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SEMIOLOGIA PEDIÁTRICA

SINAIS E SINTOMAS DA AVALIAÇÃO RENAL


Número de glomérulos e túbulos é constante em toda a vida → há
aumento do tamanho.

HISTÓRIA CLÍNICA
1) Sintomas gerais:
a) Febre, anorexia, hipotermia, hipoatividade, choro frequente.
i) Lactente → investigar infecção urinária
b) Palidez, tremores, déficit de crescimento, desidratação frequente
i) Investigar doença crônica renal
c) Inchaço
2) Sintomas associados a outros órgãos
a) Dor abdominal
i) Pré-escolares e escolares: infecção urinária, hipercalciúria
idiopática (antecedente familiar de litíase), anormalidade renal (rim
em ferradura).
b) Vômitos: tubulopatias, DRC
c) Cefaleia
d) Fraturas
3) Sinais e sintomas que lembram o trato urinário
a) Dor lombar: pielonefrite aguda, calculose renal.
b) Dor suprapúbica: infecção urinária (cistite em escolares e adolescentes) e
hipercalciúria idiopática (antecedente familiar de litíase).
4) Associada à formação de urina
a) Anúria: sem diurese.
b) Oligúria: diminuição da diurese (<500mL/24h/1,73m²)
i) Lact = < 1 mL/kg/h; Crianças = < 0,5mL/kg/h
c) Poliúria: aumento da diurese, > 2L em escolares.
d) Polidipsia: aumento da ingestão hídrica
e) Jato fino: obstrução urinária
f) Disúria: dor à micção
5) Associada à frequência de micção
a) Padrão
i) RN: 20x/dia
ii) 2 anos: 8-10x/dia
iii) 6 meses: 10-15x/dia
iv) 3 anos: 4-5x/dia
b) Frequência aumenta/diminuída
c) Perda involuntária de urina (dia/noite)
d) Incontinência. Exemplo: perda involuntária de urina com o riso.
e) Distúrbios da micção: esfíncter
6) Aspecto da urina
a) Urina espumosa: proteinúria.
b) Hematúria: tubular ou glomerular (forma cilindros hemáticos)

EXAME FÍSICO
1) Inspeção
a) Impressão geral: prostrado.
b) Fáscies. Exemplo: Síndrome de Lidle
c) Edema. Exemplo: anasarca (síndrome nefrótica), edema palpebral
(síndrome nefrítica).
d) Deformidades de orelha. Rim nasce na mesma fase da orelha -
implantação baixa pode indicar doença congênita do rim.
e) Coloração da pele: DRC gera prurido, cor de palha.
f) Região lombossacral: mielomeningocele, pilificação na região (associada
a alteração de funcionamento vesical e do TGI).
2) Exame físico geral
a) Peso e estatura diminuídos → DRC ou tubulopatias
b) PA elevada
c) Taquipneia: associada à acidose metabólica.
d) Pulsos periféricos reduzidos
e) Estado de hidratação/desidratação
3) Orofaringe
a) Faringite estreptocócica → Glomerulonefrite (GNDA)
4) Rins
a) Palpação: se estão palpáveis, estão aumentados (hidronefrose ou
doenças císticas).

EXAMES COMPLEMENTARES
1) Laboratoriais
a) Exame de sangue: eletrólitos, gasometria, creatinina (função renal) e
ureia.
b) Urina
i) Qualitativa: pH, densidade, proteinúria, glicosúria, leucoesterase,
leucocitúria, hematúria, nitrito.
ii) Urina 24h: proteinúria e clearence.
c) Cultura
2) Imagem
a) Radiografia simples do abdome: dor abdominal + hematúria
macroscópica → cálculo renal
b) Uretrocistografia miccional: febre + infecção urinária
c) US: hidronefrose
d) Cintilografia renal dinâmica: verifica de hidronefrose é obstrutiva ou não.
e) Cintilografia renal estática: verifica cicatrizes renais.
f) TC: malformações renais, litíase renal, tumores (perda de peso, sudorese)
g) Arteriografia: hipertensão renovascular, arterite de Takayasu (HA +
diminuição dos pulsos periféricos), displasia fibromuscular (HA).
h) Biópsia renal: Síndrome Nefrótica.

MEDIDA DA PRESSÃO ARTERIAL NA CRIANÇA


1) Importância: PA na idade adulta tem correlação com PA na infância
→ manter estilo de vida saudável (dieta hipossódica, prática de
exercícios), evitando atingir a obesidade; HA na infância é FR
para DCV na idade adulta.
2) Aferição de crianças < 3 anos
a) Importante em casos de: prematuridade (glomérulo hipertrofiado),
MBPN, complicações neonatais; doença cardíaca congênita; infecção
urinária recorrente, hematúria, proteinúria; DR conhecida ou
malformações urológicas; HF de DRCongênita; transplante de órgão
sólido; doença maligna ou tx medula óssea; tratamento com medicações
que elecam PA; doenças sistêmicas associadas a HA (neurofibromatose,
esclerose tuberosa).
3) Método
a) Aparelho:
i) “Padrão-ouro” é coluna de mercúrio. Dado o perigo, utiliza-se o
aneroide.
ii) Escolha: largura deve ser 40% da circunferência do braço
(distância entre olécrano e acrômio); cumprimento de 80-100% da
circunferência do braço.
b) Técnicas
i) Posição: < 3 anos deitada; > 3 anos, sentada, braço na altura do
coração. Preferência pelo braço direito (E dá alterado em
coarctação da aorta). Medir 2x.
ii) Método auscultatório: palpar pulso braquial, estetoscópio
na fosse antecubital medialmente → insuflar 20 mm
acima do ponto em que o pulso desaparece → desinflar
lentamente → P.A.S 1º som, P.A.D desaparecimento.
c) OBS:
i) PA do braço elevada → fazer nas pernas = braço >
pernas é patológico (coarctação da Ao).
ii) Medida isolada elevada → repetir (principalmente se
obtida por método oscilométrico).
4) Resultado: valor PA referido de acordo com idade, sexo e percentil de estatura.
5) Tabelas de PA
a) Determinar percentil de estatura pela curva-padrão de estatura
b) PAS/PAD normal: inferior ao valor de p90
c) PA elevada: PAS/PAD valores ≥ p90 e < p95
d) Hipertensão arterial: PAS/PAD ≥ p95
e) Hipertensão estágio 1:
f) Hipertensão estágio 2:
i) Exemplo: menino de 10 anos com p50 de estatura (142 cm) e PA
= 130/90 mmHg
(1) Entre p50 e p75: 130 entre p95+12 = hipertensão estágio 2.
g) Fatores que interferem na PA: manguito de tamanho inadequado ou
em condições impróprias de uso (rasgos, velcro defeituoso
ou descosturado); esfigmomanômetro inadequado (aneroide
descalibrado, coluna de mercúrio quebrado); déficit
auditivo do examinador; ambiente ruidoso; falhas na
técnica de medida da PA (não comprimir demais → colaba o
vaso).

SEMIOLOGIA DO RECÉM-NASCIDO
I. Pré-natal
A. História materna
1. Idade, paridade
2. Doenças prévias: diabetes mellitus/gestacional (feto
macrossômico), hipertensão (feto prematuro, pequeno)
3. Doenças gestacionais
4. Medicamentos
5. Drogas lícitas e ilícitas
B. Exames pré-natal: no mínimo 4 consultas
1. Sorologias: sífilis, toxoplasmose, hepatites (B e C), HIV
2. Tipagem sanguínea de mãe e pai: doenças hemolíticas
3. Ultrassonografia: idade gestacional, bem estar fetal, má formações
II. Nascimento
A. Presença do pediatra é essencial.
B. APGAR → grau de vitalidade ao nascer (boa se ≥ 7)
1. FC (acima de 100), cor (róseo), irritabilidade reflexa (choro),
esforço respiratório (choro forte), tônus muscular (ativo, membros
em flexão)
2. 0-3: DNN grave
3. 4-6: DNN moderada
4. 5º minuto: > 6 (boa recuperação), ≤ 6 (má recuperação)
C. Idade gestacional e classificação peso/IG
1. Melhor estimativa obstétrica: USG obstétrica precoce (1º
trimestre) > DUM (certeza, ciclo regular, sem anticoncepcional) >
métodos de avaliação somático e neurológico (New Ballard).
2. Termo: 37-41s6d (termo)
3. Pós-termo: ≥ 42s (pós-termo)
a) Pele enruga e descama.
4. Pré-termo ou prematuro: <37s
a) Pele mais fina, maior visibilidade de vasos e sulcos,
superfície plantar mais lisa, aréola e glândula mamária
menos desenvolvidos, menor elasticidade da cartilagem da
orelha.
5. Peso
a) RN Macrossômico: > 4000g. Grande e frágil (hipotônico,
sonda nasogástrica, hiperêmico).
b) RN BP: < 2500g.
c) RN MPB: <1500g.
d) RN EBP: < 1000g
6. Adequação de PN e IG
a) AIG (adequado para IG): entre p10 e p90
b) PIG (pequeno para IG): < p10. Maior risco de problemas
respiratórios e metabólicos.
c) GIG (grande para IG): > p90
7. Comprimento
a) RN termo: 50 +- 2 cm
b) PC = 34-36 cm
c) PT =
8. Pele
a) Icterícia: > 50% dos RN, início 2-3d.
(1) Zonas de Kramer
b) Lanugem
c) Mancha mongólica: fisiológico.
d) Vérnix caseoso.
9. Fontanelas
a) Anterior ou Bregmática: 6-18 meses
b) Posterior ou Lambdoide: 1-2 meses.
c) ‘ “Bossa serosanguinolenta”: líquido seroso,
desaparece
d) Cefalohematoma: sangue
10.Exame físico
a) Face: simetria
b) Olhos: edema palpebral, reflexo vermelho (luz
atravessa; se ficar branco → catarata,
retinoblastoma).
c) Ouvido: forma e implantação das orelhas
d) Nariz: forma, permeabilidade, secreção
e) Boca: lábios, palato, dentes, posição da mandíbula
f) Pescoço: massas, movimentação
g) Clavículas: fraturas
h) Mamas: secreção
11.Cardiovascular
a) Inspeção: cianose, ictus
b) Palpação: pulso, pré-cordio
c) Ausculta: BEE, B1, B2 hiperfonética, sopros (intensidade,
tipo, timbre)
12.Pulmonar
a) Inspeção: padrão respiratório, FR, retrações, tiragens
(intercostal, fúrcula), gemência, BSA (Boletim de Silverman-
Anderson, avalia utilização de mm. acessória).
b) Ausculta: comparativa, murmúrio, crepitações.
13.Abdome
a) Inspeção: forma, distensão, circulação colateral, coto
umbilical (queda)
b) Ausculta, palpação, percussão
14.Genitália
a) Feminina: clitóris hipertrofiado, fusão dos grandes lábios,
orificio de vagina e uretra.
b) Masculina: comprimento do pênis, orifício uretral, prepúcio,
testículos, hérnia, hidrocele. Quanto mais prematuro, menos
definida a bolsa escrotal (descida do canal inguinal)
15.Coluna: “passar o dedo”
16.Membros
a) Manobra de Ortonali: verifica luxação congênita do
quadril. Colocar II e III dedos na fossa do
acetábulo e polegares no joelho → fletir joelho
no quadril e abrir, verificando “clique”.
b) Manobra de Barlow: dedo na fossa do acetábulo,
polegar na parte interna → deslocamento
17.Neurológico
a) Postura: pernas e braços fletidos.
b) Tônus
c) Movimentos normais, simétricos
d) Reação a estímulos sonoros e luminosos
e) Reflexos transitórios: preensão palmar (2 meses) e plantar,
Moro (abrir os dois braços e fechar após estímulo, até 3º
mês), sucção, tendíneos profundos, marcha (2 meses)
reflexa, propulsão, cutâneo-plantar (8-10 meses).
18.Diurese:
a) 99% urinam pela 1ª vez nas primeiras 48h, sendo 23% em
sala de parto.
b) Volume urinário nas 1ª 24h: 15 mL.
19.Mecônio
a) 90% eliminam mecônio nas 1ªs 24h. Se não o fizer, sinal de
alerta para obstrução intestinal.
20.Triagem neonatal
a) Teste do pezinho: fenilcetonúria, hipotireoidismo,
hemoglobinopatias, fibrose cística, hiperplasia suprarrenal,
deficiência de biotinidase.
b) Teste da orelhinha: emissão otoacústica, observar resposta.
c) Teste do olhinho (Reflexo vermelho): incidir luz com
oftalmoscópio em ambos os olhos → vermelho
d) Oximetria do pulso: diagnóstico precoce de cardiopatia
congênita crítica.
21.Hipóteses

AVALIAÇÃO DOS ÓRGÃOS GENITAIS


MASCULINO
1) Pênis
a) Avaliar
i) Tamanho - modifica-se segundo idade gestacional e faixa etária
(1) Comprimento e largura
(2) Recém-nascido → 2,5 - 3 cm
(3) Pouca variação até a adolescência (“estirão” →
3,7 cm a 9,3 cm)
ii) Meato uretral: pode estar localizado em qualquer área. Meato em
todo o comprimento é sugestivo de distúrbio na síntese de
andrógenos.
2) Escroto: observar simetria e se ambos os testículos estão na bolsa.
a) Prematuros podem ter criptorquidia - testículos estão quase na saída do
canal inguinal ou são retráteis.
b) Localização do testículo: palpação de toda a topografia da crista ilíaca
ânterossuperior até a bolsa. Consistência de linfonodo.
c) Volume testicular: pré-pubere tem VT </ 3 cm³. Acima disso é púbere.
d) Hérnia inguinoescrotal: bolsa excessivamente grande e assimétrica com
hidrocele (acúmulo de líquido).
3) Estadiamento puberal:
a) G1/P1: pré-púbere
b) G2: aumento do volume testicular e comprimento do pênis
c) G4: aumento do comprimento e diâmetro do pênis
d) G5: desenvolvimento da glande - maior que o diâmetro do pênis.
e) P2
f) P3
g) P4
h) P5: atingem a face medial da coxa
i) P6: formato de losango.

FEMININO
1) Pequenos e grandes lábios: hiper ou hipotrofia.
2) Clitóris: padrão é menos que 0,5 cm de diâmetro e menos que 1 cm de
comprimento. Maior que isso, hipertrofia clitoriana (+ desenvolvimento precoce
de pelos pubianos + hipertensão arterial = tumor adrenal virilizante. Brasil é o
local onde mais tem, principalmente centro-oeste de SP e norte do PR).
3) Escala de virilização de Prader: classifica de 0 a V. I é clitoriomegalia, II é
pequeno fechamento do intróito vaginal, III é formação de seio urogenital, IV é
pregas labioescrotais e uretra na base do pênis, V é pênis com escroto
criptorquídico
4) Sinéquia dos grandes lábios: “fusão” de região dos grandes lábios, geralmente
decorrente de vulvovaginites de repetição.
5) Estadiamento puberal: M1-5 e P1-5
M: desenvolvimento mamário
M1: broto mamário (saliência abaixo da aréola)
M3: acúmulo de gordura (volume variável). Aspecto infantil.
M4:
M5: Corpúsculos de Montgomery (?)

MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS COMUNS DA


ENDOCRINOLOGIA PEDIÁTRICA
1. “Criança que não cresce”
a. Distúrbios de crescimento
i. Causas primárias: distúrbios genéticos
ii. Causas secundárias: desnutrição (marasmo → deficiência
proteicocalórica global; kwashiorkor → deficiência
proteica, aspecto de Síndrome Nefrótica; anorexia
nervosa e bulimia), doenças crônicas, medicamentos,
imunodeficiências, neoplasias, outras endocrinopatias
(disfunção hipotalâmica, DGH, insensibilidade ao GH,
resistência a IGF-1).
1. Baixa estatura idiopática: idade óssea atrasada (RCCD com
previsão de estatura final normal, sem componente familiar),
idade óssea normal (componente familiar).
b. Investigação
i. Idade de início da BE, antecedentes pessoais, antecedentes
familiares
ii. Estatura-alvo: altura do pai + (altura da mãe +/- 13) /2
c. Síndrome de Turner (pescoço alado, pectus carináceo, baixa implantação
de orelha, hipertelorismo mamário, micrognatia)
d. Síndrome de Klinefelter
2. “Puberdade”
a. Andrógenos: pelos pubianos, aumento peniano, pigmentação. Precoce é
antes dos 9 anos.
b. Estrógenos: aumento das mamas, pigmentação dos pequenos lábios,
menarca. Precoce é antes dos 8 anos.
c. Causas de precocidade: irradiação, tumor, hipotireoidismo crônico,
independência de gonadotrofinas (testotoxicose, exposição a andrógenos,
exposição a estrógenos, Síndrome de McCune-Albright - manchas de
café-com-leite).
d. Causas de atraso: fisiológica (RCCD), doenças crônicas, desnutrição,
Síndrome de Turner, Síndrome de Klinefelter, insensibilidade androgênica,
anabolizantes, atletas com baixíssima gordura corporal.
3. Ganho ponderal
a. Causas: exceso de corticoide tópico, dieta hipercalórica.
b. Sinais associados: acantose nigricans (? sinal de resistência à ação da
insulina - pré diabetes e diabetes), estrias esbranquiçadas (obesidade da
dieta) ou vinhosas (Síndrome de Cushing).
4. Bócio
5. Desidratação
a. Causa: diabetes descompensada
b. Sinais associados: turgor diminuído, mucosa seca.

SEMIOLOGIA CARDIOLÓGICA PEDIÁTRICA


1. Aparência física
a. Fácies (síndrome genética): malformações estão quase sempre
associadas e envolvem estruturas cardíacas.
i. Síndrome de Down (50% associado a cardiopatia congênita):
epicanto dos olhos, separação do hálux dos demais dedos, prega
simiesca, hipotonia muscular, excesso de pregas em região
posterior (avaliado no US)
ii. Síndrome de Patau (80% tem cardiopatia congênita):
malformações faciais.
iii. Síndrome de Edwards
iv. Síndrome de Williams-Beuren (maior parte tem estenose aórtica
supravalvar): nariz empinado, nariz pequeno e empinado, cabelos
encaracolados, lábios cheios, dentes pequenos, conversadores.
v. Síndrome de Turner (associação com coarctação da aorta,
geralmente em subclávia E): amenorreia, baixa estatura, HA com
pulso de MMSS normal e MMII fino.
b. Estado nutricional: ganho de peso e déficit de crescimento é sinal de
cardiopatia congênita ou adquirida
c. Atividade física: comparar o que ela faz com crianças da mesma idade
(“Consegue acompanhar os colegas em atividades recreativas?”
“Mamadas em intervalos curtos?”)
d. Cor da pele (palidez/cianose/sudoreica): indicativos de hiperatividade
adrenérgica.
e. Cianose: pés e lábios arroxeados, dedo em baqueta de tambor, unha em
vidro de relógio.
f. Posição: cócoras (Tetralogia de Fallot, nessa posição oxigena melhor).
2. Avaliação dos pulsos e da perfusão periférica
a. MMSS e MMII - sempre comparar (radial → femoral, tibial
posterior ou tendinoso p. ex).
b. Ritmo, amplitude e simetria: amplo (febre, insuficiência aórtica,
permanência do canal arterial).
c. Tempo do enchimento capilar (</ 3s): se lento, DC está baixo.
d. Temperatura ambiente adequada: em ambientes frios, perfusão é ruim.
e. Quais: braquial, carótida, radial, tibial anterior, tibial posterior, pediosa,
poplíteo (difícil).
3. Aferição de PA
a. Na pediatria, a maior parte de HA é de causa primária.
b. Com FR, a partir do 1 ano. Sem FR, a partir dos 2 anos.
c. Automático: contração do músculo é dada como PS. Em crianças
chorando ou agitada, não usar.
4. Semiologia cardíaca
a. Inspeção
i. Alterações anatômicas: pectus excavatum (associado a
cardiopatias, principalmente prolapso de válvula mitral; pode ser
somente familiar), tórax em quilha, abaulamento precordial
(indicativo de cardiomegalia, principalmente se hemitórax E for
maior que D).
ii. Ictus cordis:
b. Palpação
i. Localização: aumento VD ou derrame pericárdico (desvio lateral e
para cima) ou VE (desvio para baixo), cardiomegalia global (lateral
para baixo). Muda conforme a idade.
1. Frêmito catáreo
2. Bulhas cardíacas
ii. Frequência cardíaca: quanto menor a criança, maior a FC.
1. Sinais de insuficiência cardíaca: cardiomegalia, taquipneia,
taquicardia.
c. Ausculta: SISTEMATIZAR.
i. Identificar 1ª e 2ª bulha (1ª corresponde ao pulso - geralmente são
hiperfonéticas em crianças) → identificar eventos durante
sístole (entre 1 e 2) e diástole (depois de 2) → identificar os
focos (em crianças pequenas, superpõem-se)
1. Sopro sistólico: ejetivo e de regurgitação
2. Alta frequência (diafragma): B1, B2, cliques sistólicos,
sopros de regurgitçaão.
3. Baixa frequência: B3, B4, …
ii. Local: frente E DORSO (circulação colateral), FÚRCULA e
CARÓTIDA (sopro de coarctação, frêmito), REGIÃO
INFRACLAVICULAR (sopro de canal arterial??)
iii. Áreas (imagem).

SOPRO CARDÍACO
1. Fisiológico: velocidade (velocidade é maior em crianças), viscosidade reduzida
(crianças tem menos células), magreza, febre.
2. Como definir se patológico: característica do sopro, se há repercussão.
3. Classificação
a. Levine, baseia-se na presença ou não de frêmito)
i. G1-3: ausência de frêmito
ii. G4+: há frêmito.
b. Ejeção vs. regurgitação
i. SS de ejeção: áspero, em crescendo, começa após B1 e termina
antes de B2, maior em posição supina. Pode ser inocente.. Ex: SSI;
obstrução valvar.
1. Sopros inocentes na pediatria:
a. Sopro de Still (vibratório, aumenta de intensidade
durante expiração e deitado, 2-6 anos;
b. Sopro pulmonar (comum em RN, diminui com
inspiração e deitado);
c. Sopro venoso (3-8 anos, sentado; suave, de retorno
venoso);
d. Sopro supraclavicular (adolescentes, comum sentado,
diminui se elevar os braços para trás, virar cabeça
contra o sopro e elevar o ombro ipsilateral.
e. SS de regurgitação: nunca inocente, áspero a suave,
em decréscimo, …
c. Sopros patológicos: diastólicos, holossistólicos, sistólicos tardios,
cardiopatia associada, ...

EXAME MUSCULOESQUELÉTICO PEDIÁTRICO


Queixas
“Benignas”: dor musculoesqueletica benigna da infância, Síndrome de
Hipermobilidade Articular Generalizada
Doenças articulares: Artrite Idiopática Juvenil, Artrite reacional
Doença sistêmica: febre reumática, LES juvenil, vasculites
Investigação
História física detalhada + exame físico completo + exame musculoesquelético
EXAME MUSCULOESQUELETICO
1. Avalia: articulações, ossos, músculos e estruturas periarticulares
2. Partes: inspeção, palpação, movimentação ativa e passiva
3. Avaliação global do aparelho locomotor
4. Marcha: ao entrar no consultório, presença de claudicação, subir na maca
5. Postura: em pé, dirigindo-se à maca, subindo a escadinha
6. Exame dos MMSS e MMII
a. MMII
i. Inspeção: diferença no comprimento dos membros, desvios,
aumento do volume, contraturas, joelho (normal, genu varo, genu
valgo).
1. Fisiológico: retificação → varismo fisiológico →
valgismo universal → 5 graus de valgismo.
b. MMSS
i. Inspeção: edema, deformidades (em botoeira ou pescoço de cisne
no V dedo), atrofia muscular, edema e alargamento de punho (sinal
de artrose crônica), hipotrofia da musculatura interóssea; lesões
cutâneas e ungueais (Dermatomiosite juvenil).
7. Exame do esqueleto axial
i. Inspeção: nivelamento de ombros, escápulas, pelve e pregas
glúteas; presença de curvaturas da coluna; de perfil, observar
aumento de cifose torácica, aumento ou perda da lordose lombar,
protusão da cabeça e torcicolo.
8. Ossos
a. Inspeção: hipercrescimento ósseo
b. Palpação: sensibilidade dolorosa
i. RN → sífilis, osteomielite
ii. Pré-escolar/escolar: acidentes, maus tratos
iii. Outras causas: anemia falciforme, leucemia, escorbuto.
9. Músculos
a. Inspeção; hipertrofia, atrofia, contraturas musculares
b. Palpação: calor, dor
c. Movimentação: ativa e passiva
d. Pesquisa de força.
10.Êntese: ligamentos, tendões

EXAME ARTICULAR: buscar dor, edema e limitação à movimentação.


1. Inspeção
a. Aumento de volume (hipercrescimento ósseo, aumento de líquido sinovial
e/ou)
b. Hiperemia, aumento de deformidades.
c. Edema → desaparecimento do contorno ósseo.
2. Palpação
a. Verifica causa do aumento do volume articular, aumento de temperatura,
dor à digitopressão, crepitação e localização (articular ou extraarticular).
3. Movimentação ativa e passiva
a. Aumento ou diminuição da amplitude de movimentos, sempre comparar
os lados.
i. Hipermobilidade articular: doenças hereditárias (Marfan, Ehler-
Danlos, erros inatos do metabolismo); Síndrome da
Hipermobilidade Articular Generalizada.
1. Teste: mindinho paralelo a antebraço, polegar paralelo à
face ventral do braço, hiperextensão do braço e joelho, fletir
coluna com a mão espalmada no chão (Critério de Beighton
- + >/ 4)
ii. Hipomobilidade articular: dor, bloqueio mecânico, contratura,
anquilose, luxação; miopatias; esclerodermia; paralisias flácidas.
4. pGALS - exame de triagem para queixas musculoesqueléticas.
a. Marcha, Braço, Perna e Coluna.
b. Perguntas + exame físico
c. Perguntas
i. Seu filho tem alguma dificuldade para mover alguma articulação,
algum músculo ou dor nas costas?
ii. Seu filho consegue se vestir sem ajuda? Tem dificuldade com
alguma peça?
iii. Seu filho tem dificuldade para subir ou descer escadas?
5. Artrite: edema ou dor + limitação.

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