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INSTITUTO CULTUS

DANIELA TEIXEIRA DA COSTA

VARIÁVEIS ASSOCIADAS AO ENVELHECIMENTO CEREBRAL SAUDÁVEL

APERIBÉ
2023
INSTITUTO CULTUS

DANIELA TEIXEIRA DA COSTA

VARIÁVEIS ASSOCIADAS AO ENVELHECIMENTO CEREBRAL SAUDÁVEL

Trabalho de conclusão de curso


apresentado como requisito
parcial à obtenção do título
especialista em Neurociência.

APERIBÉ
2023
VARIÁVEIS ASSOCIADAS AO ENVELHECIMENTO CEREBRAL SAUDÁVEL

Daniela Teixeira da Costa

Declaro que sou autor(a)¹ deste Trabalho de Conclusão de Curso. Declaro também que o mesmo
foi por mim elaborado e integralmente redigido, não tendo sido copiado ou extraído, seja parcial ou
integralmente, de forma ilícita de nenhuma fonte além daquelas públicas consultadas e corretamente
referenciadas ao longo do trabalho ou daqueles cujos dados resultaram de investigações empíricas por
mim realizadas para fins de produção deste trabalho.
Assim, declaro, demonstrando minha plena consciência dos seus efeitos civis, penais e
administrativos, e assumindo total responsabilidade caso se configure o crime de plágio ou violação aos
direitos autorais.

RESUMO- A idade é considerada fator de risco para doenças crônicas como as doenças
cerebrocardiovasculares e doenças neurodegenerativas, de forma que existe um déficit cognitivo com a
idade, que é condicionado por vários fatores, como fatores genéticos, anatomopatológicos, vasculares,
redes neuronais, entre outros. Este estudo tem como objetivo refletir, por meio de revisão de literatura, as
variáveis associadas ao envelhecimento cerebral, bem como os mecanismos que possuem o potencial de
interferir no mesmo. Depreendeu-se que um estilo de vida ativo, bem como uma alimentação de
qualidade e a prática regular de exercícios físicos, são fatores que podem contribuir para um
envelhecimento cerebral com menor degeneração do sistema nervoso central, bem como menor declínio
das capacidades funcionais.
.

PALAVRAS-CHAVE: Envelhecimento cerebral; Doenças neurodegenerativas; Exercícios Físicos; Dieta.


1 INTRODUÇÃO

À medida que se envelhece, mudanças são observadas em moléculas, células,


tecidos e órgãos. A ciência ainda não desvendou completamente a complexidade
biológica que subjaz ao envelhecimento. Em nações desenvolvidas, a idade se destaca
como o principal fator de risco autônomo para doenças crônicas comuns, como
diabetes, câncer, condições cerebrocardiovasculares e distúrbios neurodegenerativos.
Nove características moleculares e celulares do processo de envelhecimento foram
sugeridas: instabilidade do material genético; erosão dos telômeros; modificações
epigenéticas; falha no controle da proteostase; mau funcionamento nos sensores de
nutrientes; mudanças na função mitocondrial; o surgimento da senescência celular;
esgotamento de células-tronco; e perturbações na comunicação entre células
(BARRETO, 2020).
Há um declínio funcional progressivo do cérebro durante o envelhecimento, que
se manifesta com a redução da capacidade de aprendizagem, da atenção, da memória,
da percepção sensorial e velocidade de tomada de decisões, bem como da
coordenação motora. A deterioração da função cerebral, juntamente com outros órgãos,
tende a se intensificar após os 50 anos (BA.
Com o avanço para as sexta, sétima e oitava décadas de vida, há um aumento
na susceptibilidade a doenças neurodegenerativas, sendo a doença de Alzheimer (DA)
e a doença de Parkinson (DP) as mais frequentes. Esse declínio relacionado à idade é
influenciado por uma variedade de fatores, como circuitos neurais, reserva cognitiva
acumulada, elementos genéticos (como APOE e CADASIL), aspectos
anatomopatológicos (como beta-amilóide, corpos de Lewy e proteína tau) e
componentes vasculares (incluindo fatores de risco e doenças vasculares)
(YOUSUFUDDIN; YOUNG, 2019).
Assim, considerando a variedade de fatores que corroboram para o
envelhecimento cerebral e o surgimento de doenças relacionadas, surge o problema de
pesquisa do presente estudo: Quais os principais fatores que contribuem para um
envelhecimento cerebral saudável, e como tais fatores interagem para a manutenção
da função cognitiva e qualidade de vida em pessoas idosas?
A fim de contemplar a questão norteadora apresentada, elenca-se como objetivo
geral descrever as doenças neurodegenerativas mais comuns no envelhecimento, a
saber, a doença de Alzheimer e a Doença de Parkinson, bem como as variáveis
pertinentes ao envelhecimento cerebral considerado saudável, preservando a
capacidade funcional e combatendo a progressão de condições associadas ao
envelhecimento.
Para tanto, foi realizada uma revisão de literatura, na qual se recorreu a fontes
como livros, revistas, periódicos eletrônicos, sites e outras publicações de cunho
acadêmico, a fim de construir as bases teóricas para as assertivas apresentadas no
desenvolvimento desta pesquisa.
2 DESENVOLVIMENTO

2.1 O fenômeno do envelhecimento

O fenômeno do envelhecimento pode ser definido como o declínio progressivo


das funções do organismo, decorrentes de mudança das capacidades fisiológicas em
manter o equilíbrio homeostático no organismo sobre estado de sobrecarga funcional
(JACOB FILHO, 2006).
O envelhecimento natural do ser humano está intimamente relacionado à
capacidade de adaptação do indivíduo aos rigores e às agressões do meio ambiente.
Sendo assim, o envelhecer é um processo particular de cada pessoa, resultante do
histórico de vida que englobam variáveis como o sexo, particularidade familiar, origem,
moradia e experiência vivenciadas. Outros fatores que influenciam nesse processo são
os hábitos inadequados de vida como tabagismo, estresse excessivo, má alimentação e
o sedentarismo (CIOSAK et al., 2011).
Ao abordar o envelhecimento Bretas (2003, p. p. 298), o faz dizendo que:

O envelhecimento é um processo complexo, pluridimensional, revestido por


aquisições individuais e coletivas, fenômenos inseparáveis e simultâneos. Por
mais que o ato de envelhecer seja individual, o ser humano vive na esfera
coletiva e como tal sofre as influências da sociedade. A vida não é só biológica,
ela é social e culturalmente construída, portanto pode-se dizer que os estágios
da vida apresentam diferentes significados e duração.

Complementando as colocações do autor, vale citar Baptista e Vaz (2009, p.


369) que comenta que:

Com os avanços da medicina e os relativamente recentes incentivos à


prevenção de doenças na população têm gerado um aumento na longevidade e
expectativa de vida dos indivíduos. Por outro lado, os avanços tecnológicos
facilitaram a adoção de um estilo de vida sedentário, o que faz com que nem
sempre esses indivíduos alcancem a terceira idade com a saúde e qualidade de
vida esperada.

Percebe-se que no decorrer do processo do envelhecimento, há uma disposição


ao declínio das capacidades funcionais do indivíduo, tanto celular quanto orgânico.
Sendo assim, a composição corporal sofre mudanças importantes, alterações
estruturais são contínuas e naturais, que começa na fase adulta e vai prolongando até o
fim da vida. O envelhecimento é único para cada indivíduo, sendo a soma de valores do
fator genético e ambientais, caracterizando a idade biológica, que quase sempre não se
coincide com as cronológicas (SILVA, 2010).

2.2 O envelhecimento cerebral

O processo de envelhecimento produz alterações diversas no sistema nervoso


central, que podem ser neuroanatômicas como atrofia cerebral, redução da contagem
de neurônios, aumento de placas neuríticas, aumento da lipofuscina 1 e melanina2;
mudanças na neurotransmissão como o declínio da transmissão colinérgica, redução
da síntese dopaminérgica e redução de catecolaminas, e alterações neurofisiológicas
como a redução do fluxo sanguíneo cerebral e do ritmo alfa, latências aumentadas nas
respostas evocadas, entre outras (INOUYE, 2020).
Durante o envelhecimento, o cérebro sofre alterações de diversas ordens, entre
elas as mudanças anatômicas e histológicas, alterações bioquímicas e fisiológicas e na
cognição. O declínio cognitivo tem sido ricamente documentado enquanto processo do
envelhecimento na literatura científica. As habilidades cognitivas podem ser divididas
como funções cognitivas básicas, compreendendo a atenção, percepção e memória, e
as superiores, abarcando a inteligência, tomada de decisão, função executiva e
velocidade de processamento de linguagem (BARRETO, 2020).
O envelhecimento cognitivo se deve a fatores genéticos e ambientais que
influenciam na acumulação de danos celulares, assim como a suscetibilidade ou
resiliência no envelhecer, de modo que a idade fisiológica, que é definida pelos
biomarcadores, fornece uma melhor estimativa do percurso do envelhecimento.
Tecnologias de microarray3 e sequenciação de nova geração oportunizam a análise da
expressão de milhares de genes, que podem ser utilizados como biomarcadores da
1
Tipo de pigmento lipídico, frequentemente descrito como o "pigmento do envelhecimento", que
se acumula em células de tecidos ao longo do tempo. Este pigmento é um subproduto da degradação de
lipídios e proteínas e é frequentemente encontrado em células que são post-mitóticas, ou seja, células
que já não se dividem, como os neurônios e as células musculares cardíacas.
2
Grupo de pigmentos naturais encontrados em uma variedade de organismos, incluindo seres
humanos, animais e plantas.
idade funcional/fisiológica, permitindo estudos dos mecanismos subjacentes à variação
das características do envelhecimento, sendo o envelhecimento cerebral caracterizado
pelo aumento da expressão de genes associados com diversos danos como
neuroinflamação, disfunção mitocondrial, desregulação do cálcio e estresse oxidativo
(IVANOV et al., 2016).

2.3 Principais doenças relacionadas


2.3.1 Doença de Alzheimer

De acordo com Leal (2021), o Alzheimer é a forma mais comum de se


desenvolver demência, e existem cerca de 35 milhões de casos no mundo, sendo que a
prevalência tende a aumentar em função do crescimento da população idosas com o
aumento da expectativa de vida. Ainda segundo o autor, cerca de 10 a 15% da
população que chegar até os 65 anos será atingida, bem como praticamente a metade
da população de idosos com 85 anos. No Brasil, estima-se que mais de 1 milhão de
pessoas tenha Alzheimer (FALCO et al., 2016).
A DA vem sendo investigada a muitos anos em todo o mundo. No século XX se
sabia muito sobre a fisiopatologia de doenças vasculares e pouco sobre o fenômeno de
degeneração cerebral, também chamado de demência degenerativa. Neste mesmo
século, passou-se a assumir a DA como uma forma de demência. Alguns dos sintomas
associados à patologia são: perda de memória, dificuldade na compreensão e na
linguagem, e a redução da capacidade de executar processos finos (ex: abotoar uma
camisa). Esse comprometimento progressivo afeta de forma significativa a qualidade de
vida no envelhecimento (LUCHSINGER; MAYEUX, 2004).
As demências abarcam uma grande classe de distúrbios, sendo que muitos
deles são irreversíveis. Entre estes distúrbios, a DA é a forma mais comum de
demência, representando algo em torno de 70% de todos os casos (CORREIA et al.,
2015).
Estima-se ainda que em 2019, cerca de 50 milhões de pessoas no mundo
apresentavam algum tipo de demência, causando impacto econômico global na ordem

3
Técnica de biologia molecular avançada que permite a análise em larga escala de expressão
gênica, bem como a genotipagem de múltiplas regiões do genoma.
de US$ 818 bilhões. A estimativa é que os casos cheguem a 82 milhões em 2030 e 152
milhões em 2050, com expectativas de maior incidência em países de baixa e média
renda (WHO, 2020).
O Alzheimer é uma doença neurológica que acomete idosos a partir dos 65 anos
de idade, embora seja possível o acometimento de adultos jovens em casos raros, com
grande influência da genética, sendo normalmente hereditário nesses casos. A doença
foi diagnosticada pela primeira vez por um neuropatologista alemão chamado Alois
Alzheimer, no ano de 1906 (CAYTON, 2016).
Existem 3 categorias de Alzheimer, embora sejam os mesmos sintomas. O
Alzheimer de início precoce é descoberto antes do indivíduo chegar aos 65 anos de
idade. Responsável por aproximadamente 90% dos casos e que atinge pessoas com
65 anos de idade ou mais, existe o Alzheimer de início esporádico ou tardio. Por fim,
existe o Alzheimer familiar, que ocorre em função de fatores hereditários, sendo menos
comum e com 50% de chances de os filhos de portadores desenvolverem a doença
entre os 40 e 60 anos (SILVA; MASSAROLLO, 2022).

2.3.2 Doença de Parkinson

A doença de Parkinson ocupa o segundo lugar em prevalência entre as doenças


neurodegenerativas relacionadas ao envelhecimento, sendo superada apenas pelo
Alzheimer. A origem dessa condição é multifatorial, combinando elementos genéticos e
ambientais. Estima-se que entre 5% e 10% dos casos sejam originados de uma única
mutação genética. A mutação mais frequentemente associada a esse risco é a que
ocorre no gene da glucocerebrosidase (GBA). Embora a grande maioria dos casos seja
de natureza esporádica, aproximadamente um quinto dos indivíduos com a doença têm
um parente de primeiro ou segundo grau também afetado. Fatores de risco ambientais,
como traumatismo craniano, contato com pesticidas, exposição a toxinas e altos níveis
de metais pesados como o manganês, também são conhecidos por contribuir para o
desenvolvimento da doença de Parkinson de forma esporádica (BARRETO, 2020).
O diagnóstico da doença de Parkinson é primordialmente fundamentado em
manifestações motoras, incluindo tremores em repouso que progridem lentamente e
são assimétricos, rigidez similar a uma roda dentada, movimentos mais lentos
(bradicinesia) e desequilíbrio postural. Sintomas não relacionados à motricidade, como
perda de olfato, constipação, problemas de sono e depressão, frequentemente
aparecem antes dos sintomas motores. Em estágios mais avançados da doença,
pacientes podem também apresentar disfunções do sistema autônomo, experiência de
dor e comprometimento cognitivo (SIMON et al., 2019).
Os tratamentos atuais focam majoritariamente em controlar os sintomas motores
através da reposição de dopamina. No entanto, essas abordagens não detêm o avanço
da degeneração neural ou a progressão da doença e da incapacidade resultante. Para
casos que não respondem bem a essas terapias, uma alternativa é a estimulação
cerebral profunda, que pode ser utilizada se certos critérios forem atendidos
(BALESTRINO; SCHAPIRA, 2020).

2.4 Mecanismos Anti-aging


2.4.1 Atividades sociocognitivas

Diversos são os mecanismos relacionados ao processo de envelhecimento. Por


outro lado, diversas são as estratégias que podem retardar os avanços da degeneração
cerebral ocasionadas por este processo, que é irreversível e inevitável. Atividades
sociocognitivas como a leitura, música, danças, jogos, entre outros, vem sendo
amplamente estudadas, havendo evidências que a participação nessas atividades pode
contribuir para evitar a diminuição da função cognitiva, bem como o desenvolvimento de
demência (BARRETO, 2020).
Relações sociais também são consideradas como fatores determinantes para a
saúde e longevidade, e estar isolado socialmente pode aumentar o risco de demência
em função da inatividade intelectiva, com maior risco para o desenvolvimento de
depressão. Por outro lado, atividades sociais rotineiras podem reduzir retardar os
efeitos neurodegenerativos do envelhecimento (SIMON et al., 2019).
2.4.2 Alimentação

Acredita-se que há ainda relação entre a alimentação e seus efeitos cerebrais, o


que leva a importantes alterações neurológicas, causadas por desequilíbrios na
neurotransmissão. Assim, o papel da dieta na prevenção e etiologia do declínio das
funções cognitivas tem sido estudado pela comunidade científica (NOOYENS et al.,
2021).
Shistar e colaboradores (2020) observaram em seu estudo que uma maior
ingestão de flavonoides ao longo da vida pode estar associada a uma diminuição do
risco de ocorrência de demências e Alzheimer, relacionando a importância de um estilo
de vida saudável no decorrer da vida, dotado de boas práticas alimentares, a saber,
uma dieta rica em alimentos in natura, para prevenir diversos males no processo de
envelhecimento.
Estudos sobre a dieta mediterrânea denotam efeitos positivos contra a evolução
da doença de Alzheimer. No estudo de Tanaka e colaboradores (2018), ao verificar a
relação entre uma dieta mediterrânea e as trajetórias de desempenho cognitivo em um
estudo na Itália, se identificou que se trata de uma dieta com efeitos protetores de longo
prazo contra o declínio cognitivo, que pode ser uma estratégia eficaz para retardar ou
prevenir a demência.
Em síntese, é possível verificar que há evidências que apontam não apenas para
uma relação positiva entre o estado nutricional e a evolução de efeitos como doença de
Alzheimer, mas também que é possível reduzir as chances do seu desenvolvimento por
meio de uma alimentação livre de gorduras saturadas, com ingestão de fibras, frutas e
vegetais. Para além disso, evidencia-se uma relação positiva entre a dieta mediterrânea
e efeitos benéficos para a atenuação do declínio cognitivo. De acordo com Barreto
(2020), este é o padrão alimentar mais estudado para esta finalidade.

2.4.3 A prática de atividades físicas

A atividade física pode diminuir o risco de demência através de diversos


mecanismos. A prática constante de exercícios de resistência por um período mínimo
de cinco semanas eleva as concentrações no sangue do fator neurotrófico derivado do
cérebro (BDNF). Além disso, o exercício contínuo promove a liberação de proteína
contendo o domínio de fibronectina tipo III (FNDC5) nos músculos. A irísina, que é
produzida pela divisão da FNDC5, impulsiona a produção de BDNF no hipocampo. O
exercício físico também atua na diminuição da resistência à insulina e do estresse
oxidativo no cérebro. Esse efeito antioxidante é alcançado pelo aumento da atividade
de enzimas que combatem a oxidação, como a catalase e o superóxido dismutase,
resultando na redução dos subprodutos da peroxidação lipídica nas células neuronais
(SHEA; DEKOSKY, 2019).
Indivíduos idosos que mantêm um nível mais elevado de atividade física tendem
a ter um volume maior de matéria cinzenta em regiões cerebrais críticas como o córtex
frontal, o hipocampo e o núcleo caudado. Essas características podem contribuir para a
diminuição do risco de declínio cognitivo. Essas observações em pessoas idosas são
corroboradas por pesquisas clínicas que demonstraram que a prática regular de
exercícios físicos, ao longo de um período que varia de seis meses a um ano, está
vinculada a um aumento nos volumes do córtex frontal e do hipocampo (ERICKSON et
al., 2015).
3 CONCLUSÃO

O envelhecimento da população a nível mundial é uma das mais significativas


mudanças demográficas no século XXI, havendo implicações em todos os setores da
sociedade, de forma que a promoção de um processo de envelhecimento saudável e
ativo representa não apenas um bem para os idosos, mas a capacidade de lidar com
uma questão de saúde pública, uma vez que o número de idosos tende a aumentar nos
próximos anos.
O processo de envelhecimento acarreta alterações significativas no sistema
nervoso central, estando relacionado ao declínio das funções cognitivas e da
capacidade funcional.
O presente estudo teve por objetivo analisar os efeitos deletérios envolvidos no
processo de envelhecimento cerebral, bem como as estratégias que podem contribuir
para retardar doenças como a doença de Alzheimer e de Parkinson, comuns durante
este processo.
Depreendeu-se que o processo de envelhecimento cerebral está relacionado
com diversos fatores, sejam eles genéticos e ambientais. As evidências contidas nos
estudos mais recentes apontam para estratégias preventivas como a prática de
atividades físicas, a participação de atividades sociais e mudanças nos hábitos
alimentares, com destaque para a dieta mediterrânea, que tem apresentado resultados
significativos para evitar demências e a doença de Alzheimer.
O assunto não se esgota no presente estudo, sendo necessário um
aprofundamento maior e a constante atualização das informações, através de novas e
frequentes pesquisas.
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