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Balanco Energetico e Producao de Lodo em Uma ETE Do Tipo UASB Biofiltros Aerados Submersos
Balanco Energetico e Producao de Lodo em Uma ETE Do Tipo UASB Biofiltros Aerados Submersos
PALAVRAS-CHAVE
Gonçalves et al. (1997) propõem uma ETE associando reatores UASB e biofiltros aerados
submersos (BF). Uma comparação com uma ETE com decantadores primários e BFs
(configuração originalmente adotada na Europa) é apresentada na figura 1. Na
configuração convencional, os decantadores primários têm atuação praticamente nula
sobre o compartimento solúvel do substrato carbonáceo do esgoto. O lodo misto neles
formado ainda é banstante instável, requerendo estabilização complementar. Na
configuração proposta, pelo menos 70% do material carbonáceo afluente ao conjunto é
metabolizado anaeróbicamente no UASB. Consequentemente, baixa produção de lodo e
uma significativa economia de energia são vantagens da associação UASB + BF com
relação à configuração original dos Bfs.
biofiltros aerados
submersos
ET
digestor digestor
floculante
primário secundário
adensador lodo
reator UASB
cal
centrífuga
agricultura
cal silo de
estocagem
agricultura
silo de floculante
estocagem prensa
desaguadora
EPT = esgoto pré-tratado (gradeamento fino + desarenação)
ET = esgoto tratado (efluente final)
MATERIAL E MÉTODOS
O aparato experimental foi composto por um reator UASB com 46 litros de volume total
(altura = 5,4 m e diâmetro = 100 mm) e um BF com 7,9 litros (altura = 1,00 m e diâmetro
= 100 mm). O meio granular do BF era flutuante e totalmente submerso, sendo composto
por esferas de poliestireno do tipo S5 com diâmetro efetivo de 3 mm, superfície específica
de 1200 m2/m3 e densidade de 0,04. O suprimento de ar era assegurado por um
compressor marca SCHULZ modelo NISI - 26 VL/60 (1/2 cv) .O ar era injetado na base
do BF e atravessava o leito em fluxo ascendente, em sentido co-corrente com o esgoto. A
vazão de ar no BF foi controlada através de um rotâmetro de marca Cole Parmer, com
escala de leitura de 2550 a 42650 ml/min.
UASB biogás
efluente
anaeróbio
biofiltro
o o
o
efluente
final
soprador
o o
o
ar
lodo lodo
Figura 2 - Esquema da planta piloto - associação em série do reator UASB com o BF
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Desempenho do conjunto UASB + BF na remoção de SS, DBO e DQO
Nos testes realizados com o reator UASB operando com um tempo de detenção hidráulica
() de 6 horas, o desempenho desse reator foi muito semelhante ao observado na etapa
anterior, com as eficiências de remoção atingindo 78% (SS), 76% (DQO) e 87% (DBO5).
O BF recebeu cargas orgânicas médias de 4,9 kg DQO/m3.dia e 1,35 kg DBO5/m3.dia,
produzindo um efluente com rigoroso estado de mineralização: SS = 10 mg/l, DBO5 = 9
mg/l e DQO = 38 mg/l. As eficiências médias de remoção de SS, DBO5 e DQO do
conjunto foram respectivamente 94%, 96% e 91% nessa etapa.
Tabela 2 - Características médias do esgoto bruto e do efluente dos dois reatores durante
as etapas experimentais 3, 4 e 5
Etapa Parâ- n Esgoto UASB BF Global
metro bruto
Média D.P. Média D.P. % Média DP % %
3 SS 14 174 92 37 14,8 73 10 3,4 69 92
DQO 14 463 183 112 23,3 73 49 13,5 56 88
DBO5 14 214 80 36 10 82 9,7 3,3 72 95
4 SS 12 171 59 35 6,5 78 9,8 4,7 72 94
DQO 12 459 95 105 14,4 76 37,8 9,0 64 92
DBO5 12 229 58,4 29 2,5 87 9,4 2,1 68 96
5 SS 18 127 46 30 9,3 74 10,3 4,6 66 92
DQO 18 297 99 88 23 68 49 13,5 44 82
DBO5 18 125 43 21 7 83 9,6 3,4 54 92
Finalmente, os testes realizados com as cargas hidráulicas de 1,45 m3/m2.h ( = 4h) sobre
o UASB objetivaram averiguar o comportamento do conjunto em uma situação de colapso
da etapa anaeróbia. Tomou-se como parâmetro balizador um < 5 horas, apontado por
vários pesquisadores como o mínimo recomendável para que se mantenha uma atividade
de metanização adequada no UASB (Vieira et Garcia Jr.,1992; Van Haandel et Lettinga,
1994). Entretanto, o comportamento do reator UASB permaneceu estável e muito
semelhante aos apresentados nas etapas 3 e 4. Mesmo com as cargas orgânicas médias
sobre o BF atingindo 6,15 kg DQO/m3.dia e 1,47 kg DBO5/m3.dia, as eficiências de
remoção mantiveram-se bastante elevadas e o efluente final apresentou concentrações de
10,3 mg SS/l, 49 mg O2/l (DQO) e 9,6 mg O2/l (DBO5).
RW UASB BF RW UASB BF
450 1000 1 4 5
1 5 2 3
2 3 4
900
400
800
350
C O D (mgO 2 / l )
700
300
600
SS (mg / l)
250 500
200 400
150 300
100 200
100
50
0
0 7 32 57 82 107 132 157 182 207 232
7 32 57 82 107 132 157 182 207 232
Time(d ) Time ( d )
O balanço de massa sobre o substrato carbonáceo foi realizado nas duas configurações de
ETE apresentados na figura 1, com o objetivo de comparar a produção de lodo, de biogás
e a demanda energética. Os resultados médios de desempenho dos processos e de
qualidade de afluente e efluente obtidos na fase 3 desta pesquisa foram utilizados nesse
intuito. Para melhor relacionar com a realidade, todos os cálculos foram feitos para uma
ETE com capacidade de 25.000 Eq. Hab. As premissas de base utilizadas nos cálculos
foram as seguintes:
CONCLUSÃO
Tendo como referência o UASB, as seguintes cargas hidráulicas foram testadas: 0,4
m3/m2.h ( = 16 h); 0,6 m3/m2.h ( = 10 h); 0,8 m3/m2.h ( = 8 h); 1,0 m3/m2.h ( = 6
h) e 1,45 m3/m2.h ( = 4h). Nos testes realizados com o reator UASB operando com um
tempo de detenção hidráulica () de 6 horas, correspondendo a um < 11 minutos no
meio granular do BF, as eficiências médias de remoção de SS, DBO5 e DQO do conjunto
foram respectivamente 94%, 96% e 91%. O efluente final , correspondendo ao efluente do
BF, apresentou rigoroso estado de mineralização, com as seguintes características médias:
SS = 10 mg/l, DBO5 = 9 mg/l e DQO = 38 mg/l.
AGRADECIMENTOS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS