1,5
EQM = Escala de Queixa de Memória; MLP = Memória de
Lista de Palavras; FV = Fluência Verbal; MEEM = Mini-
Exame de Estado Mental; EDG= Escala de Depressão
Geriátrica)

Ainda em relação às características da amostra estudada, estão


apresentadas na Tabela 2 as variáveis categóricas coletadas na linha de base do
estudo. Nesse sentido, são apresentados resultados referentes à reposição
hormonal, uso regular de medicamentos, estados civil, realização de tarefas
intelectuais e laborais e condições clínicas, como hipertensão arterial, diabetes e
alterações da tireóide. Tais características foram identificadas, pois podem
influenciar a memória.
47

Tabela 2. Caracterização da amostra em relação à reposição


hormonal, uso de medicamentos, hipertensão, atividades intelectuais,
atividade laboral e estado civil
Características N(%)
Reposição Hormonal
Sim 4 (7,3%)
Não 51(92,7%)
Uso Regular de Medicamentos
Sim 52 (94,5%)
Não 3 (5,6%)
Hipertensão
Sim 35 (63,6%)
Não 20 (36,4%)
Diabetes
Sim 5 (9,1%)
Não 50 (90.9%)
Realiza Atividades Intelectuais
Sim 39 (70,9%)
Não 16 (29.1%)
Atividade Laboral
Nunca exerceu 13 (23,6%)
Já exerceu 34 (61,8%)
Exerce atualmente 8 (14,6%)
Estado Civil
Solteira 4 (7,8%)
Casada 18 (32,7%)
Viúva 18 (32,7%)
Separada 15 (27,8%)
Hipotiroidismo
Sim 11 (20%)
Não 44 (80%)
Hipertiroidismo
Sim 1 (1,82%)
Não 54 (98,9%)
48

A Tabela 3 apresenta as características da amostra em função dos grupos


estudados (GC, ECE e ECT). Não foi observada diferença significativa entre os
grupos para as variáveis; idade, escolaridade, pessoas no domicílio e resultados das
avaliações de memória realizadas na linha de base do estudo. Adicionalmente, as
variáveis categóricas foram comparadas entre os grupos, por meio do teste qui-
quadrado (Tabela 4). Não foram observadas diferenças significativas entre grupos
para uso de medicamentos, reposição hormonal, hipertensão arterial, diabetes ou
disfunção da tireóide. Entretanto, foi observada uma diferença estatística limítrofe (p
= 0,05) para realização de atividades intelectuais. Dessa forma, a realização de
atividades intelectuais entrou como co-variante nas análises subsequentes.

Tabela 3. Características (Média ± Desvio Padrão) da amostra em relação


aos grupos estudados (GC – controle; ECE = Estimulação Cognitiva e
Exercícios; e ECT = Estimulação Cognitiva Tradicional).
Grupos GC ECE ECT Valor de P
N 19 19 17
Idade (anos) 67,8 ± 5,4 69,9 ± 4,7 67,5 ± 6,6 0,39
EQM pre 5,9 ± 3,6 5,3 ± 3,9 7,6 ± 4,9 0,24
MLP pre 16,2 ± 5,5 15,4 ± 2,7 15,2 ± 3,3 0,73
FV pre 15,8 ± 40 15,1 ± 3,5 15,2 ± 3,7 0,83
MEEM 26,2 ± 2,0 26,5 ± 1,8 26,1 ± 2,9 0,81
EDG 1,7 ± 1,3 1,5 ± 1,4 2,1± 1,6 0,48
Pessoas no domicílio 2,6 ± 1,2 3,4 ± 1,8 2,4 ±1,5 0,13
Escolaridade 8,8 ± 4,3 11,1 ± 5,1 10,1 ± 5,1 0,34
GC: Grupo Controle; ECM: Estimulação Cognitiva e Exercício;
ECT: Estimulação Cognitiva Tradicional; EQM: Escala de Queixa de Memória
MLP: Memória de Lista de Palavras; FV: Fluência Verbal
49

Tabela 4. Caracterização da amostra em relação à reposição hormonal, ao uso de


medicamentos, hipertensão, atividades intelectuais, atividade laboral, diabetes,
disfunção tireoidiana e estado civil nos grupos de estudo.

Variável ECE ECT GC Valor de P

N (%) N (%) N (%)


Reposição Hormonal 2 (10,52%) 1 (5,86%) 1 (5,26) 0,79
Uso de outros medicamentos 17(89,47%) 17 (100%) 17 (89,47%) 0,38
Hipertensão 14 (73,68%) 9 (52,94%) 12 (63,16%) 0,43
Diabetes 1 (5,26%) 2 (21,05%) 2 (10,53%) 0,49
Realiza atividades intelectuais 17 (89,48%) 9 (52,94%) 14 (73,68%) 0,05
Hipotiroidismo 5 (26,31%) 3 (17,65%) 3 (15,79%) 0,70
Hipertiroidismo 1 (5,26%) 0 (0%) 0 (0%) 0,38
Atividade laboral
Nunca exerceu 4 (21,05%) 6 (35,29%) 3 (15,79%) 0,73
Já exerceu 12 (63,16%) 9 (52,94%) 13 (68,42%)
Exerce atualmente 3 (15,79%) 2 (11,76%) 3 (15,79%)
Estado Civil
Solteira 1 (5,26%) 1 (5,88%) 2 (10,53%) 0,63
Casada 8 (42,11%) 4 (23,53%) 6 (31,58%)
Viúva 5 (26,32%) 5 (29,41%) 8 (42,11%)
Separada 5 (26,32%) 7 (41,18%) 3 (15,79%)
GC: Grupo Controle; ECE: Estimulação Cognitiva e Exercício; ECT: Estimulação
Cognitiva Tradicional; EQM: Escala de Queixa de Memória; MLP: Memória de Lista de
Palavras; FV: Fluência Verbal.

6.2- RESULTADOS DAS INTERVENÇÕES

Os resultados das avaliações de memória antes e após o protocolo


experimental são apresentados na Tabela 5. Foi observada diferença significativa
entre o pré e pós-intervenção nos grupos ECE e ECT, para todas as variáveis de
memória avaliadas, enquanto nenhuma alteração significativa foi notada no GC.
50

Adicionalmente, foi verificado que o valor de EQM na pós-intervenção foi


significativamente maior no GC em comparação ao ECE e ao ECT. Finalmente, a
ANOVA revelou uma interação significativa tempo*grupo nas variáveis EQM e FV,
isto é, indicando uma maior magnitude de alteração no ECE e ECT em relação ao
GC.

Tabela 5. Resultados dos testes de memória antes e após o protocolo


experimental, para os três grupos (ECE, ECT e GC). Os valores são expressos
em média ± desvio padrão.
Variável ECE (N = 19) ECT (N = 17) GC (N = 19)
EQM pré 5,3 ± 3,9 7,6 ± 4,9 6,2 ± 4,2
EQM pós$ 2,8 ± 2,1* 2,9 ± 2,0* 6,3 ± 4,3#

MLP pré 15,4 ± 2,7 15,2 ± 3,3 16,2 ± 5,5


MLP pós 18,0 ± 3,8* 17,5 ± 2,4* 16,5 ± 4,6

FV pré 15,1 ± 3,5 15,2 ± 3,8 15,8 ± 4,9


FV pós$ 18,9 ± 4,2* 19,6 ± 5,3* 16,5 ± 5,3
* Diferença em relação ao pré no mesmo grupo (P < 0,05).
$
Interação tempo*grupo significativa (P < 0,05).
#
Diferença significativa em relação ao momento pós do ECE e do ECT (P <
0,05).
EQM = Escala de Queixa de Memória; MLP = Memória de Lista de Palavras;
FV = Fluência Verbal; GC: Grupo Controle; ECE: Estimulação Cognitiva e
Exercício; ECT: Estimulação Cognitiva Tradicional

7- DISCUSSÃO

Tem sido frequentemente argumentado que a prática de atividades físicas


pode influenciar no desempenho da memória de indivíduos idosos (SILVA;
NAVARRO; CAMPOS, 2007; UNGER; JONHNSON, 2008: CHIARI et al., 2010).
51

Ademais, as oficinas de memória tradicionais, isto é, utilizando estratégias de


memorização já conhecidas na literatura e em forma de oficinas, demonstram
também uma melhora significativa no desempenho da memória nos grupos que
foram submetidos a essa intervenção (NOVOA; JUAREZ; NEBOT, 2008). Com o intuito
de potencializar esses efeitos, foi examinado um programa conjugando exercícios
físicos à estimulação da memória (i.e., ECE) neste estudo para examinar tal
possibilidade.

A presente pesquisa é original, pois conjuga exercícios cognitivos através


das técnicas mnemônicas, realizadas por meio de tarefas com exercícios físicos e
traz informações acerca dos resultados obtidos na memória. A ECE produziu efeitos
semelhantes àqueles observados com oficina de memória tradicional e mostrou
estratégias de como viabilizar essa conjugação. A partir desses achados, sugerimos
a possibilidade de realizar intervenções com essas duas vertentes, estimulação
cognitiva da memória e exercícios físicos, com o objetivo de manter a saúde física e
mental dos idosos, proporcionando a eles os benefícios dos dois tipos de trabalho.
Embora a intervenção Estimulação Cognitiva e Exercício não tenha apresentado
superioridade nos resultados, quando comparada à Estimulação Cognitiva
Tradicional, negando em parte a hipótese elaborada pela pesquisa, seus efeitos
foram similares e indicam que a conjugação das intervenções pode representar uma
metodologia que maximize o aproveitamento do tempo e trabalhe questões da
aptidão física e da memória de forma concomitante.

7.1- PARTICIPANTES DA PESQUISA

A amostra que foi investigada é distinta dos demais idosos brasileiros, no que
se refere à escolaridade e a prática de atividades físicas sistematizadas. A
escolaridade média dos idosos pesquisados foi de 10,0 anos sendo que a do grupo
controle foi de 8,8, no ECE 11,1 e 10,1 no ECT, sem diferenças significativas entre
os grupos. Tais resultados são superiores à média nacional que é de 4,1 anos (4,3
para homens e 3,9 para as mulheres) (PNAD, 2009). De acordo com vários estudos
(ARGIMON; STEIN, 2005; LOURENÇO; VERAS, 2006; DINIZ; VOLPE; TAVARES,
52

2007), a escolaridade influencia direta e positivamente no desempenho dos testes


cognitivos, mas vale salientar que este estudo adotou em seu delineamento a
distribuição dos sujeitos de forma aleatória, nos três grupos, e não foi encontrada
diferença significativa entre eles, na escolaridade. Além disso, originou
homogeneidade intergrupos nas avaliações de memória pré-intervenções.

Da mesma forma, o número de idosos que praticam atividades físicas


sistematizadas no Brasil, de acordo com pesquisa realizada pelo Ministério da
Saúde, Vigilância de Fatores de Risco e Proteção a Doenças Crônicas
Degenerativas – Vigitel (2009), mostra que apenas 14,7% da população acima de 18
anos praticam atividades físicas no seu tempo livre e são considerados ativos, de
acordo com recomendações internacionais (WORD HEALT ORGANIZATION, 2004).
Entre os idosos, a frequência é um pouco maior, de 18,1%, embora entre as
mulheres idosas seja apenas de 10,8 %. Por esse padrão, tais pessoas são
classificadas como as que fazem atividades físicas leves ou moderadas pelo menos
30 minutos diários em cinco ou mais dias da semana, ou pelo menos 20 minutos de
intensidade vigorosa em três dias da semana. Neste estudo, as idosas praticavam
atividades físicas sistematizadas, com uma frequência semanal no mínimo de duas
vezes. Semelhante à escolaridade, os exercícios físicos e as atividades físicas
contribuem para melhor desempenho cognitivo e na memória dos idosos (CHIARI et
al., 2010).

Poucos estudos, com os mesmos testes utilizados neste estudo foram


encontrados pesquisando a memória de idosos fisicamente ativos. As investigações
utilizando os mesmos instrumentos concentram-se em idosos com comprometimento
cognitivo, com doença de Alzheimer ou situações clínicas específicas (BUSSE et al.,
2008; MELO, 2008; SANTOS, 2010). Confrontando as habilidades de memória
testadas nos pré-testes desse estudo com sujeitos semelhantes, encontrou-se o
estudo Di Nucci et al., (2010) realizado no município de Amparo (SP), sobre a
relação entre hipertensão e desempenho cognitivo em idosos. Participaram dessa
pesquisa 80 idosos, homens e mulheres, dos quais apenas 26% da amostra
praticavam atividades físicas; contudo, os seus resultados não foram confrontados
com idosos inativos. A média e o desvio padrão, nos testes de MLP e FV
encontrados foram: nos normotensos, 13,65 ± 4,46 e 13,2 ± 3,67 e nos hipertensos
13,8 ± 3,76 e 11,65 ± 3,6, respectivamente. Outro estudo, de Silva-Lima et al.,
53

(2010), delineado com o objetivo de investigar a relação entre atividade física e


cognição associou o desempenho no teste de fluência verbal (categoria animais) às
variáveis relativas ao nível de atividade física realizada pelos participantes. Este
envolveu 383 idosos, na cidade de Matarazzo, SP, no qual a realização de
atividades físicas foi avaliada por 57 questões divididas em 5 módulos: atividades
físicas de locomoção, atividades físicas na hora do lazer, atividades físicas
domésticas, atividades físicas no trabalho e comportamento ao assistir televisão.
Para que os indivíduos fossem considerados ativos eram necessários que
realizassem pelo menos 150 minutos de atividades físicas em cada domínio. Como
resultado, constatou o citado estudo que houve diferença significativa entre os
grupos ativos e inativos, a favor do grupo ativo, no número de animais falados nos
primeiros 15 segundos, o que sugere que os idosos ativos são mais rápidos na
busca semântica. Para o total de animais falados, a diferença aproximou-se da
significância estatística. A média e o desvio padrão dos idosos ativos foram 11,48 ±
3,61. Confrontando os resultados desses dois estudos com os observados em nossa
pesquisa, nota-se uma superioridade nos valores dos escores obtidos pela amostra
selecionada, no qual a média e o desvio padrão dos testes nos grupos foram: MLP:
GC,16,2 ± 5,5; ECE, 15,4 ± 2,7 e ECT, 15,2 ± 3,3. No teste de FV: GC, 15,8 ± 4,0;
ECE, 15,1 ± 3,5 e ECT, 15,2 ± 3,7. Tais resultados podem estar relacionados ao fato
de que a presente amostra apresentou nível de escolaridade acima da média e
estava engajada em programas sistematizados de atividades físicas.

Do mesmo modo, contrapondo a presente investigação a um estudo que


utilizou instrumento idêntico (EQM), encontrou-se a pesquisa de Kasai et al. (2010),
que verificou os efeitos da prática de Tai Chi Chuan na cognição de 26 idosas com
comprometimento cognitivo leve. Os testes pré-intervenção apresentou na EQM 9
para o grupo que praticou Tai Chi e 7,92 para o grupo controle. Fazendo um
comparativo desses dados, observa-se que as queixas de memória encontradas
foram menores em relação aos dados observados no presente estudo, sendo que o
GC apresentou um escore de 6,2; o ECE de 5,3 e o ECT de 7,6. Em geral,
confrontando os resultados das avaliações de memória na linha de base deste
estudo, foram observados valores superiores a estudos disponíveis na literatura,
achados possivelmente relacionados ao fato da presente amostra ser composta por
indivíduos fisicamente ativos e sem comprometimento cognitivo.
54

7.2 – ESTIMULAÇÃO DE MEMÓRIA TRADICIONAL

Em relação aos resultados dos treinamentos de memória seguindo o modelo


tradicional, este estudo segue a tendência dos demais, demonstrando que essas
intervenções são eficientes para estimular a memória e aumentar seu desempenho
(NOVOA; JUAREZ; NEBOT, 2008). Evidências desses efeitos são notadas mesmo em
idosos com comprometimento cognitivo (OLCHIK, 2008; SHIMIDT; VICENTE;
YASSUDA, 2009; SANTOS, 2010). No estudo de Santos (2010), isso é demonstrado
com oficina de estimulação cognitiva para idosos analfabetos e com transtorno
cognitivo. O citado estudo foi realizado na cidade de Brasília, em dez sessões de
oficinas de memória, com a amostra composta por 63 idosos. Estes foram
distribuídos em: 22 idosos no grupo experimental, 21 idosos do grupo controle 1 e
20 idosos do grupo controle 2. O grupo experimental participou de oficina com jogos
e brincadeiras adaptados para idosos analfabetos com estimulação de memória a
curto e a longo prazo. O grupo controle 1 participou de palestras de educação em
saúde e o grupo controle 2 permaneceu sem atividades. O resultado da pesquisa
mostrou que o grupo experimental melhorou a cognição, sociabilização, integração e
o desempenho nas atividades da vida diária. Ainda, o grupo experimental e o
controle 1 melhoraram a percepção da memória e os resultados no MEEM, fato que
não é observado no grupo controle 2.

Outro estudo que pode ser citado é o de Unverzagt et al., (2007), com
treinamento cognitivo de memória, raciocínio e atenção visual para idosos,
totalizando dez sessões realizadas no Estados Unidos, no qual foram avaliados os
resultados de 2580 idosos normais e 193 com comprometimento da memória. Os
resultados desses pesquisadores indicaram que participantes com comprometimento
cognitivo não tiveram o mesmo aproveitamento dos idosos normais, durante o
treinamento, mas mostraram ganhos após a intervenção. Já o grupo normal
apresentou melhoras significativas. Resultados similares são observados na
população brasileira, com o estudo de Olchik (2008), envolvendo 142 idosos normais
e com comprometimento cognitivo, no qual os participantes foram distribuídos
aleatoriamente em três grupos: treinos de memória, intervenção educativa e grupo
controle. As sessões foram em número de oito, tanto o treinamento de memória
55

como a intervenção educativa. Após a intervenção, os três grupos apresentaram


escores mais altos, inclusive o grupo controle, achados que possivelmente estão
relacionados ao efeito de aprendizagem dos testes. Entretanto, os grupos que
receberam o treino de memória e a intervenção educativa apresentaram escores
superiores ao grupo controle, sendo que a diferença entre eles não atingiu
significância estatística. De forma interessante, no treino de memória os
participantes com comprometimento cognitivo exibiram desempenho no pós-teste
semelhante aos idosos normais no momento do pré-teste, observações que
sugerem relevância clínica do protocolo de intervenção.

Destaca-se que a proposta de intervenção da Estimulação Cognitiva


Tradicional no presente estudo foi elaborada com o treino do uso de recursos para
maximizar a memória e a abordagem educativa. Embora não tenham sido
encontrados estudos que utilizaram o mesmo molde desta estruturação e os
mesmos instrumentos de avaliação aplicados em idosos ativos para confrontar os
resultados, as observações indicaram que as oficinas tradicionais utilizadas foram
eficazes em melhorar aspectos da memória, o que não foi notado no grupo controle.

7.3 – ESTIMULAÇÃO COGNITIVA CONJUGADA COM EXERCÍCIOS FÍSICOS

Mesmo que alguns estudos tenham examinado a influência de oficinas


tradicionais e os benefícios dos exercícios sobre a memória em idosos, poucos se
preocuparam em examinar uma intervenção que aliasse exercícios físicos e
estímulos na memória. Na revisão bibliográfica deste estudo foi encontrado apenas o
estudo de Fabre et al (2002) e o de Oswald et al. (1996). A hipótese levantada foi
de que a combinação desses dois estímulos poderia potencializar os resultados;
entretanto, isso não foi evidenciado no presente estudo. Não obstante, a conjugação
de exercícios físicos e estimulação de memória induziram melhora significativa nas
avaliações realizadas. Tais resultados foram semelhantes a estimulação cognitiva
Tradicionais, o que sugere eficiência de tal intervenção.

O estudo de Fabre et al. (2002), que investigou por dois meses a combinação
de treinamento mental e exercícios aeróbios em 32 idosos, entre 60 e 76 anos. Os
56

participantes foram distribuídos em quatro grupos: grupo combinado com exercícios


aeróbios e mentais, grupo de exercícios aeróbicos, grupo de treinamento mental e
grupo controle. O grupo aeróbico e o grupo combinado praticaram atividades físicas
por uma hora semanal. Além disso, o grupo combinado ainda realizou 90 minutos
semanais de intervenção, que constava de estímulos visuais e auditivos para
estimular a memória. Da mesma forma, essas atividades foram realizadas pelo
grupo de treinamento mental. Comparando os resultados pós-intervenções, os
dados demonstraram que os três grupos que foram submetidos às intervenções
apresentaram melhoras na memória. Porém, os resultados do grupo combinado
foram superiores aos demais.

Outro estudo encontrado combinando atividades motoras e cognitivas foi o de


Oswald et al. (1996), o qual corresponde a um projeto interdisciplinar sobre a
manutenção e apoio à vida independente na velhice (denominado The SIMA
project). Nesse estudo foram investigados 309 idosos, com idade compreendida
entre 75 e 89 anos, os quais foram distribuídos em seis grupos, submetidos a 30
sessões, em nove meses, com frequência de uma vez por semana. Os grupos
foram: 1) grupo de treinamento de competência, que tinha como alvo transmitir
estratégia para lidar com mudanças relacionadas à idade e ao cotidiano; 2) grupo de
treinamento psicomotor, para promover a coordenação e a motricidade com
segurança; 3) grupo de treinamento de memória, baseado em um modelo de multi-
armazenamento; 4) grupo de treinamento psicomotor e competência; 5) grupo de
treinamento psicomotor e memória; e 6) grupo controle. Os grupos treinamento de
memória e treinamento combinado mostraram os melhores resultados na
estimulação da memória, sendo a diferença entre eles sem significância estatística.
Além do que, o método combinado mostrou benefícios psicomotores.

No presente estudo, apesar dos dados evidenciarem que a conjugação de


exercícios físicos ao treinamento de memória proporciona melhoras não foi
detectado superioridade nos resultados em relação à estimulação cognitiva
tradicional. Em virtude dos benefícios para a memória, através dos treinamentos
tradicionais e também através das atividades físicas comprovados por vários
estudos (NOVOA; JUAREZ; NEBOT, 2008: CHIARI et al, 2010), poderia se supor que
os dois estímulos unidos melhorariam ainda mais os efeitos sobre a memória.
57

Porém, isso não foi verificado. As explicações para esses achados merecem
futuras investigações. Entretanto, os resultados foram semelhantes entre as
intervenções, sugerindo que a proposta Estimulação Cognitiva através de Atividades
Físicas constitua uma interessante opção de intervenção válida com a finalidade de
manter as funções cognitivas dos idosos, além de possivelmente influenciar na
motricidade e aptidão física e capacidade funcional dos mesmos, contribuindo para
uma velhice saudável e com qualidade de vida.

7.4 - RELEVÂNCIA DE SE CONJUGAR EXERCÍCIOS COGNITIVOS COM


EXERCÍCIOS FÍSICOS

Pode-se considerar relevante a conjugação de exercícios físicos e atividades,


que estimulem a memória pelos seguintes fatores: fisiológicos, motivacionais,
otimização do tempo, e fatores psicológicos. No fisiológico, as duas intervenções
podem estimular o cérebro, favorecer a plasticidade cerebral, aumentar a circulação
sanguínea para essa região e, consequentemente, a oxigenação (COTMAN;
BERCTOLD, 2002; GOLDBERG, 2002; SHERPHARD, 2003; KRAMER et al., 2005;
SILVA; NAVARRO; CAMPOS, 2007). Ainda, estudos prévios demonstram os
benefícios da prática de atividades físicas, contribuindo para a prevenção de
demências (COTMAN; BERCHTOLD, 2002; GOLDBERG, 2002; CAVALINI; CHOR,
2003; CHIARI et al,.2010). No aspecto motivacional, a atividade física é capaz de
mobiliar os sentidos, o corpo e as funções cognitivas ao mesmo tempo, de uma
forma global. Com isso, favorecer um maior envolvimento do indivíduo com a
atividade recrutada. Além disso, as estratégias e materiais utilizados em sessões de
atividades físicas podem diversificar as atividades cognitivas nas oficinas
tradicionais, como: jogos, contestes, gincanas, entre outros, que farão com que os
exercícios cognitivos fiquem mais atraentes e estimulantes, gerando motivação para
a participação. No aspecto tempo, há um maior aproveitamento, já que a atividade
das duas abordagens de trabalho é realizada simultaneamente. A união das duas
intervenções pode produzir paralelamente benefícios físicos, cognitivos e na saúde,
como um todo. Outro aspecto a considerar é o psicológico, devido à capacidade de
sociabilização e integração que atividades em grupos podem gerar, e a possibilidade
58

que as duas intervenções oferecem com esse intuito, ampliando as relações sociais
e o convívio, situações tão importantes na velhice. Ainda, nesse aspecto, melhora do
humor, do sono (MELLO et al., 2005), da auto-estima e auto-imagem (MAZO;
CARDOSO; AGUIAR, 2006; RAHHAN, 2009), influenciando positivamente na saúde
mental e qualidade de vida dos idosos.

Com a conjugação de exercícios cognitivos a atividades físicas, abre-se uma


nova possibilidade de intervir positivamente no processo de envelhecimento humano
em aspectos tão importantes. Essa proposta pode sair do paradigma cartesiano, tão
comum nas práticas de saúde, e pode abranger todas as dimensões do homem,
cognitiva, motora, psicológica e social.

7.5 - LIMITAÇÕES DO ESTUDO

Apesar de este estudo ser original e trazer contribuições para o conhecimento


científico e estratégias para a prática docente de atividades físicas para idosos,
apresenta algumas limitações. Entre elas, a ausência de mensuração das variáveis
de aptidão física antes e depois da intervenção da ECE, bem como o controle
dessas durante as sessões. Não obstante, o intuito foi realizar uma investigação
inicial da possibilidade de conjugação, sendo importante que futuros estudos
examinem os possíveis efeitos no aprimoramento de variáveis da aptidão física
relacionada à saúde como condicionamento cardiorrespiratório, força e resistência
muscular e flexibilidade. Outro fato a ser mencionado é o número reduzido de
sessões (12 sessões), que foram implementadas para obter ganhos expressivos nas
variáveis de memória. Porém, tal delineamento foi espelhado no que comumente se
observa nos estudos que empregaram oficinas de memória tradicionais (de cinco a
12 sessões). Nesse sentido, é válido ressaltar que os benefícios do treinamento
físico são reversíveis, ou seja, se perdem ao cessar a prática, portanto precisam ser
realizados continuamente. Futuros estudos são necessários para investigar os
efeitos a longo prazo de intervenções com treinamento de memória e aptidão física
conjuntos .
59

7. 6 - APLICABILIDADE PRÁTICA

No que diz respeito à aplicabilidade da proposta examinada (i.e., ECE), é


possível e se mostrou eficaz a união de exercícios cognitivos estimuladores da
memória com exercícios físicos. Dessa forma, profissionais da área de saúde
poderão utilizar estratégias dessa conjugação em treinamentos de memória
tradicionais, para diversificar as atividades, vivências em grupos de idosos e
principalmente em sessões de atividades físicas para essa população. Levando em
consideração que a cada dia é maior o número de idosos que procuram exercícios
físicos, por recomendações médicas ou influência da mídia, essa prática torna-se
um momento oportuno e propício para trabalhar aspectos cognitivos que são tão
importantes para independência, autonomia e qualidade de vida dos mesmos.
Através dessa intervenção, poderiam se minimizar os efeitos do envelhecimento no
físico e no cognitivo, podendo contribuir para a prevenção das demências e diminuir
as perdas nas funções motoras, como também manter a capacidade funcional e
melhorar a aptidão física. A deterioração da função mental e a incapacidade
funcional podem causar prejuízos de todas as ordens e estão associadas até ao
aumento da mortalidade nos idosos. Estudo longitudinal de Campbell et al., (1985)
em Gisborne, na Nova Zelândia, com 308 idosos, no qual fatores preditores de
mortalidade foram avaliados, usando análise de regressão de Cox's, após controle
para idade, demonstrou que esses foram principais fatores de prognóstico de
mortalidade entre eles. Com intervenções com essas características é possível
prevenir esses preditores e favorecer a interação da saúde física e mental e,
consequentemente, independência na vida diária, alvos tão almejados no
envelhecimento saudável e com qualidade de vida.
O aproveitamento da metodologia na conjugação de exercícios físicos com
exercícios cognitivos pode ser igual à proposta adotada, ou utilizá-las em partes das
sessões de atividades físicas, ou seja, atividades cognitivas com exercícios físicos
na parte inicial, principal ou final das sessões. A abordagem educativa pode-se
adequar na parte final das sessões. É também recomendável utilizar tarefas para
casa com o intuito de facilitar a fixação dessas técnicas no dia-a-dia do idoso.
Algumas estratégias dessa proposta ainda podem ser utilizadas em oficinas de
memória tradicionais, já que algumas técnicas mnemônicas se adaptam muito bem
60

em atividades com exercícios físicos. Por meio dessa metodologia pode-se


promover o atendimento do idoso no seu aspecto mais global, abordagem
considerada Ideal no atendimento a indivíduos com idade avançada.

8 - CONCLUSÕES

Os resultados observados na presente investigação, consistente com


achados anteriores, indicam que doze sessões de estimulação cognitiva tradicional
podem aumentar o desempenho na função da memória em mulheres idosas.
Ademais, a proposta de intervenção com conjugação de exercícios físicos com
estimulação cognitiva da memória apresentou resultados similares aos observados
com as oficinas tradicionais. Especificamente, os grupos que foram submetidos às
intervenções (i.e., ECE e ECT) exibiram melhor rendimento nos testes de MLP e FV,
e menor escore na EQM, quando comparados ao momento pré-intervenção. O GC
não apresentou alterações significativas durante o período do estudo para nenhuma
das variáveis estudadas. Tais resultados sugerem que as intervenções aplicadas
induziram melhora em aspectos da memória na amostra estudada.

A possibilidade de conjugar as duas atividades, exercício físico e atividade


cognitiva, constitui uma opção para a estimulação cognitiva da memória em idosos,
com otimização do tempo, trabalhando simultaneamente o físico e o cognitivo,
dimensões humanas essenciais para a qualidade de vida dessa população. Uma vez
que estudos anteriores tenham demonstrado efeitos positivos na memória,
ocasionados pelas oficinas de treinamento de memória tradicional e pelos exercícios
físicos, é possível sugerir que a conjugação de ambos possa atuar de forma
sinérgica sobre a memória de idosos, embora a temática precise ser mais bem
estudada.

Por essas razões, futuras pesquisas sobre esse tema devem ser
incentivadas, verificando os efeitos a longo prazo dessa conjugação, bem como
alterações na capacidade funcional e em variáveis da aptidão física relacionada à
saúde como força, flexibilidade e aptidão aeróbia. Em adendo, é importante que
61

futuros trabalhos examinem esses efeitos em idosos com comprometimento


cognitivo e demências, bem como em indivíduos do sexo masculino.

9 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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APÊNDICES

Apêndice A - Questionário de Identificação

1- Nome: _______________________________________________________

_________________________________________________________

2- E-mail:_______________________________________________________

3- Telefone: _____________________________________________________

4- Data de Nascimento:__ / __ / ____

5- Endereço: ___________________________________________________

______________________________________________________________

6- Telefone: ____________________________________________________

7- Estado civil:

( ) casado ( ) viúvo ( ) separado ( ) solteiro

8- Além da senhora, quantas pessoas vivem em seu domicílio? _________

9- Frequentou a escola?

( ) Sim, por ___ anos ( ) Não

10- Profissão:__________________________________________________

11- Trabalha?

( ) Sim. Em que?__________ ( ) Não

12- É aposentada?

( ) Sim ( ) Não
78

13- É a principal responsável pelo seu sustento ou contribui para o sustento da


casa?

( ) Sim ( ) Não

14- Toma medicamentos? Quantos?

( ) Sim ( ) Não

Qual a indicação______________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

15- Faz reposição hormonal?

( ) Sim ( ) Não

16- Já teve doenças anteriores?

( ) Sim ( ) Não

17-No caso de sim, quais?

___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

18- Apresenta alguma doença atualmente?

( ) Sim ( ) Não

16- No caso de sim, quais?

___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
79

19- Mantém atividades intelectuais?

( ) Sim ( ) Não

20. O que acha da sua memória?

( ) É ótima ( ) É boa ( ) É regular ( ) É ruim

21- Acha que sua memória mudou com a idade?

( ) Sim ( ) Não

Como?______________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

22- Faz atividades físicas?

( ) Sim ( ) Não

23- Quantas Vezes por semana?

( )1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5 ou mais

24- Apresenta algum problema de saúde que interfere nas atividades físicas?

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________

_____________________________________________________________
80

Apêndice B – Mini-Exame do Estado Mental

1-Orientação Temporal: 1 ponto para cada resposta certa. No item horário,


considerar 1 hora a mais ou a menos.

Que dia é hoje?

Em que mês
estamos?

Em que ano?

Em que dia da
semana?

Hora aproximada

Total

2-Orientação Espacial:

Em que local
estamos?

Que local é este


aqui?

Que bairro ou rua?

Que cidade?

Que estado?

Total
81

3- Retenção de registro de dados, memória imediata. Nomeie três objetos (carro,


vaso, tijolo), levando um segundo para cada.

Depois, peça à participante que os repita.

Carro

Vaso

Tijolo

Total

4- Atenção e Cálculo: subtraia 7 de 100; subtraia 7 desse número etc. (5 pontos)

Interrompa após 5 respostas.

100-7

93-7

86-7

79-7

72-7

65

Total
82

5- Evocação de palavra: peça à participante que nomeie os três objetos aprendidos.


Um ponto para cada palavra correta, máximo 3 pontos.

Carro

Vaso

Tijolo

Total

6- Linguagem: mostre uma caneta e um relógio. Peça à participante que nomeie


cada um conforme você os mostra. Um ponto para cada resposta correta, máximo 2
pontos.

Caneta

Relógio

Total

7- Repetição: Peça à participante que repita “nem aqui, nem ali, nem lá”. (1 ponto)

Considere somente se a resposta for correta.

Total= __________
83

8- Comando: Peça à participante que obedeça a instrução: “Pegue o papel com sua
mão direita. Dobre-o ao meio com as duas mãos”. “Coloque o papel no chão”. Um
ponto para cada execução correta. Máximo 3 pontos.

Pegue o papel com sua mão


direita

Dobre-o ao meio com as duas


mãos

Coloque o papel no chão

Total

9- Leitura: Peça à participante para ler e obedecer ao seguinte “Feche os olhos”. (1


ponto)

Total _____________

10- Linguagem: Peça à participante que escreva uma frase de sua escolha. (1
ponto)

Total=______________

11- Cópia de desenho. Peça á participante que copie o seguinte desenho: (1 ponto)
84

Pontuação=__________________

Resultado:

Analfabeto___________13

1a 8 anos____________18

Acima de 8___________26
85

Apêndice C- Escala de Depressão Geriátrica- abreviada

1- Satisfeito(a) com a vida? (NÃO)


2- Interrompeu muitas de suas atividades? (SIM)
3- Acha sua vida vazia? (SIM)
4- Aborrece-se com frequência? (SIM)
5- Sente-se de bem com a vida a maior parte do tempo? (NÃO)
6- Teme que algo ruim lhe aconteça? (SIM)
7- Sente-se alegre a maior parte do tempo? (NÃO)
8- Sente-se desamparado(a) com frequência? (SIM)
9- Prefere ficar em casa a sair e fazer coisas novas? (SIM)
10- Acha que tem mais problemas de memória que outras pessoas? (SIM)
11- Acha que é maravilhoso estar vivo(a) agora? (NÃO)
12- Vale a pena viver como vive agora? (NÃO)
13- Sente-se cheio(a) de energia? (NÃO)
14- Acha que sua situação tem solução? (NÃO)
15- Acha que tem muita gente em situação melhor? (SIM)

O = quando a resposta for diferente do exemplo entre parênteses


1 = quando a resposta for igual ao exemplo entre parênteses

Total > 5 = suspeita de depressão.


86

Apêndice D - Memória de Lista de Palavras

Leitura em voz alta de 10 palavras a um ritmo de uma palavra para cada dois
segundos. Terminada a leitura é feita evocação, por um período máximo de 90
segundos. O procedimento é repetido com as palavras em outra ordem, mais duas
vezes. A pontuação é obtida pela soma das palavras corretas que foram evocadas
nas três tentativas, com escore máximo de 30 pontos.

Palavras

MANTEIGA

BRAÇO

PRAIA

CARTA

RAINHA

CABANA

POSTE

BILHETE

ERVA

MOTOR

Pontuação: ________
87

Apêndice E- Teste de Fluência Verbal

Instrução: Falar todos os animais que conhecem num minuto

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

___________________________________________________________________
88

Apêndice F- Escala Subjetiva da Memória

1-Você tem qualquer dificuldade com a sua memória?

Não= 0

Sim=1

Sim, com problemas= 2

Problemas graves= 3

2- Outras pessoas acham você esquecido?

Não=0

Sim= 1

Sim, com problemas= 2

Problemas graves= 3

3-Você esquece o nome de amigo próximo ou parente?

Não= 0

Sim= 1

Sim, com problemas= 2

Problemas graves= 3

4-Você esquece onde deixa as coisas mais do que usual?

Não= 0

Sim= 1

Sim, com problemas=2

Problemas graves=3
89

5-Você tem usado lembretes ou listas para evitar que se esqueça das coisas?

Não= 0

Sim= 1

Sim, com problemas= 2

Problemas graves= 3

6-Quando fala, você tem dificuldade para encontrar a palavra que quer, ou algumas
vezes diz a palavra errada?

Não= 0

Sim= 1

Sim, com problemas= 2

Problemas graves= 3

7-Você alguma vez perdeu-se perto de casa?

Não= 0

Sim= 1

8-Há vezes em que seus pensamentos tornam-se mais lentos do que o normal?

Não=0

Sim=1

Sim, com graves problemas= 2

8- Às vezes seus pensamentos se tornam confusos?

Não=0

Sim=1

Sim, com graves problemas=2


90

9- Você tem achado mais difícil concentrar-se do que normalmente?

Não=0

Sim=1

Sim, com graves problemas= 2


Apêndice G - Plano de Ensino das Intervenções

Planejamento das intervenções: Estimulação Cognitiva Tradicional

Objetivos Conteúdos Estratégias Avaliações

1-Levar conhecimentos 1-Conteúdo teórico: 1-Explanações teóricas, 1-Verificar através de arguições verbais e tarefas
que vão auxiliar no auto- envelhecimento e discussões em grupos e para casa se as participantes assimilaram o
conhecimento e nos memória; crenças e auto- compartilhamento de conteúdo repassado
processos da memória. eficácia, recursos internos experiências.
e externos para facilitar a
memória; fatores que
prejudicam a memória.
2-Conteúdo Prático:
2.1- Aumentar o nível de 2.1- Atenção ativa 2.1- Atividades, jogos e 2.1- Observar o nível de atenção das
atenção e concentração, brincadeiras de participantes e o desempenho das participantes
eliminando a distração e observações e atenção. nessas atividades
dispersão.
2.2- Facilitar a 2.2- Técnicas 2.2- Jogos moderados e 2.2- Averiguar através dos exercícios nas oficinas
armazenagem e evocação mnemônicas: Associação, calmos, contestes, e para casa se as participantes conseguem
de informações Categorização, Imagem exercícios com resolução aplicar as técnicas mnemônicas repassadas.
Mental e método de Loci. de problemas, atividades
intelectuais, isso tudo com

91
exercícios individuais, em
e duplas e grupos.
Tarefas para casa
3-Treinar a descontração 3-Relaxamento e 3- Exercícios respiratórios, 3- Verificar através da observação e depoimentos
física e mental, abaixando Técnicas de meditação exercícios de verbais se as técnicas repassadas foram
o nível de cortisol e relaxamento, exercícios apreendidas
proporcionando o foco de de auto-percepção,
atenção em determinado exercícios para direcionar
objetivo. a atenção.

92
ESTIMULAÇÃO COGNITIVA E MOVIMENTO CORPORAL

Objetivos Conteúdos Estratégias Avaliações

1-Levar conhecimentos 1-Conteúdo teórico: 1-Explanações teóricas, 1-Verificar através de arguições verbais e tarefas
que vão auxiliar no auto- envelhecimento e discussões em grupos e para casa se as participantes assimilaram o
conhecimento e nos memória; crenças e auto- compartilhamento de conteúdo repassado
processos da memória. eficácia, recursos internos experiências.
e externos para facilitar a
memória; fatores que
prejudicam a memória.

2-Conteúdo Prático:
2.1-Aumentar o nível de 2.1- Atenção ativa 2.1- Atividades, jogos e 2.1- Observar o nível de atenção das
atenção e concentração, brincadeiras de participantes e o desempenho das participantes
eliminando a distração e a observações e atenção. nessas atividades
dispersão.
2.2-Facilitar a 2.2- Técnicas 2.2- Jogos moderados e 2.2- Averiguar através dos exercícios nas oficinas
armazenagem e evocação mnemônicas: Associação, calmos, contestes, e para casa se as participantes conseguem
de informações Categorização, Imagem exercícios com resolução aplicar as técnicas mnemônicas repassadas.
Mental e método de Loci. de problemas, atividades
intelectuais, isso tudo com

93
exercícios individuais, em
e duplas e grupos. Tarefas
3-Treinar a descontração 3-Relaxamento e Técnicas par casa. 3- Verificar através da observação e depoimentos
física e mental, abaixando de meditação 3- Exercícios respiratórios, verbais se as técnicas repassadas foram
o nível de cortisol e exercícios de apreendidas
proporcionando o foco de relaxamento, exercícios
atenção em determinado de auto-percepção,
objetivo. exercícios para direcionar
4-Aumentar a resistência 4-Resistência aeróbica a atenção. 4-Verificar se as idosas desempenham as
aeróbica, melhorando o 4- Caminhadas e atividades propostas que seguem o princípio de
sistema exercícios contínuos sobrecarga do treinamento esportivo
cardiorrespiratório. 5- Flexibilidade 5- Idem ao anterior
5- Aumentar a mobilidade, 5-Alongamento e
proporcionando exercícios localizados
movimento com as
articulações. 6- Força 6- Idem ao anterior
6- Desenvolver a força 6- Movimentos contra a
dos membros inferiores gravidade

94
95

Anexo 1 - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido - TCLE

A senhora está sendo convidada a participar do projeto: Estimulação da


memória por meio de Atividades Físicas em idosas saudáveis: Examinando uma
proposta de Intervenção. O nosso objetivo é verificar os efeitos de um programa de
estimulação cognitiva por meio de atividades físicas sobre a memória de idosas
saudáveis.

A senhora receberá todos os esclarecimentos necessários antes e no


decorrer da pesquisa e lhe asseguramos que seu nome não aparecerá, sendo
mantido o mais rigoroso sigilo através da omissão total de quaisquer informações
que permitam identificá-la.

A sua participação será através de avaliações de sua memória, que serão


aplicadas pela pesquisadora, e participação no programa de estimulação da
memória em data combinada. Nas avaliações de memória, informamos que a
senhora pode se recusar a responder qualquer questão que lhe traga
constrangimento, podendo desistir de participar da pesquisa em qualquer momento,
sem nenhum prejuízo para a senhora no seu entendimento. Os testes são: Mini-
Exame do Estado Mental, Escala de Depressão Geriátrica, Memória de Lista de
Palavras, Escala de Queixa de Memória e Fluência Verbal.

As voluntárias serão aleatoriamente divididas em três possíveis grupos: 1)


Estimulação Cognitiva Tradicional (ECT); 2) Estimulação Cognitiva Aliada a
Movimentos Corporais (ECM); e 3) Grupo Controle (GC). No grupo de ECT serão
aplicados exercícios de oficinas de memória tradicional e no ECM exercícios de
oficina de memória aliados a movimentos corporais. O grupo controle permanecerá
com suas atividades normais sem intervenção do pesquisador.

A presente pesquisa não se caracteriza por avaliações ou intervenções que


venham a causar desconfortos ou riscos aos participantes, entretanto, todo esforço
será realizado para prevenir qualquer situação desconfortável. O pesquisador terá a
responsabilidade de estar presente no local e horário marcados para avaliação ou
aplicação da intervenção, e de responder prontamente questionamento dos
participantes em relação à pesquisa. O pesquisador responsável suspenderá a
pesquisa imediatamente, ao perceber algum risco ou dano à saúde do participante,
mesmo riscos não previstos neste termo de consentimento.

Os resultados da pesquisa serão divulgados na Universidade Católica de


Brasília, na Unidade Mista de Taguatinga e no Hospital Regional de Taguatinga
(UMT) /SES podendo, inclusive, ser publicados posteriormente. Os dados e
96

materiais utilizados na pesquisa ficarão sobre a guarda do Setor de Geriatria da


UMT e Biblioteca da UCB.

Se a senhora tiver qualquer dúvida em relação à pesquisa, por favor, telefone


para a pesquisadora Maribel Silva Dias, nos telefones 3037-9181 e 9637-2425 e
para o orientador Dr. Ricardo Moreno, telefone 8109444, no horário comercial.

Este projeto foi Aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da SES/DF.


Qualquer dúvida com relação à assinatura do TCLE ou os direitos do sujeito da
pesquisa podem ser obtidos através do telefone: (61) 3325-4955.

Este documento foi elaborado em duas vias; uma ficará com o pesquisador
responsável e a outra com o sujeito da pesquisa.

______________________________________________

Nome / assinatura:

____________________________________________

Pesquisador Responsável

Nome e assinatura:

Brasília, ___ de __________de _________


97

Anexo 2- Aprovação do Comitê de Ética


Anexo 3- Cronograma das Atividades da Pesquisa

Etapas/m ê s /ano 8 /2 00 9 9 /2 00 9 1 0/20 09 1 1/20 09 1 2/20 09 2 /2 01 0 3 /2 01 0 4 /2 01 0 5 /2 01 0 6 /2 01 0 7 /2 01 0 8 /2 01 0 9 /2 01 0 1 0/20 10


L e vantame nto
bibliográfico X
Elaboraç ão do
proje to X X X
X
Estudo Piloto X X X X

Q ualific aç ão X
Subm issão ao
c om itê de é tica X
D ivulgaç ão e X
insc riç ão
X
Pré - te ste

Interve nç ão X
X
Pós- Te ste
Estatístic a dos
dados X
Re dação da
disse rtação X

Re visão final X
Elaboraç ão/subm i X
ssão do artigo
A pre se ntaç ão da X
disse rtação

98
99

Anexo 4 - Oficina de Estimulação Cognitiva Tradicional

Sessão 1: Associação

1- Parte teórica:
1.1- Falar sobre envelhecimento e memória.

1.2- Falar sobre a técnica mnemônica associação.

2- Parte prática:

2.1- Parte principal:

2.1.1- Sentadas em círculo, fazer uma reflexão de como está a memória.

2.1.2- Conversar com a colega do lado direito com a intenção de conhecê-la.


Perguntar principalmente seu nome, enquanto observa detalhes pedidos pelo
professor como a forma, cor dos olhos, altura, entre outros.

2.1.3 - O mesmo exercício anterior com a colega do lado esquerdo.

2.1.4 – Enumerar o grupo. Com o sinal, os números pares se levantam e trocam de


lugar e repete-se o exercício de número 2.2 e 2.3. O mesmo se faz com os
números ímpares.

2.1.5- Contar uma história de uma senhora com vários compromissos. Associar cada
compromisso a um número, de acordo com a prioridade e requisitar números
aleatoriamente, para que as participantes digam qual é o compromisso.

2.1.6- O professor mostra figuras de pessoas, dizendo seus nomes. Pedir para que
as participantes associem detalhes para guardar os respectivos nomes.

2..2- Parte final:

2.2.1- Formar um círculo e compartilhar com as colegas sobre o estado da sua


memória.

3- Tarefas para casa:


100

3.1- Conhecer três pessoas diferentes e associar detalhes seus para guardar os
nomes.

3.2- Fazer uma lista de tarefas a serem realizadas esta semana.

Sessão 2: Categorização

Parte Teórica:

1.2- Relembrar a sessão anterior.

1.3- Comentar as tarefas de casa.

1.4- Falar sobre auto-eficácia e memória.

1.5- Falar sobre a técnica mnemônica categorização.

2- Parte Prática:

2.1- Parte Principal:

2.1.2- Em círculo, cumprimentar a colega do lado direito, perguntar o seu nome, e


associar detalhe ao nome. Fazer o mesmo com a colega do lado esquerdo.

2.1.3- Enumerar as participantes; os números pares mudam de lugar e repete-se o


exercício anterior. Fazer o mesmo com os números impares.

2.1.4- Distribuir uma lista com 15 palavras (itens de supermercado). As participantes


deverão tentar memorizar esses itens. Em seguida, explicar a técnica de
categorização e memorizar a lista, aplicando essa técnica e compartilhar com a
colega do lado.

2.1.5- Conteste: dividir os participantes em grupos e passar uma tarefa em que


todas do grupo devem colaborar na sua execução. Ganha o grupo que terminar
primeiro. A tarefa é listar, utilizando a técnica de categorização, todo o material
necessários na construção de uma casa.

2.1.6- O professor verifica através de perguntas qual o grupo que lembra mais itens.

2.1.7- Repetir os exercícios anteriores, sendo que a tarefa é montar uma escola.
101

3- Parte final:

3.1- Relaxamento dirigido.

4- Tarefas para casa:

4.1- Fazer sua lista de compras por categoria e memorizá-la por essa técnica.

4.2- Distribuir às participantes caça-palavras por categorias.

4.3-Conversar com duas pessoas desconhecidas e memorizar seus nomes por


associação.

Sessão 3: Técnica Imagem Mental

1- Parte teórica:

1.2- Relembrar a sessão anterior.

1.3- Comentar as tarefas de casa.

1.4- Falar sobre as etapas da memória.

1.5- Falar sob a técnica de imagem mental.

2- Parte Prática:

2.1- Cada participante deve sentar próximo a alguém de quem ainda não sabe o
nome, conversar sobre a oficina e memorizar o nome, utilizando a associação.

2.2-Em círculo, Jogo do zoológico: O professor escolhe um critério, inicia-se o jogo


com alguém dizendo que vai ao zoológico e vai ver um bicho com o critério
estabelecido pelo professor. Exemplo: ¨cor verde¨; aquelas participantes que
citarem animais de cor verde continuam no jogo, as outras são eliminadas. O
professor vai mudando de critério.

2.2- Ficar de frente à colega e observar o máximo de detalhes. Trocar de colega e


descrever a colega observada por categorias como rosto, tronco, acessórios etc.
102

2.3- O professor fala sobre a imagem mental e dá exemplo de como utilizar essa
técnica para guardar informações.

2.4- Em dupla, compartilhar com a colega algo que não pode esquecer. Criar uma
história para guardar esse compromisso.

2.4- Dividir a turma em grupos e distribuir figuras para cada participante. Cada grupo
vai criar uma história com as figuras, com a colaboração dos participantes. Cada
participante, antes de adicionar a sua parte, deverá repetir a história da colega
anterior.

2.5- Formar um círculo e cada grupo vai expor a sua história.

3- Parte Final:

3.1- Reflexão sobre a técnica trabalhada.

3.2- Exercício respiratório: respiração profunda.

4- Tarefas de casa:

4.1- Fotografia mental: parar em frente a um estabelecimento e observar o máximo


de detalhes. Em seguida, fazer um desenho, colocar o máximo de detalhes que
observou.

4.2- Refletir sobre algo que sempre esqueceu e criar uma história para não mais
esquecer.

5.3- Exercícios de caça-palavras.

Sessão 4

1-Parte Teórica:

1.1- Relembrar a sessão anterior.


1.2- Comentar as tarefas de casa.
1.3- Falar sobre o cortisol, memória e relaxamento.
103

2- Parte Prática:

2.1- Jogo de atenção e associação: “morto e vivo”. Sentadas, quando o professor


falar “morto”, todas flexionam o tronco para frente; se “vivo”, ficam eretas.

2.2- Em duplas, distribuir listas de palavras para cada dupla. Cada uma deve
classificar a lista por categorização e memorizar. Em seguida, falar a lista para a
colega.

2.3- Em duplas, distribuir listas de palavras para cada dupla. Cada uma deve criar
uma história para guardar a lista que foi distribuída, através da imagem mental.
Em seguida, falar a lista para a colega.

2.4- Falar sobre a categorização, memória visual, auditiva e sinestésica

2.5- Em duplas, cada participante deve se dirigir a um local determinado pelo


professor (dentro do SESC), depois voltar e descrever o local para a colega.

2.6- Ainda em dupla, cada um passa uma tarefa por um comando verbal para a
outra, que deve ser executada. Em seguida, novamente a colega pede à outra
para realizar uma tarefa e o professor coloca uma ação distraidora no meio, isso
é, com objetivo de desviar a atenção do comando que foi solicitado. Mesmo
assim, a companheira deve executar a tarefa que foi pedida pela companheira.

2.7- As participantes são divididas em dois grupos, dispostas em duas colunas. A


última da coluna faz um desenho nas costas da colega e assim sucessivamente,
até chegar à primeira participante, que desenha em um papel o que recebeu.

3- Parte Final:

3.1 Respiração profunda.

3.2-Relaxamento dirigido.

Sessão 5- Método de Loci

1- Parte Teórica:
1.1- Relembrar a sessão anterior.
104

1.2- Comentar os exercícios para casa.


1.3- Falar sobre a Neuróbica.

2. Parte Prática:
Jogo de atenção: “Fazer o que eu faço e não fazer o que falo”.
2.1- Dividir as participantes em dois grupos. Cada participante observa a
disposição de todas; em seguida fica de costas e desenha o círculo com o nome
das colegas.
2.2- Ir conversar com aquela colega de quem ainda não guardou o nome e
memorizar o nome dela por associação.
2.3- Voltar ao grande círculo. As participantes observam a disposição de cada
colega; em seguida viram de costa e desenham a disposição das mesmas.

2.4- Formar dois grupos; com o sinal do professor, as participantes se dirigem a uma
mesa que está na frente de cada grupo. Observam os objetos e suas disposições
sobre as mesas. Volta ao local inicial e desenha ou nomeia a mesa com seus
objetos. Ganha o grupo que fizer isso primeiro e desenhar ou nomear mais
objetos com suas respectivas disposições.

2.5- O mesmo exercício anterior, mudando a disposição dos objetos.

2.6- Explicar o método de formar senhas com números conhecidos

2.7- Em dupla, formar senhas com números conhecidos e explicar a sua formação
para a colega.

3- Parte Final:

3.1-- O professor mostra figuras de pessoas e fala seus nomes. As participantes


deverão guardar seus nomes por associação.

3.2- Relaxamento dirigido.

3- Tarefas para casa:

3.1- As participantes deverão observar o que tem no seu guarda-roupa e depois


fazer um desenho e nomear tudo que tem lá.
105

3.2- As participantes deverão observar todos os objetos amarelos que tem em casa;
depois, nomear ou desenhar sua disposição na sua casa.

3.3- Palavras cruzadas e exercícios de “memorex”.

5.4- Exercícios de Neuróbica: escovar os dentes e se pentear com a mão esquerda;


sentar em locais diferentes em casa.

Sessão 6: conjugação de todas as técnica mnemônicas ministradas

1-Parte Teórica;

1.1- Relembrar a sessão anterior.


1.2- Comentar os exercícios para casa.
1.3- Falar sobre otimização da memória.

2- Parte Prática:

2.1- Explicar a técnica de guardar senhas de número, associando os números à


forma.

2.2- Associação: em duplas, cada uma forma uma senha e a colega associa os
números à forma.

2.3- Categorização: em dupla, enumerar as participantes em número 1 e número 2.


O professor passa tarefas de categorização para cada grupo. Número 1 deve
listar em categoria tudo que é necessário para montar um salão de beleza.
Número 2 deve listar tudo que é necessário para montar uma escola. Depois,
trocar a lista com a colega. Evocar a informação através da categorização com a
colega, conferindo a lista.

2,4- Imagem mental:em dupla: cada uma cita dois afazeres que não pode esquecer,
destaca a palavra-chave e cria uma história para memorizar esses afazeres. Em
seguida, relatar a história e os afazeres para a colega.
106

2.4- Método de Loci: O professor mostra figuras às participantes, que observam. O


professor deve fazer perguntas sobre a disposição e os elementos que estão na
figura.
3- Parte final:

3.1- Em dupla, o professor fala palavras não relacionadas, como os sete pecados
capitais. As participantes devem criar uma imagem mental para guardar as
palavras e depois citá-las para a colega.

3.2- Refletir sobre as técnicas mnemônicas aplicadas e questionar quais as técnicas


que as participantes mais identificaram.

3.3- Técnica de meditação.

4- Tarefas para casa:

4.1- Assistir um filme e fazer um resumo com início, meio e fim; falar sobre as
personagens, tema do filme, diretor etc.

4.2- Exercício de Neuróbica: dormir do lado contrário da cama, se vestir e se pentear


de olhos fechados.

4.3- Memorizar quatro placas de carro, atribuindo significado e utilizando a técnica


de associação para memorizar as letras e os números

4.4- Jogo de diferença.

Sessão 7: Associação

1- Parte Teórica.
1.2- Relembrar a sessão anterior.

1.3- Comentar as tarefas de casa.

1.4- Falar sobre os recursos externos para facilitar a memória.


107

2- Parte Prática:

2.1- Jogo de atenção: O maestro. As participantes em círculo. Uma é escolhida para


ser o maestro, isto é, criar movimentos que todos devem acompanhar. Quando o
maestro é escolhido, uma participante se afasta do grupo e depois volta e tem
que descobrir quem é o maestro.

2.2- O professor apresenta novamente as figuras de pessoas que foram mostradas


em sessões anteriores para as participantes falarem seus nomes.

2.3- Mostra novas figuras de pessoas e pede para falarem seus nomes. As
participantes deverão guardar seus nomes por associação.

2.4- Em dupla, formar senhas com seis números. Falar essa senha para a colega,
que deve associar os números a formas.

2.5 Em dupla, cada uma participante recebe uma figura. Observar com atenção a
figura e descrevê-la para a colega.

3- Parte final:

3.1- Respiração profunda.

3.2- Meditação.

4- Tarefas para casa:

4.1- Fazer uma lista de quatro afazeres da semana, identificar suas palavras-chaves
e criar uma história com essas palavras.

4.2- Conhecer duas pessoas diferentes e associar detalhes para guardar seus
nomes.

4.3- Exercícios de Neuróbica: mudar objetos que estão em sua casa de lugar; comer
algo diferente de manhã.

4.4- Exercício de caça-palavras e memorex.


108

Sessão 8: Categorização

1- Parte Teórica:
1.1- Relembrar a sessão anterior.
1.2 - Comentar as tarefas de casa.
1.3 - Falar sobre cortisol e memória.

2- Parte Prática:

2.1- Jogo de atenção; em duplas, observar a colega; em seguida, mudar de par e


descrever para a outra companheira tudo sobre a colega anterior.

2.2- Em dupla. O professor lê textos para o grupo. Cada uma deve escrever as
informações do texto no caderno por categorias e depois confere com a colega,
marcando ponto para cada detalhe lembrado.

2.3- Em dupla. O professor mostrar figuras de paisagens. Cada uma deve descrever
em categorias o que viu e depois conferir com a colega, marcando ponto para
cada detalhe lembrado.

4.4- Em dupla, cada participante deve falar a categoria de nomes pedida pelo
professor. Perde o jogo quem errar primeiro. Categorias: nomes próprios iniciados
com N, cantores, atletas.

3- Parte Final:

3.1- Exercícios respiratórios.

3.2- Meditação.

4- Tarefas de Casa:

4.1- Memorizar o telefone de três colegas, dando significado ou associando os


números, e quando chegar em casa anotar em um caderno

4.2- Exercícios de Neuróbica: escutar uma música com os olhos fechados enquanto
aspira um perfume; num dia usar roupas de tecidos leves e macios como malha e
no outro usar roupas grossas e ásperas, como jeans.

4.3- Exercício de diferença e caça-palavras


109

Sessão 9: Imagem Mental

1- Parte Teórica:
1.2- Relembrar a sessão anterior.
1.3- Comentar as tarefas de casa.
1.4- Falar sobre falar sobre a atenção,distração e dispersão.

2- Parte Prática:

2.1- Jogo de atenção: em dupla, uma observa a colega. Depois, esta vira de costas
e a outra muda algum detalhe no seu corpo ou vestimenta. A participante que
observou terá que descobrir o que mudou na outra.

2.2- Cada participante deve sentar ao lado de uma pessoa da qual ainda não sabe o
nome. Memorizar o nome e o telefone da colega através da associação.

2.3- Em pé e em dupla, uma colega pergunta à outra quais são os três alimentos
que mais gosta de comer. Utilizar a imagem mental para memorizar as
informações.

2.4- Trocar de par e repetir o exercício anterior e também falar para essa colega os
alimentos que a colega anterior gosta de comer.

2.5- O professor dita palavras não relacionadas para as participantes elaborarem


histórias para memorizar as palavras.

2.6- Compartilhar as histórias com o grupo.

3- Parte Final:

3.1- Exercícios respiratórios.

3.2- Meditação.

4- Tarefas para casa:

4.1- Observar o máximo de detalhe de sua rua e usar o método de Loci para
memorizá-los. Na próxima sessão compartilhar com a colega.

4.2- Assistir 3 comerciais na TV e em seguida anotar tudo sobre eles, assunto:


personagens, cenário, entre outros.
110

4.3- Criar uma história com os afazeres diários, sendo a participante a protagonista.

4.4- Exercício de Neuróbica: Fazer uma refeição de olhos fechados.

Sessão 10: Método de Loci

1. Parte Teórica:
1.1- Relembrar a sessão anterior.
1.2- Comentar as tarefas de casa.

1.3- Falar sobre falar sobre fases da memória: codificação, armazenagem e


evocação.

2- Parte Prática

2.1 Parte Inicial

2.2- Andando junto com o colega, um fala para o outro o seu endereço. Cada um
deve memorizar o endereço do outro através da associação.

2.3- Com o sinal do professor troca se de par e fala para este colega o endereço do
companheiro anterior, depois repete o exercício.

2.4- Alongamento

2.5- Braim Gym

3- Parte Principal

3.1- Em duplas, um faz um movimento de dança, de acordo com o ritmo da música,


o outro repete o movimento e coloca mais um. Em seguida o primeiro repete o
seu movimento e o movimento do colega e apresenta mais um. Assim vai se
formando uma coreografia.

3.2- Com o sinal, trocar de par e repetir o exercício

3.3- A dupla que quiser apresenta a coreografia para os demais.

3.4- O professor passa uma série de exercícios localizados e associa cada exercício
a uma parte do corpo. Quando ele disser pé, ficar com um pé na frente do outro e
111

realizar o avanço apoiando em um bastão. Pernas, flexionar as pernas também


com auxílio do bastão. Braços, segurar o bastão com os braços em supinação e
executar flexão dos cotovelos. Costas, elevar o bastão ao alto e flexionar os
braços trazendo-o atrás da cabeça. O professor deve requisitar as partes do
corpo aleatoriamente. Os movimentos devem ser executados lentamente para
aumentar a contração dos músculos.

4- Parte final

4.1- Os alunos sentados em círculo, distribuir pequenos textos para os participantes.


Cada um deve memorizá-los associando cada parte do texto a regiões do corpo

4.2- Pedir que alguns participantes apresentem os textos para os demais.

4.3- Relaxamento

5- Tarefas para Casa

5.1- Memorex e caça-palavras

5.2- Memorizar 3 placas de carro, formando frases comas letras e dando significado
aos números.

5.4- Exercitar a memória episódica; Lembrar de 2 fatos importantes e felizes de 10


em 10anos.

5.5- Exercícios de Neuróbica: assistir um programa de TV que nunca assistiu.

Sessão 11

1- Parte Teórica

1.1- Relembrar a sessão anterior.

1.2- Comentar as tarefas de casa

1.3- Relembrar as estratégias trabalhadas e fazer comentários em duplas sobre


essas.
112

2- Parte Prática

2.1- Exercício de atenção: distribuir dinheiro de papel. Cada participante observa a


nota que ganhou e responde as perguntas.

2.2- Dança das mãos: em dupla, cada um faz um movimento e o outro copia e em
seguida faz outro movimento formando uma coreografia.

2.3- Em dupla, memorizar o endereço do colega por associação ou imagem mental


em seguida trocar de lugar e falar para o próximo o colega o endereço do colega
anterior e o seu.

2.4- Repetir o exercício anterior mais duas vezes.

2.5- Formas círculos, cada um participante fala o que gosta de comer. E os outros
participantes devem memorizar por imagem mental a informação. Em seguida
sortear um número e aquele que foi sorteado deve falar o que os colegas gostam
de comer.

2.6- Ler um texto. Os participantes devem memorizar as informações do mesmo por


categorização.

3- Parte Final

3.1- Em dupla, compartilhar com os colegas as doenças que já teve. Aplicar o


método de Loci, associando cada parte do corpo aos sintomas narrado pelo
colega. Em seguida relatar para o grupo.

3.2 - Reflexão sobre a oficina, benefícios, validade, etc.

3.3 - Exercícios respiratórios e alongamento.

Sessão 12- Gincana

Tarefas

1- Enumerar cada participante de cada equipe. Cada número vai ao encontro do


número semelhante e memoriza ao nome e o telefone do colega. Sorteia 5
número e estes terão que falar o nome do colega e o seu telefone.
113

Pontuação 1 ponto para cada acerto.

2- Ler uma descrição de um local. Cada grupo deve fazer um desenho desse local.

Pontuação: Um ponto para cada detalhe descrito.

3- Ler um texto para os grupos. Os participantes deve listar o que se fala sobre a
personagem do texto.

Pontuação: 1 ponto para cada detalhe

4- Adivinhação: Cada grupo tem que responder as adivinhações.

Pontuação: 1 ponto para cada resposta correta.

5- Jogo de memória.

Pontuação: 1 ponto para cada acerto.

6- Estafeta de categorização: cada participante tem que escrever o nome de um


inseto.

Pontuação: 1 ponto para cada inseto.

7- Jogo dos contrarios:Enumerar cada participante o número o instrutor fala dois


números um de uma equipe e outro da outra.Um fala uma palavra e o outro
reponde com a plavra contraria.

Pontuação: Umponto para cada resposta certa.

8- Memorizar uma lista de palavra. O instrutor lê uma lista de palavras. Em seguida


os participantes tem memorizar as palavras e escreve-las e depois cita-las.

Pontuação: um ponto para cada palavra certa.


114

Anexo 5- Oficina de Estimulação Cognitiva e Movimento

Sessão 1: Associação

1- Parte teórica:

Envelhecimento e memória

2- Parte prática

2.1Parte inicial:

2.1.1- Caminhada fazendo uma avaliação de como esta a própria memória


2,1.2- Andar cumprimentar colega e perguntar o nome.
2.1.3- repetir exercício anterior, parando em frente ao colega e observar detalhes
pedidos pelo professor como: cabelo, forma, altura,entre outros.
2.1.4- O professor fala sobre a Associação como técnica para memorização
2.2 Parte principal

2,2.1- Distribuir um balão e uma figura para cada participante que deve enchê-lo
colocando a figura dentro.

2.2.2- Tocar o balão com a cabeça com as mãos, cabeça,cotovelo e os pés.

2.2.3- Associar números a parte do corpo. O professor requisita aleatoriamente


números que devem tocar o balão.

2.2.4- Em duplas tocando o balão, com a parte do corpo requisitada pelo professor
que estão associadas a números.

2.3- Parte Final

2.3.1- Cada um arrebenta seu balão e pega a figura que esta dentro e procura
alguém com uma figura igual.

2.3.2- Conhecer o colega e memorizar o nome através da associação com


detalhes.

2.3.3- Formar um círculo e compartilhar com os colegas sobre o estado da sua


memória.
115

3- Tarefas para casa

3.1- Conhecer duas pessoas diferentes e associar detalhes seus para guardar
seus nomes.

3.2- Fazer uma lista de tarefas a serem realizadas esta semana.

Sessão 2: Técnica Categorização

1-Parte Teórica:

1.2- Relembrar a sessão anterior

1.3- Comentar as tarefas de casa.

1.4 - Falar sobre auto-eficácia e memória

1.5 - Falar sobre a técnica categorização

2- Parte Prática

2.1- Parte Inicial

2.2- Andando, com o sinal parar em frente ao colega e cumprimentar, perguntar o


nome e como passou, observando o detalhe mais marcante da pessoa para
associa com o nome.

2.2- Exercícios ativos com as articulações

2.2- Parte principal

2.2.1- O professor realiza junto com os alunos exercícios para as diversas partes do
corpo. Em seguida divide os alunos em grupos que deverão montar uma série de
exercícios por partes do corpo, isto é, categorias (braços, pernas, coluna,
abdômen, entre outros). Depois o grupo apresenta para os colegas que devem
acompanhá-los na execução.

2.2.2- Estafeta: Dividir os alunos em seis colunas e estas ficam uma de frente para a
outra. O professor passa tarefas de recordar utilizando a técnica de categoria. O
primeiro da coluna escreve o que se pede em uma prancheta, anda e entrega para o
116

colega da coluna da frente. È o vencedor o grupo que terminar as tarefas no menor


tempo. Tarefas: animais com pelo, nome de pessoas com a, utensílios domésticos,
entre outros.

2.2.3- Andando com exercícios respiratórios para fazer voltar a calma ao organismo.

3- Parte final

3.1- Relaxamento dirigido

4- Tarefas para casa

4.1- Distribuir uma lista com 15 palavras (itens de supermercado).Os participantes


deverão tentar memorizar esses itens. Em seguida explicar a técnica de
categorização e repetir o exercício aplicando essa técnica.

4.2- Fazer sua própria lista de compras organizando por categoria.

4.3- Distribuir aos participantes caça-palavras por categorias.

4.4- Conversar com 2 pessoas desconhecidas e memorizar seus nomes por


associação.

Sessão 3: Técnica Imagem Mental

1.2-Parte teórica

1.2- Relembrar a sessão anterior

1.3- Comentar as tarefas de casa

1.4 Falar sobre as etapas da memória

1.5- Falar sobre a técnica de imagem mental

2- Parte Inicial

2.1- Andar e cumprimentar o colega com partes do corpo (nomeadas pelo professor)
e perguntar o nome e memorizar-lo através da associação.
117

2.2- Andando, com o sinal parar em frente ao colega e observar todos os detalhes
dessa pessoa.

2.3- Andando, com o sinal, para em frente à outra pessoa e descreve o colega
anterior.

2.4- Movimentos ativos das articulações por categorização. Membros superiores,


membros inferiores.

3- Parte Principal

3.1- Braim Gym:Explicar a técnica e seus efeitos

31- Imagem mental: O professor cita um exemplo de como utiliza a técnica de


imagem mental para memorizar informações através de filmes e histórias
imaginarias do que se quer memorizar.

3.2 - História contada com movimentos de um circuito de aventura, com todos os


participantes acompanhando os movimentos do professor.

3.3- Dividir os participantes em grupos de 5 e distribuir figuras a eles. O grupo tem


que formar uma história com movimento relacionado à figura que cada
participante recebeu. Cada um cria uma parte da história, mas antes repete a
parte do colega.

3.4- formar um grande círculo, cada grupo apresenta a história para os colegas, e
todos acompanham os movimentos da história.

4- Parte Final

4.1- Reflexão sobre a técnica trabalhada.

4.2- Exercício respiratório: respiração profunda

5- Tarefas de casa

5.1- Fotografia mental: parar em frente a um estabelecimento e observar o máximo


de detalhes. Em seguida fazer um desenho colocar o máximo de detalhes que
você observou.
118

5.2- Refletir sobre algo que sempre esqueceu e criar uma história pra não mais
esquecer.

5.3- Exercícios de caça-palavras

Sessão 4: tipos da memória

1-Parte Teórica

1.4- Relembrar a sessão anterior.


1.5- Comentar as tarefas de casa
1.6- Falar sobre o cortisol, memória e relaxamento

2-Parte Prática

2.1- Parte Inicial

2.1.2- Aquecimento das articulações por categorização.

2.1.2- Dividir a turma em grupos. Cada grupo deve fazer movimentos de esportes,
classificados por categorização: esporte que utiliza as pernas, esportes no meio
liquido, esportes com bola etc. Depois cada grupo apresenta para os demais que
imitam o gesto dos esportes.

3- Parte Principal

3.1- Jogo de atenção e associação: ¨morto e vivo¨, quando o professor falar morto
todos flexiona o tronco a frente, vivo fica ereto.

3.2- Falar sobre a codificação e memória visual, auditiva e sinestésica

3.3- O professor executa uma série de exercícios e os participantes observam e


depois executam, treinando a memória visual.

3.4- O professor descreve exercícios e os participantes devem escutar com atenção


e depois executá-los, treinando a memória auditiva.

3.5- Em dupla, de frente um para o outro, tocando as mãos do colega um executa


um movimento e o outro executa acompanhando o movimento.
119

4- Parte final

4.1- Os participantes e divididos em dois grupos dispostos em duas colunas. O


último da coluna faz um desenho nas costas do colega e assim sucessivamente
até que chegar no primeiro participante que desenha em um papel o que recebeu.

4.2- Respiração profunda

4.3- Relaxamentos dirigido

5- Tarefas para casa

5.1- Memorex

5,2- Palavras cruzadas

Sessão 5- Método de Loci

1-Parte Teórica

Relembrar a sessão anterior.

1.2-Comentar os exercícios para casa

1.3-Falar sobre a Neuróbica

2-Parte Prática

2.1- Parte Inicial

2.1.1- Caminhar de várias formas: no calcanhar, na ponta dos pés, com os pés
virados para dentro e para fora etc., e cumprimentar o colega pelo nome.

2.1.2- Exercícios de Braim Gym

3- Parte Principal

3.1- Os participantes em pé, apoiando em um bastão, estender e flexionar as pernas


de acordo com o comando do professor. Este associa nomes e números à flexão
e a extensão como número um, flexão, número dois extensão. Nome de fruta,
flexão,nome de verdura, extensão.
120

3.2- Andando, com o sinal do professor, formar dois círculo, com o mesmo número
de participantes. Observar quem esta na minha direita e quem esta na minha
esquerda. Andando novamente, com o sinal, voltar ao círculo na mesma
disposição

3.3- Andando novamente, com o sinal, voltar ao círculo na mesma disposição.

3.4- - Andando, com o sinal do professor, formar duas colunas com o mesmo
número de participantes. Observar quem esta na minha frente e quem esta atrás.

3.5- Andando novamente, com o sinal voltar a coluna.

3.6- Igual aos dois exercícios anteriores, formando uma fileira.

3.7- Formar dois grupos, com o sinal do professor os participantes se dirigem a uma
mesa que esta na frente de cada grupo. Observam os objetos e suas disposições
sobre as mesas. Volta ao local inicial e desenha ou nomeia a mesa com seus
objetos. Ganha o grupo que fizer isso primeiro e desenhar ou nomear mais
objetos com suas respectivas disposições

3.8- O mesmo exercício anterior,mudando disposição dos objetos .

4- Parte Final

4.1- Explicar o método de formar senhas com números conhecidos

4.2- Em dupla, formar senhas com números conhecidos e explicar a sua formação
para o colega.

5- Tarefas para casa

5.1- Os participantes deverão observar o que tem no seu guarda roupa e depois
fazer um desenho e nomear tudo que tem lá.

5.2- Os participantes deverão observar todos os objetos amarelos que tem em casa,
depois, nomear ou desenhar sua disposição na sua casa.

5.3- Palavras cruzada e exercícios de memorex

5.4- Exercícios de Neuróbica: escovar os dentes e se pentear com a mão esquerda;


sentar em locais diferentes em casa.
121

Sessão 6: conjugação de todas as técnica mnemônicas ministradas

1-Parte Teórica

1.4- Relembrar a sessão anterior.


1.5- Comentar os exercícios para casa
1.6- Falar sobre otimização da memória

2-Parte Prática

2.1- Parte Inicial

2.2- Andando com o sinal parar em frente a um colega. Um deve fazer um


movimento de dança de acordo com o ritmo da música. O outro imita e depois faz
o seu movimento e assim sucessivamente.

2.2- Com o sinal, volta a caminhar e depois, novamente o professor dá o sinal e


todos devem parar em frente a um colega e mostrar para o outro os exercícios
que foram executados na dupla anterior.

2.3- andando parar em frente a um colega e comentar sobre as músicas que


passaram no exercício.

2.4- Aquecimento das articulações por partes do corpo. A série deve ser montada
pelos alunos que dividirão em grupo

3- Parte Principal

3.1- Exercício de atenção: Fazer o que eu faço e não o que eu falo.

3.1- Exercitar a memória auditiva e executivo central, obedecendo o comando do


professor que passa tarefas com várias ações.Exemplo: andar até determinado
local, chegar lá flexionar as pernas 3 vezes, colocar a mão na cabeça, a mão no
joelho, dar três passos com as pernas estendidas e voltar.

3.2- Repetir o exercício anterior em dupla, com um ditando tarefa a outro.

3.4- Exercitar a memória visual: O professor passa uma coreografia, sem fala. Os
participantes devem observar e depois executar.
122

4- Parte final

4.1- Em dupla, o professor fala palavras não relacionadas como os sete pecados
capitais. Os participantes devem criar uma imagem mental para guardar as
palavras e depois citá-las para colega.

4.2- Refletir sobre as técnicas mnemônicas aplicadas e questionar quais as técnicas


que os participantes mais identificaram.

4.3- Técnica de meditação

5- Tarefas para casa

5.1- Assistir um filme e fazer um resumo com inicio, meio e fim, falar sobre os
personagens, tema do filme, diretor, etc.

5.2- Exercício de Neuróbica: dormir do lado contrário da cama, se vestir e se pentear


de olhos fechados

5.3- Memorizar quatro placas de carro, atribuindo significado e utilizando a técnica


de associação par memorizar as letras e aos números

5.4- Jogo de diferença

Sessão 7: Associação

1-Parte Teórica

1.2-Relembrar a sessão anterior.

1.3- Comentar as tarefas de casa

1.4- Falar sobre os recursos externos para facilitar a memória

2- Parte Prática

2.1- Parte Inicial

2.1.1- Alongamento dirigido elo professor


123

2.1.2- Andando, no ritmo da música cumprimentar o colega pelo nome e com um


passo de dança.

2.1.3- Exercícios de Braim Gym

3- Parte Principal

3.1- Em dupla, executar exercício de força com a parte superior do corpo: cada
exercício e associado a um número e depois requisitado aleatoriamente.

3.1.1- Um de frente para o outro, braços estendido a frente com as mãos tocando as
mãos do colega. Fazer força com os braços empurrando o colega.

3.1.2- Um de lado do outro, empurrar o colega pelo ombro.

3.1.3- De costas um para o outro, braços estendidos para trás, com as mãos
tocando as mãos do colega. Fazer força com os braços empurrando o colega.

3.2- Os participantes em pé, apoiados em um bastão, estender e flexionar as pernas


de acordo com o comando do professor. Este associa nomes e números à flexão
e a extensão como número um, flexão, número dois extensão. Nome de fruta,
flexão,nome de verdura, extensão.

3.3- Os participantes divididos em duas colunas. O professor faz um desenho nas


costas do último da coluna. Ele deve reproduzir o mesmo desenho nas costas do
colega que esta na sua frente. Quando chegar no último, este reproduz o desenho
no papel.

4- Parte final

4.1- Participantes em colunas, massagear as costas do colega da frente de acordo


com as orientações do professor.

4.2- O professor mostra figuras de pessoas e fala seus nomes. Os participantes


deverão guardar seus nomes por associação.

4.3- Jogo de atenção, O maestro: Os participantes em círculo. Um é escolhido para


ser o maestro, isto é criar movimentos que todos devem acompanhar. Quando o
maestro é escolhido um participante se afasta do grupo e depois volta ao mesmo
e tem que descobrir quem é o maestro.
124

5- Tarefas para casa

5.1- Fazer uma lista de quatro afazeres da semana, identificar suas palavras-chaves
e criar uma história com essas palavras.

5.2- Conhecer duas pessoas diferentes e associar detalhes seus para guardar seus
nomes.

5.3- Exercícios de Neuróbica: mudar objetos que estão em sua casa de lugar;
Comer algo diferente de manhã.

5.4- Exercício de caça-palavras e memorex.

Sessão 8: Categorização

1-Parte Teórica

1.2-Relembrar a sessão anterior.

1.3- Comentar as tarefas de casa

1.4- Falar sobre cortisol e memória

2-Parte Prática

2.1- Parte Inicial

2.1.1- Alongamento

2.1.2- Andando de diversas formas: com o calcanhar, na ponta dos pés, pernas
flexionadas, pés virados para dentro, pés virado para fora.

2.2- Parte Principal

2.2.1- Os participantes em grupos deverão montar uma série de exercícios por


partes do corpo, isto é, por categorias (braços, pernas, coluna, abdômen, entre
outros).

2.2.2- Apresentar a série aos outros grupos, que devem assistir e depois repetir os
exercícios.
125

2.2.3- Cada grupo deve executar a sequência toda.

2.2.4- Quatro colunas, uma de frente para a outra. Os participantes deverão


executar a tarefa, caminhar e entregar uma prancheta para o colega que está na
frente. As tarefas são: escrever animais verdes, escrever nomes de flores, e de
frutas amarelas.

3- Parte Final

3.1- Explicar à técnica de guardar senhas de número associando os números à


forma.

3.2- Associação: em duplas, cada um forma uma senha e o colega associa os


números à forma.

3.3- Em dupla, cada participante deve falar a categoria de nomes pedido pelo
professor. Perde o jogo quem errar primeiro. Categorias: nomes próprios iniciados
com N, cantores, atletas.

3.4- Meditação

3.5- Tarefas de Casa

3.6- Memorizar o telefone de três colegas, dando significado ou associando os


números, e quando chegar em casa anotar em um caderno.

3.7- Exercícios de Neuróbica: escutar uma música com os olhos fechados, enquanto
aspira um perfume; num dia usar roupas de tecidos leves e macios como malha e
no outro usar roupas grossas e ásperas como jeans.

3.8- Exercício de diferença e caça-palavras

Sessão 9: Imagem Mental

1- Parte Teórica:

1.1-Relembrar a sessão anterior.

1.2- Comentar as tarefas de casa.


126

1.3- Falar sobre falar sobre atenção, distração e dispersão.

2-Parte Inicial:

2.1- Aquecimento das articulações por categorização.

2.2- Andando, com o sinal, formar um círculo e cada uma deve falar um meio de
transporte.

2,2- Repetir o exercício anterior, formando coluna e depois fileira, dizendo o nome
de mantimentos, acessórios femininos etc.

3-Parte Principal:

3.1- Dividir a turma em dois grupos. Cada grupo deve lembrar tudo o que acontece
em uma partida de futebol: posições, números de jogadores, jogadas,
comentarista, entre outros. Os participantes deverão imitar uma partida de futebol.

3.2- Andando, com o sinal parar em frente a uma colega e perguntar qual são os três
alimentos ela que mais gosta de comer. Utilizar a imagem mental para memorizar
as informações.

3.3- As participantes em círculo. Uma no centro deve jogar a bola para uma das
colegas, que fez o exercício anterior. Falar os alimentos que gosta de comer e
trocar de lugar com ela.

3.4- Em círculo, jogar uma bola para a direita, virar para a esquerda e receber outra.
A participante que errar sai do jogo.

4- Parte Final:

4.1- Exercícios respiratórios.

4.2- Meditação.

5- Tarefas para casa:

5.1- Observar o máximo de detalhe de sua rua e usar o método de Loci para
memorizá-los. Na próxima sessão compartilhar com a colega.
127

5.2- Assistir a 3 comerciais na TV e em seguida anotar tudo sobre eles: assunto,


personagens, cenário, entre outros.

5.3- Criar uma história com os afazeres diários, sendo a participante a protagonista.

5.4- Exercício de Neuróbica: Fazer uma refeição de olhos fechados.

Sessão 10: Método de Loci

1-Parte Teórica:

1.1-Relembrar a sessão anterior.

1.2- Comentar as tarefas de casa.

1.3- Falar sobre falar sobre fases da memória: codificação, armazenagem e


evocação.

2-.Parte prática:

2.1- Parte Inicial:

2.2- Andando junto com a colega, uma deve falar para a outra o seu endereço. Cada
uma deve memorizar o endereço da outra através da associação.

2.3- Com o sinal do professor, trocar de par e falar para esta colega o endereço da
companheira anterior; depois repete-se o exercício.

2.4- Alongamento.

2.5- Braim Gym.

3- Parte Principal:

3.1- Em duplas, uma deve fazer um movimento de dança, de acordo com o ritmo da
música, a outra repete o movimento e coloca mais um. Em seguida, a primeira
repete o seu movimento e o movimento da colega e apresenta mais um. Assim,
vai se formando uma coreografia.

3.2- Com o sinal, trocar de par e repetir o exercício.


128

3.3- A dupla que quiser, apresenta a coreografia para os demais.

3.4- O professor passa uma série de exercícios localizados e associa cada exercício
a uma parte do corpo. Quando ele disser “pé”, ficar com um pé na frente do outro
e realizar o avanço, se apoiando em um bastão. “Pernas”, flexionar as pernas,
também com auxílio do bastão. “Braços”, segurar o bastão com os braços em
supinação e executar flexão dos cotovelos. “Costas”, elevar o bastão ao alto e
flexionar os braços trazendo-o atrás da cabeça. O professor deve requisitar as
partes do corpo aleatoriamente. Os movimentos devem ser executados
lentamente, para aumentar a contração dos músculos.

4- Parte final:

4.1- Às participantes, sentadas em círculo, distribuem-se pequenos textos. Cada


uma deve memorizá-los, associando cada parte do texto a regiões do corpo.

4.2- Pedir que algumas participantes apresentem os textos para as demais.

4.3- Relaxamento.

5- Tarefas para Casa:

5.1- Memorex e caça-palavras.

5.2- Memorizar 3 placas de carro, formando frases com as letras e dando significado
aos números.

5.4- Exercitar a memória episódica: lembrar de 2 fatos importantes e felizes a cada


10 anos de sua vida.

5.5- Exercícios de Neuróbica: assistir a um programa de TV a que nunca assistiu.

Sessão 11- Miscelânea das técnicas mnemônicas

1-Parte Teórica:

1.1-Relembrar a sessão anterior.

1.2- Comentar as tarefas de casa.


129

1.3- Relembrar as estratégias trabalhadas e fazer comentários em duplas sobre


essas.

2. Parte Prática:

2.1- Parte Inicial:

2.1.1- Andando, com o sinal parar em frente a uma colega e cada uma deve dizer o
nome e o endereço para a outra. Cada uma deve guardar o endereço pela técnica
de associação ou imagem mental.

2.1. 3- Andando, com o sinal parar em frente a outra colega e primeiro falar o nome
e o endereço da colega anterior, depois falar o próprio.

2.1.4- Repetir mais duas vezes o exercício anterior.

2.1.5 - Reproduzir a coreografia: em dupla. Uma deve fazer um movimento e a outra


o copia. Depois, a que reproduziu o primeiro movimento coloca mais um na
coreografia e assim sucessivamente.

2. 2- Parte Prática:

2.2.3- Andando, com o sinal do professor formar dois círculos, com o mesmo número
de participantes. Deve observar quem está à sua direita e quem está à sua
esquerda. Andando novamente, com o sinal, voltar ao círculo, na mesma
disposição.

2.2.2- As participantes formam círculos. Cada componente do círculo fala dois


alimentos de que gosta. As participantes devem guardar a informação através da
imagem mental. Em seguida, uma participante no centro deve jogar uma bola
para alguém do círculo e repetir o que a colega gosta de comer.

2.2.3- Igual ao exercício anterior, cada participante deve falar dois hobbies.

2.1.4- Exercício de atenção: em círculo, cantar a música “Escravo de Jó”, passando


uma bola, e no refrão a pessoa que está com a bola faz que vai passar a bola e
muda a direção.
130

2.3- Parte Final:

2.3.1- Em dupla, compartilhar com as colegas as doenças que já teve. Aplicar o


método de Loci, associando cada parte do corpo aos sintomas narrados pela
colega. Em seguida, relatar para o grupo.

2.3.2 - Reflexão sobre a oficina, benefícios, validade etc.

2.3.3 - Exercícios respiratórios e alongamento.

Sessão 12- Gincana

Tarefas:

1 - Enumerar as participantes de cada equipe. Cada participante numerada vai ao


encontro da de número semelhante e memoriza o nome e o telefone da colega.
Sorteiam-se 5 números e as participantes terão que falar o nome da colega e o seu
telefone.

Pontuação: 1 ponto para cada acerto.

2 - Ler a descrição de um local. Cada grupo deve fazer um desenho desse local.

Pontuação: 1 ponto para cada detalhe descrito.

3 - Ler um texto para os grupos. As participantes deve listar o que se fala sobre a
personagem do texto.

Pontuação: 1 ponto para cada detalhe.

4 - Adivinhação: Cada grupo tem que responder às adivinhações.

Pontuação: 1 ponto para cada resposta correta.


131

5 - Jogo de memória.

Pontuação: 1 ponto para cada acerto.

6 - Estafeta de categorização: cada participante tem que escrever o nome de um


inseto.

Pontuação: 1 ponto para cada inseto.

7 - Jogo dos contrários: Enumerar cada participante. O instrutor fala dois números,
um de uma equipe e outro da outra. Uma participante fala uma palavra e a outra
responde com a palavra contrária.

Pontuação: 1 ponto para cada resposta certa.

9- Memorizar uma lista de palavra. O instrutor lê uma lista de palavras. Em seguida,


as participantes têm memorizar as palavras, escrevê-las e depois citá-las.

Pontuação: 1 ponto para cada palavra certa.

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