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ALTERAÇÕES COGNITIVAS MAIS COMUNS ENTRE OS IDOSOS E A

NEUROPLASTICIDADE

GIOVANNA MARCELA JULIANI SILVA ¹*, LUIS FERNANDO AGUERA


VIEIRA² , GUSTAVO HENRIQUE MARQUES MORENO ³
¹ Discente do curso de Fisioterapia - UNINGÁ – Centro Universitário Ingá, em Maringá/
Pr.

² Mestre em Ciências da Saúde – UEM. Docente da disciplina de Fisioterapia em


Cardiologia e Pneumologia no curso de graduação em Fisioterapia – UNINGÁ- Centro
Universitário Ingá, em Maringá/ Pr.

³ Mestre em Ciências da Saúde – UEM. Especialista em Ortopedia e Traumatologia.


Docente no curso de graduação em Fisioterapia – UNINGÁ- Centro Universitário Ingá,
em Maringá/ Pr.

*Rua Princesa Isabel nº46, Vila Olivia/ Astorga/ PR. E-mail:


giovannajuliani2009@hotmail.com

RESUMO: O envelhecimento humano possui comportamento dinâmico, estando


relacionado a fatores ambientais, à qualidade de vida, a hábitos e costumes, a
características genéticas, à hereditariedade e ao surgimento de agravos à saúde,
fatores estes adquiridos ou inatos ao sujeito. Independente da motivação o
envelhecimento exerce importante papel em nossas atividades pela influência nas
funções cognitivas, psicológicas e sociais. O presente artigo apresenta uma revisão de
literatura dos principais conceitos, aspectos e achados relacionados ao processo de
envelhecimento humano, buscando sintetizar importantes temas por meio da busca de
estudos recentes na área. Além disso, o artigo tem foco na discussão de questões
associadas à fisiopatologia do Sistema Nervoso Central, função cognitiva e as
respectivas consequências decorrentes tanto do envelhecimento saudável quanto do
patológico, que neste último caso pode afetar negativamente a autonomia e
independência, bem como a qualidade de vida das pessoas idosas. Por fim, o
presente trabalho aborda estratégias que visam atuar na prevenção de declínios da
função cognitiva e neuroplasticidade.

Palavras chaves: Funções cognitivas. Idosos. Envelhecimento saudável.


Neuroplasticidade.

ABSTRACT: Human aging has a dynamic behavior, being related to


environmental factors, quality of life, habits and customs, genetic
characteristics, heredity and the emergence of health problems, factors that are
acquired or innate to the subject. Regardless of the motivation, aging plays an
important role in our activities by influencing cognitive, psychological and social
functions. This article presents a literature review of the main concepts, aspects
and findings related to the human aging process, seeking to synthesize
important themes through the search for recent studies in the area. In addition,
the article focuses on the discussion of issues associated with the
pathophysiology of the Central Nervous System, cognitive function and the
respective consequences arising from both healthy and pathological aging,
which in the latter case can negatively affect autonomy and independence, as
well as the quality of life. of life for the elderly. Finally, the present work
addresses strategies that aim to act in the prevention of declines in cognitive
function and neuroplasticity.

Keywords: Cognitive functions. Seniors. Healthy aging. neuroplasticity.

INTRODUÇÃO

A cognição tem sido estudada como uma função cortical, podendo


apresentar subfunções como atenção, orientação, memória, organização
visuomotora, raciocínio, função executiva, planejamento e solução de
problemas. De maneira geral entende-se cognição como a capacidade do
indivíduo de adquirir e usar 47 informação, a fim de adaptar-se às demandas
do ambiente, envolvendo habilidades para processar a informação ou a
capacidade para entender a nova informação, organizá-la, assimilá-la e integrá-
la com experiências anteriores. As funções cognitivas incluem o uso
espontâneo de estratégias eficientes de processamento, as habilidades para
acessar conhecimento prévio quando necessário e a consciência da própria
capacidade cognitiva (TAMAI; ABREU, 2013 p. 1901). Estudos em cognição
demonstram que algumas funções declinam com a idade, outras são mantidas,
podendo até mesmo ser melhoradas, sendo necessário identificar quais
funções cognitivas estão comprometidas nos idosos, e criar formas de
intervenção, estimulação e ou adaptações no ambiente onde o idoso vive para
o atendimento as demandas sociais e funcionais (SALTHOUSE, 2009). Tamai
e Abreu (2013), esclarecem que a definição de cognição cursa com domínios
específicos da habilidade para aplicar o que foi aprendido a uma variedade de
diferentes situações e nos alerta ainda que tarefas individuais podem ser
desempenhadas ineficientemente. O idoso pode ser incapaz de decidir o que
tentar primeiro, o que priorizar ou como quebrar uma tarefa em etapas. Um
tempo excessivo pode ser despendido, processando-se detalhes não
essenciais. O declínio cognitivo associado à idade, sem relacionamentos
prévios com processos patológicos, é bem entendido atualmente e tem por
característica a sua variabilidade entre indivíduos, porém as funções cognitivas
costumam ser afetadas de forma distinta no processo de envelhecimento
(COSENZA; MALLOY-DINIZ, 2013). O comprometimento de funções
executivas resulta em déficits na resolução de problemas, na capacidade de
planejamento, abstração, julgamento, flexibilidade mental, tomada de decisão,
memória de trabalho e organização dos comportamentos (YAARI; BLOOM,
2007). Paula, et al. (2013) explicam que do ponto de vista neurobiológico, as
funções executivas se relacionam estreitamente com a atividade de circuitos do
córtex pré-frontal ou frontoestriais e que o envelhecimento cerebral desses
circuitos possui um processo de desmielinização natural precoce, quando
comparado a outros circuitos tendo como consequência o declínio das funções
executivas. Além dos possíveis déficits, próprios a cada faixa etária,
comprometimentos cognitivos podem ocasionar limitações funcionais
profundas, como dito, esses comprometimentos podem ou não estar
relacionados a processos patológicos e diante de alterações neurofuncionais,
os prejuízos cognitivos provocam mudanças em várias áreas do desempenho
ocupacional (TAMAI; ABREU, 2013). Para Canon e Novelli (2012) a melhora na
qualidade de vida não está acompanhando a revolução no processo de
longevidade, impedindo assim que as pessoas tenham um envelhecimento
bem-sucedido, acarretando no aumento do número de casos de doenças
crônico-degenerativas e limitações funcionais, representando para a sociedade
e para os órgãos governamentais desafios médicos e socioeconômicos
próprios do envelhecimento populacional. Entre as doenças crônico-
degenerativas, destacam-se as demências, que são caracterizadas pelo
declínio cognitivo persistente, sendo que a principal função comprometida é a
memória além de outras funções, que interfere de modo significativo no
funcionamento ocupacional do indivíduo, visto que a progressão da doença
acarreta no comprometendo do desempenho nas AVDs, consequentemente
gerando incapacidades e dependência funcional (APA, 2000; VASCONCELOS
et al., 2007). O estudo sobre o envelhecimento cognitivo tem sido cada vez
mais importante e Argimon (2006) nos mostra a possibilidade de transtornos
em outras funções cognitivas além da memória, despertando interesse em
países desenvolvidos e em desenvolvimento uma vez que consiste em uma
demanda crescente em saúde pública. O fato de envelhecer não traz consigo a
certeza de restrições físicas, Argimon e Stein, (2005) consideram que o
condicionamento físico e a pratica rotineira de exercícios físicos podem prover
a pessoa idosa um condicionamento semelhante à de um adulto jovem. Coelho
et al. (2009) relatam melhoras na função cognitiva 49 global e na atenção como
efeito da atividade física sistemática. Descrevem que a prática regular de
atividade física pode contribuir para um melhor desempenho cognitivo, com
benefícios neurofisiológicos em função do aumento da vascularização cerebral
e síntese de neurotransmissores além de aumento do fator neurotrófico de
crescimento neural, com repercussão favorável para a plasticidade cerebral, e
de benefícios psicológicos e sociais.
METODOLOGIA

A coleta de dados deste trabalho foi realizada a partir de uma seleção de


artigos. A busca foi realizada no mês de setembro de 2022, utilizando as
plataformas Biblioteca Virtual de Saúde (BVS) e PubMed. Trata-se de uma
revisão de artigos científicos publicados entre 2000 e 2020 , realizada no mês
de outubro de 2022. Para a pesquisa foram utilizados os termos: “Funções
cognitivas” “Idoso” “Envelhecimento saudável” “Neuroplasticidade”.
, seus equivalentes em língua inglesa, bem como suas combinações em
ambos os idiomas, nas bases de dados: National Library of Medicine
(PUBMED), Scientific Electronic Library Online (SCIELO), Lilacs e Google
acadêmico, além de consultar às diretrizes atuais do Ministério de Saúde, e site
como Liga Brasileira de Epilepsia.

Fluxograma 1- Pesquisas eletrônicas, utilizadas para revisão bibliográfica

Estudos identificados por


meio de pesquisa nas
bases de dados: 30

PubMed: 18 BVS: 12

Selecionados após Selecionados após


leitura de titulo: 20 leitura de titulo: 10

Selecionados após Selecionados após


leitura completa: 8 leitura completa: 2
Artigos inclusos na
pesquisa: 10

Fonte: Autor, 2022.

RESULTADOS

Foram selecionados 10 artigos para realização o trabalho, com o intuído


de identificar os efeitos dos tratamentos realizados no coto de pacientes
amputados. Para facilitar visualização e comparação dos estudos
selecionados, um quadro foi elaborado, contendo: ano de publicação, nome do
autor, objetivo, amputação e resultados (Quadro 1).
Quadro 1 - Síntese dos principais resultados encontrados nos estudos selecionados
para a pesquisa

Ano Autor Resultados

Fonte: Autor, 2022.

DISCUSSÃO
CONCLUSÃO

REFERÊNCIAS

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