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Gerontomotricidade e o idoso praticante

de atividades físicas: um estudo teórico


Gerontomotricity and the elderly practice of physical activities:
a theoretical study
Vinícius Bittencourt Miranda1

RESUMO

Tem-se como proposta apresentar conceituações sobre o envelhecimento, enumerando aspectos decor-
rentes deste processo natural ao ser humano, tratando de questões neuromusculares, cardiorrespiratórias, da
composição corporal, da endocrinologia e de fatores patológicos do envelhecimento inerentes à essas ocor-
rências, abordando a realização de atividades físicas durante a velhice, apontando as consequências dessas
ao indivíduo idoso. A seguir, aborda-se a psicomotricidade e a gerontomotricidade, correlacionando essas
informações com a realização de atividades físicas na concepção do ser idoso. As considerações finais unem
essas perspectivas sob a ótica do autor, verificando a importância da realização das atividades psicomotoras
na melhora da qualidade de vida do idoso, bem como elucidando a responsabilidade do profissional de Edu-
cação física que orienta esse programa de treinamento, criando um impacto social positivo na saúde física e
mental de seus alunos, fundamental na terceira idade.
49
PALAVRAS-CHAVE

Idoso; Atividade Física; Envelhecimento; Gerontomotricidade.

1
Centro Universitário Metodista – IPA.

Ciência em Movimento | Biociências e Saúde | v. 19 |n. 39 | 2017/2


Gerontomotricidade e o idoso praticante de atividades físicas: um estudo teórico

ABSTRACT
The purpose of this study is to present concepts about aging, enumerating aspects of this natural process
to the human being, dealing with neuromuscular, cardiorespiratory, body composition, endocrinology and
pathological aging factors inherent to these occurrences, addressing the accomplishment of activities during
the old age, pointing out the consequences of these to the elderly individual. Next, psychomotricity and ge-
rontomotricity are discussed, correlating this information with the accomplishment of physical activities in the
conception of the elderly. The final considerations combine these perspectives from the perspective of the
author, verifying the importance of the performance of the psychomotor activities in the improvement of the
quality of life of the elderly, as well as elucidating the responsibility of the Physical Education professional who
guides this training program, creating a positive social impact in physical and mental health of its students,
fundamental in the third age.

KEYWORDS

Aged; Physical Activity; Aging; Gerontomotricity.

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Gerontomotricidade e o idoso praticante de atividades físicas: um estudo teórico

INTRODUÇÃO constitui de uma abordagem do processo do enve-


lhecimento, a relevância da prática de atividades fí-
O aumento da longevidade está associado à di- sicas pelos idosos nos aspectos psicomotores e a ge-
minuição das doenças, principalmente em países de rontomotricidade como ciência onde verifica-se a
alta renda per capita, e à uma prática de hábitos de importância do conhecimento e prática das ativida-
vida saudáveis. Desta forma, devemos encarar o en- des psicomotoras ao público idoso, que podem pro-
velhecimento como uma fase longa e cada vez mais porcionar um estado completo de bem-estar físico,
integrante do processo de vida do indivíduo. Duran- social e psicológico à esta camada da população,
te esse processo, ocorrem no organismo humano além de sugestões para próximos estudos.
alterações fisiológicas, mecânicas e mentais ou psi-
cológicas. Recomendações de especialistas, em bus- ENVELHECIMENTO
ca de atenuar essas ocorrências, incluem a execução
de um programa de atividade física, visto que esta é O envelhecimento é um fenômeno complexo e
um importante aliado para minimizar os impactos variável, que ocorre inevitavelmente com o passar do
causados pelo envelhecimento, sendo também fator tempo, cabendo às ciências da saúde desenvolver
relevante no aspecto da vida social da população seu estudo sob uma perspectiva interdisciplinar.
idosa. Este artigo teve como proposta analisar e iden- Nahas (2006) conceitua o envelhecimento como um
tificar na literatura, principalmente em artigos cien- acontecimento de forma gradual, universal e irrever-
tíficos originais e em livros, os efeitos da atividade sível, acarretando perdas funcionais no organismo.
física nos aspectos das funções cognitiva e psicomo- Esse processo é acompanhado por várias alterações
tora dos idosos, bem como orientar a elaboração de orgânicas como, por exemplo, a redução do equilí-
um programa de atividades psicomotoras, com ên- brio estático e dinâmico e da mobilidade articular,
fase na gerontomotricidade como estratégia na ma- modificações das funções fisiológicas (respiratória e
nutenção dessas aptidões. circulatória) e transformações psicológicas (maior
51
Os procedimentos metodológicos que foram uti- vulnerabilidade à ansiedade e à depressão).
lizados nesta revisão narrativa da literatura sobre o O marcador cronológico talvez não seja o mais
tema consistiram em um levantamento sobre a pro- preciso para mensurar os aspectos do envelhecimen-
dução científica disponível através de descritores co- to. Para uma melhor compreensão e tomada de no-
mo: envelhecimento; gerontomotricidade; idosos; vas atitudes sobre o envelhecer, devemos analisar os
atividade física; nas bases de dados em seu sistema aspectos intercorrentes e, a partir disso, propor al-
de busca na Internet citadas por Scopus, Science, ternativas que se complementem e atenuem este
Direct, PubMed, Scielo, além da literatura disponível processo. As divisões cronológicas da vida humana
de forma não virtual ou de forma física. Nas palavras não são precisas e seriam melhor analisadas a partir
de Andrade (2007, p.58), a revisão bibliográfica “ilu- de contextos individuais do ser humano, como suas
mina o problema com a discussão de novos enfo- condições físicas, biológicas, psicológicas e sociais,
ques, dados, informações, esclarecendo melhor as abordando um conjunto de informações subjetivas,
questões sob análise e permitindo construir a funda- sugerindo que indivíduos que apresentam a mesma
mentação teórica da pesquisa”. Por assim ser, esse idade cronológica podem apresentar diferentes es-
amparo metodológico serve para catalogar estudos tágios do envelhecimento. O tempo cronológico pas-
confiáveis, proporcionar sínteses e estabelecer fon- saria a ser apenas uma contagem padronizada e,
tes para novos estudos. Por meio desses descritores para compreender o ser em sua totalidade, estes
foram encontrados 48 artigos, dos quais 25 foram apontamentos devem ser analisados na fundamen-
utilizados por terem sido publicados após o ano de tação de um conceito muito maior, definindo assim,
2000. Além disso, foram utilizadas 2 dissertações de a idade funcional (PAPALIA et al., 2006).
mestrado, 24 obras literárias e uma fonte digital. Weineck (2005) aponta que o envelhecimento é
Sendo assim, além da introdução, este artigo se a soma de todas alterações ocorridas no espaço cro-

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nológico, sendo este então um fator que agrega es- encontra como obstáculo o medo da perda dos há-
sas transformações e nos permite, de forma indivi- bitos que o acompanharam por significativo período
dual e temporal, calcular o estágio do envelhecimen- da vida.
to de cada um. De acordo com Papaléo Netto (2005), as modifi-
Por sua vez, a idade biológica proporciona uma cações fisiológicas da senescência compreendem fa-
melhor observação dos aspectos do envelhecimento. tores de alteração intrínsecos, ou seja, aqueles que
Essa mensuração depende do declínio e colapso gra- ocorrem no organismo do indivíduo independente-
duais dos sistemas fisiológicos e cognitivos de cada mente de influência externa e fatores extrínsecos ou
ser. Conforme Carvalho Filho (2005, p.61), “todo ser ambientais, compostos pelas alterações morfológi-
vivo apresenta um padrão genético que condiciona cas decorrentes da dieta, do meio em que se vive e
seu desenvolvimento e envelhecimento.” Com a che- do estilo de vida, que tornam o organismo mais sus-
gada da velhice, as mudanças anatômicas ou morfo- cetível às intempéries da vida e que podem levá-lo à
lógicas são principalmente as mais visíveis e manifes- morte.
tam-se em primeiro lugar (PAPALÉO NETTO, 2005). A dieta, o estilo de vida, e o exercício são fatores
A definição de idade psicológica pode ser identi- extrínsecos que afetam o processo de senescência. O
ficada em duas interpretações. A primeira é propria- estilo de vida social e pessoal influencia de diversas
mente similar à definição de idade biológica e se maneiras no processo de envelhecimento. A análise
aplica na relação existente entre a idade cronológica do estado nutricional de idosos, avaliados pelo índi-
e as habilidades tais como: percepção, raciocínio e ce de massa corporal (IMC), apresenta estado de des-
memória, as quais podem demarcar o futuro poten- nutrição em homens com idade mais alta, e maior
cial de comportamento cognitivo do indivíduo (NERI, propensão à obesidade em mulheres no início da
2005). Sabe-se que, mesmo durante o processo de velhice. (SPIRDUSO, 2005).
envelhecimento normal, algumas capacidades cog- Ainda de acordo com Spirduso (2005), a capaci-
52 nitivas como a rapidez do processamento de infor- dade funcional e manutenção da autonomia está
mações e a memória diminuem naturalmente com a relacionada a forma com que os idosos levaram a
idade. Entretanto, a senilidade não é um componen- vida. Padrões de exercícios e de atividade física con-
te obrigatório do envelhecimento. A segunda aplica- tribuem para as diferenciações individuais em faixas
bilidade da definição de idade psicológica tem rela- etárias específicas. A diminuição ou perda da auto-
ção com a percepção subjetiva de idade. Esta varia nomia estaria associada à redução da eficiência de
conforme cada indivíduo avalia a presença ou não de alguns órgãos e sistemas que acabariam por afetar
fenômenos biológicos, sociais e psicológicos do en- a capacidade funcional (AMORIM et. al 2002).
velhecimento em comparação com outras pessoas Entretanto, nem sempre é simples estabelecer os
de sua idade. Aumenta-se a tendência da realização limites entre a senescência e a senilidade, ou seja,
de um retrospecto daquilo que se viveu e passa-se a entre àquelas modificações que são peculiares ao
pensar no tempo que ainda resta de vida (ARGIMON; processo do envelhecimento ou se são alterações ad-
STEIN, 2005). vindas das morbidades mais comuns em idosos. Essa
Conforme Neri (2005), o envelhecimento social é dificuldade se deve à grande variabilidade compor-
caracterizado pelo processo de mudança de papeis tamental perante à idade e, também, ao fato de que
e comportamentos, típico do momento da vida adul- os idosos não se apresentam com manifestações
ta em que o indivíduo tenta se adequar ao compor- clássicas de alterações do organismo, como as que
tamento que a sociedade espera que ele tenha em são apresentadas nas crianças, por exemplo (PAPA-
determinada faixa etária. Witczak (2005) aponta que LÉO NETTO, 2005).
o afastamento do trabalho e a aceitação da aposen- Aspecto relevante que deve ser considerado e
tadoria geram sentimentos antagônicos, pois o indi- apresenta opiniões contraditórias é a ocorrência de
víduo, ao mesmo tempo que experimenta o senti- demências. Com o passar dos anos, ocorre a perda
mento de liberdade, da livre utilização de seu tempo, de 0,2% de massa encefálica por ano de vida (ESIRI,

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2007). Essa perda poderia representar insuficiência senta reflexos atenuantes, embora os exercícios mais
das funções cerebrais que, em estágios avançados, eficientes nesses aspectos sejam os de resistência,
levaria a um quadro demencial. Este argumento re- porque estes levam em consideração diversos aspec-
laciona diretamente a alteração funcional à anatômi- tos neurológicos, musculares e esqueléticos, funda-
ca, entretanto, sem estudos comprobatórios. Em mentais na manutenção da autonomia e bem-estar
contraponto, estudos populacionais explanam que dos idosos (GRAVES; FRANKLIN, 2001).
há preservação do intelecto e das funções mentais A perda da capacidade funcional leva à insufici-
na senescência. Spirduso (2005) conclui então que ência na realização das Atividades da Vida Diária
as insuficiências das funções cerebrais não podem (AVD’S) e das Atividades Instrumentais da Vida Diária
ser consideradas como consequência comum do pro- (AIVD’S) onde, conforme Okuma (2012, p. 55):
cesso de envelhecimento e, portanto, representaria
o impacto de diversas morbidades que teriam sua As primeiras referem-se às atividades de cuidados
pessoais básicos, como vestir-se, banhar-se, levan-
ocorrência aumentada em idades mais avançadas.
tar-se da cama e sentar-se numa cadeira, utilizar o
banheiro, comer e caminhar uma pequena distân-
O ENVELHECER E A ATIVIDADE FÍSICA cia. As segundas referem-se às tarefas mais com-
plexas do cotidiano e incluem, necessariamente,
Estudos realizados por Hurley e Roth (2000) e aspectos de uma vida independente, como fazer
Graves e Franklin (2001) evidenciam que as popula- compras, cozinhar, limpar a casa, lavar roupa, utili-
zar meios de transporte e usar o telefone.
ções fisicamente ativas têm menor incidência de uma
gama de doenças crônicas, dentre elas hipertensão
arterial, obesidade, osteoporose, ansiedade e de- Portanto, as perdas no domínio cognitivo e das

pressão, reconhecendo a atividade física como um capacidades físicas contribuem para a redução da

importante fator promotor de saúde em todas as independência do idoso, limitando as possibilidades

idades. Quando as pessoas já apresentam essas pa- de vida confortável e satisfatória, aumentando o de- 53
tologias, como é o caso de muitos idosos, a atividade clínio de sua atuação na sociedade. Por conseguinte,

física pode ser importante recurso para o tratamen- essa limitação apresenta reflexos psicológicos (OKU-

to, reduzindo a necessidade ou as doses de medica- MA, 2012). Segundo Schwanke et al. (2012, p.201),

mentos em geral. “a atividade física é um importante aliado na manu-

Gorzoni e Jacob Filho (2008) refletem que, em- tenção da independência, auxiliando a diminuir as

bora as atividades aeróbias sejam adequadas para perdas associadas ao envelhecimento e as conse-

promoção da saúde cardiovascular, talvez não sejam quências dessas perdas”.

as mais eficientes ou seguras, tanto de um ponto de As atividades físicas de natureza predomi-

vista cardiocirculatório quanto de alterações da es- nantemente aeróbia têm sido o foco de atenção das

trutura musculoesquelética. Estudos realizados re- pesquisas que relacionam aptidão física e saúde no

centemente já apontam importantes efeitos proteto- idoso, devido sua associação na melhora de condições

res do sistema cardiovascular advindos do treina- da saúde biológica e de certas doenças crônicas rela-

mento de resistência (BRAITH; STEWART, 2006). cionadas com o sistema cardiorrespiratório. Entretan-

A saúde musculoesquelética pode ser definida to, na prática, essa melhora seria satisfatoriamente

pela ausência de dores e uma boa funcionalidade explicada pela redução dos fatores de risco cardiovas-

sobre o olhar da biomecânica corporal. Mesmo afe- culares do que com a capacidade do indivíduo de se

tado pela individualidade biológica, o envelhecimen- manter funcionalmente independente. Ou seja, para

to sedentário tem como característica geral o agra- o idoso realizar suas tarefas cotidianas como subir

vamento de processos degenerativos no organismo escadas, banhar-se ou carregar suas compras, ele não

humano, apresentando efeitos negativos nas cartila- necessita apenas de aptidão cardiovascular, mas sim

gens, tendões e músculos, além de intensificar a per- de um conjunto de capacidades como força muscular,

da da massa óssea. A atividade física em geral apre- resistência muscular localizada, flexibilidade, potên-

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cia, resistência e coordenação, conjunto denominado assim, ocorre a melhora das interações sociais e in-
“aptidão corporal” pelo American College of Sports terculturais, além da formação de novas amizades e
Medicine (ACSM) (OKUMA, 2012). ampliação das redes sociais, onde o contato entre
Dessa maneira, para se atingir objetivos específi- diferentes gerações, por exemplo, diminuem o este-
cos, determinados estímulos de atividade física serão reótipo das percepções sobre o envelhecimento
necessários, tornando-a mais eficiente. O aprimora- (GORZONI; JACOB FILHO, 2008).
mento das qualidades de aptidão corporal tem su-
mária importância quando o objetivo é o de realizar PSICOMOTRICIDADE E gerontomotricidade
grandes esforços, como no caso da prática esportiva.
No entanto, os esforços para a prática das atividades Costa (2002) define que a psicomotricidade é
básicas ou instrumentais da vida diária (AVD’S e AI- uma ciência abstrata que estuda a humanidade atra-
VD’S) também exigem aptidão em níveis adequados vés de suas relações corporais em movimento e em
para que sua realização seja possível e não represen- relação ao seu mundo interno e externo. Aborda
te fator de desconforto ou risco de lesões musculoes- também o processo de maturação psicológica, onde
queléticas e acidentes cardiovasculares (GORZONI; o corpo é a origem das aquisições cognitivas, afetivas
JACOB FILHO, 2008). e orgânicas. É sustentada basicamente por três pila-
O equilíbrio corporal, a manutenção da postura res de conhecimentos: o movimento, o intelecto e o
e a marcha são afetados pela redução da força mus- afeto, que, ainda de acordo com o autor citado (COS-
cular. Para que a marcha seja possível, confortável e TA, 2002, p.17), fazem com que:
segura, a força é a aptidão mais importante. A resis-
tência para caminhar depende da capacidade aeró- A psicomotricidade baseie-se em uma concepção
unificada da pessoa, que inclui as interações cogni-
bia, medida pelo limiar anaeróbio e estimulada pelo
tivas, sensório-motoras e psíquicas na compreen-
aumento da força muscular. Indivíduos treinados ca-
54 minham com pouca ativação de unidades motoras,
são das capacidades de ser e de expressar-se, a par-
tir do movimento, em um contexto psicossocial. Ela
enquanto pessoas sedentárias utilizam muitas fibras se constitui por um conjunto de conhecimentos
para a marcha. Essa demanda de contração das fi- psicológicos, fisiológicos, antropológicos e relacio-
bras musculares implica na oclusão parcial de vasos nais que permitem, utilizando o corpo como me-
diador, abordar o ato motor humano com o inten-
sanguíneos intramusculares e assim algumas fibras
to de favorecer a integração deste sujeito consigo
não recebem sangue e oxigênio, gerando desconfor-
e com o mundo dos objetos e outros sujeitos.
to por acidose metabólica e fadiga precoce (GORZO-
NI; JACOB FILHO, 2008).
Nas palavras de Fonseca (2004, p. 10), as carac-
A segurança das atividades físicas depende da
terísticas da organização motora não podem ser se-
adequação das sobrecargas às condições físicas indi-
paradas da organização psíquica, e esta por sua vez
viduais dos praticantes. Portanto, respeitando prin-
não é separável do mundo exterior, da realidade, da
cípios de aplicabilidade e individualidade, a utiliza-
situação ou do conjunto de estímulos presentes por-
ção de um simples programa de condicionamento
que, em psicomotricidade, o psíquico e o motor não
físico, que estimule as aptidões importantes para
são uma consequência linear um do outro, mas sim
uma vida diária confortável e segura, possibilitando
componentes complementares que interagem entre
a realização das AVD’s e AIVD’s, é vista como a esco-
si, modulando a totalidade sistêmica, encarando cor-
lha mais adequada para o público idoso. Esses pro-
po e motricidade como elementos essenciais da es-
gramas, por sua vez, apresentam diversas qualidades
trutura psicológica do Eu, onde, porventura,
que os acompanham, citando dentre elas, a sociali-
zação, visto que muitas vezes as sessões de treina- [...] quando tais componentes não se encontram
mento são realizadas em pequenos grupos, possibi- sistemicamente integrados, surge a disfunção psi-
litando ao idoso que ele se sinta companheiro de comotora, uma síndrome e não uma doença, cuja
outro praticante, com objetivos em comum. Sendo origem não é especificamente orgânica, traumática

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ou hereditária. Trata-se do efeito ou reflexo corpo- através de práticas individuais ou em conjunto, de


ral, postural, práxico ou condutivo de uma pertur- acordo com o processo de envelhecimento corporal
bação ou dificuldade psicológica que tende a ma-
ou psicológico e da situação própria de cada idoso
nifestar-se em termos de desenvolvimento e de
submetido à esta prática terapêutica. Portanto, ge-
aprendizagem ou de adaptação psicossocial. (FON-
SECA, 2004 p. 11). rontomotricidade é a prática dirigida ao idoso atra-
vés da psicomotricidade (VASCONCELOS, 2003).
As práticas de intervenção psicomotora partem Estudo realizado com idosos institucionalizados
normalmente de uma prévia observação, com base demonstrou que após a intervenção do programa
na aplicação de uma bateria psicomotora, onde se gerontopsicomotor houve alterações positivas de
constitui um perfil psicomotor intra-individual, espé- maior significância nas atividades de banho, alimen-
cie de ficha de inventário onde se apura as possibili- tação, vestuário da parte superior e higiene corporal,
dades ou dificuldades psicomotoras baseando-se sendo que estas foram as atividades em que houve
nos fatores de tonicidade, equilíbrio, lateralização, maior foco durante o programa. As de menor impac-
noção de corpo, estruturação espaço-temporal, prá- to positivo ou sem alteração significativa compreen-
xia global e práxia fina (micromotricidade), que no dem o controle de esfíncteres, uso do vaso sanitário
seu conjunto de fatores e subfatores constituem o e locomoção, ou seja, deslocamentos que exigiam a
sistema psicomotor humano (FONSECA, 2004). saída do leito, já que as atividades não puderam ser
Os estudos realizados com idosos por Levy (2000), realizadas com deslocamento além do leito hospita-
apontam que o repertório de atividades psicomotoras lar devido ao estado de saúde dos idosos avaliados.
estimula acima de tudo a consciência de um corpo Foram utilizadas principalmente atividades de auto-
que é expressão de um ser que pensa, sente, e que cuidado, simulação e pouca mobilidade, proporcio-
age em relação com os outros, com os objetos e con- nando ao paciente que ele se sinta capacitado para
sigo mesmo. Dessa maneira, a exploração do corpo é outras realizações. Todavia, se comprovou melhora
funcional através da estimulação psicomotora nesses
55
proposta com o objetivo de uma tomada de consciên-
cia para que haja melhor uso e consequentemente idosos (OVANDO; COUTO, 2010).
maiores possibilidades de expressão. Finalmente, um A aplicação de atividades psicomotoras às pes-
maior domínio corporal, ou seja, o desenvolvimento soas idosas, através de uma reeducação psicomoto-
da autoconfiança reflete-se diretamente em mudan- ra, exige cuidados especiais. É preciso pensar nas
ças na autoimagem, no aumento da autoestima, na alterações anatômicas e fisiológicas que possam ga-
funcionalidade e na manutenção da autonomia. rantir uma margem de segurança, tanto aos idosos
Dessa maneira, a psicomotricidade e a geronto- quanto ao profissional que aplicará o programa de
logia de intervenção estão conceituadas muito pró- atividades. Intervenções multidisciplinares são reco-
ximas de si e vão ao encontro dos anseios da neces- mendadas, embora a orientação do programa seja
sidade de movimento, característica presente no ser de responsabilidade do educador físico. É aconselhá-
humano, compondo então a gerontomotricidade, vel também a realização de cursos de especialização
que tem como objetivo a recuperação e a conserva- na área geriátrica, obtendo maiores conhecimentos
ção de forma funcional das condutas psicomotoras, específicos para o trabalho com o público idoso. Ca-
aprimorando o conhecimento universal de si e a efi- be também a este profissional exigir comprovações
cácia das ações, principalmente das atividades da médicas, através de atestados, indicando as condi-
vida diária. Tem por meta o desenvolvimento integral ções e limitações do idoso visando o planejamento
do ser idoso, propondo, de forma equilibrada e har- de uma aula segura (BARRETO; SILVA, 2004).
moniosa, a relação entre a motricidade e o psiquis- É de suma importância planejar as atividades que
mo. Proporciona o equilíbrio e a noção do espaço serão realizadas. Lorda (2004), sugere alguns critérios
que o corpo ocupa, em sua totalidade, auxiliando na básicos na programação de propostas em grupos ou
manutenção da saúde. Podemos fundamentá-la individuais. Dentre elas, destacamos o respeito às di-
ferenças dos componentes do grupo; o levar em con-

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sideração a falta de tradição desportiva e a progressi- cruzada, consistida na movimentação alternada de


va perda de identificação com a imagem corporal real; pernas e braços, observando-se a postura corporal e
ter objetivos do plano de gerontomotricidade corres- o equilíbrio dinâmico do idoso; atividades de varia-
pondentes às necessidades e motivações das pessoas ção do equilíbrio, seja no solo ou em elevação, pois
visadas, onde se permite que o participante explore são exercícios que atuam sobre o córtex, o cérebro e
todo o leque de possibilidades e a seguir escolha os o cerebelo, relacionando-se com as demais estrutu-
meios e os modos de desenvolver as tarefas que se ras do sistema nervoso central. Ainda, deve se con-
propõe; proporcionar momentos de motivação indi- siderar o aspecto auditivo, sob a perspectiva de com-
vidual e ao grupo, onde as propostas de atividades binar atividades de caminhar e bater palmas em rit-
devem ser coerentes ao plano geral, a fim de se man- mo, ou agachar-se e levantar-se conforme o som de
ter continuidade e progressão e por fim, realizar ava- uma música, seja em jogos cooperativos ou rodas
liações prévias e periódicas durante a sequência do musicais; exercícios de aprimoramento manual, pois
programa de atividades. O professor de educação fí- proporcionam a melhora da coordenação fina. Tam-
sica deve ser claro nas explicações das atividades, se bém é importante trabalhar com atividades de coor-
valendo de exemplos práticos, buscando sempre man- denação visual e motora, visto que podem ser traba-
ter todos alunos em atividade, propondo metas que lhados aspectos de lateralidade, organização espa-
possam ser atingidas pelos participantes e estabele- ço-temporal e dinâmica corpórea geral, com exercí-
cendo regras que sejam cumpridas. cios que envolvam ações de pegar, tocar, arremessar
Durante a realização das atividades, o profissio- objetos de pequeno porte, tocar e sentir as variações
nal deverá monitorar as situações que se desenrolam de tamanho, olhar para o companheiro e para o am-
no ambiente, bem como as ocorrências fisiológicas biente. Com essas atividades citadas por último,
individuais; fazer uso de diferentes posicionamentos, atua-se sobre o córtex visual e o auditivo, situados
evitando ocorrência de sobrecarga em determinada nos lobos occipital e temporal, respectivamente,
56 região corporal; evitar movimentos bruscos, hiperfle- além do córtex motor contro-lateral (BARROS, 2000).
xões ou hiperextensões, além de rotações desneces- A partir de uma elaboração com olhar atento aos
sárias da coluna vertebral, posições de cabeça para princípios da gerontomotricidade, observa-se resulta-
baixo ou manobra de valsalva (fechamento da glote); dos positivos como os apresentados no estudo de Cos-
utilizar materiais leves; não propiciar competições ou ta (2011), em que foi avaliado o nível de qualidade de
busca de performance excessivas; corrigir sempre a vida em idosos submetidos a exercícios psicomotores
postura e permitir a interrupção das atividades por como estratégia de educação em saúde. A amostra
parte do aluno. Sob o aspecto de intervenção compunha idosos com idade média de 69,8 anos,
psicológica, o professor deve elogiar sempre, 50,0% ativos e 50,0% de inativos, 90,0% mulheres e
entretanto corrigindo e auxiliando no momento 10,0% homens. Os resultados demostraram que os
devido, demonstrando entusiasmo e interesse, idosos ativos apresentaram melhores valores em equi-
agindo com honestidade perante ao aluno, líbrio, elemento psicomotor avaliado, em comparação
respondendo todas as perguntas e durante atividades com os idosos inativos, apresentando diferenças sig-
grupais, evitar ao máximo a ocorrência de nificativas. Se valendo do teste de Berg, foi constatada
constrangimentos diante dos companheiros uma diferença de 7,5 da pontuação da amostra entre
(BARRETO; SILVA, 2004). os idosos ativos e inativos em relação ao equilíbrio e
Dentre as atividades recomendadas aos idosos risco de quedas. Esses resultados comprovam que a
participantes do programa de gerontomotricidade pessoa idosa deve praticar exercícios físicos de forma
estão o ato de rolar, deitado no solo ou sobre col- regular, preferencialmente psicomotores, mantendo
chonetes, partindo de decúbito dorsal, com braços uma vida dinâmica com convívio social. A autora ain-
estendidos, cruzados no peito ou ao longo do corpo; da conclui que “ a abordagem da psicomotricidade
engatinhar, de padrão cruzado ou com as pernas es- para Terceira Idade parte do princípio do movimento
tendidas, estimulando o tônus postural; a marcha corporal” (COSTA, 2011, p.112).

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CONSIDERAÇÕES FINAIS de deve ser respeitada. Muitas vezes, os idosos não


possuem repertório motor necessário à sua prática
Reunindo e analisando as informações sobre o ou sequer frequentaram ambientes esportivos du-
envelhecimento sob a perspectiva da realização de rante a fase jovem de sua vida, apresentando dificul-
atividades físicas e abordando os aspectos psicomo- dades de socialização neste momento. Práticas es-
tores dessas questões, pode-se estabelecer um rumo portivas também envolvem ocorrência de traumas
de observações que orientem a prática desses exer- musculoesqueléticos, além de um aumento desne-
cícios por parte dos idosos. São necessários o pensa- cessário da frequência cardíaca. Portanto, respeitan-
mento e a compreensão dos educadores físicos sobre do os princípios de aplicabilidade e características
as individualidades que se apresentarão durante a individuais, a utilização de um simples programa psi-
realização das atividades. As perdas oriundas do pro- comotor de condicionamento físico, que estimule as
cesso de envelhecimento são amplamente aborda- aptidões importantes para a realização das ativida-
das pela literatura. Costumam ser conceituadas atra- des da vida diária e das atividades instrumentais da
vés da variabilidade e complexidade das alterações vida diária, é vista como a escolha mais adequada
orgânicas acarretadas como, por exemplo, a redução para o público idoso onde, dessa maneira, aborda-
do equilíbrio estático e dinâmico e da mobilidade mos a gerontomotricidade.
articular, modificações das funções fisiológicas e O profissional de Educação física responsável pe-
transformações psicológicas que sujeitam o indiví- la orientação das atividades deve estar ciente de que
duo à ansiedade e à depressão. não está trabalhando apenas a saúde física de seus
Com o passar do tempo, o indivíduo em senes- alunos, ele deve saber que cria um impacto social
cência apresenta modificações inevitáveis em seu or- positivo na saúde mental deles e o quanto isto é
ganismo. Em vista disso e do aumento da longevida- fundamental na terceira idade. Sentir-se capaz de
de humana, se tornam necessários novos estudos realizar as próprias tarefas e ser independente faz o
que contem com a participação de idosos, aliados idoso estar bem consigo mesmo e aceitar algumas
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fundamentais na melhor compreensão sobre os me- limitações que possa apresentar, assim como seu no-
canismos fisiológicos do envelhecimento (CARVA- vo papel na sociedade.
LHO FILHO, 2005). Certos cuidados devem ser tomados pelo educa-
Na tentativa de atenuar as ocorrências do enve- dor físico durante o programa gerontopsicomotor,
lhecimento, a atividade física constitui um fator im- destacando o respeito às diferenças dos componen-
portante na manutenção da independência, dimi- tes do grupo, levando em consideração a falta de
nuindo as perdas associadas a este processo, bem tradição desportiva e a progressiva perda de identi-
como suas consequências. As dificuldades de equilí- ficação com a imagem corporal real e, acima de tudo,
brio, as alterações na postura corporal e o controle ter objetivos do plano de gerontomotricidade corres-
dos movimentos prejudicam a execução das ativida- pondentes às necessidades e motivações das pessoas
des de vida diária, aumentando o risco de quedas, visadas. Através das análises dos estudos na constru-
que podem levar a fraturas e internações hospitala- ção deste artigo, já se verifica que a prática regular
res. O mau condicionamento físico, a deficiência da gerontomotricidade trouxe bem-estar psicosso-
muscular, o tecido conjuntivo inflexível e o treina- mático nos indivíduos de terceira idade, tornando-a
mento inadequado têm um impacto tanto na estáti- indicativa de uma maior percepção de qualidade de
ca quanto no corpo em movimento (SCHWANKE et vida nos idosos ativos que nos inativos, proporcio-
al., 2012). nando, principalmente, autonomia funcional nestes
Quando se trata de escolher as atividades ade- indivíduos. Entretanto, como os programas educa-
quadas ao público idoso, deve se levar em conta a cionais e de incentivo a prática de exercícios psico-
preferência individual, sempre que possível. As ativi- motores para esta população ainda são pouco explo-
dades esportivas em geral podem ser muito úteis na rados quanto a promoção de saúde, cabe a nós edu-
promoção de qualidade de vida, mas a individualida- cadores físicos e aos outros profissionais da área da

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Gerontomotricidade e o idoso praticante de atividades físicas: um estudo teórico

saúde buscar efetivamente a iniciativa em projetos COSTA, Mayara Leal Almeida. Qualidade de vida na ter-
que mobilizem os idosos e os motivem a se manter ceira idade: a psicomotricidade como estratégia de edu-
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em atividade.
Nesse sentido, entende-se que o objetivo princi- ESIRI, M. (2007), Ageing and the brain. J. Pathol., 211:
pal da atividade física regular na terceira idade é o 181–187.
retardamento do processo inevitável do envelheci-
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tado suficientemente saudável, para que o idoso
possa dispor de autonomia e independência, sendo FONSECA, V. Psicomotricidade, perspectivas multidisci-
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necessário ampliar e aprofundar as pesquisas com os
idosos, propiciando um novo leque de possibilida- GORZONI, M.L.; JACOB FILHO, W. Geriatria e gerontologia:
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