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CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO-NA-FONTE
SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ
T229r
Tavares, Daniela Prado
Recomendações para projetos de arquitetura de ambientes de ambientes de tratamento da
tuberculose / Daniela Prado Tavares, Marcelo L. Carvalho Gonçalves, Paula Rodrigues Braga. - Rio
de Janeiro : CORBA EDITORA ARTES GRÁFICAS, 2012.
112p. : il.
Inclui bibliografia
ISBN 978-85-98460-10-9
1. Arquitetura de hospitais - Medidas de segurança. 2. Biossegurança. 3. Arquitetura - Aspectos
ambientais 4. Turbeculose - Medidas de segurança. I. Gonçalves, Marcelo L. Carvalho. II. Braga,
Paula Rodrigues. III. Título.
12-2223. CDD: 725.51
CDU: 725.1:614.21
09.04.12 11.04.12 034492
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Prefácio
Esther Daltro
Projeto Fundo Global
1. Apresentação ....................................................................................................7
2. Introdução ........................................................................................................9
3. Aspectos históricos ........................................................................................... 13
3.1. A saúde e a arquitetura .............................................................................13
3.2. Os Sanatórios ..........................................................................................16
4. Aspectos da saúde ............................................................................................ 19
4.1. A Tuberculose ..........................................................................................19
4.2. A Biossegurança ......................................................................................24
5. Aspectos ambientais ......................................................................................... 27
5.1. O Projeto de Arquitetura e a Biossegurança ....................................................27
5.2. Diretrizes projetuais .................................................................................32
5.2.1. Orientação ...................................................................................34
5.2.2. Setorização ..................................................................................38
5.2.3. Fluxos .........................................................................................40
5.2.4. Iluminação ...................................................................................44
5.2.5. Ventilação ...................................................................................47
6. Recomendações para projetos de ambientes de tratamento da tuberculose................... 53
6.1. Área/ Sala de espera .................................................................................55
6.2. Consultório (atendimento ambulatorial) .......................................................56
6.3. Área para coleta de escarro ........................................................................57
6.4. Sala de broncoscopia (endoscopia respiratória) ..............................................59
6.5. Sala de escarro induzido ............................................................................61
6.6. Enfermaria .............................................................................................62
6.7. Quarto de isolamento ................................................................................64
6.8. Laboratório local de baciloscopia ................................................................67
6.9. Outros ambientes .....................................................................................72
6.10. Checklist ...............................................................................................74
7. Equipamentos coadjuvantes................................................................................ 77
8. Situações comuns em estabelecimentos assistenciais de saúde .................................. 89
9. Aspectos Normativos ......................................................................................... 99
10. Bibliografia ..................................................................................................103
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Apresentação
E ste trabalho destina-se a arquitetos e engenheiros que atuam na área da saúde e busca or-
ganizar informações para orientar os projetos de arquitetura de ambientes de saúde, onde
se realizam atendimentos a pacientes com tuberculose. Em tais ambientes, além do cuidado
com as questões da arquitetura, é necessário atender as exigências de biossegurança, devido
ao risco de transmissão dos microorganismos causadores da tuberculose.
Observando-se os locais de atendimento a pacientes com tuberculose nas unidades da
rede pública do país, é comum perceber inadequações, tanto na arquitetura quanto na utilização
dos espaços, o que pode contribuir para o aumento do número de casos da doença no país.
O projeto dos ambientes para atendimento de tais pacientes dentro de uma unidade de
saúde exige determinado conhecimento técnico, que incluam aspectos de biossegurança e
meios de transmissão da doença. Deste modo, pode-se minimizar o risco de sua transmissão
para outros pacientes e para os profissionais de saúde.
A participação dos autores junto ao Projeto Fundo Global Tuberculose Brasil, nas “Oficinas
de Hospitais”, em várias cidades do país, possibilitou a compreensão do quanto os profissionais
de arquitetura e engenharia podem auxiliar no combate à tuberculose. Entretanto, também evi-
denciou as dificuldades enfrentadas pela prática profissional não especializada.
O reduzido número de cursos de especialização em arquitetura hospitalar no Brasil,
assim como o reduzido acervo bibliográfico sobre o tema contribuem para a carência de
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Recomendações para Projetos de Arquitetura de Ambientes de Tratamento da Tuberculose
informação na área. Tal cenário motivou a elaboração desta publicação, em apoio ao desen-
volvimento de projetos mais adequados.
O objetivo principal desta publicação é disponibilizar informações sobre a tuberculose e
seus ambientes de tratamento, diagnóstico e apoio, examinando sua relação com os demais
espaços dos estabelecimentos de saúde e os cuidados de biossegurança necessários, com-
preendendo a implantação, a organização interna, os fluxos, a ventilação e a iluminação dos
ambientes.
Entende-se ainda que a elaboração deste documento possa contribuir para a aproximação
entre os profissionais de arquitetura e os de saúde, promovendo também a ampliação do diálogo
entre pacientes e equipe. A melhoria das condições ambientais dos usuários, assim como a valo-
rização da atuação do arquiteto capacitado são propósitos relevantes para os autores.
Pode-se dividir este trabalho em quatro partes distintas: A primeira parte, voltada para
os conhecimentos gerais acerca da tuberculose (itens 2, 3 e 4); a segunda parte, que aborda
as diretrizes de arquitetura e biossegurança para a elaboração dos projetos (itens 5 e 6); a
terceira parte, relacionada às recomendações práticas do projeto, uso dos ambientes e apli-
cação dos equipamentos (itens 7 e 8); e a quarta parte, que busca aproximar o conhecimento
abordado à rotina profissional, incorporando exemplos práticos onde são analisadas situa-
ções comumente encontradas. Como complementação ao conteúdo proposto, comenta-se
sobre os aspectos normativos gerais do tema.
Este guia não se designa a ser fonte de soluções a serem reproduzidas automaticamente.
O arquiteto trabalha, invariavelmente, com especificidades locais e demandas pontuais que
o impedem de realizar uma abordagem tão simplista. Espera-se, entretanto, que esta pu-
blicação seja uma referência capaz de auxiliar nas tomadas de decisões e na divulgação de
informações que excedem o conhecimento da maioria dos arquitetos e engenheiros, e que, em
função da complexidade do tema, se tornam fundamentais para o exercício profissional.
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Introdução
S egundo dados do Ministério da Saúde (BRASIL, 2010), a infecção pelo agente causador da
tuberculose atualmente atinge um terço da população mundial e o Brasil é o 15° entre os 22
países que concentram 80% dos casos da doença. São notificados aproximadamente, 85.000
casos por ano. A tuberculose é responsável por 5.000 mortes por ano no país e é a primeira causa
de morte entre as pessoas com o vírus da imunodeficiência humana (HIV). Atinge, principal-
mente, a população com menor nível de renda e escolaridade, mas não se restringe a este grupo.
Trabalhadores da área da saúde e indivíduos com imunodeficiência também são frequentemente
acometidos. Este quadro epidemiológico demonstra a magnitude da doença e a importância em
se atuar intersetorialmente nas medidas preventivas que possibilitem o seu controle.
O tratamento da tuberculose é oferecido gratuitamente no Brasil desde 1958. A partir
de 1999, o país adota, por meio do SUS2 (Sistema Único de Saúde), a estratégia Tratamento
Supervisionado/Tratamento Diretamente Observado (TS/TDO), onde o paciente recebe o medica-
mento diretamente nas unidades públicas de saúde. O combate à tuberculose se realiza em todos
os serviços de saúde do SUS, desde o atendimento ambulatorial até os níveis de maior complexi-
dade. Muitas das ações de controle são desenvolvidas pelos agentes comunitários de saúde, com
atendimento no domicílio do paciente e pelo Programa de Saúde da Família.
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Recomendações para Projetos de Arquitetura de Ambientes de Tratamento da Tuberculose
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Introdução
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Recomendações para Projetos de Arquitetura de Ambientes de Tratamento da Tuberculose
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Aspectos históricos
Os indícios mais remotos da relação entre saúde e arquitetura parecem estar na Antiguidade.
Os templos da Grécia e as termas de Roma ofereciam conforto físico e espiritual através
de rituais e práticas que pouco tinham a ver com o conhecimento médico atual.
Os espaços de saúde da Antiguidade – os templos e as termas – se caracterizavam por
edificações com pórticos, pátios internos e a presença da água, por meio de fontes ou pisci-
nas que, acreditava-se, auxiliavam na purificação dos homens. Na obra “Ar, Água e Lugares”,
Hipócrates (460-377 a.C.) descreveu as relações entre a ventilação, a iluminação e a quali-
dade da água na saúde dos habitantes dos povoados.
Durante a Idade Média, a assistência à saúde foi bastante precária, praticamente
limitando-se ao abrigo dos doentes loucos e dos pobres. Caracterizava-se mais como uma
tentativa de resolver problemas sociais do que de saúde. O hospital desse período represen-
tava um local para os excluídos, muitas vezes de propagação de doenças ou até mesmo um
local de morte, já que poucos sobreviviam à experiência hospitalar (FOUCAULT, 1979).
As edificações de arquitetura gótica que abrigavam as atividades hospitalares possuíam
janelas pequenas e paredes espessas de cor escura, que favoreciam reduzida ventilação e ilu-
minação. Além disso, a separação dos pacientes era feita somente por sexo (COSTI, 2002).
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Aspectos históricos
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Recomendações para projetos de arquitetura de ambientes de tratamento da tuberculose
3.2. Os Sanatórios
A tuberculose, considerada uma das doenças mais antigas do mundo, foi caracterizada
pela dificuldade no tratamento e pelo grande número de vítimas fatais ao longo da história.
Os primeiros casos de que se tem conhecimento datam de milhares de anos, mas, apenas no
final do século XIX são realizadas as primeiras relações entre a propagação da doença e o am-
biente físico.
Ao final do século XVIII, o tratamento da tuberculose consistia, basicamente, no isola-
mento dos pacientes em localidades com clima considerado adequado, com dieta e repouso
controlados. Nesse período, ocorreu o deslocamento de um número significativo de doentes
para o campo, em busca da cura. Tal peregrinação contribuiu para a sua rejeição, com códigos
sanitários delimitadores de sua liberdade.
A Suíça foi um dos locais de grande atração de doentes para suas hospedarias. A busca
por estabelecimentos higiênicos em clima conveniente para a climatoterapia caracterizava o
turismo curativo. A medicina praticada nesse contexto era de alto custo. Pode-se considerar
esses hotéis como protótipos dos sanatórios para as pessoas com tuberculose (BITTENCOURT,
2000).
Em 1791 é fundado, por Lettsom, o primeiro hospital especializado em tuberculose pul-
monar, o Royal Sea Bathing Hospital, na cidade de Margate, na Inglaterra. Na Alemanha, em
1854, Brehmer inaugura o primeiro sanatório para tratamento da tuberculose, em Görbersdorf,
Silesia.
Preferencialmente localizado em pontos altos, como montanhas, os sanatórios foram
instituídos baseados no conceito de que o ar rarefeito das altas altitudes inibiria a multipli-
cação do bacilo, diminuindo a velocidade da progressão da doença. A exposição à luz solar
também contribuiria para o seu controle, devido à característica bactericida dos raios sola-
res. O tratamento nos sanatórios era longo e, muitas vezes, seus resultados eram incertos.
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Aspectos históricos
Nos sanatórios os pacientes seguiam uma rigorosa rotina de alimentação, higiene e re-
pouso, apoiada nos preceitos da climatoterapia. Entretanto, era possível a troca de bacilos
entre os doentes, ocasionando a ocorrência de infecções cruzadas, com aumento dos casos de
resistência aos antimicrobianos.
Conforme o conhecimento médico sobre a doença se consolidava, as tipologias e os pro-
gramas sanatoriais modificavam-se, na tentativa de adequação das soluções de arquitetura
às características da doença. Os sanatórios iam ao encontro das premissas de higiene, ausên-
cia de ornamentos, racionalidade e funcionalidade, tão característicos da arquitetura hospi-
talar quanto da arquitetura moderna, que veio a ser sua principal expressão. Um exemplo de
partido arquitetônico encontrado em alguns documentos brasileiros é o do bloco central com
alas laterais, que formam ângulos obtusos. No princípio, o formato de planta em “V” tornou-
se modelo em toda a Europa e América. O objetivo era evitar o efeito de fortes ventos, assim
como no formato em “Y”. Ambos demonstraram pouca eficiência ao facilitar a formação de
redemoinhos junto à fachada. Posteriormente, as formas em “I”, “U” e “T” dominaram as
construções, com maior sucesso (BITTENCOURT, 2000).
Na Europa, foi dada ênfase à ventilação e à insolação das enfermarias e varandas,
denominadas galerias de cura. A galeria de cura constituía um elemento muito importante
nos sanatórios, por ser o local onde os doentes se expunham ao sol e ao ar puro, sob a obser-
vação dos médicos. O programa do sanatório também incluía áreas verdes, usualmente um
bosque em torno da edificação, horta e a criação de animais, utilizados na alimentação dos
pacientes.
Nas edificações de atendimento à tuberculose óssea, nas quais se fazia uso da heliotera-
pia, percebe-se o cuidado maior com a exposição solar em detrimento da atuação dos ventos.
Usualmente, o programa de necessidades dos sanatórios distribuía-se em pavilhões im-
plantados de modo a usufruir melhor da insolação e da ventilação natural, ligados entre si por
passarelas cobertas.
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Aspectos da saúde
4.1. A Tuberculose
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Recomendações para projetos de arquitetura de ambientes de tratamento da tuberculose
atividades que geram um número grande de partículas, macro e microscópicas. De acordo com
o tamanho destas partículas e com o tipo de microrganismo envolvido, a categoria de infec-
ção por via de infecção pode ser dividida em dois tipos (TANG et al, 2006):
Transmissão por aerossol: envolve partículas líquidas muito pequenas, geralmente me-
nores que 5 micrômetros de diâmetro, que podem ficar em suspensão por tempo prolongado e
atingir grandes distâncias, de acordo com o fluxo de ar no local. São exemplos os casos de sa-
rampo, varicela e tuberculose. Neste último caso, as partículas são também conhecidas como
partículas nucleadas.
Transmissão por gotículas: envolve gotículas maiores de secreções de vias aéreas, que
devido ao seu tamanho, se depositam mais rapidamente. Não tem grande dispersão, não indo
geralmente além de um metro do paciente-fonte. São exemplos os casos de difteria, menin-
gite meningocócica e coqueluche.
As partículas nucleadas, oriundas de um paciente com tuberculose de vias aéreas, po-
derão ser posteriormente inaladas por outros indivíduos, chegando aos pulmões onde se ins-
talam e se multiplicam. Gotículas maiores, que se depositam no chão ou sobre objetos, não
oferecem o mesmo risco, pois não estão em suspensão no ar, portanto não são aspiradas. Não
há transmissão indireta, ou seja, por contato com objetos.
O principal transmissor da doença é a pessoa com tuberculose no pulmão ou nas vias
aéreas, capaz de expelir grande quantidade de bacilos na tosse, fala e espirro. Assim, ela re-
presenta um risco às pessoas que conviverão num mesmo ambiente, seja na residência ou na
unidade de saúde.
Embora a tosse, o espirro e a fala dos indivíduos com tuberculose de vias aéreas sejam
as principais causas de dispersão das partículas infectantes no ambiente, principalmente as
provenientes de pacientes com baciloscopia de escarro positiva, há vários casos de transmis-
são da tuberculose descritos na literatura médica causados pela inalação das partículas por
meios distintos (CDC, 2005; D’AGATA et al, 2001; HUTTON et al, 1995).
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Aspectos da saúde
Baciloscopia do escarro
Exame direto do escarro do doente ao microscópio, para se verificar a presença de bacilos
de Koch. Caso positivo, este paciente é considerado bacilífero, ou seja, transmissor da infecção.
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Cultura de escarro
Exame utilizado quando o resultado da baciloscopia é negativo (baixa quantidade de
bacilos no escarro – paciente não bacilífero), ou quando se deseja realizar o teste de resistên-
cia às drogas utilizadas no tratamento.
Radiografia do tórax
Exame realizado através de equipamento de emissão eletromagnética que possibilita a
análise da imagem dos pulmões.
Teste de tuberculínico
Exame realizado através da injeção intradérmica de um derivado protéico purificado
(PPD) do bacilo de Koch. O resultado positivo sugere que o indivíduo examinado já teve con-
tato com o bacilo, não indicando a presença de doença, e, sim de infecção.
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Aspectos da saúde
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4.2. A Biossegurança5
Medidas administrativas:
São hierarquicamente as mais importantes no controle da transmissão da tuberculose,
não só pela sua eficácia comprovada, mas pela facilidade de implantação e o baixo custo.
Baseiam-se na busca ativa de casos potencialmente infectantes e no controle do fluxo do
5. Este capítulo teve como base o artigo “Transmissão nosocomial da tuberculose:diminuindo o risco”,
de um dos autores, publicado no Boletim de Pneumologia Sanitária, 9 (2):21-26, em 2001.
6. Relativo a hospital ou aos hospitais.
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Aspectos da saúde
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Aspectos ambientais
– biologicamente seguros;
– funcionais;
– estruturalmente harmoniosos, com instalações adequadas, que permitam minimizar a
interferência da manutenção predial no atendimento;
– humanizados, oferecendo qualidade ambiental aos seus usuários e contribuindo para a
recuperação dos pacientes.
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Aspectos ambientais
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Recomendações para projetos de arquitetura de ambientes de tratamento da tuberculose
Áreas críticas: ambientes nos quais há risco aumentado de infecções, onde se realizam
procedimentos de risco ou onde há pacientes imunocomprometidos. Exemplos: centro de
terapia intensiva, centro cirúrgico, unidade de hemodiálise e os ambientes de tratamen-
to da tuberculose;
Área semicrítica: áreas ocupadas por pacientes com doenças infecciosas de baixa
transmissibilidade ou não infecciosas. Exemplos: algumas enfermarias, ambulatório,
lavanderia;
Áreas não-críticas: todos os demais compartimentos da unidade de saúde não ocupados
por pacientes ou aonde não se realizam procedimentos de risco. Exemplos: áreas admi-
nistrativas, almoxarifado.
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Aspectos ambientais
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Recomendações para projetos de arquitetura de ambientes de tratamento da tuberculose
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Aspectos ambientais
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Recomendações para projetos de arquitetura de ambientes de tratamento da tuberculose
5.2.1. Orientação
A posição do edifício em relação ao norte geográfico determina as possibilidades
de obtenção de um aproveitamento mais adequado da incidência solar, assim como a sua
posição em relação aos ventos dominantes influencia na incidência da ventilação natural.
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Aspectos ambientais
Entretanto, não apenas a orientação influi neste aspecto, como também os obstáculos natu-
rais ou construídos, no entorno da edificação e na própria edificação.
A topografia da região e as construções no entorno da unidade a ser projetada, por
exemplo, interferem na incidência de sol e ventos, e na formação de microclimas. Isso é
importante, pois se forem consideradas apenas as variáveis climáticas, em algum momento
tais interferências podem gerar condições em que o resultado esperado para a edificação não
seja alcançado. Com relação a isso, também é importante estar atento ao plano diretor da
região, de modo a saber se a área do projeto se encontra em região de expansão da cidade, se
há previsão de verticalização e adensamento urbano, ou se há uma tendência a se tornar uma
região voltada a um determinado tipo de serviço, entre outros.
A luz e o calor que a edificação irá receber estão vinculados à sua orientação em função
do movimento do sol. Existirão áreas de maior e menor insolação no terreno e na edificação
conforme o período do dia e do ano, bem como áreas de sombra, próprias da edificação ou
projetadas sobre ela, conforme o entorno. Essa informação apoiará, por exemplo, a seleção
dos locais mais propícios, dentro do terreno ou edificação, para a implantação das áreas de
atendimento às pessoas com tuberculose, principalmente as áreas de maior tempo de perma-
nência (Figuras 1 e 2).
A orientação em relação aos ventos dominantes define a área da edificação que rece-
berá maior incidência de ventos. Sendo possível assim identificar as áreas de maior e menor
pressão, para a escolha dos pontos de abertura. A ventilação será tratada de modo mais
detalhado no item 5.2.5.
Associada à orientação, a forma da edificação é outro fator de influência no aproveitamento
das condições naturais. A incidência dos ventos no corpo da edificação gera fluxos de ar ao redor
dela conforme cada situação, interferindo na ventilação dos ambientes internos. O comportamento
dos ventos tende a seguir uma trajetória reta, assim, ao se chocar contra volumes sólidos, ele bus-
cará voltar à sua trajetória inicial, depois de ter sido desviado (MASCARÓ, 1985).
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Recomendações para projetos de arquitetura de ambientes de tratamento da tuberculose
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Aspectos ambientais
Nas unidades que atendem pacientes com tuberculose é preciso buscar a orientação
mais adequada, a fim de se garantir:
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5.2.2. Setorização
Os serviços oferecidos por um estabelecimento de saúde pode ser muito diversificado,
desde uma unidade especializada num único tipo de atendimento até a que oferece serviços
diversificados. Para racionalizar a concepção destes espaços é necessário distrubuir os servi-
ços e tipos de atendimento em setores, os quais se articularão entre si e representarão o fluxo
de trabalho na unidade.
Assim, a articulação entre setores com serviços que se comunicam, a necessidade de
proximidade a acessos ou áreas externas e a localização em relação às áreas de risco e áreas
de fluxo/permanência de pessoas, ajudarão a determinar a configuração mais adequada para
os ambientes do estabelecimento de saúde.
Os ambientes que compõem a tisiologia7, por exemplo, são a recepção e espera, o con-
sultório, a área para coleta de escarro, a sala de broncoscopia, a sala de escarro induzido, a
enfermaria, o quarto de isolamento e o laboratório de microbiologia. Estes ambientes, no caso
de médios e grandes estabelecimentos, serão setorizados de acordo com a unidade funcional
a que pertencem: ambulatorial, apoio ao diagnóstico ou internação. Portanto, o atendimento
da tisiologia poderá estar presente em diferentes setores e, para se organizar o espaço com
os cuidados necessários à biossegurança, deverá se estabelecer “um subsetor de tisiologia”,
incorporado nos, já mencionados, setores do ambulatório, do apoio ao diagnóstico e da inter-
nação. Nas unidades menores, com um tipo único de atendimento, por exemplo, ambulatorial,
pode-se pensar no setor de tisiologia em relação à unidade como um todo.
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Aspectos ambientais
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Recomendações para projetos de arquitetura de ambientes de tratamento da tuberculose
5.2.3. Fluxos
A organização espacial dos ambientes definirá os fluxos dos usuários, seja da equipe ou
de pacientes, no interior dos estabelecimentos de saúde. Estes fluxos podem ser racionali-
zados no projeto de arquitetura de modo a se “controlar” determinadas situações, podendo
estar organizados de maneira a agilizar e reduzir o deslocamento das pessoas, limitar as áreas
de circulação, a otimizar o tempo despendido com atividades ou atendimentos, a minimizar
fluxos indesejados entre setores, entre outros.
Ao se pensar nos fluxos de circulação de pacientes com tuberculose no estabelecimento
de saúde, deve-se atentar para os seguintes elementos:
O local para a consulta dos pacientes com diagnóstico ou suspeita de tuberculose de vias
aéreas são os ambulatórios (nível de atenção primária à saúde). Entretanto, o atendimento a tais
pacientes pode ocorrer em estabelecimentos de diferentes níveis de atenção à saúde. A maior
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Aspectos ambientais
parte dos atendimentos a pacientes com tuberculose ocorre no nível primário de assistência, onde
a população tem acesso às especialidades básicas, tais como: postos de saúde, unidades básicas,
ambulatórios etc. Em muitos casos, o atendimento pode ocorrer em níveis assistenciais de maior
complexidade, como é o caso de hospitais e serviços de emergência. Assim, para que se tenha uma
compreensão geral das etapas do atendimento envolvidas, dos ambientes em que cada atividade
irá ocorrer e, consequentemente do fluxo que irá se estabelecer na edificação de saúde, é impor-
tante o conhecimento da atividade assistencial em cada um desses níveis. Com este intuito, são
apresentados os fluxogramas a seguir, referentes aos serviços de tuberculose (Figuras 3, 4 e 5).
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Atendimento hospitalar:
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Aspectos ambientais
Atendimento de emergência:
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5.2.4. Iluminação
Um dos aspectos relevantes relacionados aos ambientes de tratamento da tuberculose é a
iluminação. A iluminação natural possui papel importante nos ambientes de tratamento de tuber-
culose, pois o bacilo em suspensão no ambiente não apresenta resistência aos raios solares, sendo
assim eliminados. Por este motivo, a iluminação natural abundante é sempre muito bem-vinda
nos espaços de longa permanência das pessoas com tuberculose. Entretanto, devido às caracte-
rísticas climáticas do nosso país, geralmente é um desafio conciliá-la com o conforto térmico.
No caso da iluminação artificial, há lâmpadas especiais que diminuem a concentração
de microrganismos do ambiente, porém tais lâmpadas têm a função específica de higieni-
zação do ar e não de iluminação propriamente dita, portanto devem ser utilizadas em casos
específicos e de maneira controlada (ver item 7).
Sobre a iluminação natural, os artifícios dos quais dispõe a arquitetura são variados:
definição das dimensões e posicionamento dos vãos, tipos de esquadrias, aberturas em planos
verticais e horizontais, vidros e materiais translúcidos, elementos vazados, entre outros, que
podem ser aplicados em situações diversas.
Os principais pontos a serem observados com relação à iluminação natural são:
– a posição do ambiente em relação ao sol ao longo do dia, para a definição do plano mais
adequado para a abertura de vão;
– o período de insolação do ambiente, para se conhecer o tempo de atuação do sol em seu
interior;
– a existência de elementos externos nas proximidades do ambiente, que poderão projetar
sombra durante o período de insolação.
Vale lembrar que a iluminação de um ambiente não é alcançada apenas com a incidên-
cia direta da luz solar. A abóboda celeste da terra por si só já é uma significativa fonte de
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Aspectos ambientais
luz. Também a iluminação obtida através da reflexão dos raios luminosos pelas superfícies
do entorno e pela reflexão das superfícies de acabamento dos elementos internos contribuem
para a iluminação do ambiente. É importante atentar para as características dos elemen-
tos construtivos, como a variação do grau de reflexão e absorção de cada cor e material. Em
linhas gerais, quanto mais clara a cor, maior a reflexão e quanto mais escura, maior a absor-
ção das ondas do raio luminoso.
Embora desejada, a presença do sol nos ambientes ocasiona a elevação de sua tempera-
tura, comprometendo o conforto de seus usuários. Esta situação pode ser tolerável em algu-
mas regiões brasileiras, mas em outras não, principalmente no verão. O excesso de luminância
em um ambiente também pode causar desconforto em seus ocupantes. O projeto de arquite-
tura deve buscar o equilíbrio entra a iluminação e a proteção. Outros aspectos também devem
ser considerados em relação às aberturas e transparências dos ambientes, como a privacidade
necessária à atividade realizada no ambiente, e a qualidade visual (paisagem) proporcionada
ao usuário.
A iluminação natural de um ambiente pode ser obtida através de aberturas nos planos
verticais do edifício, iluminação lateral, ou nos planos horizontais, iluminação zenital. Sheds,
domos e lanternins são alguns dos elementos arquitetônicos para a iluminação zenital. Estes
são recursos importantes, principalmente para os casos em que há dificuldade em se obter
iluminação natural adequada proveniente dos planos verticais. Deve-se atentar para as limi-
tações deste tipo de solução, em relação à incidência solar, à carga térmica à qual o ambien-
te será exposto e as necessidades do ambiente a ser projetado. Também é preciso considerar-
se as dificuldades de manutenção e limpeza, naturais à condição de estarem nas coberturas
das edificações, no momento de se optar por essa solução de projeto.
As janelas e “peles” de vidro são os principais elementos de um sistema de iluminação
lateral. As primeiras devem ser estudadas de modo a terem tamanho proporcional ao ambien-
te que se pretende iluminar, localização adequada no plano em relação à incidência solar,
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Aspectos ambientais
5.2.5. Ventilação
A ventilação dos ambientes tem função primordial para a melhoria das condições
ambientais de biossegurança nos estabelecimentos de saúde. Um ambiente bem ventilado tem
o ar constantemente renovado e, portanto com menor presença de microorganismos. Sob este
aspecto, as variáveis que podem ser tratadas pela arquitetura acerca da ventilação natural
compreendem os modelos de esquadrias (sua influência na entrada e saída do ar); o tamanho
e a posição das aberturas, definindo o fluxo de ar nos ambientes.
É importante analisar a área de implantação dos ambientes em relação à movimenta-
ção natural do ar para que se possa tirar partido da ventilação, conforme comentado no item
5.2.1. Conhecer os ventos dominantes da região, sua direção, velocidade, frequência e varia-
ções sazonais, bem como o regime de chuvas é fundamental nas decisões em relação às aber-
turas, de modo a se evitar, também, que o ar infectado seja direcionado a áreas com aglome-
ração de pessoas, como as salas de espera de outras especialidades e locais para a retirada
de medicamentos ou aplicação de vacinas, por exemplo.
De um modo geral, o movimento das massas de ar ocorre das áreas de maior pressão
para as de menor pressão. Também tendem a se movimentar das zonas mais frias para as
mais aquecidas. Ao se deslocarem e incidirem em obstáculos físicos, as massas de ar cos-
tumam criar zonas positivas (maior pressão) e negativas (menor pressão) na região oposta
(MASCARÓ, 1985).
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Recomendações para projetos de arquitetura de ambientes de tratamento da tuberculose
Quando uma massa de ar entra no interior da edificação, tende a se dirigir para a aber-
tura na face oposta à entrada, estabelecendo assim uma corrente de ar. Ao encontrar obstá-
culos internos, como móveis ou paredes, o ar se dispersa. Para que se estabeleça uma corrente
de ar interna deve haver uma abertura para a entrada e outra, oposta, para a saída do ar, com
o menor número de obstáculos possível entre as mesmas, quando se pretender que a corrente
seja contínua. O efeito é potencializado abrindo-se os vãos nas paredes de pressão positiva e
negativa (KONYA, 1980).
A movimentação interna do ar pode ocorrer de diversos modos, conforme a posição em
que as aberturas são dispostas. Esta avaliação permite estabelecer uma estratégia entre
o edifício e a natureza, possibilitando o uso da ação natural dos ventos para, não apenas
refrescar internamente a edificação, mas também prover a troca de ar capaz de contribuir
para a qualidade dos ambientes.
A análise do tamanho e a posição das aberturas num ambiente permite prever o fluxo de
ar em seu interior. Levando-se em consideração uma adequada orientação em função dos ven-
tos dominantes, pode-se esperar, por exemplo, que, ao se fazer uma abertura pequena na face
da edificação onde ocorre a pressão positiva do ar (incidência dos ventos) e, outra abertura,
grande, na face oposta onde ocorre a sucção do ar (pressão negativa), ocorra um aumento da
velocidade do fluxo de ar (OLGYAY, 1998). Existem inúmeras possibilidades de manipulação do
tamanho das aberturas de modo a se provocar determinado efeito na ventilação dos ambientes,
as quais devem ser estudadas em bibliografia específica (ver bibliografia).
Vale ressaltar que, apesar da recomendação geral por ambientes mais amplos, nem
sempre uma sala de tamanho maior irá trazer benefícios em relação à ventilação, quan-
do comparada a uma sala menor. Grandes salas podem possuir pouca movimentação de ar
e apresentarem maiores dificuldades em se promover uma adequada ventilação enquanto
que, salas menores podem ser mais facilmente bem ventiladas. Decisões como esta e tantas
outras, já vistas e ainda por ver, fazem parte do papel do arquiteto.
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Aspectos ambientais
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Recomendações para projetos de arquitetura de ambientes de tratamento da tuberculose
Outro aspecto importante relacionado à ventilação é a pressão do ar, que pode ser
negativa ou positiva, conforme já mencionado. A pressão produzida artificialmente em um
ambiente é obtida através de equipamentos específicos (ver maiores detalhes no item 7),
conforme as exigências de biossegurança. A pressão negativa pode ser criada artificialmente
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Aspectos ambientais
com o auxílio de exaustores que retiram o ar interno, direcionando-o para o exterior e a pres-
são positiva pode ser criada através do insuflamento do ar exterior no interior do ambiente.
A pressão negativa é indicada para as áreas infectadas, pois o ar não “sai” do ambiente
(a não ser através do exaustor) e a pressão positiva é indicada para as áreas que não podem
ser infectadas como, por exemplo, ambientes com pessoas imunocomprometidas, pois o ar
não “entra” no ambiente (a não ser através do insuflamento).
Graficamente, podemos demonstrar essa aplicação da seguinte forma:
A seta “A” indica onde ocorre o insuflamento do ar e as setas “B” e “C” indicam onde
ocorre a exaustão do ar. As setas “D” indicam o sentido do fluxo de ar criado. Os sinais de
positivo e negativo indicam a intensidade da pressão do ar em cada compartimento.
No primeiro caso, a sucção do ar é maior que o insuflamento e no segundo caso o insu-
flamento é maior que a sucção do ar. Estas medidas podem estar associadas a um sistema de
filtragem do ar, quando necessário um controle maior da qualidade do ar externo ou interno.
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Recomendações para projetos de arquitetura de ambientes de tratamento da tuberculose
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Recomendações para projetos de ambientes de
tratamento da tuberculose
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Recomendações para projetos de arquitetura de ambientes de tratamento da tuberculose
de compilação das mesmas. O objetivo é a introdução ao tema “projeto para ambientes de tra-
tamento de tuberculose” aos arquitetos e engenheiros não familiarizados com este objeto.
O objetivo dos desenhos apresentados a seguir é apenas o de ilustrar os ambientes em
análise. Representam situações específicas, não configurando modelos a serem reproduzidos.
Lembre-se: não existe solução única! “Cada caso é um caso”! O arquiteto deve buscar apre-
ender as variáveis envolvidas no projeto e realizar as escolhas mais adequadas.
Anteriormente à análise de cada ambiente, vale destacar as recomendações a seguir que,
de um modo geral, devem ser aplicadas aos ambientes apresentados. As orientações foram
extraídas da NR17/1978, Norma Regulamentadora nº 17, do Ministério do Trabalho e Emprego,
que trata da Ergonomia (BRASIL, 1978); da NBR 5413/1992, norma da Associação Brasileira de
Normas Técnicas (ABNT), que trata da iluminância de interiores; da NBR 10152/1987, também
da ABNT, que trata dos níveis de ruídos para o conforto acústico e da RDC 50/2002, Resolução da
Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, que dispõe sobre o regulamen-
to técnico para planejamento, programação, elaboração e avaliação dos projetos físicos dos
estabelecimentos assistenciais de saúde (BRASIL, 2002) e, configura-se na principal norma para
aqueles que trabalham na área da arquitetura de ambientes de saúde.
Esta publicação não pretende abordar todas as normas relativas ao tema, apenas as
mais relevantes ao exercício profissional do arquiteto. Os aspectos normativos serão apresen-
tados mais detalhadamente no item 9.
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Recomendações para projetos de ambientes de tratamento da tuberculose
Ruído (NBR 10152/1987): 35-45 dB(A) para quartos e enfermarias e 40-50 dB(A) para
laboratórios e áreas de uso público (consultar norma para outros ambientes);
Classificação das áreas quanto ao risco de transmissão de infecção (RDC 50/2002): áreas
críticas;
Materiais de revestimento (RDC 50/2002): Em relação aos revestimentos, por se tratar de
áreas críticas, as paredes, pisos e tetos deverão ser resistentes à lavagem e à desinfecção, com
superfícies preferencialmente monolíticas e com o menor número possível de ranhuras ou frestas.
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Recomendações para projetos de arquitetura de ambientes de tratamento da tuberculose
Objetivo / descrição das atividades envolvidas: Ambiente para exame clínico do paciente.
Diretrizes para o projeto: O consultório deve ser bem ventilado e iluminado, preferencial-
mente com ventilação cruzada para que se estabeleça uma corrente de ar interna, promoven-
do a renovação do ar. É importante que a ventilação seja intencionalmente dirigida à criação
de um fluxo de ar entre o profissional e o paciente, de modo a minimizar a possibilidade de
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Recomendações para projetos de ambientes de tratamento da tuberculose
contágio. Observar que o ar que sai de dentro do consultório não deve seguir para ambientes
fechados, portanto as janelas devem abrir para uma área externa, sem circulação de pessoas
ou captação de ar de equipamentos.
Não se indica o uso de ar-condicionado para este ambiente (ver item 7).
É obrigatória a instalação de um lavatório para mãos.
Itens críticos: Ventilação.
Área mínima (RDC 50/2002): 7,00 m², com dimensão mínima de 2,20 m.
Área média: 15,00 m².
Objetivo / descrição das atividades envolvidas: Local para a coleta do escarro, a ser
encaminhado ao laboratório de microbiologia.
Diretrizes para o projeto: A área para coleta do escarro deve ser preferencialmente,
externa, bem ventilada, coberta, exclusiva e livre da circulação de pessoas. É recomendável a
implantação do ambiente em local que garanta um mínimo de privacidade ao paciente.
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Recomendações para projetos de arquitetura de ambientes de tratamento da tuberculose
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Recomendações para projetos de ambientes de tratamento da tuberculose
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Recomendações para projetos de ambientes de tratamento da tuberculose
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Recomendações para projetos de arquitetura de ambientes de tratamento da tuberculose
6.6. Enfermaria
Objetivo / descrição das atividades envolvidas: Ambiente para acomodação dos pacien-
tes internados, que precisam de assistência direta por período superior a 24 horas. Nas enfer-
marias encontram-se os pacientes com quadros graves de tuberculose ou os que apresentam
efeitos colaterais ao tratamento, não controláveis ambulatorialmente.
Diretrizes para o projeto: Recomenda-se que a enfermaria seja dimensionada para o
menor número de pacientes e seja exclusiva para pessoas com tuberculose. É importante que
possua banheiro próprio ou, no caso de ser compartilhado com outras enfermarias, esteja em
posição onde não ocorra cruzamento de fluxos com pacientes de outras especialidades médi-
cas. O ambiente deve ser bem ventilado e iluminado, preferencialmente com incidência de
luz solar em seu interior. É recomendado ainda, que sejam dotadas de varandas ou sacadas.
Solários, terraços ou pátios são áreas que agregam qualidade ao ambiente, contribuindo para
a aeração dos espaços e para o bem-estar do paciente.
A RDC 50/2002 considera como enfermaria quartos com no mínimo três leitos e no
máximo seis, entretanto, recomenda-se que a unidade disponha de quartos individuais com
banheiro. Se isto não for possível, admite-se colocar mais de um paciente na mesma enferma-
ria caso todos tenham diagnóstico de tuberculose, não haja suspeita de casos com resistência
aos antimicrobianos entre eles, e todos estejam sob tratamento.
Indica-se a instalação de visores nas portas e/ ou paredes, para facilitar a visualização
dos pacientes pela equipe. É obrigatória a instalação de um lavatório para a lavagem das mãos.
Itens críticos: Ventilação e Iluminação.
Área mínima (RDC 50/2002): 6,00 m² por leito, com número máximo de seis leitos por enfermaria.
Entre leitos paralelos deve haver uma distância mínima de 1,00 m; entre a lateral do leito e a
parede, mínimo é de 0,50 m e entre o pé do leito e a parede (área de maior circulação), mínimo de 1,20 m.
Área média: 10,50 m² por leito (Figura 14).
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Recomendações para projetos de ambientes de tratamento da tuberculose
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Recomendações para projetos de arquitetura de ambientes de tratamento da tuberculose
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Recomendações para projetos de ambientes de tratamento da tuberculose
Distância mínima entre o pé do leito e a parede de 1,20 m e distancia mínima entre o lei-
to e as paredes laterais de 0,50 m (RDC 50/2002).
Área média: 14,50 m².
Antecâmara
Objetivo / descrição das atividades envolvidas: Ambiente destinado à paramentação dos
profissionais envolvidos na assistência ao paciente isolado. Constitui importante barreira físi-
ca ao acesso direto ao quarto.
Diretrizes para o projeto: É desejável que a antecâmara possua:
– Pressão positiva em relação ao quarto de isolamento e negativa em relação ao corredor;
– Porta com vão mínimo de 1.10m e visor (a porta deve permanecer sempre fechada);
– Lavatório para lavagem das mãos, armário para roupa limpa, hamper para roupa suja,
local para armazenamento de equipemento de proteção individual (EPI), bancada com
pia de despejo.
Itens críticos: Ventilação e pressão controlada.
Área mínima (RDC 50/2002): 1,80 m².
Área média: 6,50 m².
Banheiro
Objetivo / descrição das atividades envolvidas: Ambiente destinado ao uso exclusivo do
paciente em isolamento.
Diretrizes para o projeto: É desejável que o banheiro possua:
– Iluminação e ventilação naturais;
– Porta abrindo para fora do ambiente, com sistema de molas e vão livre mínimo de 0,80 m;
– Lavatório, bacia sanitária, chuveiro e barras de apoio (ABNT NBR 9050).
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Recomendações para projetos de arquitetura de ambientes de tratamento da tuberculose
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Recomendações para projetos de ambientes de tratamento da tuberculose
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Recomendações para projetos de arquitetura de ambientes de tratamento da tuberculose
Embora o conteúdo deste manual, assim como as normas específicas, possam contribuir
no momento do projeto, é importante conhecer as condutas laboratoriais, a rotina da equi-
pe, os equipamentos necessários e os usuários do ambiente (principalmente no que se refere
à quantidade de pessoas e às suas necessidades). Tais informações auxiliam na tomada de
decisões de projeto.
Apesar de frequentemente observada a realização de diferentes procedimentos num
mesmo laboratório de microbiologia, o ideal é que haja local exclusivo para realização das
baciloscopias.
As instalações físicas do laboratório devem prever a separação da área de trabalho do
acesso público, área para desinfecção e locais para a lavagem das mãos. A adoção de ante-
câmaras, chuveiros ou outras barreiras deverá ser determinada para cada caso, através de
avaliação de risco biológico.
A área onde ocorrem os procedimentos laboratoriais deve ser isolada, sem acesso dire-
to a outros ambientes, como os administrativos ou os de apoio. Tais ambientes devem estar
externos à área do laboratório e possuir acessos independentes.
Recomenda-se que a área para lavagem das mãos fique próxima da porta de acesso do
laboratório. Deve ser prevista uma bancada com pia e bancadas de apoio para o preparo dos
esfregaços e uso dos microscópios. A área de preparo do esfregaço deve ser bem iluminada e
protegida contra fluxos de ar que possam comprometer a saúde dos profissionais. A capela de
exaustão, utilizada na manipulação de substâncias que liberam vapores tóxicos ou irritan-
tes, deve estar localizada em região da sala protegida das correntes de ar e da circulação de
pessoas.
As superfícies e os revestimentos também são importantes na limpeza e desinfecção dos
laboratórios. Devem ser estanques, impermeáveis e resistentes aos esforços mecânicos e às
substâncias químicas. As bancadas podem possuir frontispícios selados nas junções e bordas
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Recomendações para projetos de ambientes de tratamento da tuberculose
É obrigatório:
– Separação das áreas de circulação de público;
– Acesso controlado e restrito;
– Sinalização de segurança nas portas de acesso;
– Paredes, teto e piso lisos e impermeáveis, resistentes à limpeza e desinfecção;
– Lavatório para higienização das mãos;
– Autoclave no laboratório e próxima ao laboratório, para desinfecção do material
reutilizável.
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Recomendações para projetos de arquitetura de ambientes de tratamento da tuberculose
É recomendável:
– Porta com abertura mínima de 1,20 m, considerando-se a possibilidade de vãos maiores
para passagem de equipamentos;
– Vestiários para paramentação da equipe ou local para armazenamento de EPI exclusivos
do laboratório;
– Torneira com acionamento sem o uso das mãos;
– Fluxo interno de ar natural e/ou sistema de exaustão com capacidade de 6 a 10 trocas
de ar por hora;
– Lava-olhos em local acessível, à menor distância do maior número de pontos da
sala.
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Recomendações para projetos de ambientes de tratamento da tuberculose
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Recomendações para projetos de arquitetura de ambientes de tratamento da tuberculose
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Recomendações para projetos de ambientes de tratamento da tuberculose
Sala de radiologia
Nesta sala são realizados os exames de radiológicos (também conhecidos com raio-x),
considerados auxiliares no diagnóstico da tuberculose e de outras pneumopatias. Como os
equipamentos e a própria sala de radiologia possuem custo elevado, não parece viável a exis-
tência de um local exclusivo para o setor de Tisiologia.
A sala de radiologia possui características especiais, pois é uma sala sem janelas, devi-
do à proteção radiológica (aplicação de folhas de chumbo ou argamassa baritada), necessá-
ria para a blindagem da radiação. Quanto ao vidro, quando aplicado (geralmente no visor do
biombo de proteção do operador), é também blindado e possui custo elevado.
A radiação deste tipo de equipamento atua como um feixe de luz, que é “ligado” e “des-
ligado” e que se propaga para os lados, em linha reta. A Portaria do Ministério da Saúde nº
453, de 01 de junho de 1998 (BRASIL, 1998), no entanto, estabelece que a proteção radiológi-
ca faz-se necessária tanto nas paredes e portas quanto no piso e teto. Neste caso, portanto,
não é conveniente a abertura de janelas. Sugere-se que, além das medidas administrativas
cabíveis (como o agendamento de pacientes com tuberculose ao final do dia) seja utilizada a
lâmpada ultravioleta para auxiliar na desinfecção do ar e/ou equipamento portátil com filtro
HEPA (a ser comentado no item 7), além do uso de máscaras para o paciente com suspeita ou
diagnóstico de tuberculose.
Deve-se considerar que a sala de radiologia utilizada por um paciente com tuberculose
irá se configurar num local com potencial de transmissão da doença, durante o exame e por
determinado período após a realização do mesmo.
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Recomendações para projetos de arquitetura de ambientes de tratamento da tuberculose
Sala de necrópsia
A sala de necrópsia é o local onde os médicos legistas realizam os exames nos cadáveres
para a determinação das causas de morte. Nela também há a guarda temporária de cadá-
veres. Tais salas são frequentemente mal ventiladas, constituindo-se em locais de alto risco
de transmissão da tuberculose, pois a manipulação de órgãos ou tecidos contendo o bacilo
da Tuberculose pode gerar aerossóis potencialmente infectantes. É desejável que o arquiteto
projete soluções capazes de aumentar a ventilação da sala e o conforto da equipe, sem com-
prometer a privacidade dos exames, como, por exemplo, janelas baixas voltadas para um jar-
dim exclusivo, com barreira visual e sem acesso a terceiros.
6.10. Checklist
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Equipamentos coadjuvantes
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Recomendações para projetos de arquitetura de ambientes de tratamento da tuberculose
Pode-se dizer que não existe equipamento capaz de garantir um ambiente 100% seguro,
cabendo grande parte da responsabilidade ao trabalhador e suas condutas. Conforme já men-
cionado, a contenção biológica refere-se a medidas que objetivam a redução dos riscos de
infecção nos ambientes de saúde. Será analisada a seguir, mais detalhadamente.
O desenvolvimento de projetos para ambientes de saúde deve ser realizado, idealmente,
por equipe multidisciplinar composta de, no mínimo, profissional da área de saúde, arquiteto,
responsável pelo planejamento físico (importante possuir noções de biossegurança) e engenhei-
ro, responsável pelo planejamento do sistema de ventilação e condicionamento artificial do ar.
Capela de exaustão
Constituída por um gabinete ventilado capaz de exaurir os gases expelidos na manipula-
ção de substâncias pelo trabalhador. Possui dimensões, material e revestimentos variáveis.
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Equipamentos coadjuvantes
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Recomendações para projetos de arquitetura de ambientes de tratamento da tuberculose
A Renovação do ar
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Equipamentos coadjuvantes
Unidade de Descontaminação
Equipamento compacto para insuflamento, exaustão ou recirculação de ar com três
tipos de filtros: pré-bactericida, carvão ativado e HEPA. A Unidade de Descontaminação,
quando acoplada a um duto, pode ser utilizada para exaurir o ar interior após filtragem, para
insuflar o ar limpo, ou ainda, na recirculação do ar, melhorando a qualidade do ar interno. O
equipamento pode ser instalado como uma unidade móvel no recinto (com rodízios), fixado
no teto, embutido no forro, instalado externamente ao compartimento ou utilizado como um
equipamento portátil.
Os filtros a serem utilizados na unidade de descontaminação variam de acordo com o
objetivo do equipamento, seja promover a filtragem absoluta ou parcial do ar ou apenas a eli-
minação de odores.
Unidade de Ventilação
Equipamento compacto para insuflamento ou exaustão de ar, com o objetivo de promo-
ver a ventilação estéril nos locais onde não é possível a instalação central. Possui pré-filtro e
filtro HEPA.
Filtros
Os filtros podem ser classificados em grossos, finos e absolutos, em diversas categorias
cada um, conforme a sua eficiência na retenção dos contaminantes.
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Recomendações para projetos de arquitetura de ambientes de tratamento da tuberculose
Filtros HEPA
Os filtros do tipo high efficiency particulate air (HEPA) podem auxiliar no controle da
transmissão nosocomial da tuberculose, na medida em que removem as partículas infectantes
do ar. Os filtros HEPA oferecem o mais alto nível de filtragem do ar, por isso, são considerados
filtros absolutos ou de alta eficiência de partículas aéreas. Podem reter 99,97% das partícu-
las em suspensão com diâmetro de 0,3 mícron8 (µm) ou maiores, o que significa a retenção de
bactérias, fungos, entre outros. Não possuem efeito sobre gases ou vírus.
Devido ao seu custo elevado, o emprego dos filtros HEPA fica restrito aos locais onde
não é possível realizar a exaustão do ar para áreas externas, sem comprometer a saúde de ter-
ceiros. Além do custo, requer manutenção periódica, configurando-se, portanto, como uma
medida pontual e complementar.
Filtros Finos
Os filtros finos oferecem nível alto de filtragem do ar, retendo entre 60 e 95% das par-
tículas maiores que um mícron. São utilizados como filtros intermediários do HEPA ou filtros
finais em sistemas de ventilação.
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Equipamentos coadjuvantes
A descontaminação do ar
Lâmpada Ultravioleta
A radiação ultravioleta (UV) é eficaz na inativação do bacilo da tuberculose em condi-
ções experimentais. Podem auxiliar na descontaminação do ar por possuir ação germicida.
Em conjunto com a ventilação, colaboram para a diminuição da carga de bacilos no ambien-
te, embora sejam eficazes somente caso o raio atue diretamente sobre o microorganismo.
Fatores como distância, tempo de uso, umidade do ar, poeira, grau de mistura do ar, nível de
ventilação do ambiente, entre outros, influenciam em sua eficácia. Vale lembrar que a expo-
sição direta à radiação das lâmpadas germicidas é perigosa e pode causar doenças, por isso a
importância da adequada instalação e manutenção, realizada pelo fabricante.
As lâmpadas UV podem ser suspensas no teto ou fixadas nas paredes (como arandelas),
com a luz direcionada apenas para cima. Podem ainda, ser utilizadas dentro de dutos de ven-
tilação - sendo que o fluxo de ar do ambiente deve circular em sua totalidade pelos dutos com
UV - ou aplicadas na parte superior do recinto, para minimizar a quantidade de bacilo no ar,
enquanto evita-se a exposição direta das pessoas à radiação. Menos eficaz que o filtro HEPA, a
lâmpada UV não é considerada sua substituta, principalmente se o ar contém uma concentração
muito elevada de partículas infectantes. As lâmpadas UV atuam como medida complementar.
Ventiladores de ar
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Recomendações para projetos de arquitetura de ambientes de tratamento da tuberculose
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Equipamentos coadjuvantes
Split-system
Ar-condicionado central
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Recomendações para projetos de arquitetura de ambientes de tratamento da tuberculose
Exaustor axial
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Equipamentos coadjuvantes
Exaustor eólico
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Situações comuns em estabelecimentos
assistenciais de saúde
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Recomendações para projetos de arquitetura de ambientes de tratamento da tuberculose
Situações nº 01, 02 e 03
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Situações comuns em estabelecimentos assistenciais de saúde
Situações nº 04 e 05
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Recomendações para projetos de arquitetura de ambientes de tratamento da tuberculose
Situações nº 06, 07 e 08
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Situações comuns em estabelecimentos assistenciais de saúde
Situações nº 09, 10 e 11
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Recomendações para projetos de arquitetura de ambientes de tratamento da tuberculose
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Situações comuns em estabelecimentos assistenciais de saúde
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Recomendações para projetos de arquitetura de ambientes de tratamento da tuberculose
Situações nº 18, 19 e 20
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Situações comuns em estabelecimentos assistenciais de saúde
Situações nº 21, 22 e 23
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Aspectos normativos
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Recomendações para projetos de arquitetura de ambientes de tratamento da tuberculose
A RDC nº50/2002, é uma resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária que esta-
belece os parâmetros mínimos para o planejamento dos estabelecimentos de saúde, públicos
ou privados, obrigatórios em todo o território nacional, abrangendo as construções novas, as
ampliações e as reformas. Esta norma contempla a edificação hospitalar como um todo, onde
os ambientes são apresentados de acordo com sua atribuição no estabelecimento. Atribuição
é o “conjunto de atividades e subatividades específicas, que correspondem a uma descrição
sinóptica da organização técnica do trabalho na assistência à saúde” (BRASIL, 2002). Cada
atribuição se desdobra em Unidades Funcionais, que representam o “conjunto de atividades e
subatividades pertencentes a uma mesma atribuição”, que então se desdobram nos ambien-
tes propriamente ditos, identificados pelo “espaço fisicamente determinado e especializado
para o desenvolvimento de determinada(s) atividade(s), caracterizado por dimensões e ins-
talações diferenciadas”, podendo ser definido por uma sala ou área (BRASIL, 2002).
Nesse documento, não há recomendações específicas para os ambientes de tratamento
da tuberculose, entretanto, neste caso, as recomendações mínimas aplicáveis a esse locais
são as mesmas para os demais setores, como no caso das recomendações para os quartos de
isolamento, consultórios, enfermarias, entre outros.
Para os quartos privativos de isolamento, que são aqueles destinados a “internar
pacientes suspeitos ou portadores de doenças transmissíveis ou proteger pacientes altamen-
te suscetíveis (imunodeprimidos ou imunosuprimidos)” (BRASIL, 2002), encontram-se, por
exemplo, as seguintes recomendações:
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Aspectos normativos
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Recomendações para projetos de arquitetura de ambientes de tratamento da tuberculose
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Bibliografia
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Recomendações para projetos de arquitetura de ambientes de tratamento da tuberculose
BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução – RDC nº 50,
de 21 de fevereiro de 2002. Brasília: Ministério da Saúde, 2002.
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Brasil. Brasília: Ministério da Saúde, 2010.
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Bibliografia
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Recomendações para projetos de arquitetura de ambientes de tratamento da tuberculose
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Bibliografia
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Recomendações para projetos de arquitetura de ambientes de tratamento da tuberculose
MACIEL, Ethel Leonor Noia, et al. Tuberculose em profissionais de saúde: um novo olhar
sobre um antigo problema. Jornal Brasileiro de Pneumologia. Brasília, set./out. 2000.
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Anotações
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Anotações
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Impressão e Acabamento
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