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Quadro de implementação
Orientações para
sistemas e serviços
ATENÇÃO INTEGRADA PARA A PESSOA IDOSA
Quadro de implementação
Orientações para
sistemas e serviços
Quadro de implementação da Atenção Integrada para a Pessoa Idosa para Idosos (ICOPE): orientações para sistemas e serviços
[Integrated care for older people (ICOPE) implementation framework: guidance for systems and services]
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Citação sugerida. Quadro de implementação da Atenção Integrada para a Pessoa Idosa para Idosos (ICOPE): orientações para
sistemas e serviços [Integrated care for older people (ICOPE) implementation framework: guidance for systems and services].
Genebra: Organização Mundial da Saúde; 2020. Licença: CC BY-NC-SA 3.0 IGO.
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Concepção:Erica Lefstad
ii Quadro de implementação da Atenção Integrada para a Pessoa Idosa (ICOPE) : Orientações para sistemas e serviços
Índice
Agradecimentos iv
Siglas e Acrônimos v
Antecedentes 2
Necessidade da abordagem ICOPE 2
Implementação 5
Elaboração do quadro de implementação ICOPE 5
Glossário 39
Referências 40
iii
Agradecimentos
O Quadro de implementação da Atenção Integrada para a Pessoa O Departamento de Envelhecimento e Curso de Vida da OMS
Idosa (ICOPE): orientações para sistemas e serviços foi coordenado agradece o apoio financeiro do Governo do Japão e do Governo
pelo Departamento de Envelhecimento e Curso de Vida da da Prefeitura de Kanagawa do Japão para a elaboração do
Organização Mundial da Saúde (OMS). Islene Araújo de Carvalho quadro de implementação ICOPE.
supervisionou a preparação deste documento, juntamente com
Yuka Sumi. Edição de Green Ink
iv Quadro de implementação da Atenção Integrada para a Pessoa Idosa (ICOPE) : Orientações para sistemas e serviços
Siglas e acrônimos
CF capacidade funcional
RH recursos humanos
CI capacidade intrínseca
v
vi Quadro de implementação da Atenção Integrada para a Pessoa Idosa (ICOPE) : Orientações para sistemas e serviços
1
Antecedentes
risco de esforço financeiro. No entanto, a menos que sejam não, providenciando formação, apoio e oportunidades de
Alinhar os sistemas e serviços de saúde com as Integração ao nível dos sistemas e serviços
necessidades das pessoas idosas
Instituir serviços e sistemas integrados de cuidados de saúde e
O relatório mundial da OMS sobre envelhecimento e saúde sociais para as pessoas idosas exige uma transformação ao nível
e a subsequente estratégia mundial e plano de ação sobre dos sistemas (macro), ao nível dos serviços (meso) e ao nível clínico
envelhecimento e saúde ajudam garantir que as respostas da (micro). Estas orientações para desenvolver sistemas e serviços
sociedade ao envelhecimento das populações estejam alinhadas foram concebidas para apoiar a implementação das estratégias
com a ambiciosa agenda 2030.1,5 Ambos fazem um apelo à ação, destinadas a atingir ICOPE aos níveis macro e meso. Foram também
para garantir a satisfação das necessidades das populações desenvolvidos outros recursos da OMS em apoio à mudança a
idosas por sistemas de cuidados de saúde devidamente nível micro, tais como as Orientações para intervenções a nível
alinhados e de longo prazo. das comunidades, com vista a gerenciar o declínio da capacidade
intrínseca8 (disponível em língua inglesa) e o Manual ICOPE:
É necessária uma abordagem transformadora à forma como orientações sobre a avaliação centrada na pessoa e roteiros
os sistemas e serviços de saúde são concebidos – para garantir para a atenção primária.9
2 Quadro de implementação da Atenção Integrada para a Pessoa Idosa (ICOPE) : Orientações para sistemas e serviços
Princípios orientadores da Informações sobre a abordagem
abordagem ICOPE ICOPE
Para apoiar o envelhecimento saudável, os serviços de cuidados
A abordagem ICOPE caracteriza-se por quatro princípios
de saúde e sociais e os sistemas que lhes servem de base
orientadores.
terão de responder às diversas necessidades das pessoas mais
velhas, incluindo as pessoas com níveis elevados e estáveis
1. As pessoas idosas têm os mesmos direitos humanos de capacidades intrínsecas, as que têm as suas capacidades
básicos que todas as outras pessoas, incluindo o direito à
intrínsecas diminuídas e as pessoas cujas capacidades caíram
melhor saúde possível.
para um ponto em que necessitam dos cuidados e apoio de
terceiros.
2. As pessoas idosas devem ter as mesmas oportunidades
para poderem ter um envelhecimento saudável,
A OMS propôs a abordagem ICOPE para apoiar essas diversas
independentemente da sua condição social ou
necessidades. Isso exige que os cuidados de saúde e sociais
econômica, local de nascimento ou residência, ou outros
sejam integrados e apoiados por um sistema de cuidados de
fatores sociais.
longo prazo, para responder às necessidades dos mais idosos.1,3
3. Os cuidados devem ser prestados com igualdade e não A abordagem ICOPE permite que os sistemas de cuidados de
discriminação, particularmente de gênero, idade ou etnia.
saúde de longo prazo, assim como os respectivos serviços,
respondam da melhor forma às necessidades próprias, variadas
4. Os sistemas e serviços de cuidados de saúde e sociais e muitas vezes complexas das pessoas idosas. O objetivo final é
terão de dar resposta às necessidades e metas próprias
maximizar as capacidades intrínsecas das pessoas, assim como as
de cuidados de saúde e sociais das pessoas mais idosas,
suas capacidades funcionais.iii
que podem variar com o tempo, e devem agir sobre os
determinantes sociais da saúde.
A OMS considera, geralmente, que as pessoas idosas se
encontram na sua segunda metade da vida, com base na
mediana da esperança de vida da população em causa. A
abordagem ICOPE incide, principalmente, sobre as pessoas
idosas que têm capacidades intrínsecas diminuídas ou que têm
uma perda significativa das suas capacidades e dependem de
cuidados (Figura 1).
i
Envelhecimento saudável é o processo de desenvolver e manter a habilidade funcional de modo a permitir o bem-estar durante o envelhecimento
ii
Capacidade intrinseca é a combinação de todas as capacidades físicas e mentais que um indivíduo tem a seu dispor
iii
Habilidade Funcional são atributos relacionados à saúde que permitem que as pessoas sejam ou façam o que é importante para elas
3
FIGURA 1.
Quadro da saúde pública para o envelhecimento saudável e oportunidades para a saúde pública
METODOLOGIA ICOPE
Capacidade alta e estável Capacidade em diminuição Perda significativa
de capacidade
Habilidade
funcional
Capacidade
intrínseca
Fomentar comportamentos
AMBIENTE:
que fortalecem a capacidade
Remover obstáculos, compensar
as perdas de capacidade
A abordagem ICOPE baseia-se no princípio de que as • intervenções a nível das comunidade e baseadas nos
habilidades funcionais podem ser maximizadas quando os domicílios
serviços e os sistemas integrarem os cuidados de saúde e • avaliações centradas nas pessoas e planos de atenção
sociais para os idosos de forma a poderem responder às suas integrados
necessidades próprias, isto é, com uma abordagem centrada
• tomada de decisões e definição de objetivos compartilhados
na pessoa. A integração não significa que as estruturas devam
se fundir, mas sim que uma grande variedade de prestadores • apoio à autogestão
4 Quadro de implementação da Atenção Integrada para a Pessoa Idosa (ICOPE) : Orientações para sistemas e serviços
Implementação
5
FIGURA 2.
2 S E RV I Ç O S
3
Desenhar
Qual a capacidade dos FASE DE IMPLEMENTAÇÃO
um plano de
Integrar os serviços de atenção à (assinale uma opção, pontuação ponderada)
SUB TOTAL DA
saúde e de assistência social I N E X I ST E N T E I N I C I A N DO M A N T E N DO PONTUAÇÃO
A MÍNIMA
implementação
SU BTO TAL PARA AS AÇ Õ E S DO S SE RVIÇ O S 1 E 2 /6
às necessidades de
3 Procurar ativamente e identificar pessoas (0) (1) (2)
idosas que necessitamde cuidados na comunidade
INTEGRATED CARE FOR OLDER PEOPLE 7 Prestar cuidados através de uma força de trabalho baseada (0) (2) (3)
na comunidade e apoiada por serviços comunitários*
identificadas?
de cuidados seguros e eficazes na comunidade*
SERVIÇOS /26
1
Handbook
Guidance on person-centred assessment
and pathways in primary care
1
Quadro ICOPE
2
comunidade que necessitam de
cuidados (e tipo de cuidados)
S I S TE M A S
Manual ICOPE Alinhar os sistemas de atenção para
apoiar os cuidados integrados
INEXISTENTE
A MÍNIMA
INICIANDO MANTENDO
SUBTOTAL DA
PONTUAÇÃO
Determinar a capacidade
PRESTAÇÃO DE CONTAS
14
15
HABILITAR O FORTALECIMENTO A NÍVEL DOS SISTEMAS
(0)
(2)
(2)
(3)
(3)
serviços integrados
16 Criar processos equitativos de gestão dos recursos humanos
(0) (1) (2)
para apoiar os trabalhadores remunerados e não remunerados
SISTEMAS /26
Como usar o quadro de As duas partes do quadro, totalizam 19 ações que são
necessárias para a implementação ICOPE em ambiente
implementação ICOPE comunitário. Essas ações estão agrupadas nos seguintes temas
(ver a figura 3).
O quadro de implementação ICOPE tem duas partes– uma para
o gestores dos serviços e a outra para os gestores dos sistemas
Serviços (nível meso):
(ver a figura 2). Pode ser usado para:
• envolver e capacitar as pessoas e as comunidades
1. identificar as pessoas idosas da comunidade que • apoiar a coordenação dos serviços prestados por
necessitam de cuidados de saúde e sociais; equipes multidisciplinares
• orientar os serviços para os cuidados baseados na
2. Avaliar a capacidade dos serviços ou sistemas para prestar comunidade.
cuidados integrados a nível da comunidade usando a
abordagem ICOPE; e Sistemas (nível macro):
6 Quadro de implementação da Atenção Integrada para a Pessoa Idosa (ICOPE) : Orientações para sistemas e serviços
Com base no processo internacional Delphi, e com o apoio descritas e as ações necessárias, os utilizadores serão capazes de
da reunião de consulta, 14 das 19 ações foram identificadas pontuar o atual estado de cada ação constante do quadro.
como essenciais. As restantes cinco ações são importantes
para a implementação da abordagem ICOPE, mas não são A tabela de pontuação da implementação ICOPE produz
necessariamente essenciais para todos os cenários. resultados que indicam o estado global da implementação,
resumindo-os para os serviços, sistemas e, de modo geral,
Relativamente às 19 ações, a descrição de cada uma é seguida para ambos. A tabela de pontuação destina-se a ajudar a
por três indicadores da fase de implementação (começando avaliar a capacidade global dos serviços e sistemas de cuidados
por uma implementação zero ou mínima, passando pelo de saúde e sociais para prestarem atenção integrada em
início da implementação, até à sua sustentação). Essas três ambiente comunitário e, desse modo, fundamentar os planos
fases identificam o atual estado do sistema ou a capacidade de implementação ICOPE. A pontuação salientará as áreas de
dos serviços para a abordagem ICOPE, oferecendo também oportunidade e pode ser usada para monitorar os progressos da
orientações para prosseguir as ações. Considerando as fases implementação em curso.
FIGURA 3.
MICRO
(Objetivo centrado
na pessoa)
Maximizar a
capacidade intrínseca
e a habilidade
funcional
Possibilitar o
fortalecimento
a nível de sistema
Envolver e empoderar as
pessoas e as comunidades
7
Os seguintes recursos são recomendados para ajudar os Estados-Membros na implementação da abordagem ICOPE.
• Atenção Integrada para a Pessoa Idosa. Orientações sobre intervenções comunitárias para gerenciar o declínio das
capacidades intrínsecas (https://www.who.int/ageing/publications/guidelines-icope).8 (disponível em língua inglesa)
• Estratégia mundial sobre recursos humanos para a saúde: força de trabalho 2030
(https://www.who.int/hrh/resources/globstrathrh-2030).17 (disponível em língua inglesa).
• Orientações da OMS: recomendações sobre intervenções digitais para o fortalecimento do sistema de saúde
(https://www.who.int/reproductivehealth/publications/digital-interventions-health-system-strengthening/). (disponível em
língua inglesa).
• Organização dos serviços integrados de cuidados de saúde para satisfazer as necessidades das pessoas idosas
(https://www.who.int/bulletin/volumes/95/11/16-187617.pdf).3 (disponível em língua inglesa).
8 Quadro de implementação da Atenção Integrada para a Pessoa Idosa (ICOPE) : Orientações para sistemas e serviços
Tabela de pontuação da
implementação ICOPE
Use esta tabela para produzir uma medida resumida do nível de implementação alcançado
na Atenção Integrada para a Pessoa Idosa (ICOPE) em todos os serviços e sistemas.
9
F A S E DE IMP L E ME N T A Ç Ã O
Integrar os serviços de atenção à (assinale uma opção, pontuação ponderada)
SUB TO TA L D A
saúde e de assistência social INE X IS TE NTE INICIA ND O M A NT E ND O P O N TUA ÇÃ O
A M ÍNIM A
7 Prestar cuidados através de uma força de trabalho baseada (0) (2) (3)
na comunidade e apoiada por serviços comunitários*
*
Essencial
SERVIÇOS /26
10 Quadro de implementação da Atenção Integrada para a Pessoa Idosa (ICOPE) : Orientações para sistemas e serviços
F A S E DE IMP L E ME N T A Ç Ã O
Alinhar os sistemas de atenção para (assinale uma opção, pontuação ponderada)
SUB TO TA L D A
apoiar os cuidados integrados INE X IS T E NT E INICIA ND O M A NT E ND O P O N TUA ÇÃ O
A M ÍNIM A
SISTEMAS /26
SERVIÇOS 0 –1 0 1 1 –1 8 1 9 –2 6
SIST EM AS 0 –1 0 1 1 –1 8 1 9 –2 6
G L OB AL 0 –2 0 2 2 –3 6 3 8 –5 2
11
Nível dos serviços (meso)
As ações dos serviços um a nove do quadro são dirigidas para o apoio à implementação da
abordagem ICOPE nos serviços de cuidados de saúde e sociais à nivel estadual.
Os gestores do nível dos serviços variam de acordo com a concepção dos serviços em cada
país, mas podem incluir funções como as de gestor dos serviços, gestor distrital, gestor de
programas e coordenador de saúde.
12 Estrutura de implementação da Atenção Integrada para a Pessoa Idosa (ICOPE) : Orientações para sistemas e serviços
REFORÇAR OS SISTEMAS DE
GOVERNANÇA E PRESTAÇÃO
DE CONTAS
FACILITAR O REFORÇO A
NÍVEL DOS SISTEMAS
ORIENTAR OS SERVIÇOS
PARA OS CUIDADOS
BASEADOS NAS COMUNIDADES
13
1
E SSE NCIAL
Implementação inexistente
ou mínima
0 Identificar o âmbito, natureza e capacidade dos serviços
comunitários na área local.
14 Quadro de implementação da Atenção Integrada para a Pessoa Idosa (ICOPE) : Orientações para sistemas e serviços
2
ESSENCIAL
Implementação inexistente
ou mínima
0 Realizar uma avaliação das necessidades para identificar
deficiências ou ameaças ou ao bem-estar físico e mental dos
cuidadores, lacunas nas competências e necessidades de apoio
Existem serviços limitados para apoiar o bem- ao descanso dos cuidadores.
estar físico ou mental dos cuidadores (e.g.,
Realizar uma avaliação das capacidades para determinar os
centros de dia) e formação formal mínima ou
recursos humanos, financeiros e infraestruturais necessários e
períodos de descanso
disponíveis para prestar apoio aos cuidadores, como serviços
de cuidados temporários e formação. Os centros de dia das
comunidades, por exemplo, podem ser opções apropriadas
Início da implementação 2 Avaliar junto aos cuidadores dentro dos serviços e, entre eles a
aceitabilidade das iniciativas de apoio ou formação planejadas
Estão sendo elaboradas ou pilotadas iniciativas ou em experimentação e identificar as oportunidades para
para oferecerem apoio aos cuidadores em melhorá-las.
uma ou mais das seguintes áreas: bem-estar
Iniciar esforços para disponibilizar apoio psicológico para aliviar
físico, bem-estar mental, competências de
o estresse dos cuidadores.
cuidados baseadas em habillidades ou serviços
de apoio para os cuidadores. Existem algumas Iniciar planos para instituir serviços que permitam períodos
estratégias de apoio aos cuidadores, como por de descanso aos cuidadores, tais como centros de dia nas
exemplo, centros-dia ou serviços de cuidados comunidades ou apoio domiciliário temporário.
temporários.
15
APOIAR A COORDENAÇÃO DOS
SERVIÇOS PRESTADOS POR EQUIPES
MULTIDISCIPLINARES
16 Quadro de implementação da Atenção Integrada para a Pessoa Idosa (ICOPE) : Orientações para sistemas e serviços
3
Procurar ativamente e identificar pessoas
idosas que necessitem de cuidados na
comunidade
Os serviços podem implementar sistemas de busca ativa de casos para identificar pessoas idosas na comunidade (ou
numa zona geográfica definida) que necessitam de cuidados de saúde e sociais. Por exemplo, visitas domiciliares dentro
de uma determinada área geográfica por agentes de cuidados de saúde e/ou sociais ou outros membros de uma
equipe multidisciplinar, podem ser apropriadas em alguns contextos. Na maioria das iniciativas de busca ativa de casos,
é necessário um certo nível de coordenação central para uma determinada zona geográfica.
Implementação inexistente ou
0
Consultar prestadores, membros da comunidade e sociedade
Iniciar a implementação
1
Elaborar uma estratégia clara de busca ativa de casos para
a comunidade e envolver os prestadores, membros da
É efetuada alguma busca ativa de casos, mas não comunidade e sociedade civil em consultas sobre a elaboração
através de um mecanismo estruturado ou processo de estratégias de implementação. Essas consultas devem
formal. incluir pessoas idosas e cuidadores, avaliar a aceitabilidade e
Sustentar a implementação
2
Prosseguir a busca ativa de casos e implementar um ciclo de
melhoria da qualidade, para garantir que os processos sejam
A busca ativa de casos é estruturada e efetuada por eficazes e localmente aceitáveis.
serviços comunitários.
17
4
E SSE NCIAL
Iniciar a implementação
2
Explorar as oportunidades, as capacidades e a prontidão
para implementar avaliações completas normalizadas
Alguns serviços efetuam avaliações completas estruturadas ou através de consultas com os prestadores dos serviços e
avaliações completas normalizadas que podem ser partilhadas entre entre eles.
os prestadores, quando as pessoas idosas entram nos serviços de
cuidados de saúde ou sociais e se nota um declínio da CI Oferecer formação aos agentes de cuidados de saúde e/
ou sociais para efetuarem avaliações completas e para
ou elaborarem planos de atenção.
Sustentar a implementação
3
Continuar efetuando avaliações completas e a
implementando vias de acesso aos cuidados.
São efetuadas rotineiramente avaliações completas estruturadas ou
normalizadas quando as pessoas idosas entram nos serviços de cuidados Continuar implementando um ciclo de melhoria da
de saúde ou sociais e se nota um declínio da CI. A formação dos agentes qualidade, para garantir que os processos de avaliação
de cuidados de saúde e sociais está integrada nesta atividade. continuam a ser eficientes e aceitáveis para os agentes de
cuidados de saúde e sociais e para as pessoas idosas, suas
famílias e cuidadores.
18 Quadro de implementação da Atenção Integrada para a Pessoa Idosa (ICOPE) : Orientações para sistemas e serviços
5
ESSENCIAL
A principal prioridade de um plano de cuidados personalizado deve ser melhorar a capacidads intrínseca
e a capacidades funcionais, abordando diretamente as necessidades das pessoas idosas em matéria de
cuidados de saúde e sociais.
Implementação inexistente
ou mínima
0 Efetuar uma avaliação das capacidades sobre as
competências dos agentes de cuidados de saúde ou
sociais para criarem planos de cuidados personalizados.
Não existem planos de cuidados abrangentes
Avaliar os atuais processos de admissão/inscrição dos
que possam ser partilhados entre os prestadores
usuários nos serviços de cuidados de saúde e sociais.
ou entre os serviços e sejam elaborados
rotineiramente por agentes de cuidados de Avaliar as infraestruturas necessárias para criar e
saúde ou sociais devidamente treinados. partilhar planos de cuidados personalizados.
Estão sendo desenvolvidos ou implementados Usar orientações normativas, tais como as orientações do
processos para permitirem que os agentes de manual ICOPE da OMS sobre avaliações e vias de acesso
cuidados de saúde ou sociais devidamente à atenção primária centrada na pessoa.9
formados possam elaborar planos de cuidados
abrangentes que possam ser partilhados entre os
prestadores.
19
6
E SSE NCIAL
• rápido acesso a serviços de cuidados agudos e especializados, quando necessário (e.g., para uma
unidade de medicina geriátrica)
• reabilitação
• cuidados paliativos e terminais.
Essas redes poderão favorecer o desenvolvimento de comunidades de prática para otimizar a prestação e
a coordenação dos cuidados. Um outro componente importante da prestação de serviços é uma rede de
transferências que forneça serviços de apoio aos cuidadores, para que estes possam manter o seu bem-estar
físico e mental.
people and communities
Implementação inexistente
ou mínima
0 Proceder a um mapeamento que identifique e estabeleça
uma rede de prestadores de serviços para as pessoas idosas
e apoio aos seus cuidadores.
Não existe uma rede formal de prestadores de
Contatar com os potenciais prestadores de serviços para
serviços que permita uma rápida transferência ou
explorar as suas capacidades e preparação para serem
o tratamento especializado das pessoas idosas e
incluídos numa rede de prestadores de serviços a pessoas
apoio aos dos seus cuidadores.
idosas e cuidadores.
20 Quadro de implementação da Atenção Integrada para a Pessoa Idosa (ICOPE) : Orientações para sistemas e serviços
REFORÇAR OS SISTEMAS DE
GOVERNANÇA E PRESTAÇÃO
DE CONTAS
FACILITAR O REFORÇO A
NÍVEL DOS SISTEMAS
ORIENTAR OS SERVIÇOS
PARA OS CUIDADOS
BASEADOS NAS COMUNIDADES
Ações
E N V O Ldos
V E Rserviços
E C A P A C 7–9
ITAR AS PESSOAS
E AS COMUNIDADES
21
7
E SSE NCIAL
A configuração dessa força de trabalho para dispensar os referidos cuidados poderá variar de acordo com o
contexto e os recursos disponíveis. Por exemplo, poderá ser necessária uma combinação de profissionais de
cuidados de saúde e cuidados sociais (por exemplo, médicos de família, dentistas, enfermeiros, profissionais
de saúde aliados, assistentes sociais) e agentes comunitários de saúde e voluntários/pares/familiares
(isso é funções remuneradas e/ou não remuneradas). Quando se recorrer aos serviços de cuidadores não
remunerados, é provável que seja necessário algum apoio adequado (financeiro ou não).
FASE EST A D O D A IM P L E M E N TA Ç Ã O P O NTU A ÇÃ O A ÇÕ ES NECESSÁ RI A S
people and communities
Implementação inexistente ou
mínima
0 Efetuar uma avaliação de capacidades para criar uma força
de trabalho comunitária com base nas necessidades locais
(e.g., número de agentes de cuidados de saúde e sociais,
Não foi constituída uma força de trabalho baseada disponibilidade de uma força de trabalho não remunerada,
na comunidade e, portanto, não está disponível, não oportunidades para novos grupos de trabalho) para
existindo planos para prestar serviços de cuidados prestar serviços de cuidados de saúde e sociais às pessoas
de saúde e/ou sociais às pessoas idosas na sua idosas na sua comunidade ou no seu domicílio.
comunidade ou domicílio.
Fazer um exercício de mapeamento para identificar
serviços locais nas comunidades capazes de dar apoio a
uma força de trabalho local.
ou
• d
isponível, mas não apoiada por serviços
comunitários
22 Quadro de implementação da Atenção Integrada para a Pessoa Idosa (ICOPE) : Orientações para sistemas e serviços
8
ESSENCIAL
Implementação inexistente ou
mínima
0 Efetuar uma avaliação das necessidades em
infraestruturas que considere a disponibilidade das atuais
infraestruturas na comunidade.
A força de trabalho tem acesso mínimo ou nenhum
Orçamentar as infraestruturas necessárias para ajudar a
às infraestruturas necessárias para prestar cuidados
força de trabalho a prestar cuidados e elaborar um plano
seguros e eficazes às pessoas idosas e seus cuidadores
de compras.
na comunidade.
Consultar as partes interessadas locais para identificar o
modo como determinados serviços poderão ser prestados
na ausência de infraestruturas de apoio
23
9
E SSE NCIAL
• a
linhamento com as melhores práticas e evidências
• a
linhamento com as preferências e práticas culturais das
pessoas idosas
• inclusão e disponibilidade de produtos de assistência nos
formulários de medicamentos essenciais
24 Quadro de implementação da Atenção Integrada para a Pessoa Idosa (ICOPE) : Orientações para sistemas e serviços
Nível dos sistemas (macro)
As ações dos sistemas 10 a 19 do quadro destinam-se a apoiar a implementação da
abordagem ICOPE nos sistemas dos cuidados de saúde a longo prazo (coletivamente
designados de sistemas).
25
REFORÇAR OS SISTEMAS DE
GOVERNANÇA E PRESTAÇÃO
DE CONTAS
Ações
F A Cdos
I L I Tsistemas
A R O R E F10–13
ORÇO A
NÍVEL DOS SISTEMAS
ORIENTAR OS SERVIÇOS
PARA OS CUIDADOS
BASEADOS NAS COMUNIDADES
Implementação inexistente ou
mínima
0 Elaborar quadros de políticas ou governança participativa
com as comunidades, pessoas idosas e cuidadores, para
um apoio formal das comunidades (incluindo todas as
Não existem quadros de políticas ou governança pessoas idosas e cuidadores) na elaboração de políticas e
participativa para apoiar e incentivar o envolvimento e serviços.
a participação da comunidade e e das pessoas idosas
na elaboração das políticas e serviços. Só existe alguma
participação que pode ser solicitada em virtude de uma
necessidade especifica.
27
11
E SSE NCIAL
Os quadros reguladores para proteger os idosos contra abusos são importantes, dada a vulnerabilidade de
muitas pessoas idosas. As políticas, planos e quadros reguladores devem ser criados ou atualizados para
apoiar a integração dos cuidados e das atividades contra o abuso de idosos em vários níveis, incluindo:
Um forte apoio político por parte das lideranças superiores poderá catalisar ações integradas contra o abuso
de pessoas idosas nesses níveis. Muitas vezes, é necessário um apoio deste tipo para um planeamento
jurisdicional ou nacional mais detalhado.
Implementação inexistente ou
mínima
0 Criar políticas ou quadros que promovam cuidados integrados
e proteção às pessoas idosas e que estejam em sintonia com
as necessidades locais, tenham sustentação em argumentos
Existem políticas ou quadros que promovem cuidados para a mudança contra o abuso das pessoas idosas e sejam
integrados e proteção às pessoas idosas criadas em colaboração com defensores ou líderes locais.
28 Quadro de implementação da Atenção Integrada para a Pessoa Idosa (ICOPE) : Orientações para sistemas e serviços
12
ESS EN CIAL
Implementação inexistente ou
mínima
0 Identificar as áreas críticas na prestação de serviços em
que é necessária a garantia de qualidade..
ou medição.
29
13
E SSE NCIAL
Implementação inexistente
ou mínima
0 Adotar as ações recomendadas por este quadro como critérios
para avaliar a capacidade para prestar ICOPE equitativos.
30 Quadro de implementação da Atenção Integrada para a Pessoa Idosa (ICOPE) : Orientações para sistemas e serviços
REFORÇAR OS SISTEMAS DE
GOVERNANÇA E PRESTAÇÃO
DE CONTAS
FACILITAR O REFORÇO A
NÍVEL DOS SISTEMAS
Ações
O R I Edos
N T Asistemas
R O S S E R14–19
VIÇOS
PARA OS CUIDADOS
BASEADOS NAS COMUNIDADES
31
14
E SSE NCIAL
Implementação
inexistente ou
0 Avaliar as atuais capacidades da força de trabalho, em especial os conhecimentos e
as competências para prestar os cuidados corretos. As principais competências são:8
futura força de trabalho em pessoas idosas (por exemplo, fragilidade, incontinência urinária, risco de
•
capacidade para efetuar avaliações centradas nas pessoas (ação de serviços
4) e para elaborar planos de cuidados (ação de serviços 5);9 e
32 Quadro de implementação da Atenção Integrada para a Pessoa Idosa (ICOPE) : Orientações para sistemas e serviços
Iniciar a
implementação
2 Expandir os processos e iniciativas existentes de formação de capacidades, de
modo a incluírem todas as funções da força de trabalho, refletirem os cuidados
interdisciplinares e abordarem os componentes de cuidados recomendadas para a
Existem processos abordagem ICOPE. Seguir as mesmas competências principais acima mencionadas
para desenvolver os para os sistemas na fase de implementação mínima.
conhecimentos ou
competências de um
setor limitado da força de
trabalho – para um ou mais
destes exemplos:
•
prestadores de cuidados
de saúde remunerados
•
prestadores de
cuidados de saúde não
remunerados
•
formandos
•
novas funções da força
de trabalho.
ou
Existem iniciativas para
desenvolver as capacidades
da força de trabalho, mas
não são interdisciplinares
e não se concentram de
modo abrangente nas
componentes dos ICOPE
recomendadas.
Sustentar a
implementação
3 Prosseguir com as iniciativas destinadas a formar capacidades na força de trabalho
em todo o sistema e atualizá-las à medida que surgirem novas evidências ou
recursos. As principais estratégias incluem:
Existem processos em todo
•
oferecer formação em serviço alinhada com as mesmas competências acima
o sistema para desenvolver
mencionadas para os sistemas na fase de implementação mínima;
os conhecimentos e as
competências da força de •
facilitar a supervisão contínua dos prestadores de serviços por pessoal de
trabalho remunerada e não nível superior;
remunerada. As iniciativas
•
apoiar consultas conjuntas entre os médicos generalistas e os especialistas
destinadas a formar
(por exemplo, especialistas em geriatria);
competências na força laboral
para trabalhar em modelos •
apoiar reuniões de equipas multidisciplinares;
integrados de prestação de
•
transitar para planos de estudos baseados em competências para os
serviços incluem as funções
formandos;
da força de trabalho atual
e futura e têm relevância •
adotar modelos de educação interprofissional; e
interdisciplinar.
•
expandir a formação para centros de atenção primária e comunitários.
33
15
E SSE NCIAL
• financiamento conjunto ou agrupado dos setores da saúde e social, geridos a nível dos sistemas
• incentivos para uma eficaz coordenação dos cuidados a nível dos serviços.
Em alguns casos, foram usados modelos de incentivos contratuais ou reembolso conjunto para motivar
os agentes de cuidados de saúde e sociais a incorporarem novas práticas para promover a coordenação
dos cuidados, tais como o planeamento conjunto dos cuidados ou o apoio conjunto à auto-gestão.
Implementação inexistente
ou mínima
0 Modificar as políticas e processos para estruturar o
financiamento dos serviços de cuidados de saúde e sociais em
torno de um modelo de financiamento partilhado ou agrupado
Os mecanismos de financiamento dos serviços de que inclua incentivos financeiros para uma coordenação
cuidados de saúde e sociais em todo o sistema apropriada dos cuidados ao nível dos serviços e inclua o custo
não se baseiam em modelos de financiamento das intervenções e medicamentos essenciais, bem como
conjunto, agrupado ou partilhado dispositivos para manter a capacidade intrínseca (CI) e as
capacidades funcionais (CF).
e
34 Quadro de implementação da Atenção Integrada para a Pessoa Idosa (ICOPE) : Orientações para sistemas e serviços
16
Criar processos equitativos de gestão dos
recursos humanos para apoiar a força de
trabalho remunerada e não remunerada
São necessários processos e sistemas de recursos humanos (RH) que garantam que a força de trabalho
remunerada e não remunerada seja administrada de modo justo, transparente e equitativo. Os sistemas
de RH devem garantir que a força de trabalho é apoiada por processos e procedimentos adequados
(por exemplo, para promoções, desenvolvimento pessoal, problemas e aconselhamento profissional).
Idealmente, os processos de RH devem ser razoavelmente normalizados em todos os serviços para
garantirem abordagens equitativas à gestão do capital humano. Os processos de RH devem estar
harmonizados em todos os serviços para que haja coerência, por exemplo, nas práticas de gestão-
desempenho, da supervisão e nas funções de aconselhamento, bem como nos processos para receber
informações sobre o desempenho.
Esta ação do sistema não significa necessariamente que os processos de RH devam ser os mesmos para os
agentes remunerados e não remunerados, mas ambas as áreas da força de trabalho devem ser apoiadas e
administradas por processos que sejam apropriados ao contexto.
A OMS produziu a Estratégia Mundial para os Recursos Humanos da Saúde: Força de Trabalho 2030.17
(disponível em língua inglesa). Este documento fornece orientações políticas para a formação de
capacidades nos processos de RH.
Implementação inexistente
ou mínima
0 Desenvolver processos de RH semi-estruturados a nível do sistema
para apoiarem a gestão equitativa da força de trabalho, incluindo
os agentes remunerados e não remunerados em todos os serviços,
Não existem processos de RH semi- em coerência com os princípios da Estratégia Mundial da OMS para
normalizados, para apoiar a força de trabalho os recursos humanos da saúde: força de trabalho 2030.17
remunerada em todos os serviços de cuidados
Consultar os agentes e os gestores dos serviços para o
de saúde e sociais.
desenvolvimento de processos de RH.
35
17
Usar as tecnologias de informação e
comunicação em saúde para facilitar a
comunicação e a troca de informações
Quando for localmente aceitável e viável, os sistemas devem implementar os processos e as tecnologias de
informação e comunicação em saúde (TIC) para facilitar o armazenamento, a partilha e a comunicação da
informação (por exemplo, registos médicos, prescrições, consultas) entre os serviços e os prestadores de
cuidados de saúde e sociais.
Exemplos disso podem incluir registos médicos electrónicos, sistemas de monitorização dos domicílios,
sistemas de prescrição integrados e telesaúde20. Esses sistemas podem também facilitar a recolha e a
auditoria dos dados – os registos eletrônicos, por exemplo, poderão organizar informações clínicas sobre
indivíduos e populações inteiras de pessoas idosas, para ajudar a identificar as necessidades, planear os
cuidados à longo prazo, monitorizar as respostas aos tratamentos e avaliar os resultados na saúde.
Muitos sistemas de saúde não têm a capacidade de apoiar os sistemas de cibersaúde, embora essa
incapacidade de operar esse sistema não deva impedir avanços integrados dos cuidados noutras áreas. Na
ausência de TIC, podem usar-se opções tecnológicas mais básicas, como o telefone e o fax, para garantir que
a informação seja devidamente partilhada entre os prestadores de cuidados
0
Identificar o modo como o armazenamento e a partilha da
Implementação inexistente informação sanitária e a comunicação entre os serviços e os
ou mínima prestadores de cuidados podem ser melhorados por tecnologias
digitais seguras.
As tecnologias digitais seguras não são utilizadas
no armazenamento e partilha da informação, E
laborar uma estratégia para orientar a compra e a
nem para a comunicação entre os serviços ou implementação faseadas das tecnologias digitais, apoiada por
prestadores de cuidados. uma política apropriada de privacidade e segurança.
C
ontinuar a utilizar os sistemas básicos que já existem, para
proceder à troca de informações e a coordenação dos cuidados
entre os serviços ou os prestadores.
1
E
laborar uma estratégia para orientar a compra e a
Iniciar a implementação implementação organizada por fases de tecnologias digitais,
apoiada por uma política apropriada de privacidade e segurança.
As tecnologias digitais seguras para o
armazenamento, e partilha da informações e Implementar as tecnologias digitais por fases e consultar com os
para a comunicação entre os serviços ou os gestores dos serviços e os prestadores de cuidados para garantir
prestadores de cuidados estão sendo testadas ou a sua aceitabilidade e viabilidade.
implementadas.
2
C
ontinuar a rever as necessidades em tecnologias digitais na
Sustentar a implementação saúde.
36 Quadro de implementação da Atenção Integrada para a Pessoa Idosa (ICOPE) : Orientações para sistemas e serviços
18
Recolher e reportar dados sobre a
capacidades intrínseca e a capacidade
funcionais das pessoas idosas nos sistemas
de informação sanitária
O declínio da capacidade intrínseca (CI) e a perda de capacidades funcionais (CF) – tais como limitações na
capacidade locomotora, capacidade cognitiva, capacidade psicológica, visão, audição e estado nutricional
– deve ser regularmente avaliado nas pessoas idosas no seio dos sistemas existentes de informação ou de
vigilância sanitária; ver as orientações dos ICOPE da OMS sobre avaliações centradas nas pessoas e vias dos
cuidados primários para maior apoio à implementação.9 Os vários instrumentos existentes para medir a CI,
incluindo os que estão a ser desenvolvidos pela OMS,9 poderão constituir úteis pontos de partida para dar
resposta às necessidades em saúde a nível da atenção primária. A nível dos serviços, a recolha de dados
sobre a CI facilita uma resposta mais rápida ao declínio e uma melhor atribuição de recursos. A nível dos
sistemas, a recolha desses dados constitui uma oportunidade para monitorizar a saúde das populações
e para avaliar iniciativas destinadas a melhorar o desempenho do sistema na integração, qualidade e
segurança dos cuidados.
Foram publicadas evidências para os domínios propostos da CI que tenham relevância clinica.24
Implementação inexistente
ou mínima
0 Avaliar as capacidades para integrar medidas de CI e CF nos
sistemas de informação sanitária.
37
19
Usar as tecnologias digitais para apoiar a
auto-gestão das pessoas idosas
Quando for localmente aceitável e viável, implementar as tecnologias digitais para apoiar o a auto-gestão
pelos próprios idosos.
Quando os serviços tiverem os recursos, infraestruturas e políticas para os apoiar, as tecnologias digitais
devem ser instituídas para apoiar as pessoas idosas na sua auto-gestão, por exemplo, através da
automonitorização, utilizando instrumentos de saúde móvel (tecnologias móveis) ou baseados na net.20,23
A implementação dessas tecnologias poderá ser mais fácil à medida que as tecnologias evoluem e surgem
evidências da sua eficácia e aceitabilidade.
Implementação inexistente
ou mínima
0 Realizar uma avaliação das necessidades e capacidades para
fornecer ou apoiar as tecnologias digitais.
ou
38 Quadro de implementação da Atenção Integrada para a Pessoa Idosa (ICOPE) : Orientações para sistemas e serviços
Glossário
39
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41
Organização Mundial da Saúde
Departamento de Envelhecimento e Curso de Vida
Avenida Appia 20
Suíça
ageing@who.int
www.who.int/ageing