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Flavia Bezerra
Termodinâmica ......................................................... 33
Entalpia ..................................................................... 45
Soluções ................................................................... 70
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Sistemas Físico-Químicos
Definição de energia
Energia é um conceito muito abrangente e, por isso mesmo, muito abstrato e difícil de ser
definido com poucas palavras de um modo preciso. Usando apenas a experiência do nosso
cotidiano, poderíamos conceituar energia como "algo que é capaz de originar mudanças no
mundo". A queda de uma folha. A correnteza de um rio. A rachadura em uma parede. O vôo
de um inseto. A remoção de uma colina. A construção de uma represa. Em todos esses
casos, e em uma infinidade de outros que você pode imaginar, a interveniência da energia é
um requisito comum.
Muitos livros definem energia como "capacidade de realizar trabalho". Mas esta é uma
definição limitada a uma área restrita: a Mecânica. Um conceito mais completo sobre energia
deve incluir outras áreas tais como calor, luz e eletricidade, por exemplo. À medida que
procuramos abranger áreas da física no conceito de energia, avolumam-se as dificuldades
para se encontrar uma definição concisa e geral.
Mais fácil é descrever aspectos que se relacionam à energia e que, individualmente e como
um todo, nos ajudam a ter uma compreensão cada vez melhor do seu significado.
Cinética, relacionada com movimento, exemplos: energia térmica dos átomos, moléculas ou
íons, em nível microscópico, energia mecânica de um objeto macroscópico, como uma bola ou
automóvel em movimento, energia elétrica dos elétrons se movendo através de um condutor,
som que corresponde a compressão e descompressão dos espaços vazios entre as
moléculas.
Potencial, que resulta da posição de um objeto, exemplos: energia potencial química
resultante da atração entre elétrons e núcleos a atômicos e moleculares, energia gravitacional,
como a de uma bola mantida bem acima do chão, energia eletrostática, que corresponde
aqueles íons positivos e negativos afastados por uma curta distância.
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Definição de trabalho mecânico
Trabalho: se o ponto de aplicação de uma força F se move uma distância R, diz-se que a força
realiza trabalho W. ( W = F R ), definido como a energia transferida por meio de aplicação de
uma força.
Ponto de aplicação é o ponto em que a força é aplicada e onde ela atua num corpo. Quando
empurramos algo com as mãos, o ponto de aplicação é o local onde as apoiamos. Se algo é
puxado por uma corda, o ponto de aplicação é o ponto no objeto puxado onde a corda está
presa.
As forças atuam ao longo de uma linha, que recebe o nome de direção. A força que faz um
elevador subir ou descer, por exemplo, possui direção vertical.
A direção de uma força possui dois sentidos possíveis e opostos. O sentido é a orientação que
a força assume. No caso do elevador, por exemplo, onde a força é aplicada verticalmente, o
sentido pode ser para cia ou para baixo.
Há chutes que arremessam a bola muito longe, mas há os que as deslocam pouco. O que
distingue essas duas situações é a intensidade da força aplicada à bola.
Energia mecânica:
mv2
Ec =
Conforme já visto na física, a energia mecânica é a soma das energias cinética ( 2 )e
E = m g h
potencial ( p ) para sistemas conservativos, onde não há perdas de energia para o
meio ambiente. Esta perda que poderiam ser devido à presença de atrito no qual a energia
pode ser dissipada em forma de calor, nestes casos seriam chamados sistemas não
conservativos.
Definição de calor
Definição de sistema
Sistema fechado
Um sistema é fechado quando não troca massa com o meio ambiente. Isto é, não recebe
massa nem fornece massa para o meio exterior. Ex: ampola de injeção.
Sistema isolado
O sistema é isolado quando não troca massa nem energia com o meio ambiente. Uma garrafa
térmica, pelo menos na intenção dos fabricantes, constitui um sistema isolado. Na realidade
não existem sistemas totalmente isolados. Existem sistemas que, para efeitos práticos, podem
ser considerados como isolados, num certo intervalo de tempo. Ex: uma garrafa térmica.
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Sistema Aberto
Um sistema é aberto quando há troca tanto de massa como de energia com o meio ambiente.
Ex: esteira transportadora de minérios.
Equilíbrio
Assim um sistema que não possui nenhuma tendência de mudar as suas propriedades com o
tempo, diz-se que o mesmo atingiu um estado de equilíbrio. A condição de um sistema em
equilíbrio é reprodutível e pode ser definida por um conjunto de propriedades, que são as
funções de estado.
Função de estado
São propriedades de um sistema que não dependem da história do sistema mesmo que este
não tenha atingido o equilíbrio, são propriedades que independem uma das outras. Dentre
elas podemos citar três mais importantes: temperatura T, pressão P e volume V.
Para especificar com precisão o estado de equilíbrio de uma substância deve-se atribuir
valores numéricos a alguma das suas propriedades, Por enquanto serão consideradas
substâncias puras nas quais não se necessitam variáveis de composição. Para especificar o
estado físico de um gás ou líquido puro pode-se inicialmente definir a massa m da substância.
A partir dessa massa é possível se algumas das suas propriedades para definir o seu estado.
Considerando T, P e V é possível que se duas delas forem fixadas verificamos
experimentalmente que a terceira também estará fixada, devido à existência de uma relação
entre estas variáveis independentes.
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Na físico-química é feita uma distinção entre propriedades extensivas e intensivas. Uma
propriedade extensiva é aquela que depende da quantidade de substância n na amostra. Uma
propriedade intensiva é aquela que independe dessa quantidade de substância. Existem
algumas propriedades que são extensivas, com características aditivas (cujo seu valor total é
a soma de das partes individuais do sistema) chamadas de fatores de capacidade, como por
exemplo, o volume e a massa e as propriedades intensivas ou fatores de intensidade, que são
aquelas que são não aditivas, por exemplo, pressão e temperatura. A temperatura em
qualquer pequena parte de um sistema em equilíbrio é a mesma do total.
A temperatura é uma propriedade que pode ser medida quantitativamente, que evoluiu da
percepção sensorial de frio ou quente. Verificou-se que esta percepção pode estar relacionada
com leituras de termômetros, baseados em mudanças de volumes de líquidos.
100C 100C
A temperatura será igual (100ºC) nos dois casos; no entanto, a quantidade de calor
necessária para aquecer o segundo béquer é o dobro da existente no primeiro, já que ali a
quantidade de água também é o dobro.
Na termoquímica, usa-se bastante o múltiplo QUILOCALORIA, que é 1000 vezes maior que a
caloria.
1 Kcal = 1000 cal
Como as várias formas de energia se equivalem (isto é, uma série se transforma em outra),
podemos também expressar as “quantidades de calor” em outras unidades de energia (e de
trabalho) como, por exemplo, erg, joule, etc. Lembramos que:
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1 cal = 4,18 X 107 erg = 4,18 joule
O termo “gás” refere-se a substância que possue o estado de matéria gasosa a temperaturas
e pressões ambientes. Na realidade, a maioria dos materiais líquidos e sólidos pode ser
convertido ao estado gasoso simplesmente pela modificação da temperatura e da pressão.
Por exemplo, a água existe na condição de vapor, mas a temperatura ambiente, é um líquido;
e a baixas temperaturas existe como sólido, o gelo. É por esta razão que quando a água,
aquecida a 100C, sob pressão de 1 atm, passa ao estado gasoso, diz-se que se tem vapor
d’água. Usa-se então o termo vapor para a fase gasosa de uma substância cujo estado
natural à temperatura e pressão ambiente não seja o estado gasoso. Já, para substâncias que
a temperatura ambiente se encontram no estado gasoso, como o nitrogênio, pode-se falar em
gás nitrogênio.
Foi através destes estudos que o químico italiano Stanislao Cannizzaro estabeleceu o primeiro
método razoavelmente confiável de determinação das massas atômicas, em meados do
século XIX.
Do estudo das descargas elétricas em gases também resultaram importantes avanços nos
modelos atômicos. Por exemplo, foi a partir de experimentos com gases a baixa pressão que
Thompson propôs a existência de cargas elétricas no átomo. Desde a aceitação de seu
modelo, os elétrons passaram a ser reconhecidos como partículas universais constituintes de
toda matéria. Graças a essa conclusão, pode-se explicar, que um íon se forma com a entrada
ou saída de elétrons de um átomo.
O estado gasoso corresponde àquele em que as moléculas estão mais afastadas e mais livres
umas em relação às outras, havendo, por isso, possibilidade de grande variação de volume,
ao contrário do que acontece com sólidos e líquidos. No estado gasoso praticamente não há
interação entre as moléculas, em oposição ao que ocorre no estado sólido.
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Propriedade dos Gases
2. Pressão (P): Entende-se pressão como resultado do conjunto das forças exercidas pelas
suas unidades, devido às colisões, contra a superfície do recipiente que as contém;
3. Volume (V)
Quando mencionamos o volume ocupado por um gás, não podemos omitir os valores da
temperatura e da pressão às quais o gás está submetido, já que volume (V), pressão (P) e
temperatura (t) são as variáveis de estado de um gás.
4. Temperatura (T): Entende-se temperatura como uma grandeza associada à energia cinética
de suas unidades, de tal forma que quanto mais energia cinética tiver, com maior freqüência e
força, colidirão contra o bulbo de um termômetro instalado no recipiente e que, assim, acusará
um aumento de temperatura.
Comportamento do gás
1. Ideal: é o de um gás hipotético denominado gás ideal. É definido pela teoria cinética-
molecular.
2. Real: é o de qualquer gás conhecido e que foge à idealidade do gás definido no gás ideal.
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Teoria Molecular do gás ideal
As leis dos gases são importantes porque permitem fazer previsões quantitativas sobre o
comportamento de um gás. Mas, a partir dessas leis, como podemos fazer deduções a
respeito do que ocorre no “mundo invisível” com as unidades constituintes do gás?
Assim, da mesma forma que as leis ponderais das reações conduziram Dalton à criação da
Teoria Atômica, as leis dos gases foram explicadas através de um modelo desenvolvido
durante o século XIX por vários cientistas, entre os quais os físicos Ludwing Boltzmann (1844-
1906) e James Clerk Maxwell (1831-1879).
1. Um gás é constituído de moléculas (ou átomos), separadas umas das outras por distâncias
significativamente maiores que suas próprias dimensões. A distância entre as moléculas é tão
grande que elas podem ser consideradas pontos que possuem massa, mas cujo volume é
desprezível.
3. As unidades constituintes de um gás não exercem atração nem repulsão entre si.
Toda teoria ou modelo é formulada para explicar uma série de conclusões experimentais. A
teoria cinética dos gases, desenvolvida na segunda metade do século XIX, foi capaz de
explicar as leis de Boyle, Charles, Dalton, Gay-Lussac e Graham, além de ser coerente como
os estudos sobre calor e temperatura desenvolvidos por James Prescott Joule (1818-1889) e
Baron Kelvin (1824-1907).
Nossa abordagem está voltada somente para os pressupostos essenciais dessa teoria, sem
os aprofundamentos quantitativos que envolvem cálculos complexos.
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4. A energia cinética das unidades é diretamente proporcional à temperatura absoluta;
Duas das três variáveis P, V e T são suficientes para especificar o estado de uma dada
quantidade de gás e para fixar o valor da terceira variável. A equação de estado é dada por
PV =nRT, sendo que n e V são variáveis extensivas e p e T são variáveis intensivas.
P V
Portanto podemos calcular R por: R= , neste caso R = 0,082 atm.L/(mol.K)
n T
Ampla variedade de experiências nos séculos XVII e XVIII levou a formulação de três leis que
constituem a base do nosso entendimento sobre o comportamento dos gases
Na natureza os gases reais não seguem esta relação, isso é devido entre ouros a perda de
energia durante as colisões e as interações entre umas moléculas e outras; além de
desprezarmos o volume próprio das moléculas, fazemos aproximações trabalhamos assim
com gases perfeitos. Um gás real se aproxima de um gás ideal quando é submetido a baixas
e altas temperaturas.
A primeira destas leis foi estabelecida por Robert Boyle (1627-1691) em 1662 e diz que "o
volume de uma dada massa de gás mantida a temperatura constante é inversamente
proporcional à pressão": Muitas experiências modernas mostraram que a lei de Boyle só é
válida para pressões baixas. Se V é uma função de P, o que pode ser representado por
V =f(p)T, assim podemos deduzir que PxV =C
Quando reduzimos o volume de um gás, sem alterar a temperatura, a energia cinética média
das moléculas não muda, porém as moléculas ficam mais próximas umas das outras.
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unidade de tempo significam aumento da pressão exercida pelo gás contra a superfície do
recipiente que o contém.
P1 V1 = P2 V2
Esta expressão pode ser parcialmente entendida desde que se aceite os fundamentos da
teoria cinética dos gases: "As moléculas movem-se ao acaso e em linha reta e ao atingirem a
parede do recipiente que as contém, sofrem colisões perfeitamente elásticas."
Durante o intervalo de tempo em que molécula e parede ficam em contato, a molécula sofre
uma variação na velocidade, de forma que ao se desligar da parede a direção e o sentido
desta velocidade acham-se alterados.
A lei de Charles (1787) diz que "o volume de uma massa fixa de um gás, mantido a pressão
constante, é diretamente proporcional à temperatura absoluta":
Assim V =f(T)p
V = CxT
em que T é a temperatura absoluta e C é uma constante.
V1 V 2
=
T1 T 2
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V = volume
T = temperatura
v = velocidade das moléculas
A lei de Charles, à luz da teoria cinética dos gases, permite-nos conceituar a temperatura de
uma forma diferente da tradicional ou clássica. Pela lei de Charles, mantendo-se a massa, a
espécie química, o estado gasoso e a pressão, e aumentando-se o volume, a temperatura
deve aumentar.
Tanto a lei de Boyle quanto à lei de Charles referem-se a transformações que ocorrem em um
sistema gasoso fechado, ou seja, no qual a massa não atravessa as fronteiras do mesmo.
Se resfriarmos um gás, para que a pressão se mantenha constante, ocorrerá redução do seu
volume. Quando a distância média entre as moléculas diminui, o gás deixa de seguir
perfeitamente a proporcionalidade V x T (não é mais gás perfeito, e sim real). Devido à
interação molecular, poderá ocorrer a sua liquefação.
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Transformação Isovolumétrica ou isocórica - Leis de Gay - Lussac e Avogadro: (Volume
constante)
No início do século XIX, O francês Joseph Gay-Lussac (1778-1850) descobriu que volumes de
gases sempre se combinavam em razão expressa por pequenos números inteiros, desde que
fosse medido na mesma pressão e temperatura. Exemplo: 100mL de H 2 + 50mL de O2 =
100mL de H2O, em P e T constantes. As idéias de Gay-Lussac foram transformadas em leis
por Avogadro. 2H2 + O2 → H2O
A lei de Avogadro (1811) diz que "volumes iguais de gases de natureza diversa, nas mesmas
condições de pressão e temperatura, contém o mesmo número de moléculas".
Da forma como está exposta, a lei de Avogadro refere-se à comparação entre sistemas
gasosos. Interessa-nos explorá-la de uma forma mais ampla, qual seja, adaptá-la a
determinadas transformações que possam ocorrer num sistema gasoso constituído por um
componente (não obrigatoriamente fixo).
Assim: V=f(n) ou V = C x n
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Parte da superfície p, V, T de uma quantidade fixa de Cortes da superfície, a temperatura constante dando as
gás perfeito. Os postos da superfície são os únicos que isotermas, a pressão constante, dando as isóbaras.
representam estados em que o gás pode existir.
Equação de Clapeyron
nT
Se as três leis forem combinadas: teremos: V
P
nT P V = n R T
V = R que é chamada de Lei geral dos gases ou Clapeyron.
P
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P = pressão exercida pelo gás T = temperatura absoluta (K) do gás ideal
V = volume do recipiente onde o gás está R = número constante universal do gás ideal
n = nº de mols do gás
m
n= m = massa do gás (g)
M = peso molecular
M
Combinação das leis de Boyle e Charles – Lei Geral dos gases:
Partindo de Clapeyron, para um mesmo gás de mesma massa em que serão variados P,V e T
teremos condição 1: P1V1 =nRT1
E condição 2: P2V2=nRT2
P1 V1 P2 V2
Como n e R serão constantes e iguais podemos escrever: =
T1 T2
Na natureza os gases reais não seguem esta relação, isso é devido entre outros a perda de
energia durante as colisões e as interações entre umas moléculas e outras; além de
desprezarmos o volume próprio das moléculas, fazemos aproximações trabalhamos assim
com gases perfeitos. Um gás real se aproxima de um gás ideal quando é submetido a baixas
pressões e altas temperaturas.
Densidade Relativa de um Gás (A) em Relação a um Gás (B) (A,B) ou peso especifico
A relação entre densidades é igual à relação entre as massas moleculares ou entre as massas
molares dos gases considerados.
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Por exemplo: o gás SO2 (M = 64) tem densidade igual ao dobro da densidade do gás O 2 (M =
32), nas mesmas condições de temperatura e pressão.
A densidade relativa é um número puro, isto é, sem unidades. Da mesma forma que podemos
relacionar pesos – uma caixa é duas vezes mais pesada que outra -, podemos dizer que um
gás é duas vezes mais denso que outro.
dA,B = dA = MA
dB = MB
Levando em conta que o ar é uma mistura que contém aproximadamente 20% de O 2 e 80%
de N2 e que as massas moleculares desses gases são, respectivamente, 28 e 32, podemos
calcular uma massa molecular média do ar, Mar = 28,9.
Exemplo: De cada 100 mols de ar, aproximadamente 21 são de O 2 e 79 são de N2. Assim,
para calcularmos o valor médio de 1 mol de ar, devemos fazer uma média ponderada:
Note que não chegamos a 28,9, pois fizemos um cálculo muito grosseiro.
Misturas Gasosas
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Pressão Parcial do Gás A (pA): pA = XA . P (Lei de Dalton)
Volume Parcial do Gás A (VA): VA = XA . V (Lei de Amagat)
LEIS
Dalton Amagat
pA = xA • P VA = xA • V
“A pressão total de uma mistura gasosa é igual “O volume total de uma mistura é igual à
à soma das pressões parciais dos seus soma dos volumes parciais de seus
componentes.”P = pA + pB constituintes.”V = VA + VB
Entende-se por pressão parcial de um gás A, Entende-se por volume parcial de um gás A,
numa mistura, à pressão que ele exerceria, numa mistura gasosa, ao volume que esse
PVi = niRT
pi • V = niRT
PVA = nA • R • T
pAV = nA • R • T
Difusão e efusão
Um gás de maior densidade tem velocidade menor que a de um outro gás de menor
densidade, se compararmos os 2 gases a uma mesma temperatura e pressão teremos a
vA dB MB
relação entre as suas velocidades = =
vB dA MA
Para que consigamos aproximar um pouco das equações dos gases ideais deve-se adicionar
a equação uma segunda constante, chamada de fator de compressibilidade Z. Assim a
equação fica: P V = Z n R T . Se isolarmos Z e colocarmos em um gráfico a quantidade
P V
Z= mantendo a temperatura constante, contra a pressão P, a lei de Boyle fica
n R T
representada por uma linha horizontal.
A forma das curvas para o oxigênio e o dióxido de carbono pode ser entendida do seguinte
modo. As forças intermoleculares são efetivas quando as moléculas estão relativamente
próximas umas das outras e permanecem assim por um intervalo de tempo suficiente para
que as forças atuem. Se as forças são efetivas, as moléculas chegam mais perto umas das
outras do que no caso de as forças não serem efetivas. A pressões baixas, as forças não são
efetivas porque as moléculas estão muito afastadas. E a temperaturas elevadas, mesmo com
altas pressões, as forças também não são efetivas porque as moléculas, movendo-se muito
depressa, não permanecem um tempo suficiente próximas uma das outras. Para baixas
temperaturas, à medida que a pressão é aumentada a partir de zero, as moléculas começam
a ser comprimidas em volumes cada vez menores e as forças intermoleculares, tornando-se
efetivas, agem de forma a tornar as moléculas mais próximas umas das outras. Assim, a
densidade do gás cresce a uma taxa maior do que a taxa causada apenas pelo aumento da
pressão. O produto da pressão pelo volume decresce porque o volume diminui mais
rapidamente do que o aumento de pressão. Quando o volume próprio das moléculas começa
a ficar importante frente ao volume disponível para o seu movimento, ocorre um efeito oposto.
A medida que as moléculas são amontoadas em um volume cada vez menor, o seu volume
próprio vai se tornando cada vez mais significativo em relação ao volume do recipiente e o
espaço disponível para o seu movimento decresce. O dobro de moléculas, por exemplo, só
podem ser espremidas no que é realmente menos da metade do volume apenas por uma
pressão que é mais do que duplicada, e o produto PV cresce com a pressão.
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Deste modo, para pressões suficientemente altas e temperaturas suficientemente baixas, as
forças coesivas assumem um papel dominante. Se elas vencem as tendências cinéticas das
moléculas, o gás pode perder suas propriedades características e se condensar num líquido
ou num sólido.
As moléculas exercem atração umas sobre as outras quando separadas por distâncias da
ordem de alguns angstrons [1 Å = 10-10 m ] e a intensidade destas forças diminui rapidamente
à medida que as distâncias intermoleculares aumentam. As forças repulsivas entre as
moléculas dos gases contribuem para expansões e as atrativas para as compressões.
Em 1873, Van der Waals (VDW) propôs para a representação do comportamento PVT das
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A equação de Van der Waals pode ser pensada como derivada da equação dos gases ideais
levando-se em conta as forças intermoleculares de atração e repulsão.
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As forças de atração se anulam mutuamente para moléculas no interior da massa gasosa,
mas não para moléculas junto à parede do recipiente. Portanto, existem forças resultantes
sobre as moléculas próximas à superfície dirigidas para dentro da massa gasosa. A pressão P
do gás é igual a pressão ideal Pi menos um termo de pressão p associado a estas forças: P =
Pi - p. Este termo p deve ser proporcional ao número de moléculas junto à parede (p ~ n/V) e
também proporcional ao número de moléculas do interior da massa gasosa que solicitam as
moléculas de junto à parede (novamente p ~ n/V), onde n é o número de mols e V, o volume
do recipiente que contém o gás. Assim, sendo p ~ (n/V)2, podemos escrever:
Pi = P + a (n/V)2
Por outro lado, em um gás ideal não existem forças de repulsão entre as moléculas. Assim, as
moléculas não têm volume próprio. Em outras palavras, cada molécula do gás ideal tem a sua
disposição todo o volume do recipiente. Para levar em conta as forças de repulsão entre as
moléculas, ou seja, seu volume próprio, devemos levar em conta que o volume V i (aquele
disponível para o movimento das moléculas) é igual ao volume V do recipiente menos um
termo nb, associado ao volume excluído, e correspondente ao volume próprio das moléculas
do gás. Aqui, n é o número de mols e b, o co-volume, ou seja, o volume excluído por mol de
moléculas. Assim:
Vi = V – nb
Substituindo Pi e Vi na equação de estado dos gases ideais, PiVi = nRT, obtemos a equação
de estado de Van der Waals.
A distância média percorrida por uma molécula entre duas colisões sucessivas é chamada
livre caminho médio. À medida que o volume do recipiente cresce, com a temperatura
constante, o livre caminho médio das moléculas se torna cada vez maior e as forças
intermoleculares se tornam cada vez menos efetivas. À medida que a temperatura cresce,
com o volume constante, a energia cinética média das moléculas cresce e as forças
intermoleculares se tornam cada vez menos efetivas porque o tempo de colisão diminui.
Assim, o comportamento de um gás real se aproxima do comportamento de um gás ideal para
baixas pressões e/ou altas temperaturas.
Mudança de Estado
Na figura abaixo está apresentado um gráfico que mostra o comportamento dos gases reais
quando a temperatura é mantida constante.
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recipiente de gás no estado no ponto A, e que uma das paredes do recipiente seja móvel
(pistão), mantendo a temperatura em T1, empurrando vagarosamente o pistão (diminuindo o
volume), com isso a Pressão começa a subir lentamente até que o volume V2 seja atingido, se
o volume continuar a ser reduzido não será mais observado aumento de pressão até que
quando chegar no volume V3. Neste momento qualquer variação no volume já acarreta uma
grande variação na pressão, como apresentado na redução de volume de V3 para V4.
As isotermas de Van der Waals são curvas contínuas. Portanto, não podem representar as
transições de fase de vapor para líquido e de líquido para vapor, que se sabe serem
transições descontínuas. Em outras palavras, a equação de estado de Van der Waals não
contempla diferenças estruturais entre líquidos e gases. Na temperatura de liquefação, por
exemplo, a pressão deixa de aumentar com a redução do volume, enquanto existir líquido no
sistema.
A figura mostra uma isoterma de Van der Waals (ABB'C'CD) e a correspondente isoterma real
(ABCD) no plano PV. Dada a isoterma de Van der Waals para uma certa temperatura, a
correspondente isoterma real para a mesma temperatura e os correspondentes pontos de
descontinuidade (B e C) associados às transições de fase podem ser localizados pelo critério
de Maxwell:
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A partir de Vb, com a diminuição do volume começam a aparecer gotinhas de líquido no
sistema, a pressão permanecendo constante em Ps, e a quantidade de líquido vai
aumentando com a redução do volume até que o volume do sistema seja Vc. Se no estado B
toda substância estava no estado gasoso, em C toda substância está na fase líquida.
Os estados correspondentes aos pontos da curva B'C' são instáveis. Aqui, com o aumento da
pressão, o volume cresce. Se a substância for colocada em algum desses estados, um
acréscimo infinitesimal de pressão, por exemplo, originado por uma flutuação estatística
(inevitável) do sistema, ocasiona um acréscimo de volume e este, por sua vez, outro
acréscimo de pressão, e assim, sucessiva e espontaneamente, até que o sistema atinja o
estado B', a partir do qual a dependência do volume com a pressão é a usual. Pela mesma
razão, um decréscimo infinitesimal de pressão levaria a substância espontaneamente ao
estado correspondente ao ponto C'.
Os estados correspondentes aos segmentos BB' e C'C são metaestáveis e podem ser
alcançados sob condições especiais.
Os estados associados ao segmento BB' são estados de vapor supersaturado ou super-
resfriado, com a substância totalmente na fase gasosa. Os correspondentes estados de
equilíbrio a esta temperatura e para um volume dado correspondem ao sistema com parte da
substância na fase líquida.
Um estado de vapor supersaturado é observado, por exemplo, quando um vaso fechado com
ar e vapor d'água é rapidamente resfriado, desde que tenham sido removidos todos os traços
de poeira do ar e não existam cargas elétricas livres. Depois de algum tempo, apesar de tudo,
aparecem gotinhas de líquido nas paredes do vaso, indicando que o vapor supersaturado se
decompôs em vapor saturado e água à temperatura dada.
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chamado de supersaturação (superesfriamento), de modo que com isso a pressão sobre
drasticamente, Na região DC a pressão do gás excede a pressão de vapor do líquido, esta
faixa é chamada de estado de vapor supersaturado.
Os mesmo que dizem para temperatura crítica existe para pressão crítica e volume crítico. As
variáveis críticas para alguns gases são apresentadas a seguir.
GÁS TC (K) PC (bar) VC/n (cm3.mol-1) ZC
Nitrogênio N2 126.1 33.9 90.0 0.292
Metano CH4 190.6 46.0 99.0 0.288
Etileno C2H4 282.4 51.2 127.4 0.278
Benzeno C6H6 562.2 49.0 254 0.266
Dióxido de carbono CO2 304.2 74.0 96 _
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Calorimetria: mudanças de estado físico
O calor se comportava como uma substância que pode fluir de um corpo para outro, mas cuja
quantidade permanece constante. Esta idéia foi aceita por muitos pesquisadores.
Para entendermos este conceito devemos rever a algumas propriedades dos materiais:
Com a experiência de Joule (Fig.3), na qual um certo corpo A, caindo de uma altura h, faz
girar uma hélice no interior de um líquido e, com isso, aumenta a temperatura do líquido,
verifica-se a equivalência entre o trabalho mecânico e o calor. O assim chamado equivalente
mecânico do calor é a relação 1 cal 4,2 J. Caloria é a quantidade de energia necessária para
elevar a temperatura de uma grama de água de 14,5 0C para 15,5 0C.
Quando, à pressão constante, uma substância recebe (absorve) calor sensível, sua
temperatura aumenta: se o calor é latente, ocorre mudança de estado, mantendo-se a mesma
temperatura.
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IMPORTANTE:
1) O termo sublimação é usado para designar a mudança do sólido - gasoso. Alguns autores
classificam a passagem do sólido - gasoso como sublimação direta ou 1ª sublimação, e a
passagem gasoso - sólido como sublimação inversa ou 2ª sublimação.
Na CNTP o melhor exemplo de sublimação é o da naftalina, que passa do estado sólido
diretamente para o gasoso.
2) A mudança líquido - gasoso, que chamamos vaporização, deve ser subdividida em:
Evaporação: é um processo espontâneo e lento, que se verifica a uma temperatura qualquer e
depende da área de contato.
Na evaporação, quanto maior a área de contato mais rapidamente se processa a passagem
do estado líquido para o gasoso.
Ebulição: é um processo que se verifica a uma determinada temperatura (a pressão tem
influência sobre a temperatura, veremos posteriormente). Logo é um processo forçado. É mais
rápido que a evaporação.
Calefação: ocorre quando uma massa de líquido cai sobre uma superfície aquecida a uma
temperatura superior a temperatura de ebulição do líquido.
A calefação é um processo quase instantâneo. Ao observarmos gotas d’água caírem sobre
uma chapa bem quente, notamos que as gotas vaporizam rapidamente emitindo um chiado
característico.
Calor latente
Calor latente de mudança de estado L é a quantidade de calor, por unidade de massa, que é
necessário fornecer ou retirar de um dado corpo, a uma certa pressão, para que ocorra a
mudança de estado, sem variação de temperatura.
Q
Matematicamente: L =
m
Da definição de calor latente resulta sua unidade de medida: cal/g , J/g, KJ/kg, BTU/lb, etc.
A quantidade de calor envolvida na mudança de estado decorre da definição de calor latente.
Q=m.L
IMPORTANTE:
À pressão constante, toda substância sofre mudança de estado a uma determinada
temperatura.
À pressão constante, durante a mudança de estado a temperatura se mantém constante.
Nas mesmas condições, a quantidade de calor recebida (absorvida) ou cedida (liberada) por
uma dada substância, durante a mudança de estado, é, em valor absoluto, igual para a
unidade de sua massa.
Exemplo:
Calor latente de fusão do gelo: LF = 80cal/g
Calor latente de solidificação da água: LS = - 80 cal/g
26
O sinal (+) refere-se à quantidade de calor recebida (absorvida) pela substância, e o sinal (-) à
quantidade de calor cedida (liberada) pela mesma.
Influência da pressão
A pressão influencia a temperatura de fusão desses dois grupos de maneira distinta, vejamos.
Tudo o que foi dito sobre a temperatura de fusão também é válido para a temperatura de
solidificação.
Equilíbrio Térmico
Em um sistema isolado, em que são colocados dois corpos com temperaturas diferentes de
massa m1 e m2 e temperaturas T1 e T2 respectivamente. Admitindo que não ocorre mudança
de estado físico e nem a ocorrência de reação química. O calor cedido pelo corpo quente será
igual ao calor recebido pelo corpo frio, assim, ao final ocorrerá um equilíbrio térmico em que
as temperaturas se igualarão. O calor é simbolizado por q.
Quando 2 sistemas estão em equilíbrio térmico com um terceiro sistema, estes estão em
equilíbrio térmico entre si.
Importante: quando dois ou mais corpos trocam calor em um sistema, no equilíbrio térmico
tem-se que a soma dos calores cedidos é igual à somatória dos calores recebidos.
Qcedido + Qrecebido = 0
27
Capacidade térmica ( C )
Capacidade térmica (C): de um corpo é a quantidade de calor necessária para elevar sua
temperatura em 1º C. Por definição é o fluxo diferencial de calor dq e da variação dT
Matematicamente:
Q
C=
dT
Onde q é a quantidade de calor absorvida pelo corpo e dT é a variação de temperatura sofrida
pelo corpo. A capacidade calorífica assim calculada pode ser chamada capacidade calorífica
Q
instantânea, nos casos em que escrevemos: C = capacidade calorífica média, pois varia
T
com a temperatura.
Importante: iremos estudar mais profundamente este assunto depois que entrarmos em
termodinâmica propriamente dito.
Calor Específico ( c )
O calor específico é igual à quantidade de calor necessária para elevar em um grau Celsius a
temperatura da unidade de massa de uma substância.
O calor específico nada mais é do que a capacidade calorífica por unidade de massa
C Q
C = cm → c = →c = → Q = m c T
m T m
Onde c é o calor específico (cal/g ºC), m é a massa (g), t é a variação de temperatura (ºC) e
q é o calor recebido pela massa (cal).
O calor específico assim definido varia grandemente de uma substância para outra, mas,
tomando amostras com o mesmo número de partículas, isso não acontece.
Para caracterizar não o corpo, mas a substância que o constitui, define-se o calor específico
como a capacidade térmica por unidade de massa do corpo:
1 Q
c=
m T
O calor específico assim definido varia grandemente de uma substância para outra mas,
tomando amostras com o mesmo número de partículas, isso não acontece. Por isso, define-se
também a capacidade térmica molar:
1 Q
C=
n T
1 Q
C=
n T
No calorímetro de água (calorímetro que usa a água como fonte receptora do calor
desenvolvido pela reação química) o cálculo do calor se faz dessa equação.
O calor específico varia com a temperatura assim conforme já enunciado para capacidade
calorífica, podemos escrever também na forma de calor específico instantâneo. Para uma
determinada faixa de temperatura podemos falar em calor específico médio. É o que mostra a
tabela:
Substância Calor específico (cal/g.ºC) Temperatura
Alumínio 0,219 15 a 185
Cobre 0,093 10 a 100
Ferro 0,119 20 a 100
Latão 0,094 15 a 100
Madeira 0,42 zero
Estritamente falando, o calor específico depende da temperatura e das condições nas quais a
energia é transferida ao sistema. Assim, para elevar a temperatura de certo corpo de T 1 para
T2 deve-se fornecer uma quantidade de energia na forma de calor dada por:
T2 T2
QP = m cP (T ) dT ou QV = m c V (T )dT
T1 T1
Calorímetros
Calorímetros são aparelhos usados para medir a quantidade de calor, que é liberada ou
absorvida numa transformação física ou química.
29
Colocando-se um corpo aquecido (ou provocando uma reação química) dentro da água,
podemos calcular a quantidade de calor que é liberada pelo corpo ou pela reação.
-a quantidade de calor cedida pelo corpo (ou pela reação) é igual à quantidade de calor
recebida pela água.
Qc + Qr = 0
- a quantidade de calor recebida pela água (ou por qualquer substância) é dada pela fórmula.
Qr = m.c. t
onde m = massa da substância (gramas)
c = calor específico da substância (cal/g . ºC)
t = variação da temperatura (ºC)
Qágua = m . T
- não só a água, mas o próprio aparelho absorve parte do calor emitido pelo corpo aquecido,
que nós colocamos no calorímetro. Este fato é considerado de forma simples: como o
aparelho é sempre o mesmo, o que ele absorve de calor por ºC é constante e denominado
“capacidade térmica” ou “capacidade calorífica” (cal/ºC)
Qcalorimetro = C . T
30
Bomba calorimétrica
Colocamos no aparelho, sobre uma pequena placa metálica, uma massa conhecida de grafite,
que deve ser atravessada por um fio de ignição. Rosqueamos a tampa do aparelho e
introduzimos oxigênio puro, em excesso e sob pressão. O aparelho é mergulhado na água de
um calorímetro e os seus contatos são ligados a uma fonte de energia elétrica. Ligada à fonte,
a corrente incandesce o fio de ignição e provoca a queima da grafite. A quantia de calor que
“sai” da bomba é absorvida pelo calorímetro e é calculada conforme explicado acima.
Qr + Qa + Qc = 0
Qr = calor liberado pela reação
Qa = calor absorvido pela água
Qc = calor absorvido pelo calorímetro
O estudo da interação entre polímeros e surfatantes pode ser realizada através da utilização
de técnicas calorimétricas, titulação clorimétrica isotérmica (ITC) e calorimetria diferencial de
varredura de alta sensibilidade (HSDSC). Como resultados imediatos pode ser verificado a
variação do Cp excesso da solução (HSDSC) ou o fluxo de calor (ITC), em ambos os casos
pode ser verificado a variação de energia entalpica envolvido no processo estudado.
31
32
Termodinâmica
Como já visto anteriormente, Um sistema está isolado quando contido por paredes
adiabáticas, ou seja, quando não pode trocar energia na forma de calor com a vizinhança. É
um fato experimental que um sistema isolado sempre tende a um estado de equilíbrio térmico,
isto é, um estado para o qual as variáveis macroscópicas que o caracterizam não mudam com
o tempo.
Quando dois sistemas estão separados por uma parede diatérmica, dizemos que estão em
contato térmico. Colocando em contato térmico dois sistemas que, isoladamente, estavam em
equilíbrio térmico, observam-se mudanças em suas variáveis macroscópicas até que
alcancem novos valores que permanecem constantes com o tempo. Dizemos, então, que os
dois sistemas estão em equilíbrio térmico um com o outro. O conceito de temperatura está
associado ao seguinte fato experimental, conhecido como lei zero da Termodinâmica: dois
sistemas em equilíbrio térmico com um terceiro, estão em equilíbrio térmico ente si.
Para a maior parte das pessoas a temperatura é um conceito intuitivo baseado nas sensações
de "quente" e "frio" proveniente do tato. De acordo com a segunda lei da termodinâmica, a
temperatura está relacionada com o calor ficando estabelecido que este, na ausência de
outros efeitos, flui do corpo de temperatura mais alta para o de temperatura mais baixa
espontaneamente. O funcionamento dos termômetros está baseada na lei zero da
termodinâmica pois são colocados em contato com um corpo ou fluido do qual se deseja
conhecer a temperatura até que este entre em equilíbrio térmico com o respectivo corpo. A
escala do aparelho foi construída comparando-a com um termômetro padrão ou com pontos
físicos fixos de determinadas substâncias. Quatro escalas de temperatura são hoje usadas
para se referir à temperatura, duas escalas absolutas e duas escalas relativas; são elas
respectivamente:
33
Escala: KELVIN (K) e RANKINE (°R) e escala Celsius (°C) e Fahrenheit (°F).
A figura abaixo mostra as quatro escalas de temperatura e a relação entre elas.
Tipos de Termômetros
- Termômetro de Mercúrio em vidro (expansão volumétrica)
- Termômetro de Alcool em vidro (expansão volumétrica)
- Termômetro de Par Bimetálico (dilatação linear diferenciada)
- Termômetro de Termistores (variação da resistividade)
- Termômetro de Gás Perfeito (expansão volumétrica)
- Termômetro de Termopar (força eletromotriz)
- Pirômetro Ótico (cor da chama)
Como exemplo, consideremos um certo gás confinado a um cilindro com um pistão móvel sem
atrito, ambos termicamente isolados. O gás pode ser comprimido quase-estaticamente
colocando-se sobre o pistão, um a um e lentamente, grãos de areia. O processo é reversível
porque pode ser invertido retirando-se um a um, lentamente e na ordem inversa de sua
colocação, os grãos de areia. Caso exista atrito entre o cilindro e o pistão, este só pode ser
colocado em movimento com um certo número mínimo de grãos de areia de uma só vez, já
que o atrito o "prende" ao cilindro. Assim, o processo de compressão não pode ser quase-
estático nem reversível. E caso o pistão já estivesse se deslocando lentamente, comprimindo
o gás com a colocação lenta de grãos de areia, o seu movimento só poderia ser invertido com
34
a retirada de um certo número mínimo de grãos de areia de uma só vez. O processo poderia
ser quase-estático, mas não reversível.
O trabalho pode ser feito sobre o sistema, ou as vizinhanças de um sistema podem realizar
trabalho sobre este. Para qualquer sistema , W é um número positivo quando as vizinhanças
realizam trabalho sobre o sistema e negativo quando o sistema realiza trabalho sobre as
vizinhanças.
Resumindo:
Processo: Sinal do W
As vizinhanças realizam trabalho sobre o sistema Positivo (W>0)
O sistema realiza trabalho sobre as vizinhanças Negativo (W<0)
Na química, a maneira mais importante pela qual um sistema realiza trabalho é por expansão,
assim, ele empurra suas vizinhanças.Para que ocorra a expansão a força exercida pelo
sistema sobre o pistão deve ser maior que a força externa exercida pelo pistão (vizinhanças).
Trabalho é feito sobre o sistema por suas vizinhanças quando ele é comprimido. Neste caso, a
força exercida sobre o pistão pelo sistema é menor que a força externa e, produz-se assim a
compressão, ao invés de expansão.
35
Em um sistema, não se mede diretamente a energia U, mas, é importante conhecer a variação
da energia interna U do sistema durante um processo termodinâmico. U = Ufinal – Uinicial
Por outro lado, se trabalho é realizado pelo ou sobre o sistema, mas não há calor absorvido ou
liberado: U = W (não há calor na transformação)
Quando calor e trabalho estão envolvidos, a variação de energia segue a primeira lei da
termodinâmica.
A maioria dos sistemas se expande quando aquecidos a pressão constante. Estes sistemas
realizam trabalho sobre as respectivas vizinhanças e parte da energia que recebem na forma
de calor escapa como trabalho para as vizinhanças. Por isso a temperatura se eleva mais
lentamente quando aquecido a pressão constante do que quando aquecido a volume
constante. Uma menor variação de temperatura significa maior capacidade calorífica assim
podemos dizer que para um gás perfeito que: Cp –Cv =nR
36
Na primeira etapa U = 0, pois como a energia interna provêm das energias cinéticas e esta
está compensada pela pressão constante então o U será somente devido a segunda etapa
em que ocorre variação de temperatura a volume constante assim: U = Cv(T) e o U = W
Há dois tipos de trocas energéticas com meio exterior em um processo termodinâmico sofrido
por gás: o calor Q e o trabalho W. A variação de energia U sofrida pelo sistema é
conseqüência do balanço energéticos entre essas duas quantidades. Se o gás receber do
meio exterior uma quantidade de calor Q = 20 J e realizou um trabalho sobre o meio exterior
W =3, sua energia interna aumentou U = 17 J. O gás recebeu 20 J de energia sob a forma de
calor, perdeu 3 J de energia sob a forma de trabalho, tendo absorvido 17 J de energia que
aumentaram a energia cinética de suas moléculas, e, sua energia interna.
Sendo Q a quantidade de calor trocada pelo sistema, W o trabalho sobre o sistema e U a
variação de energia interna, escreve-se: U = Q + W
Essa expressão traduz a Primeira Lei da Termodinâmica. Pois a variação da energia interna
de um sistema é dada pela soma do calor trocado com o meio exterior e o trabalho realizado
sobre o sistema no processo termodinâmico.
Apesar de ter sido tomado como exemplo um gás. Pode ocorrer com qualquer material em
que ocorra a troca de energia.
Transformações gasosas
O produto de M do gás pelo Mcp = cp é denominado calor molar a pressão constante, sendo
expresso em cal/ mol K ou J/mol K.
A quantidade de calor trocado se escreve: Q = ncpT
Em uma expressão isobárica, a quantidade de calor recebida é maior que o trabalho realizado.
Transformação isocórica:
Em uma transformação isocórica, a variação de energia interna do gás é igual à quantidade de
calor trocada com o meio exterior. U = Q
Transformação adiabática
Um gás sofre uma transformação adiabática quando não troca calor com o meio exterior:Q = 0
37
Em uma transformação adiabática, a variação de energia interna é igual em módulo e de sinal
contrário ao trabalho realizado na transformação. Aplicando a primeira lei da termodinâmica,
temos: U = Q +W e sendo Q = 0, tem-se: U = - W
Algumas coisas ocorrem naturalmente, outras não. Um gás, por exemplo, se expande até
ocupar todo o volume finito que lhe é oferecido. Um corpo quente se resfria até atingir a
temperatura ambiente e uma reação química ocorre em um sentido e não no sentido inverso.
Alguma característica do mundo natural determina o sentido da transformação espontânea, no
sentido que não exige de trabalho para se realizar. No caso de se confinar um gás em um
pequeno volume, ou resfriar um corpo num refrigerador, ou forçar uma reação num sentido
inverso do natural. Nenhum destes processos, no entanto, ocorre espontaneamente e cada
qual só se realiza mediante a intervenção de trabalho. O reconhecimento da existência de
duas classes de processos, os espontâneos e os não espontâneos está resumido na segunda
lei da termodinâmica. A segunda lei da termodinâmica afirma que: a entropia do universo
aumenta continuamente
O que determina o sentido da mudança espontânea não é a energia total do sistema, pois
esta se conserva em qualquer processo (1 lei da termodinâmica). Assim, teremos que
entender esta espontaneidade através da dispersão mais desordenada da energia. Tomemos
como exemplo: o soltar de uma bola, ela irá pular até parar e seus pulos irão sempre menores
do que o pulo anterior, devido às colisões com o solo que diminuem a sua energia cinética. No
sentido geral da mudança espontânea leva a bola ao estado de repouso com toda a energia
cinética inicial degradada no movimento térmico dos átomos da superfície da bola. Ou seja,
uma bola em repouso sobre uma superfície quente jamais principia, espontaneamente a pular
sobre ela, pois o calor que é uma transmissão desordenada de energia deveria se deslocar
todas na mesma direção para que a bola se deslocasse para o alto. A localização de
movimentos caóticos num único movimento ordenado é tão improvável que a situação suposta
da bola começar a pular espontaneamente sobre uma superfície quente se torna praticamente
impossível. Aparentemente podemos modelar algumas situações espontâneas.
A mudança espontânea é aquela que leva a dispersão caótica maior do que da energia total
38
do sistema isolado. No caso da bola que pula sobre uma superfície, pois a energia se dissipa
como movimento térmico dos átomos da superfície. O processo inverso se torna impossível,
pois, é muito improvável que uma distribuição caótica de energia se organize na energia
localizada de um movimento.
(a) Uma bola em repouso sobre uma (b) para que uma bola suba no ar, parte do
superfície quente, os átomos possuem movimento caótico de vibrações teria que
movimentação caótica. transformar em movimento organizado e
dirigido.
Considere um recipiente rígido e bem isolado dividido em dois compartimentos, um dos quais
contendo um gás e outro evacuado (P=0). Admita que a parede que separa os dois
compartimentos tem orifício pelo qual o gás flui e se expande, preenchendo todo o recipiente.
Tal expansão é certamente espontânea, mas a energia do gás diminui durante o processo?
Podemos citar inúmeros processos como esses: copos que se quebram ao cair no chão,
pilhas de lanterna que se descarregam, gelo que se derrete dentro do guaraná e assim vai. O
que todos esses processos têm em comum é que podem ocorrer em um sentido, mas não
ocorrem, espontaneamente, no sentido oposto. São processos de mão única. Em termos
mais técnicos, eles são chamados de processos irreversíveis, pois não revertem
espontaneamente.
Entropia
39
Os processos termodinamicamente irreversíveis (como o resfriamento de um corpo até a
temperatura ambiente ou a expansão livre de um gás) são processos espontâneos e são
acompanhados por um aumento da entropia.
A entropia pode ser definida como: a medida da desordem de um sistema. Que nos permite
dizer se um certo estado é acessível a partir de outro por meio de uma transformação
espontânea. A primeira lei aproveita-se da energia para identificar as mudanças permitidas, a
segunda lei usa a entropia para identificar as mudanças espontâneas entre as mudanças
permitidas.
Num sistema isolado, um fenômeno espontâneo vem sempre junto com um aumento da
desordem e prossegue até o equilíbrio onde a desordem é máxima.
O resultado obtido para o conjunto das partículas acima estabelece uma ligação entre a
entropia e a transferência de energia térmica durante um processo reversível. Este resultado,
é, como podemos mostrar, válido neste caso totalmente geral. Em conseqüência:
dq
Geralmente, utilizamos a segunda lei da termodinâmica sob a forma: dS
T
dq
Para que uma transformação pudesse prosseguir que se decompõe em : dS =
T
dq
O processo é reversível (no equilíbrio) dS
T
dq
O processo é irreversível (espontâneo) dS
T
O processo é impossível (não se faz)
41
Entropias absolutas 5º(cal/mol . K ) a 25ºC
Líquidos
Metanol, CH3OH 30,3 Ácido acético, CH2COOH 38,2
Etanol, C2H5OH 38,4 Benzeno, C6H6 48,5
Acido nítrico, HNO3 37,22
Quando se transfere energia para uma amostra material em quantidades muito pequenas, de
maneira que a variação de temperatura seja muito pequena, a variação de entropia se calcula
como S = q/T, onde q é o calor trocado e T a temperatura absoluta em que se dá a troca
térmica. Principiando tão perto do zero absoluto quanto possível e fornecendo sucessivamente
pequenas quantidades de energia para a amostra, é possível ter a variação da entropia
correspondente a cada pequena variação de temperatura. Estas variações de entropia podem
ser somadas para se ter à entropia total (absoluta) de uma substancia a qualquer temperatura.
A entropia é uma função de estado. Para provar isso é necessário mostrar que para um ciclo,
ou seja, partindo de um ponto e retornando ao mesmo ponto a variação de entropia deve ser
nula. Não importando o caminho que se faça.
dqrev
T
=0
Um dos primeiros cientistas que mais se intrigou com esta questão foi o engenheiro francês
Sadi Carnot (1796 -1832). Ele supôs que uma máquina ideal não teria atrito. Ela seria uma
máquina reversível. O Calor sempre passa de um objeto mais quente para um objeto mais frio.
Um motor reversível é aquele em que a transferência de calor pode mudar de direção, se a
temperatura de um dos objetos é mudada de por um valor infinitesimal. Quando um motor
reversível faz com que calor entre em um sistema, o fluxo se dá como resultado de uma
diferença infinitesimal de temperatura, ou porque foi realizado um trabalho infinitesimal sobre o
sistema. Se tal processo pudesse ser realmente realizado, ele seria caracterizado por um
estado contínuo de equilíbrio e iria ocorrer a uma taxa tão lenta que necessitaria um tempo
infinito. Um motor real sempre envolve ao menos uma certa quantidade de irreversibilidade.
Calor não irá fluir sem uma diferença finita de temperatura, e o atrito não pode ser eliminado.
Carnot mostrou que (veja o ciclo de Carnot mais abaixo), se um motor reversível ideal absorve
uma quantidade de calor Q1 de um reservatório a temperatura T1 e elimina uma quantidade de
calor Q2 para um reservatório a temperatura T2, então Q1/T1 = Q2/T2. Nesta relação T é a
temperatura absoluta, medida em Kelvin e um reservatório de calor é um sistema, como um
lago, que é tão grande que sua temperatura não muda quando o calor envolvido no processo
considerado passa para dentro ou para fora do reservatório. O resultado de Carnot vale para
42
qualquer motor reversível. Qualquer motor real elimina mais energia Q2 para um reservatório a
T2 que um motor reversível.
Suponha que tenhamos um reservatório de água quente. Podemos tomar uma quantidade de
calor Q1 desse reservatório e convertê-lo em trabalho? Somente se tivermos um lugar à
temperatura mais baixa T2 onde possamos eliminar alguma parte do calor. Um motor não
pode realizar trabalho simplesmente removendo calor de um reservatório a uma temperatura
fixa. Esta é uma maneira de se expressar a segunda lei da termodinâmica. Para converter
calor em trabalho, precisamos pelo menos de dois lugares com temperaturas diferentes. Se
tomarmos Q1 à temperatura T1 devemos eliminar pelo menos Q2 à temperatura T2. A máxima
quantidade de trabalho que podemos tirar de um motor é, portanto
W = Q1 - Q2 = Q1 –(Q1xT2)/T1 = Q1 (1 – T2/T1). W é positivo se T1 for maior do que T2.
O rendimento de um motor ou a sua eficiência
máxima é a razão do trabalho obtido e a
energia absorvida a temperatura mais alta. O
rendimento de tal motor é
O rendimento de uma máquina a vapor tomando calor a 100 oC = 373 K e eliminando calor à
temperatura ambiente 20 oC = 293 K é (373 - 293 ) / 373 = 0.21 = 21%.
Uma outra maneira de expressar a segunda lei é dizer que calor não pode fluir livremente de
um material mais frio para um material mais quente. Se ele pudesse, então o calor eliminado à
temperatura T2 poderia fluir de volta ao reservatório à temperatura T1 e o efeito final seria uma
quantidade de calor Q = Q1 - Q2 tomado à T1 e convertido em calor com nenhuma mudança
no sistema.
Vamos agora supor que queiramos tirar calor de um lugar com temperatura T1 e eliminá-lo à
temperatura maior T2. Suponha que você queira construir um refrigerador ou um ar
condicionado. Para isso definimos um coeficiente de qualidade que é o rendimento, como a
razão da quantidade de calor removida à temperatura mais baixa dividido pelo calor colocado
no sistema pela máquina, = Q1 / (-W) = Q1/(Q2 - Q1).
O rendimento é dado por:
43
Uma bomba de calor é um refrigerador cujo lado interno é o ambiente externo ao quarto, e
cujo lado externo é o quarto a ser aquecido. O rendimento máximo para uma bomba de calor
é = Tdentro / (Tfora – Tdentro). Se a temperatura do ambiente externo for 5oC = 278K e a
temperatura do quarto for 25oC = 298K então = 298/(298–278) = 14.9. No entanto, se a
temperatura do ambiente externo cai para -10 oC = 263K então = 298/(298 –263) = 8.5.
Nas transformações naturais, as conversões energéticas são tais que a energia total
permanece constante, de acordo com o princípio da conservação de energia, a primeira lei de
termodinâmica é uma reafirmação desse princípio. De Acordo com a Segunda Lei da
termodinâmica, nas transformações naturais, a energia se "degrada" de uma forma
organizada para uma desordenada, isto é, a energia térmica. E por essa lei, a energia térmica
circula de regiões mais quentes para as mais frias.
Ciclo de Carnot
Carnot idealizou, em 1824, um ciclo que proporcionaria rendimento máximo a uma máquina
térmica. Esse ciclo consta de quatro transformações que se dão alternadamente: duas
adiabáticas e duas isotérmicas, que são, assim como o ciclo, reversíveis.
Quando percorrido no sentido horário, o trabalho W é
positivo e medido pela área do ciclo.
Carnot demonstrou que, nesse ciclo, as quantidades de
calor trocadas com as fontes quente e fria são proporcionais
às respectivas temperaturas absolutas das fontes:
Q1/T1= Q2/T2
O rendimento da máquina de Carnot pode ser expresso por:
= 1 - Q2/Q1
Q2/Q1= T2/T1
=1 - T2/T1
Portanto, o rendimento do ciclo de Carnot é função
exclusiva das temperaturas absolutas das fontes quente e
fria e não depende da substância utilizada.
Essa fórmula corresponde ao máximo rendimento de uma máquina térmica operando entre as
temperaturas T1 (fonte quente) e T2 (fonte fria). Há ciclos teóricos reversíveis que podem ter
rendimento igual ao do ciclo de Carnot, porém nunca maior, já que este é o máximo
rendimento possível para uma máquina térmica. Este rendimento nunca pode chegar a 100%
(n =1), pois para ela deveria operar entre fonte quente e uma fonte fria à 0K (zero absoluto), o
que é irrealizável na prática, além de contrariar a Segunda Lei da termodinâmica, pois
converteria calor em trabalho, integralmente: N = W/Q1 se = 1 e W = Q1
Um estado de entropia mínima é um estado de ordenação máxima. Tal estado somente pode
existir para um cristal puro e perfeito, no zero absoluto. Cada átomo vibra com uma energia
mínima em posições fixas no retículo cristalino. Há, então, um mínimo de acaso ou desordem
relativamente à posição e à energia.
44
Entalpia
Se o volume não é constante a variação da energia interna não é igual ao calor recebido pelo
sistema, parte desta energia fornecida será utilizada para o trabalho de expansão. Assim o
calor fornecido a pressão constante será igual a outra propriedade termodinâmica que será a
entalpia (H)
Definição de entalpia
A variação de entalpia é igual ao calor fornecido ao sistema a pressão constante desde que o
sistema só efetue o trabalho de expansão.
Microscopicamente falando:
A entalpia varia com a quando a temperatura se eleva. Esta variação depende das condições
adotadas. Se a pressão é constante. O coeficiente angular da curva é a capacidade calorífica
H
à pressão constante e é dada por: C p =
T p
45
Figura: A curva de entalpia de um sistema mantido a pressão constante contra a temperatura tem o
coeficiente angular, em cada ponto, igual à capacidade calorífica a pressão constante. Este coeficiente
pode variar com a temperatura, pois a capacidade calorífica pode variar com a temperatura. Na figura,
a capacidade calorífica em A é diferente da capacidade calorífica em B. No caso dos gases, o
coeficiente angular da curva da entalpia contra a temperatura é maior do que o coeficiente angular da
curva de energia interna contra temperatura, pois Cp é maior do que Cv
Termoquímica
As reações químicas são acompanhadas por variações de energia que podem assumir as
mais diversas formas: calor, luz, eletricidade, etc. De modo geral, o estudo das trocas
energéticas associadas às transformações físicas e químicas é chamado de Termodinâmica; a
sua aplicação às reações químicas é denominada de Termoquímica. Portanto:
Termoquímica é o ramo da Química que estuda as trocas de calor que ocorrem durante as
reações. O calor não é a única forma de energia envolvida nos processos químicos. Assim,
pode-se obter energia elétrica a partir de reações químicas em pilhas e baterias; organismos
como os vaga-lumes são capazes de produzir luz por processos químicos, etc. As leis da
Termodinâmica são aplicáveis a todas estas situações, permitindo determinar as quantidades
de energia envolvidas nas reações químicas conhecendo-se os estados inicial e final do
sistema, ou seja, os reagentes e produtos.
Por outro lado, informações sobre o modo como uma reação química ocorre (velocidade e
mecanismos) são encontradas em outro ramo da Química denominadas Cinética Químicas.
Ao acender um fósforo, observa-se que este processo libera calor, esta queima do fósforo é
chamada reação de combustão. Muitas reações químicas podem liberar ou absorver calor,
que podem ser classificados por:
46
Reações exotérmicas são aquelas que liberam calor (exo = para fora, térmica = calor).
1
1H2(g) + O2(g) → 1 H2O(l) + 285,8 KJ
2
Leitura da equação
1
“Quando 1 mol de hidrogênio gasoso reage com mol de oxigênio gasoso, se transformam
2
em 1 mol de água líquida e liberam 285,8 KJ para o meio ambiente.”
Reações endotérmicas são aquelas que absorvem calor (endo = dentro; térmica=calor).
1
1 HgO(s) + 90,7 KJ → 1 Hg(l) + O2(g)
2
Leitura
“Quando 1 mol de óxido de mercúrio sólido absorve 90,7 KJ do meio ambiente, ele se
1
transforma em 1 mol de Hg líquido e mol de oxigênio gasoso.”
2
A maneira mais usual de se escrever a variação de entalpia de um sistema é H
H = Hfinal - Hinicial
O estado padrão de uma substância pura, numa certa temperatura é dada a uma pressão de 1
atm.
Exemplo a estado padrão do etanol a 298K é líquido puro,sob a pressão de 1 atm, o estado
padrão do ferro puro a 500K é o ferro sólido a 500K.
Conforme já dito a variação de entalpia padrão pode ser descrida de várias maneiras:
Entalpia padrão de transição (transformação física) Hfusão e Hvaporização Hsublimação
Entalpias que envolvem reações químicas: Hformação, H neutralização, H combustão,
Hdissolução, etc.
A variação de entalpia padrão que acompanha uma mudança de estado físico pe a entalpia
padrão de transição e se representa porHtrs. A entalpia padrão de vaporização Hvap é um
exemplo e oHfus é outro.
47
H2O(s) → H2O(l) Hfusão = +6,01kJ.mol-1
Como entalpia é uma função de estado o valor do H não se altera qualquer que seja o
processo de transformação de um sólido desde que são se alterem os estados finais e iniciais.
Será em 2 etapas
Assim:
48
Variação de entalpia para reações químicas
A + B → C + D H = ?
| | | |
HAº HBº HCº HDº
49
Calores de reação, Lei de Hess, energia de ligação.
H =Hprodutos - Hreagentes
Se for uma reação realizada em um calorímetro a pressão atmosférica em podemos dizer que
H =qp
Porém, se for utilizada uma bomba calorimétrica, obterá-se o U e assim calcular o H
através da equação: H = U + (PV)
Para líquidos e sólidos os valores (P.V) a baixas pressões (até mais ou menos 1 atm) são
desprezíveis, pois varia muito pouco. Assim podemos nestes casos dizer que q v qp.. Para
altas pressões (ex. no fundo do oceano) o (P.V) deve ser considerado.
Exemplo resolvido:
Qual o H para esta reação? SO2 + ½ O2 → SO3. Sabendo que o calor obtido na bomba
calorimétrica foi de –97030J a 298K. Dados R = 8,314 J/(mol.K)
n = nprodutos –nreagentes = 1 – (1+1/2) = -1/2
Assim: H =-97030-1/2(8,313x298) = -98270J
Estados físicos dos reagentes e produtos. A mudança do estado físico dos reagentes e
produtos pode alterar o valor do H, pois dependendo do estado físico, é absorvida ou
liberada mais ou menos energia.
51
Podemos explicar essas diferenças apelando para o fato de que estados físicos diferentes de
uma mesma substância apresentam entalpias diferentes.
A mudança de estado físico de uma substância altera seu conteúdo energético (entalpia),
acarretando uma alteração no H do processo do qual a referida substância participa.
O estado alotrópico: A variação de entalpia (H) assume valores diferentes conforme o estado
alotrópico dos reagentes e produtos.
Gás oxigênio (O2) = mais estável, menor entalpia.
Gás ozônio (O3) = mais reativo, maior entalpia.
Carbono grafite (C6) = mais estável, menor entalpia.
Carbono diamante (C6) = mais reativo, maior entalpia
Fósforo vermelho (Pn) = mais estável, menor entalpia.
Fósforo branco (P4) = mais reativo, maior entalpia
Enxofre rômbico (S8) = mais estável, menor entalpia.
Enxofre monoclínico (S8) = mais reativo, maior entalpia
Exemplo:
52
Analisando esse diagrama, observa-se que a forma alotrópica grafite apresenta menor
entalpia, ou seja, a forma alotrópica grafite é mais estável que a forma diamante, pois quanto
menor o conteúdo de energia do sistema, maior será sua estabilidade.
Assim: a forma alotrópica mais estável apresenta menor entalpia e se atribui a essa forma a
entalpia zero.
1 1
1 H2(g) + O2(g) → 1H2O(g) 1H2(g) + O2(g) → 1H2O(g)
2 2
H(18ºC) = -57,78 Kcal H(25ºC) = -57,796 Kcal
53
LEI DE HESS
"Uma reação termoquímica pode ser expressa pela soma de duas ou mais equações, e como
conseqüência, o H global da equação é a soma dos H das etapas individuais."
2ª) A reação direta e inversa apresenta o mesmo valor de H, porém com sinais opostos.
H2(g) + ½ O2(g) → H2O(L) H = - 68kcal.
H2O(L) → H2(g) + ½ O2(g) H = + 68kcal.
Energia de ligação
54
INTERPRETANDO
É necessário fornecer + 104,2kcal a 1mol
de moléculas de H2 no estado gasoso para
que se formem 2 mols de átomos de
hidrogênio gasoso a 25ºC e 1atm.
3 ligações H-C e
4 ligações H-C 1 ligação Cl-Cl 1 ligação C-Cl 1 ligação H-Cl
deverão ser deverá ser deverão ser deverá ser
quebradas: quebrada: formadas: formada:
4(H-C) = 4.(414kJ) 1(Cl-Cl) = 243kJ 3(H-C) = 3(-414kJ) 1(H-Cl) = 1(-431kJ)
1(C-Cl) = 1(-331kJ)
1.899kJ - 2.004kJ
HR = - 105kJ
55
Espontaneidade - Energia livre ou energia de Gibbs – G
Quando uma pilha está fornecendo energia elétrica para acender uma lâmpada, está
ocorrendo, no seu interior, uma reação química que produz energia sob a forma de um
trabalho útil.
Essa energia se constitui na energia livre ou energia de Gibbs do sistema.
A energia que o sistema dispõe para a realização de trabalho útil corresponde ao seu
conteúdo global de energia (H) menos a energia que ele consome na sua organização (TS).
Este tipo de energia é a chamada energia livre ou energia de Gibbs.
Já vimos que um processo que ocorre com o aumento de entropia tende a ser espontâneo.
Porém, S > 0 não garante que o processo seja espontâneo; para tal, devemos considerar,
também, a variação de entropia que ocorre nas suas vizinhanças.
A variação da energia livre de um processo pode ser calculada pela fórmula abaixo.
G = H – T . S
56
O processo é espontâneo quando ocorre com diminuição de energia livre, ou seja quando
possui G negativo.
H – T . S Possibilidades G Processo
( - ) – (+) - G<0 espontâneo
|H| > |S| G<0 espontâneo
(-)–(-)
|H| < |S| G>0 não - espontâneo
(+)–(-) G>0 não – espontâneo
|H| < |S| G<0 espontâneo
(+)–(+)
|H| > |S| G>0 não - espontâneo
Processos exotérmicos que ocorrem com o aumento de entropia são sempre espontâneos.
Processos endotérmicos que ocorrem com diminuição de entropia são sempre não
espontâneos.
Você já pode observar que o congelamento da água será espontâneo somente a baixas
temperaturas, ou seja, quando:
57
Estados físicos da matéria (Sólidos e líquidos e gasosos)
Determinações Físico-Químicas
Cada dia se faz mais necessário e em muitos casos imprescindível, o controle de todas as
matérias que intervem em um processo de fabricação industrial. Pode-se estabelecer que este
controle é separado em 3 grupos:
- matérias-primas;
- produto acabado.
O controle de qualidade que se exige a um produto elaborado impõe uma periódica vigilância
do processo de fabricação, com freqüência são muitas as propriedades que interessam
conhecer e que se devem medir.
Para isso se deve ter certeza de qualidade dos diferentes produtos que fazem parte do
processo. Quais destas propriedades se devem determinar, dependendo do destino do
produto, exigência do mercado, tempo que deve permanecer em armazenamento.
Densidade
Ponto de fusão
Solubilidade em diferentes solventes
Produtos Sólidos quantidade de umidade
Estrutura cristalina
Propriedades magnéticas
Concentração
Densidade
Viscosidade
Tensão superficial
Produtos Líquidos Ponto de ebulição
Ponto de congelação
Calores latentes
Acidez
Alcalinidade
Para líquidos combustíveis: ponto de fulgor
Composição
Grau de pureza
Produtos Gasosos Umidade relativa
Poder de absorção
A realização prática da maioria destas determinações está normalizada assim como a forma
em que se devem expressar e resultados facilitando o seu estudo comparativo e estatístico.
Comumente são considerados como sólidos as formas de matéria que se apresentam rígidas
e possuem volume e forma definidos. A maior parte das substâncias com estas características
58
é de natureza cristalina. Nos cristais, os átomos, as moléculas ou os íons, se dispõem de uma
maneira regular, formando um arranjo tridimensional. A configuração espacial das partículas
de um cristal recebe o nome de rede cristalina.
Estrutura igual à de
um cristal (figura Metais,
Substâncias geométrica, sais,
cristalinas tridimensional, com açúcares,
rede ordenada mat.
constituída por Cerâmicos,
átomos ou bases,
Estado Sólido
moléculas ou íons ácidos.
em toda a sua
extensão
Substâncias Vidros,
não cristalinas Ausência de qualquer polímeros.
- amorfas cristalinidade ou
estrutura parcialmente
cristalina ou focos de
cristalinidade
59
Dureza ou resistência à abrasão: Notou-se que quando substâncias diferentes apresentam
valores elevados de dureza possuem retículo cristalino muito compacto e análogo ao
diamante.
Características óticas: são de interesse geralmente aos cristais transparentes e as mais
importantes são a refração e a birefração.
Características magnéticas: as características magnéticas não estão no arranjo do retículo
cristalino, mas sim no átomo ou na molécula, nos cristais observa-se a anisotropia magnética,
pois a variação da indução magnética com a direção das forças de campo magnético em
relação aos eixos cristalográficos, esta propriedade é bastante desfrutada na obtenção de
ímãs permanentes de grande potência fazendo solidificar uma liga num campo magnético de
forma que os cristais se orientem durante a solidificação, segundo direções mais vantajosas.
Características elétricas como as características magnéticas as características elétricas são
anisotrópicas, mas geralmente interessam os metais que são constituídos de agregados
microcristalinos orientados em todas as direções, de modo que não há necessidade de forçar
uma determinada direção com a finalidade de aumentar a condutividade elétrica.
Formação de Cristais
Um cristal ideal é construído por infinitas repetições regulares, nas três dimensões, de uma
unidade base de átomos iguais, como no caso de sólidos metálicos, ou diferentes, como nos
sólidos moleculares ou iônicos. Esta unidade base é chamada de célula unitária e é
classificada de acordo com a sua geometria (geometria das células) e possui energia
característica (energia cristalina), sendo que os átomos ocupam posições espaciais definidas
(posições nas células).
Sistemas Cristalinos
Existem vários tipos de redes cristalinas em três dimensões. Podemos representar algumas
delas usando simetria de grupo pontual, que estabelece quatorze tipos diferentes de redes
cristalinas, as quais são agrupadas em sete sistemas de acordo com a célula unitária:
triclínica, cúbica, monoclínica, ortorrômbica, tetragonal, trigonal e hexagonal, como mostra a
tabela a seguir.
a)- Nos sistemas triclínicos o único tipo de rede tem uma célula unitária primitiva (P), com três
eixos de comprimentos desiguais assim como todos os ângulos desiguais.
b)- No sistema monoclínico existem dois tipos de redes, um com a célula unitária primitiva e
outro com uma célula convencional não primitiva a qual é do tipo base-centrada (C) com os
pontos da rede nos centros das faces normais a cada eixo.
c)- No sistema ortorrômbico existem três quatro tipos de redes: uma rede tem uma célula
primitiva (P); uma rede é base-centrada (C); uma é corpo-centrado (I = Innenzentrierte no
alemão); e a última é face-centrada.
d)- No sistema tetragonal existem dois tipos de redes; sendo a primitiva um prisma de lados
quadrados; a segunda é do tipo corpo centrado.
60
e)- No sistema cúbico existem três redes; a cúbica simples (P) que é a primitiva; a corpo-
centrado (I ou bcc) e face-centrada (F ou FCC).
f)- No sistema trigonal escolhe-se usualmente a romboédrica como a célula unitária. A rede é
do tipo primitiva.
Formação – Impurezas
Entende-se por impureza como qualquer unidade presente num material, estranha à sua
formação.
Possui dois aspectos:
Negativo: quando lhe prejudica uma propriedade, desejada a uma aplicação. Ex.: excesso de
alumínio num bronze tornam-no menos duro, tornando inadequado a um produto que sofra um
desgaste por atrito; um sal com impureza além de um limite específico não se pode classificar
como produto p.a, para análises laboratoriais.
Positivo: quando lhe favorece uma propriedade, desejada a uma aplicação. Ex.: o cromo
adicionado ao aço, melhora a resistência à corrosão, desse produto.
61
Cristalinidade dos polímeros
62
A Energia de um Cristal
Estado Líquido
Nos líquidos, as moléculas são livres para se moverem umas em relação às outras ao passo
que nos sólidos os átomos ocupam posições rígidas. O estado líquido se caracteriza pelo fato
da energia cinética das moléculas já não ser suficiente para permitir que estas se separem
completamente, mas ela é suficiente para impedir que as forças de atração mobilizem as
moléculas em posições fixas.
Nos líquidos as moléculas mudam constantemente de lugar e elas podem deslizar facilmente
umas sobre as outras. Uma dada massa líquida possui um volume definido, mas tal como os
gases, os líquidos não têm forma própria. A forma de um líquido depende do recipiente em
que se acha colocado, entretanto, ao contrário dos gases, os líquidos apresentam uma
superfície que limita o espaço por eles ocupados. Esta superfície limite é responsável por
muitas propriedades características do estado líquido.
Em virtude da proximidade das moléculas, grandes pressões sobre os líquidos não são
capazes de ocasionar mais do que pequenas contrações de volume. Um dos efeitos da
elevação de temperatura é o de aumentar a energia cinética das moléculas, que assim se
opõem facilmente as forças de atração, ao mesmo tempo, o aquecimento ocasiona uma
pequena expansão da massa líquida.
63
De forma geral os líquidos possuem as seguintes características:
Quando submetidos a elevadas pressões
sofrem desprezíveis variações
volumétricas. Devido à proximidade entre
Incompressibilidade as moléculas não se observam nada além
do que uma pequena contração de
volume de um líquido quando submetido à
grandes pressões.
64
Movimento Browniano
Não pense que a trajetória da partícula browniana parece ser irregular porque o microscópio
não tem um aumento suficiente para mostrar os detalhes da curva. Nada disso. Com um
microscópio mais potente veríamos mais detalhes, realmente, mas a curva seria tão angulosa
e irregular quanto antes. Veja, na figura, como veríamos a curva usando microscópios cada
vez mais poderosos.
Como vemos, o visual da curva percorrida pela partícula browniana é o mesmo, para qualquer
aumento. Os cientistas dizem que uma curva com esse comportamento é "auto-similar". Isto é,
em qualquer aumento (ou "escala") a curva parece sempre do mesmo jeitão.
É claro que isso tem um limite, no caso real, pois, se tivéssemos microscópios muito potentes
acabaríamos vendo até as moléculas. Matematicamente, porém, não há limite para as
escalas.
Propriedades
3. Calor Específico: já definido, no estado sólido. Os líquidos na maioria das vezes, possuem
calor específico maior do que as substâncias no estado sólido. Ex.: CH2O = 1 cal/gºC
65
Estado Gasoso
Foi através destes estudos que o químico italiano Stanislao Cannizzaro estabeleceu o primeiro
método razoavelmente confiável de determinação das massas atômicas, em meados do
século XIX.
Do estudo das descargas elétricas em gases também resultaram importantes avanços nos
modelos atômicos. Por exemplo, foi a partir de experimentos com gases a baixa pressão que
Thomson propôs a existência de cargas elétricas no átomo. Desde a aceitação de seu
modelo, os elétrons passaram a ser reconhecidos como partículas universais constituintes de
toda matéria. Graças a essa conclusão, pode-se explicar, que um íon se forma com a entrada
ou saída de elétrons de um átomo.
Inúmeros são os exemplos de avanços teóricos aos quais os cientistas chegaram valendo-se
do estudo do estado gasoso. Muitos desses novos conhecimentos puderam ter utilização
prática em nossa vida.
66
Características Gerais dos Gases
O estado gasoso corresponde àquele em que as moléculas estão mais afastadas e mais livres
umas em relação às outras, havendo, por isso, possibilidade de grande variação de volume,
ao contrário do que acontece com sólidos e líquidos. No estado gasoso praticamente não há
interação entre as moléculas, em oposição ao que ocorre no estado sólido.
67
Massas iguais de uma mesma substância em estados físicos distintos têm volumes muito
diferentes, até mesmo se estiverem na mesma temperatura. a figura abaixo dá uma idéia
aproximada dessas diferenças de volume.
Diagramas de Fase
Toda a passagem de um estado de agregação para outro, pode ser considerado como um
equilíbrio resultante de duas tendências opostas. A primeira é a tendência atrativa devida a
ações mútuas das moléculas, e segunda é devido a tendência a dilatação. O estado de
agregação em que se encontra um corpo ou uma substância bem definida depende do
equilíbrio entre estas duas tendências. Um sistema se diz homogêneo quando apresentam em
todos os pontos propriedades físicas e composição química idêntica. Um sistema heterogêneo
é aquele constituído por diversas porções homogêneas, e cada porção é chamada de uma
fase.
Exemplo: Num gás (suas propriedades P,V e T) podemos variar P,V ou P,T ou V,T
independentemente um do outro sem que haja alteração do número de fases. Porém se
fixarmos os dois o terceiro valor está perfeitamente determinado. Este é um sistema
bivariante.
Se num mesmo sistema tivermos líquido e o seu vapor e fixarmos a temperatura, a pressão na
qual as duas fases coexistem possui valor pré-determinado, este tal sistema é chamado
monovariante.
Se tivermos em um sistema as: fases líquida, sólida e gasosa, o sistema não possui nenhum
grau de liberdade, pois variando qualquer um dos fatores, varia-se o número de fases. Este
sistema é chamado de invariante.
Regra das fases: Um dos cálculos mais elegantes de toda a termodinâmica química, Gibbs
deduziu a regra das fases, que relaciona a variância V, com o número de componentes,C e o
número de fases em equilíbrio, F. Quando se considera um sistema heterogêneo em
equilíbrio, ou seja, depois de um certo tempo, não se observa nenhuma variação do número
de fases, assim é possível estabelecer uma relação entre elas (o número de componentes
independentes e o número de fatores que regulam o equilíbrio para se obter a variância de um
sistema), ou seja, para se poder prever o comportamento deste sistema quando varia um ou
mais fatores que influem no equilíbrio.
68
Considerando-se um sistema em equilíbrio heterogêneo e sabendo-se que:
C = número de componentes independentes F = número de fases
V = C – F +2
Exemplo: Água pura: V = 1 – F +2, se somente uma fase está presente V = 2. Assim P e T
podem ser alterados independentemente uma da outra sem que se altere o número de fases.
Quando duas fases estiverem em equilíbrio, então V =1 assim a pressão está determinada
pela temperatura. Se tivermos as três fases em equilíbrio, V =0 neste caso o sistema é
invariante. As mudanças de fase dependem, entre outras coisas, da pressão. É possível
mostrar isso através de dois gráficos.
1º Caso : Substâncias puras em geral:
CF: Curva de fusão;
- CV: Curva de Vaporização;
- CS: Curva de Sublimação;
- PT: Ponto Triplo (três fases);
- PC: Ponto Crítico (separa gás de vapor);
69
Soluções
Sistemas dispersos
Imaginemos um sistema de duas ou mais fases, sendo uma contínua e as demais formadas
por porções separadas, distribuídas uniformemente no seio da primeira. Tal sistema é
chamado dispersão. Um exemplo multifásico do mesmo é o sangue, tendo como fase
contínua, ou dispersante, a água plasmática, e como dispersos uma infinidade de elementos
cujas unidades morfológicas apresentam dimensões que variam desde o nível de moléculas
pequenas até o dos elementos figurados (figura 1).
Quando as partículas dispersas possuem diâmetros
compreendidos entre 10-7 a 10-4 cm, a dispersão é
chamada coloidal; quando os diâmetros são maiores que
10-4 temos as dispersões grosseiras; e quando os
diâmetros são menores que 10-7 cm temos as soluções
verdadeiras ou, simplesmente, soluções. Do exposto,
podemos inferir que o sangue é uma dispersão complexa
ou mista. A classificação das dispersões, quanto ao
tamanho das partículas dispersas, não é efetuada de
forma arbitrária, mas está intimamente relacionada ao
comportamento físico-químico das mesmas. As
propriedades ópticas, a cinética das partículas, os
fenômenos de superfície, tais como adsorção e/ou
formação de camadas elétricas na interface dispersante-
disperso, a permeabilidade através de membranas e a
velocidade de sedimentação, quando sujeitas a ação de
efeitos centrífugos, são exemplos de condições
relacionadas ao tamanho das partículas dispersas; e a
diversidade de comportamento está nitidamente
relacionada aos limites apresentados acima para o
diâmetro das mesmas.
70
É costume chamar o constituinte presente em maior quantidade numa solução, de solvente; e
aos demais, de solutos. Em soluções aquosas, o solvente é a água.
Tipos de soluções
Conforme já estudado, quando se misturam dois ou mais gases que não reagem entre si,
sempre formam uma só fase em qualquer proporção.
Solução líquida
Uma solução liquida pode ser obtida através da adição de um soluto: sólido, líquido ou gás
que não que não reage com o meio líquido (solvente), e é chamada de solução quando
apresenta somente 1 fase (monofásica). A presença de mais de uma fase dependerá da
solubilidade do soluto no dado solvente. Alguns líquidos, tais como o álcool etílico e a água,
são miscíveis em todas as proporções. Outros, como o "óleo e a água", não são; cada líquido
tem somente um limite de solubilidade no outro, e uma vez que qualquer um destes limites é
excedido, a mistura separa em duas fases.
Solução sólida
Uma solução sólida é obtida pela combinação de dois sólidos miscíveis entre si, (ligas
metálicas).
71
Efeito da pressão: A solubilidade de um gás em qualquer solvente aumenta à medida que a
pressão do gás sobre o solvente aumenta (Lei de Henry). Já para a solubilidade dos sólidos e
dos líquidos não são afetados pela pressão.
A lei de Henry é válida também para soluções com vários gases como solutos, deste que
todos estejam em concentrações diluídas. K depende da natureza do gás e do solvente, bem
como da temperatura Mg = k·Pg
Mg: solubilidade (ou concentração) de um gás na solução (M or m)
k: Constante de Henry: diferente para cada par de soluto-solvente
Pg: pressão do gás sobre a solução
72
Efeito da Temperatura: A solubilidade dos gases diminui com o aumento da temperatura. Pois,
a formação de uma solução de soluto gasoso é geralmente exotérmica.
2.0 CH4
Solubility
(mM) O2
1.0 CO
He
0 10 20 30 40 50
o
Temperature ( C)
Figura: solubilidade de vários gases em água em função da temperatura. Note que a
solubilidade está em milimols por litro, a 1 atm.
Líquidos polares tendem a ser dissolvidos em solventes polares. Por exemplo: acetona
mistura em todas as proporções com água. Pares de líquidos que misturam em todas as
proporções são chamados de ser miscíveis, e os líquidos que não se misturam são chamado
de imiscíveis. Por exemplo: água e hexano C6H14,, são imiscíveis.
Interações de pontes de hidrogênio entre o soluto e o solvente pode levar a alta solubilidade.
A medida que as cadeias de carbono aumentam os grupos OH se tornam cada vez menor
parte da molécula e a molécula se torna mais como um hidrocarboneto.
73
Solubilidade de sólidos em líquidos
As forças intermoleculares mais fortes nos sólidos requerem maior quantidade de energia a
fim dispersar as unidades moleculares em uma solução líquida, mas há também um aumento
considerável na desordem que pode mais do que compensar esta energia necessária para
dispersar estas unidades moleculares se estas não forem demasiadamente fortes, e se o
solvente não tiver ligações de hidrogênio que deve ser quebradas a fim introduzir o soluto no
líquido. Para o exemplo, em 25 ◦C e em 1 pressão de atm, 20 g de cristais do iodo dissolver-
se-ão em 100 ml do álcool etílico, mas a mesma quantidade da água dissolverá somente 0,30
g do iodo. A medida em que a massa molar do sólido aumenta, as forças intermoleculares que
prendem o sólido junto aumentam também, e a solubilidade do soluto tende a cair.
Solvatação: Uma solução é formada quando uma substância dispersa uniformemente outra,
com exceção das misturas gasosas, todas as outras soluções envolvem fase líquida (fase
condensada). As substâncias no estado líquido e sólido mantêm–se unidas conforme já
descrito anteriormente por forças atrativas intermoleculares que seguram as partículas
individuais juntas. As forças intermoleculares também agem sobre as partículas do soluto e do
solvente que os envolve. Isso é chamado de solvatação.
74
Efeito da temperatura solubilidade de compostos iônicos: A solubilidade de compostos iônicos
aumenta com o aumento da temperatura. A formação de solução iônica é normalmente
endotérmico.
100
NaNO3
80
CaCl2
KNO3
60 KCl
Solubility
(g in 100 g H2O)
40
NaCl
KClO3
20
Ce2(SO4)3
0 20 40 60 80 100
o
Temperature ( C)
Figura: solubilidade de vários sólidos iônicos em função da temperatura.
Um sistema homogêneo (solução) fica bem definido, após o conhecimento das nsq substâncias
químicas que o constituem (análise química qualitativa), da pressão e temperatura (variáveis
físicas quantitativas) e da quantidade de cada um de seus componentes (análise química
quantitativa). Estas quantidades em geral são expressas em relação à quantidade de solução;
outras vezes utiliza-se como referência à quantidade de um de seus constituintes que poderá
então ser chamado solvente. Tais frações quantitativas são chamadas concentração.
Concentração é um termo genérico. Em nosso estudo, a grandeza que utilizaremos com maior
freqüência tem como unidade elementar à molécula e o conjunto mais utilizado é o mol.
Para a concentração das soluções utilizaremos com maior freqüência à concentração molar e
a fração molar. A concentração molar (M) de uma substância em solução é uma relação entre
n
o número de mols da substância (n) e o volume da solução (V): M =
V
A unidade mais utilizada é o mol por litro, também conhecida por molaridade M da solução;
solução 1 molar (1M) é a que contém 1mol por litro (1 mol/l). Outras unidades úteis:
A fração molar x de uma substância em solução é a relação entre o número de mols da
n
mesma (n) e o número total de mols da solução (nt): x a = a
nt
Termodinâmica de líquidos
Potencial Químico: O conceito de potencial químico nada mais é do que a energia de Gibbs
dG
por mol de uma substância. = . Lembrando que a energia de Gibbs pode ser
dn p ,T , n ( solvente)
75
obtida pela equação G = H -TS. Conforme já descrito em aulas anteriores, a variação da
energia de Gibbs deve ser negativa para que um processo seja espontâneo.
Potencial químico dos líquidos: para se entender soluções líquidas é necessário entender
como que o potencial químico varia com a sua composição. Para isso iremos estudar o
potencial químico de uma substância presente na forma vapor, no equilíbrio, ser igual ao
potencial químico da substância na fase líquida. Este equilíbrio pode ser relacionado com uma
propriedade chamada de pressão de vapor de um líquido.
76
Pressão de vapor e mudança de estado:
Lei de Raoult: Como já dito a pressão de vapor é uma medida direta da tendência das
moléculas escapar de uma fase líquida para a fase de gás e depende em parte de quanto de
aumento na desordem pode ser conseguido fazendo assim. A evaporação de moléculas do
solvente do líquido conduz sempre a um grande aumento na desordem por causa do maior
volume ocupado pelas moléculas no estado gasoso. Mas se o solvente líquido "estiver
inicialmente diluído" com o soluto, o aumento na desordem na incorporação à fase gasosa
será menor. Haverá menor tendência para que as moléculas do solvente incorporem-se à fase
gasosa, e assim podemos dizer que houve a diminuição pressão do vapor da solução com o
aumento da concentração do soluto. Se nós adicionarmos uma quantidade de soluto não
volátil na proporção de 50% de moléculas do solvente e 50% de moléculas de soluto, a
tendência de escape do solvente, e assim como sua pressão do vapor estará reduzida a 50%.
Esta relação linear entre a concentração da fração molar do solvente e de sua pressão do
vapor é expressa pela lei de Raoult (1886): P = P . X em que P é a pressão do vapor do
solvente puro e X é sua fração molar na solução. (da definição de fração molar, você deve
compreender esses Xsolvent = 1 − Xsoluto.).
Diagramas líquido-vapor
Para uma solução líquida contendo 2 componentes voláteis que obedecem (pelo menos em
primeira aproximação) a lei de Raoult, e portanto considerada como uma solução ideal, a
pressão de vapor (P) em equilíbrio com a solução a uma determinada temperatura T pode ser
calculada pela soma das pressões parciais dos 2 componentes: P = P A + PB
Por sua vez, as pressões parciais de cada componente podem ser calculadas a partir da lei de
Raoult conhecendo as frações molares na solução (Xi) e a pressão de vapor dos líquidos
puros a temperatura T (Pio),:Pi = XiPio
A composição da fase vapor também pode ser representada pela lei de Dalton a partir das
frações molares na fase vapor (Yi) e a pressão de vapor P,: Pi = Yi P ou Yi = (Pi/P)
Estas equações podem ser usadas para encontrar a relação entre X i e Yi. Para o caso de 2
componentes: P = X1P1o + (1-X1)P2o = P2o + (P1o – P2o)X1
Esta equação indica de que a pressão de vapor da solução é uma função linear de X1 (no
caso de uma solução ideal)
77
Com a equação de Raoult para:
A pressão parcial do componente A na fase vapor em equilíbrio com o
liquido PA está linearmente relacionada com a fração molar de A na fase
liquida (xA).
Estas relações se aplicam somente para misturas de líquidos que são muito similares na sua
estrutura química tal como a mistura benzeno com tolueno. Porém a realidade mostra uma
cara bem diferente; a maioria das misturas liquidas que encontramos na prática tem um
comportamento que foge muito ao ideal. Se formos ver a volatilidade do etanol numa solução
aquosa diluída, observa-se o crescimento desconcertante de sua volatilidade. A volatilidade do
álcool é várias vezes maior do que a predita pela lei de Raoult. É como se a volatilidade fosse
“ativada”.
78
A regra das fases estabelece que: F = C + 2 + P
Na região indicada como líquido, existe apenas 1 fase (P) para esta solução de 2
componentes (C). Portanto, a regra das fases indica de que existem 3 graus de liberdade para
este sistema. Como a temperatura está fixada podemos verificar de que nesta região P e
composição podem ser variados independentemente. Da mesma maneira na região indicada
como vapor, o sistema existe apenas em 1 fase e os mesmos critérios se aplicam.
Na região indicada como líquido + vapor existem 2 fases presentes em equilíbrio, e como a
temperatura é mantida fixa, resta apenas 1 grau de liberdade. Isto corresponde a dizer de que
para uma solução com fração molar 0.40 em 3-metil-1-butanol, a pressão de vapor em
equilíbrio com a solução (ou seja, tendo duas fases presentes) é de 42 kPa.
2) Este diagrama permite relacionar qual a composição da fase vapor em equilíbrio com a fase
líquida a uma determinada pressão de vapor. Por exemplo, uma solução onde X 2(3-metil-1-
butanol) = 0.40 está equilíbrio com o vapor que é lido da curva inferior (curva do vapor) a
mesma pressão de 42 kPa. Este gráfico indica Y 2 = 0.17, e, portanto vapor é mais pobre na
substancia menos volátil.
Para polímeros
2
79
Propriedades coligativas
Isto significa que soluções de soluto-volátil (NaCl, sacarose, etc.) que possuam o mesmo
número de partículas, devem apresentar:
mesma pressão de vapor,
mesmo ponto de ebulição,
mesmo ponto de congelamento.
Assim a variação de entropia deve ser tal para que ocorra o abaixamento do potencial químico
de um líquido uma vez que um soluto foi adicionado.
80
Não existe efeito direto do soluto no potencial químico do solvente (vapor), desde que o soluto
não seja nem sólido nem vapor.
A redução do potencial químico de uma solução (partindo de um solvente puro) implica em:
Não existe efeito direto no potencial químico do vapor de um solvente, desde que o soluto não
seja nem sólido nem vapor.
A redução do potencial químico de uma solução (menor do que do líquido puro) implica nas
chamadas propriedades coligativas.
Solução com S e, pressão de vapor p*a, reflete a tendência de
aumento de entropia.
Solução com soluto, com S(b)>S(a), portanto com menor
tendência a formar gás, entrando em ebulição a uma
temperatura maior e pa<pa*.
O aumento da desordem no líquido também é o oposto da tendência em congelar (ir para uma
ordem maior) com uma diminuição da temperatura necessária para alcançar o equilíbrio
sólido-líquido.
81
OBS: como o soluto é não-volátil, a pressão de vapor medida se deve unicamente ao
solvente.
O abaixamento relativo da pressão de vapor não depende da temperatura.
P
Podemos escrever esta equação em função da concentração molal: = Kt M
p a*
nb
onde Kt é a constante tonoscópica (tabelado) e M é a molalidade que é dada por: M =
ma (kg )
onde nb é o número de mols de b (soluto)
e ma é a massa do solvente a (solvente) em quilogramas.
Após algum tempo, observamos que o nível da água pura abaixa e o nível da solução se
eleva:
A água pura tem pressão de vapor maior e então ocorre condensação de vapor da água na
solução de CuSO4. Isto demonstra a tendência de se estabelecer um equilíbrio, já que a
solução de CuSO4 vai diluindo e a sua pressão de vapor vai aumentando. Portanto, haveria
tendência a se igualarem as duas pressões de vapor.
O processo ocorrerá até que as concentrações se igualem as duas soluções fiquem com a
mesma pressão de vapor.
82
Ebulioscopia
Equilíbrio heterogêneo: entre o solvente em solução e vapor do solvente a 1 atm, onde o
solvente é A e o soluto é B ( não volátil). O equilíbrio ocorre em alguma temperatura quando:
O diagrama mostra que, à pressão atmosférica (por exemplo, 1 atm), o ponto de ebulição (t)
da solução é maior que o ponto de ebulição (t1) do solvente puro.
tE é denominado aumento do ponto de ebulição do solvente ou efeito ebulioscópico.
tE = t – t1
onde:
t1 = temperatura de ebulição do solvente puro
t – temperatura de ebulição da solução
Ke é a constante ebulioscópica:
Para soluções diluídas a fração molar pode ser substituída pela molalidade assim:
83
tE = Ke x M
O valor de Ke é tabelado e (obtido empiricamente), para 1 molal, assim, por exemplo, para a
água (to = 100C) Ke = 0,52/1000g, isso significa que se dissolvendo 1 mol de qualquer soluto
não volátil em 1 kg de água, a solução ferverá a 100,52C ( 100C + 0,52C)
Crioscopia:
No equilíbrio heterogêneo de um solvente puro sólido A e uma solução com a presença de
uma fração de xB. A temperatura de congelamento será:
A única diferença da elevação da temperatura
de ebulição é a presença de *A(s) ao invés
de *A(l)
Essa diminuição do ponto de congelamento do solvente, motivada pela adição do soluto não-
volátil, recebe o nome de efeito crioscópico. Maiores diminuições da temperatura de
congelamento são observados para solventes que possuem H fusão baixos e altas
temperaturas de ebulição.
84
Assim:
onde: T = t – t1
t = temperatura de congelamento do solvente em solução
t1 = temperatura de congelamento do solvente puro
t = abaixamento do ponto de congelamento
Se a solução for bem diluída podemos substituir a fração molar do soluto b, pela molalidade
de assim a equação fica: tC = KC x M
Onde o KC é a constante crioscópica empírica.(tabelada)
Note que:
No ponto de congelamento do solvente puro (t1), o líquido e o sólido apresentam a mesma
pressão de vapor (pA).
No ponto de congelamento do solvente em solução (t), a pressão de vapor do solvente (pB) é
menor, por isso a temperatura de congelamento deve ser menor, de tal modo que as pressões
de vapor do sólido e do líquido novamente se igualem.
Resumindo:
TONOSCOPIA Diminuição da pressão de vapor do solvente
EBULIOSCOPIA Aumento do ponto de ebulição do solvente.
CRIOSCOPIA Abaixamento do ponto de congelamento do
solvente.
Os efeitos coligativos são sofridos apenas pelo solvente, o que vale dizer:
A pressão de vapor é devida apenas ao solvente − efeito tonoscópico,
Somente o solvente entra em ebulição − efeito ebulioscópico,
Somente o solvente se congela − efeito crioscópico.
Conceito de osmose
Em uma aparelhagem em que o solvente e a respectiva solução são separados por uma
membrana semipermeável, esta deve permitir a passagem do solvente, mas não do soluto.
Tal fenômeno, ou seja, a passagem do solvente através de membrana impermeável ao soluto
denomina-se osmose.
Algumas membranas são permeáveis a determinados solutos, por exemplo, a bexiga de porco
é permeável a sais minerais. Mas, mesmo em casos como este, os processos recebem o
nome genérico de osmose.
85
Neste exemplo, a membrana
semipermeável é o celofane.
O saquinho contém uma solução concentrada de água e açúcar. O recipiente contém uma
solução diluída de água e açúcar. Teremos passagem de água da solução diluída para
concentrada. Conseqüentemente, o nível de água no recipiente abaixará e se elevará no
saquinho de celofane.
Uma das membranas semipermeáveis mais usadas atualmente é uma peça de porcelana
porosa impregnada de ferrocianeto de cobre, preparado pela reação:
2Cu+2 + [Fe(CN)6]-4 Cu2[Fe(CN)6]
Pressão osmótica
Vamos considerar uma solução aquosa separada de água pura por meio de uma membrana
semipermeável. Como já explicado ocorrerá o fenômeno da osmose, ou seja, a passagem da
água através da membrana. A pressão osmótica é a pressão que deve ser aplicada para
impedir o fluxo de solvente, um dos exemplos mais importantes é o transporte de fluidos
através de membranas de células vivas, e também é a base para osmometria que é uma
técnica de determinação da massa molar de polímeros pela medida da pressão osmótica.
Para tratar termodinamicamente a osmose, nós notamos que no equilíbrio, o potencial químico
em cada lado da membrana deve ser igual e esta igualdade é aplicada para soluções diluídas
em que a pressão osmótica é dada pela equação de Van´t Hoff
nB
Da equação de Clapeyron temos: x V = nB x R x T assim = R T
V
Onde: = pressão osmótica
nB/V = concentração do soluto
R = constante dos gases
T = temperatura absoluta
Osmometria:
A pressão osmótica é facilmente medida, como já dito pode ser aplicado na determinação da
massa molar de: polímeros, proteínas, entre outros, dissolvidos em solução ideal. O ensaio é
realizado medindo-se a pressão osmótica em várias concentrações diferentes C, e plotando
/C em função da C e este é usado para a determinação da massa molar de B.
86
Como a pressão pode ser medida segundo a seguinte fórmula:
= g H
onde = densidade do líquido
g = gravidade
H = diferença de altura dos líquidos
nB
E utilizando-se a fórmula de =
R T
V
Como nB é o número de mols de B e é dado
por:
m
nB =
Mn
sendo m massa de soluto
Mn = massa molar, no caso de polímeros:
massa molar média.
87
Cinética Química
Quando ocorre uma reação química, é importante que as respostas de duas questões sejam
conhecidas. Qual a velocidade com que uma reação ocorre? Até onde ela pode avançar no
sentido dos produtos? O principio da termodinâmica responde parte da segunda questão. Mas
a primeira questão será respondida pelo estudo da cinética química.
O estudo da cinética química é dividido em duas partes: Ao nível macroscópico, que estuda a
velocidades das reações, como se determina-la experimentalmente, e como certos fatores,
entre os quais a temperatura e as concentrações dos reagentes influenciam as velocidades. A
segunda parte analisa as reações no nível microscópico. Neste ponto, estuda-se as colisões e
os mecanismos de reações, isto é nos processos seguidos por átomos e moléculas à medida
que a reação química avança.
A CINÉTICA QUÍMICA é a parte da Química que estuda a velocidade das reações e, assim
sendo, os fatores que nela influem.
Com base no acima exposto, o objetivo deste trabalho é, de forma mais simples possível,
esclarecer e orientar o técnico a respeito dos fatores básicos que envolvem a cinética de uma
reação química.
O que queremos dizer por velocidade de uma reação química? Informalmente, sabemos que
uma reação química é rápida se os produtos são formados rapidamente, como acontece em
uma reação de precipitação ou em uma explosão. Uma reação é lenta se os produtos forem
formados em um longo intervalo de tempo, como acontece na corrosão ou no apodrecimento
do material orgânico.
Dada a reação: A + B → C + D
88
Podemos, então, usar uma expressão para o cálculo da velocidade de uma reação:
vi = 1/Vfluido x dni/dT
Sendo:
vi = velocidade de decomposição ou formação de um composto i
Vfluido = volume do fluido
dni = variação instantânea do número de mols de i
dt = variação instantânea do tempo
Para Vfluido = cte, por exemplo, (líquidos) = vi = d(ni/V)/dt, só que o número de moles por
volume é concentração molar. Assim: vi = dMi/dt , integrando:
Deste modo podemos dizer que a velocidade média da reação, no intervalo de tempo
considerado, é :
A + B → C+ D
Note que, no intervalo t, enquanto são consumidos MA mols da substância A /L e MB mols
da substância B/L são produzidos MC mols da substância C/L e MD mols da substância D/L..
Consideremos a reação:
A + B → C
Para esta reação foram medidos números de mols de A em tempos diferentes, os quais foram
tabelados, obtendo-se:
Tempo (s) Número de Mols de A existente/L
0 8,0
1 7,5
3 6,0
7 2,0
10 0,4
89
Com bases nestas informações calcule a velocidade média da reação em relação à
substância A, nos seguintes intervalos:
O gráfico do número de mols em função do tempo feito com os dados da tabela apresenta o
aspecto de uma curva decrescente.
8
7
6
Mols de A
5
4
3
2
1
0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Tempo (s)
A medida em que o tempo vai passando o reagente (A) vai sendo consumido, isto é
observado com a diminuição do número de mols.
Condições fundamentais
As condições fundamentais para que uma reação ocorra são: afinidade química e contato
entre os reagentes. As substâncias colocadas para reagir devem possuir tendência para entrar
em reação. Termodinamicamente falando, quanto mais negativa for a energia de gibbs (G)
da reação mais espontânea é a mesma, mas isso não indica se esta reação será mais rápida
ou mais lenta.
Quando se mistura hidrogênio com flúor, cloro e bromo, forma-se preferencialmente o HF,
depois o HCl, e em último lugar, o HBr, somente depois de acabar o flúor é que o hidrogênio
reage com o cloro, e somente depois de todo o cloro ter reagido, se ainda houver hidrogênio,
é que se dá a combinação deste com o bromo. Diz-se, então, que a afinidade química dos
halogênios para com o hidrogênio decresce do flúor para o iodo.
Por outro lado, os reagentes devem estar em contato, para que entre eles possam estabelecer
as interações químicas que determinam uma reação. As interações químicas são devidas às
colisões entre as partículas dos reagentes, como veremos a seguir.
Condições acessórias
Deve haver choque entre partículas ativadas energeticamente e ocorrer uma boa orientação
na colisão.
90
Fatores que influenciam na velocidade
Vários são os fatores que influem na velocidade de uma reação. Dentre eles citaremos:
Colisão entre as moléculas reagentes;
A energia de ativação;
A temperatura;
A concentração dos reagentes;
Pressão;
Superfície de contato.
Um modelo simples que explica a velocidade de reação bem para várias reações é a teoria de
colisão. Quanto mais fácil ou rápido estas colisões acontecem, mais a velocidade da reação
será.
Partimos do princípio de que as partículas de uma substância química não estão paradas.
Elas possuem uma determinada quantidade de energia (energia própria) e se movimentam,
estes movimentos faz com que se choquem. Estes choques podem fazer com que ocorra a
reação. Mas será que basta haver um choque para haver reação?
Analisemos, por exemplo, algumas colisões entre moléculas: H2(g) + I2(g) → 2HI(g)
91
energia cinética da colisão. Se eles não possuem energia suficiente a reação não ocorre. Esta
energia é chamada de energia de ativação.
Assim para que uma colisão entre moléculas de reagentes seja eficaz, é necessário que ela
ocorra com a geometria adequada e energeticamente suficiente.
Apenas uma pequena fração das colisões entre moléculas reagentes converte-se em produtos
da reação. Isto pode ser entendido observando a reação entre ClNO2 e NO.
ClNO2(g) + NO(g) <----> NO2(g) + ClNO(g)
Durante esta reação um átomo de cloro é transferido de um átomo de nitrogênio para outro. A
fim de que a reação ocorra, o átomo de nitrogênio na molécula de NO deve colidir com o
átomo de cloro na molécula de ClNO2.
Outro fator que determina a ocorrência de uma reação é a energia das moléculas no momento
da colisão. Nem todas as moléculas têm a mesma energia. Isto é importante porque a energia
cinética que as moléculas transferem quando colidem é a principal fonte de energia que deve
ser fornecida a uma reação a fim de que ela inicie.
Concluímos então que as partículas devem receber uma quantidade adicional de energia para
que se ativem e possam ter o mínimo de energia necessária para que a reação ocorra. Essa
energia para ativar as moléculas, para levá-las a uma situação em que possa haver reação,
chama-se energia de ativação.
92
Entretanto, antes que os reagentes possam converter-se em produtos, a energia livre do
sistema deve superar a energia de ativação da reação, conforme mostrado na figura abaixo. O
eixo vertical deste diagrama representa a energia de um par de moléculas à medida que um
átomo de cloro é transferido de uma para a outra. O eixo horizontal representa a seqüência de
mudanças infinitesimais que devem ocorrer para converter os reagentes nos produtos desta
reação.
Hreagentes = energia própria dos reagentes
Hprodutos = energia dos produtos
CA = energia do complexo ativado
Ea = (energia de ativação) = CA - Hreagentes
H (variação total entalpia) = Hprodutos - Hreagentes
Para entender porquê as reações têm uma energia de ativação considere o quê deve
acontecer a fim de que o ClNO2 reaja com o NO. Primeiro, e necessariamente, estas duas
moléculas devem colidir, organizando o sistema. Não apenas elas precisam ser trazidas para
junto uma da outra. Elas devem ser mantidas exatamente na orientação relativa que assegure
que a reação possa ocorrer.A ocorrência destas duas condições aumenta a energia livre do
sistema em virtude do abaixamento da entropia. Alguma energia também deve ser fornecida
para iniciar a quebra da ligação Cl-NO2 de modo que a ligação Cl-NO possa formar-se. As
moléculas de NO ClNO2 que colidem na orientação correta com energia cinética suficiente
para vencer a barreira de energia de ativação, podem formar NO 2 e ClNO.
Energia de ativação é o valor mínimo de energia que as moléculas de reagentes devem
possuir para que a colisão entre elas seja eficaz.
Cada reação possui um valor característico de energia de ativação. Esse valor não depende
da temperatura nem de concentração dos reagentes.
A energia de ativação deve se entendida como uma dificuldade, uma autêntica barreira.
Enquanto tal barreira não é superada, a reação não acontece. Podemos concluir então que:
quanto maior a energia de ativação, mais difícil será para a reação acontecer. São reações
que necessitam que se forneça muita energia para que ocorram: são reações lentas. Quanto
menor a energia de ativação, mais fácil será para a reação acontecer. São reações que
necessitam de pouca energia para que ocorram: são reações rápidas.
A energia de ativação pode ser obtida pelos parâmetros de Arrhenius que é dada pela
equação:
k = A e − Ea / RT , se rearranjarmos a reação colocando logaritmos nos dois lados a equação fica:
lnk = lnA – Ea/RT
93
k = constante de velocidade de reação
A = uma constante, obtida pela extrapolação
quando 1/T = 0
Ea = energia de ativação da reação.
T = temperatura absoluta da reação.
Em função de Ea determinar o coeficiente angular da reta de lnk contra 1/T, quanto mais
elevada a energia de ativação, mais forte será a dependência entre a constante da velocidade
da reação e a temperatura. (mais inclinada será a reta do gráfico) Se a energia de ativação for
nula, a constante de velocidade não depende da temperatura, nos casos em que a energia de
ativação se mostra negativa, significa que a constante de velocidade diminui com o aumento
da temperatura, isso mostra que o mecanismo de reação é complicado. No caso em que a
equação de Arrhenius não se comporta como uma reta, é necessário fazer alguns ajustes que
não iremos estudar neste curso, para os interessados (ver Atkins volume III).
Muitas das moléculas tem a mesma energia, mas existem moléculas com menos e com mais
energia que o valor médio, assim como a dependência das colisões das moléculas, a
velocidade da reação depende das moléculas terem uma certa energia para que a reação
ocorra. Essa energia é chamada de energia de ativação. Exemplo todas as moléculas na área
hachurada tem energia maior que a energia necessária para que a reação ocorra entre as
moléculas que colidem. Com o aumento da temperatura a energia média das moléculas
também aumenta. Assim, mais moléculas têm energia maior (ou igual) a energia de ativação
sendo mais efetivas na colisão. Ao mesmo tempo com o aumento da temperatura o número
de colisões também aumenta, levando a um aumento da velocidade e da constante de
velocidade (que será visto posteriormente).
94
Um aumento de temperatura aumenta a energia cinética das moléculas. Aumentando sua
energia, as moléculas se movimentarão com maior velocidade. Haverá um número maior de
choques. Tais choques serão mais violentos e evidentemente ocorrerá um aumento de
velocidade da reação.
Curiosidades...
Alimentos estragam cerca de quatro vezes mais rápido à temperatura ambiente (25ºC) do que
quando guardados em geladeira (5ºC). Em temperaturas mais baixas, podem ser conservadas
ainda mais tempo.O cozimento dos alimentos em panela de pressão (110ºC) é mais rápido do
que em panela aberta (100ºC).
Vinhos azedam mais rapidamente se guardados em locais aquecidos.
Ao se fazer pão caseiro, coloca-se a massa, em geral coberta, descansando em lugar mais
aquecido, afim de que cresça. O leve aumento de temperatura aumenta a velocidade da
reação entre os componentes da massa.
Verifica-se experimentalmente que, no caso de reações com pelo menos um reagente gasoso,
um aumento de pressão acarreta um aumento na velocidade. Um aumento de pressão
provoca uma redução do volume de gás em um aumento do número de colisões. A diminuição
do volume é o sinônimo de um aumento da velocidade da reação.
Em reações em que um dos reagentes é gás, a velocidade será também maior quanto maior for
a pressão.
Nas reações em que um dos reagentes se encontra no estado sólido. A velocidade da reação
será maior quanto maior for a área de contato entre os reagentes. O efeito de superfície de
contato pode ser evidenciado através do seguinte exemplo:
95
Se, em vez de usarmos um “pedaço” de zinco, o tivéssemos pulverizado, a reação seria,
evidentemente, mais rápida. Ao pulverizarmos o zinco, estamos facilitando o ataque do ácido
clorídrico. Se usarmos o zinco em barra, limitamos o ataque inicial à superfície do zinco em
barra. Pulverizando-o aumentamos sua superfície de contato e, com isso, aumentamos a
velocidade da reação.
Em reações das quais participa um sólido, a velocidade será quanto maior for a superfície de
contato desse sólido.
Quanto maior for a concentração dos reagentes, maior será a velocidade de uma reação.
Equação de velocidade
Para as reações elementares, que são aquelas que ocorrem em somente uma etapa, escreve-
se a equação da lei da ação de massas.
96
Reagente(s) gasoso(s) A pressão de um gás é diretamente proporcional à sua
concentração em mol/L. Por isso, no caso de reagente(s) gasoso(s), a lei de velocidade pode
ser expressa em termos de pressões parciais dos reagentes.
v = K1 . [Na2O] [CO2]
Constante = k2
Quando um dos reagentes se encontra sólido, a sua concentração não aparece na equação
da lei da ação das massas, isto porque as colisões intermoleculares se dão na superfície do
sólido, de modo que a velocidade da reação depende da superfície de contato e não da
concentração.
Quando eles realizaram uma reação similar com outro material de partida um pouco diferente,
obtiveram produtos similares. (CH3)3CBr(aq) + OH-(aq) → (CH3)3COH(aq) + Br-(aq)
Mas neste caso a taxa de reação era proporcional à concentração de apenas um dos
reagentes. v = k.[(CH3)3CBr]
Estes resultados ilustram um ponto importante: A lei de velocidade de uma reação não pode
ser prevista a partir da estequiometria da reação ela deve ser determinada
experimentalmente. Às vezes a lei de velocidade é consistente com o que esperamos da
estequiometria da reação.
2 HI(g) → H2(g) + I2(g) v = k.[HI]2
Muitas vezes é importante ou útil saber quanto tempo uma reação deve avançar para que a
concentração de um certo reagente atinja um determinado valor, ou então saber a
concentração dos reagentes e produtos depois da reação avançar durante um certo intervalo
de tempo. Uma das maneiras é recolhendo dados experimentais e a construção de uma
97
curva, conforme já visto, porém muitas vezes é mais fácil ou conveniente trabalharmos com
equações matemáticas que relacione concentração.
É a seqüência de etapas que conduz à reação global. Na maior parte das vezes, uma reação
química se realiza em uma série de etapas. Cada etapa é chamada de reação elementar.
As reações que ocorrem em mais de uma etapa, ou seja, reações que ocorrem através da
formação de intermediários são chamadas de reações não elementares. Estas podem ser
consecutivas ou paralelas. Tomemos como exemplo a produção de dióxido de nitrogênio.
Nesse caminho de reação, há etapas mais lentas e etapas mais rápidas. A etapa lenta da
reação determina a velocidade da reação global. A etapa lenta da reação é chamada etapa
determinante da velocidade, pois a velocidade da reação global é a própria velocidade da
etapa lenta.
E, por isso, quando quisermos a expressão da lei de velocidade para uma reação, devemos
usar a etapa da reação mais lenta e não a reação global.
Note bem que para escrever a lei da velocidade global consultamos a etapa lenta, não a
equação global. Se assim fizéssemos, por descuido, concluiríamos erroneamente que:
O modelo de reações químicas da teoria das colisões pode ser usado para explicar as leis de
velocidade tanto para as reações de uma única etapa como para as reações com múltiplas
etapas. Este modelo supõe que a velocidade da reação de qualquer etapa de uma reação
depende da freqüência das colisões entre as partículas envolvidas nesta etapa.
A figura abaixo fornece uma base para o entendimento das implicações do modelo da teoria
das colisões para reações simples de uma única etapa, tal como a seguinte.
ClNO2(g) + NO(g) → NO2(g) + ClNO(g)
98
A teoria cinética molecular supõe que o número de colisões por segundo em um gás depende
do número de partículas por litro. A velocidade da reação com que NO2 e ClNO formam-se
nesta reação deveria portanto ser proporcional às concentrações de ambos ClNO 2 e NO.
Velocidade da reação = k.[ClNO2].[NO]
O modelo da teoria das colisões sugere que a velocidade da reação em qualquer etapa em
uma reação é proporcional às concentrações dos reagentes consumidos nesta etapa. A lei de
velocidade para uma reação de uma única etapa deveria, portanto concordar com a
estequiometria da reação.
Quando estas moléculas colidem com a orientação apropriada, um par de elétrons no íon OH -
podem ser doados ao átomo de carbono no centro da molécula de CH 3Br , conforme é
mostrado na figura abaixo.
Quando isto acontece, uma ligação carbono oxigênio se forma ao mesmo tempo em que uma
ligação carbono-bromo é quebrada. O resultado líquido desta reação é a substituição de um
íon OH- por um íon Br -. Como esta reação ocorre em uma única etapa, o qual envolve
colisões entre os dois reagentes, a velocidade da reação desta reação é proporcional à
concentração de ambos os reagentes.
Nem todas as reações ocorrem em uma única etapa. A reação seguinte ocorre em três
etapas, conforme é mostrado na figura abaixo.
(CH3)3CBr(aq) + OH-(aq) <----> (CH3)3COH(aq) + Br-(aq)
99
Primeira etapa:
O íon positivamente carregado (CH3)3C+ reage com a água em uma segunda etapa.
Segunda etapa:
O produto desta reação então perde um próton ou para o íon OH -, ou para a água na etapa
final.
Terceira etapa:
A segunda e a terceira etapa desta reação são muito mais rápidas do que a primeira.
(CH3)3CBr <---->(CH3)3C+ + Br- Etapa lenta
(CH3)3C+ + H2O → (CH3)3COH2+ Etapa rápida
(CH3)3COH2+ + OH- →(CH3)3COH + H3O Etapa rápida
A velocidade da reação global é, portanto mais ou menos igual à velocidade da reação da
primeira etapa. A primeira etapa é, portanto chamado de etapa limitante da velocidade da
reação porque literalmente limita a velocidade da reação com que os produtos desta reação
podem ser formados. Como apenas um reagente está envolvido na etapa limitante da reação,
a velocidade da reação global é proporcional apenas à concentração deste reagente.
Velocidade da reação = k.[(CH3)3CBr]
A lei de velocidade para esta reação, portanto difere do que seria previsto pela estequiometria
da reação. Embora a reação consuma ambos (CH3)3CBr e OH-, a velocidade da reação de
reação é proporcional apenas à concentração de (CH3)3CBr.
Leis de velocidade para reações químicas podem ser explicadas pelas regras gerais
seguintes.
A lei de velocidade global para uma reação é determinada pela seqüência de etapas, ou o
mecanismo, pelo qual os reagentes convertem-se em produtos da reação.
A lei de velocidade global para uma reação é dominada pela lei de velocidade da etapa mais
lenta.
A ordem de uma reação pode ser medida experimentalmente sem o conhecimento prévio do
mecanismo de reação. A ordem não pode ser determinada apenas pela observação da
equação química que representa a reação. Como visto, só há coincidência entre os
coeficientes estequiométrico de reação balanceada e os expoentes da expressão matemática
da velocidade quando o mecanismo de reação foi em uma única etapa.
Podemos, também falar de ordem de reação com referência a uma espécie determinada.
Tal reação é de 1ª ordem em relação ao oxigênio de 2ª ordem em relação ao hidrogênio.
As reações de ordem zero são as reações em que a velocidade é constante, não dependem
da concentração dos reagentes.
É, por isso, evidentemente que a ordem de uma reação só pode ser determinada
experimentalmente.
Chama-se molecularidade de uma reação o número total de partículas que se chocam para
formar o complexo ativado.
É uma grandeza teórica cujo valor depende do mecanismo da reação, é um número inteiro
diferente de zero.
Temos:
2NO ⎯⎯ ⎯
⎯→ N2O2
RAPIDA
bimolecular
N2O2 + O2 ⎯⎯ ⎯→ 2NO2
LENTA
bimolecular
Por isso, só podemos definir a molecularidade para cada etapa da reação. E não para uma
reação global, pois cada etapa tem seu próprio complexo ativado. Não tem sentido falar de
molecularidade para uma reação global que seja o resultado para uma série de etapas.
101
Cada etapa tem sua molecularidade.
Exemplo
Devemos sempre tomar cuidado ao apresentar molecularidade 3 para uma reação. Isso
significa que há uma colisão simultânea de 3 moléculas ( seriam então 3 moléculas formando
o complexo ativado); colisões de 3 corpos são bastante improváveis como qualquer jogador
de bilhar sabe. Uma série alternativa de etapas sem esse inconveniente seria dividir tal reação
em 2 etapas, que não necessitam de colisão simultânea de 3 moléculas.
Catálise
Exemplificando:
O gás hidrogênio e gás oxigênio reagem muito devagar nas condições ambientes. Esta reação
ocorre tão lentamente nestas condições que, para haver formação de uma quantidade
apreciável de água, “calcula-se” que seriam aproximadamente 1000 anos!
1000 anos!
H2(g) + ½ O2(g) → H2O(l)
25º C ,1atm
a lg uns segundos!
H2(g) + ½ O2(g) + Pt H2O(l) + Pt
25º C
Como a platina (Pt) não é consumida a reação pode ser escrita da seguinte maneira:
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Catalisador é uma substância que aumenta a velocidade de uma reação sem ser consumida
neste processo.
2H2O2(aq) ⎯I⎯
⎯
( aq )
→ 2H2O(l) + O2(g) Catalisador e reagente na mesma fase (aquosa)
2N2O(g) ⎯Cl⎯2⎯ (g)
→ N2(g) + O2(g) Catalisador e reagente na mesma fase (gasosa)
MnO
2H2O2(aq) ⎯⎯ ⎯⎯
(s)
→ 2H2O(l) + O2(g) Catalisador na fase sólida e reagente na fase (aquosa)
2N2O(g) Au⎯
⎯⎯ (s)
→ N2(g) + O2(g) Catalisador na fase sólida e reagente na fase (gasosa)
Como você pode ver, catalisador e reagente(s) constituem ou um sistema homogêneo (uma
só fase) ou heterogêneo (duas ou mais fases). Nesse contexto, os químicos fizeram as
seguintes definições:
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O mecanismo de uma catálise homogênea
Quando a água oxigenada (em meio aquoso) sofre decomposição na presença de íons iodeto
(I-) , também aquoso, o mecanismo é o seguinte:
O íon iodeto (I–) é gasto na primeira etapa, mas é reposto na segunda. Assim, ele pode tomar
parte nesse processo várias vezes, até que a reação se complete.
O íon iodeto permitiu que a reação ocorresse por um mecanismo que tem o íon IO - como
intermediário. Perceba que o catalisador ( I- ) participa do mecanismo da reação. Ele é gasto
na primeira etapa, porém se forma na segunda; assim, não é efetivamente consumido no
processo global.
Quando oxigênio e hidrogênio gasosos reagem sob catálise de platina sólida para formar
água, a reação ocorre mais rapidamente graças ao fato da platina conseguir adsorver
moléculas de gás.
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Como vemos, na catálise heterogênea, tal como na homogênea, o catalisador participa da
reação, porém não é consumido.
Existem quatro grupos de substâncias que influenciam na velocidade das reações: ativadores
ou promotores de catalisador; venenos de catalisador; auto catalisadores; inibidores.
Exemplo:
Fe(s)
N2(g) + 3H2(g) → 2NH3(g) Fe(s) = catalisador de reação
Al2O3 (s) Al2O3(s) = ativador do catalisador
Veneno de Catalisador
Autocatalisador
As reações em que existem autocatalisador são chamados de autocatálises. Que são reações
em que um dos produtos da reação age como catalisador da própria reação
Exemplo:
+2
Mn
Considere a reação: 2MnO4- + 5H2C2O4 + 5H+ → 2Mn++ + 10CO2 + 8H2O
Exemplo:
O meio ácido (H+) retarda a velocidade de decomposição da água oxigenada.
H+
2H2O2(aq) → 2H2O(l) + O2(g) ( muito lenta )
inibidor
O ácido reagiria com impurezas presentes na água oxigenada, eliminando-as. Tais impurezas
catalisam a decomposição da água oxigenada. Sem tais impurezas, a decomposição é mais
lenta.
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Bibliografia
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