Você está na página 1de 4

UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA

ICE – INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS


DEPARTAMENTO DE QUÍMICA

CURSO DE LICENCIATURA EM QUÍMICA – MODALIDADE A DISTÂNCIA


EADQUI079 – TERMODINÂMICA E CINÉTICA
Prof. Luiz Antônio S. Costa

Tipos de energia
Energia e como ela pode se transformar. Energia cinética, potencial e química.

Introdução
O que significa ter energia? Bom, pense em como você se sente quando acorda pela manhã. Se
tiver muita energia, isso provavelmente significa que você se sente alerta, pronto para tudo, e
capaz de fazer o que for necessário durante o dia. Se não tiver energia (talvez porque não dormiu
as oito horas necessárias recomendadas), então, talvez você não sinta vontade de sair da cama,
de se mexer ou de fazer o que precisa fazer.

Apesar desta definição de energia ser a de uso diário, popular, não científica, ela é muito similar
com a definição formal de energia (e pode te auxiliar como uma forma fácil de recordá-la).
Especificamente, a energia é definida como a capacidade de realizar trabalho – que, para fins
de biologia, pode ser pensada como a capacidade de causar algum tipo de mudança. A energia
pode assumir muitas formas diferentes: por exemplo, estamos todos familiarizados com a luz, o
calor e a energia elétrica.

Aqui, nós olharemos alguns tipos de energia que são particularmente importantes em sistemas
biológicos, incluindo a energia cinética (energia de movimento), a energia potencial (energia
devido à posição ou estrutura) e a energia química (a energia potencial das ligações químicas).
A energia nunca é perdida, mas pode ser convertida de uma dessas formas para outra.

Energia cinética
Quando um objeto está em movimento, há energia associada com este objeto. E por que é
assim? Os objetos em movimento são capazes de causar uma mudança ou, vamos colocar de
outra forma, realizar trabalho. Por exemplo, pense em uma bola de demolição. Mesmo uma
bola de demolição movendo-se devagar pode fazer um grande estrago em outro objeto, como,
por exemplo, uma casa vazia. Entretanto, uma bola de demolição que não se mova não realiza
nenhum trabalho (ela não bate em nenhum prédio).

A energia associada com o movimento do objeto é chamada energia cinética. Uma bala em
movimento, uma pessoa de pé, e radiação eletromagnética como a luz possuem energia
cinética. Outro exemplo de energia cinética é a energia associada ao movimento constante e
aleatório de átomos ou moléculas. Isso também é chamado energia térmica – quanto maior a
energia térmica, maior a energia cinética de movimento atômico e vice-versa. A energia térmica
de um grupo de moléculas é o que chamamos de temperatura, e quando a energia térmica que
está sendo transferida entre dois objetos, ela é conhecida como calor.

Energia potencial
Voltemos ao nosso exemplo de bola de demolição. Quando a bola de demolição está imóvel, ela
não possui qualquer energia cinética. Mas o que aconteceria se fosse levantada dois andares
acima com um guindaste e suspensa acima de um carro? Neste caso, a bola de demolição não
está se movendo, mas, na verdade, ainda há energia associada a ela. A energia da bola de
demolição suspensa reflete no seu potencial para realizar trabalho (no caso, o dano). Se a bola
de demolição for lançada, ela faria trabalho ao transformar o carro em uma panqueca. E se a
bola for mais pesada, a energia associada a ela será maior.

Imagem de água contida por uma represa.


Crédito da imagem: OpenStax Biology, "Dam," de Pascal.

Este tipo de energia é conhecido como energia potencial e é a energia associada a um objeto
por causa de sua posição ou estrutura. Por exemplo, a energia nas ligações químicas de uma
molécula está relacionada à estrutura da molécula e às posições de seus átomos relativos uns
aos outros. Energia química, a energia armazenada em ligações químicas, é, assim, considerada
uma forma de energia potencial. Alguns exemplos de energia potencial do dia a dia incluem a
energia da água presa por uma represa, ou de uma pessoa prestes a saltar de um avião.
Conversões de energia
A energia de um objeto pode ser convertida de uma forma para outra. Vamos considerar nosso
exemplo favorito, a bola de demolição. Enquanto a bola de demolição está suspensa imóvel a
uma altura de vários andares, ela não tem nenhuma energia cinética. Assim que for solta, sua
energia cinética começa a aumentar porque ela ganha velocidade devido à gravidade, enquanto
sua energia potencial começa a diminuir, porque não está mais tão longe do chão. Logo antes
de atingir o solo, a bola não tem mais quase nenhuma energia potencial e muita energia cinética.

Fórmula estrutural plana do octano, modelo de bolas de uma molécula de octano, e a imagem
de um carro de corrida em alta velocidade.
Crédito da imagem: OpenStax Biology. Painel inferior, "Car," adaptado do trabalho de Russell
Trow.
Os mesmos tipos de conversões são possíveis com a energia química, e nós vemos muitos
exemplos disso em nosso dia a dia. Por exemplo, o octano, um hidrocarboneto encontrado em
gasolina, tem energia química (energia potencial) devido a sua estrutura molecular, como é
mostrada acima. Esta energia pode ser liberada em um motor de carro, quando a gasolina entra
em combustão, produzindo gases em alta temperatura que movem os pistões do motor e, em
última análise, impulsionam o carro para a frente (energia cinética)1. Parte da energia química é
convertida em energia cinética do carro, enquanto outra parte é convertida em energia térmica
na forma de calor emitido do motor.

A energia pode, de modo semelhante, alterar formas em organismos vivos. Por exemplo, a
energia armazenada em ligações da pequena molécula ATP (energia potencial) pode alimentar
o movimento de uma proteína motora e de sua carga ao longo de uma faixa de microtúbulos,
ou a contração de células musculares para mover um membro (energia cinética).

[Ocultar referências]

Créditos:
Este artigo foi adaptado de “Potential, kinetic, free, and activation energy,” de OpenStax
Biology (CC BY 3,0). Baixe o artigo original de graça em http://cnx.org/contents/185cbf87-
c72e-48f5-b51e-f14f21b5eabd@9,85:29/Biology.

O artigo adaptado está autorizado sob a licença CC BY-NC-SA 4,0

Referências:

1. Reece, J. B., Urry, L. A., Cain, M. L., Wasserman, S. A., Minorsky, P. V., e Jackson, R. B.
(2011). Forms of energy. In Campbell biology (10th ed., pp. 142-143). San Francisco,
CA: Pearson.

Outras referências
Boundless. (2015, Jul 21). Types of energy. In Boundless biology. Disponível em:
https://www.boundless.com/biology/textbooks/boundless-biology-textbook/metabolism-
6/energy-and-metabolism-68/types-of-energy-344-11481/.

Internal combustion engine. (2015, Ago 19). Acesso em: 28 de agosto de 2015 Disponível em
Wikipedia: https://en.wikipedia.org/wiki/Internal_combustion_engine.

Potential energy. (2015, Jul 23). Acesso em: Jul 26, 2015. Disponível em (Wikipedia):
https://en.wikipedia.org/wiki/Potential_energy.

Reece, J. B., Urry, L. A., Cain, M. L., Wasserman, S. A., Minorsky, P. V., and Jackson, R. B. (2011).
An introduction to metabolism. In Campbell biology (10th ed., pp. 141-161). San Francisco, CA:
Pearson.

Material adaptado do site Khan Academy

https://pt.khanacademy.org/science/biology/energy-and-enzymes/the-laws-of-
thermodynamics/a/types-of-energy

Você também pode gostar