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TRIBUNAL MARÍTIMO

JN/NCF PROCESSO Nº 32.724/18


ACÓRDÃO

Balsa “FB-13”. Queda de veículo na água. Causa determinante não apurada,


sem identificação de possíveis culpados. Arquivamento.

Vistos e relatados os presentes autos.


Consta dos autos que por volta das 13h do dia 26 de outubro de 2017, o
condutor do veículo automotor, Sr. Marcos Roberto Domingues, intencionava embarcar
na balsa “FB-13”, para travessia do município de Iguapé, SP, para o bairro da Juréia do
mesmo município. Ao descer a rampa de acesso ao flutuante do atracadouro da balsa, o
Sr. Marcos pisou no freio, mas não obteve frenagem, pois o caminhão deslizou em
direção à balsa. O Sr. Marcos pulou da cabine do caminhão, preservando sua integridade
física. O caminhão desgovernado atravessou o convés da balsa de um bordo para o outro,
colidindo na borda falsa que é rebatida (quebra-mar de proteção), vindo a cair no rio
Ribeira de Iguapé, SP. Após a queda, a balsa “FB-13” deslocou o caminhão para um
local afastado do atracadouro e o Sr. Marcos providenciou uma retroescavadeira a fim de
retirá-lo da água. Do evento não resultaram acidentes pessoais ou poluição, porém há
registro de danos materiais, pois a balsa teve arranhões no batente de proteção do convés,
e o caminhão perda total.
Os peritos afirmaram que o caminhão foi muito avariado pelo arrasto no leito
do rio e durante a sua retirada da água, prejudicando o exame pericial no veículo a fim de
verificar existência de algum problema que pudesse ter contribuído para incidente. Desse
modo, concluíram que não foi possível apurar com precisão a causa determinante.
O encarregado do inquérito em uniformidade de entendimento com os peritos
concluiu pela indeterminação da causa, pois mesmo com os depoimentos colhidos e o
vídeo anexado aos autos, não há como apontar a causa determinante e responsável pelo
evento.
Os autos do inquérito foram remetidos ao Tribunal Marítimo, que o
encaminhou à PEM, depois de resumir os fatos narrados no inquérito argumentou que as
provas coligidas se revelaram inconclusivas, vale dizer, desprovidas de aptidão a
demonstrar de forma irretorquível a causa determinante da queda do veículo na água.
Diante da face de carência de provas sólidas, a PEM se manifestou pelo arquivamento do
presente IAFN, eis que a causa determinante do fato da navegação não restou
devidamente apurada.

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(Continuação do Acórdão referente ao Processo nº 32.724/2018..........................................)
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Publicada nota de arquivamento em 22 de fevereiro de 2019, o prazo para
manifestações de possíveis interessados transcorreu em branco até o dia 23 de abril de
2019, conforme certificado à fl. 87.
Assiste razão a PEM e os autos devem ser arquivados, pois as provas
colhidas durante o IAFN foram insuficientes para apurar a causa determinante da queda
do veículo na água, não se podendo apontar responsáveis.
Assim,
ACORDAM os Juízes do Tribunal Marítimo, por unanimidade: a) quanto à
natureza e extensão do acidente da navegação: queda de veículo na água com danos
materiais; b) quanto à causa determinante: não apurada; e c) decisão: julgar o fato da
navegação previsto no art. 15, alínea “e”, da Lei nº 2.180/54, como decorrente de causas
não apuradas, mandando arquivar os autos conforme promoção da PEM.
Publique-se. Comunique-se. Registre-se.
Rio de Janeiro, RJ, em 20 de agosto de 2019.

NELSON CAVALCANTE E SILVA FILHO


Juiz Relator

Cumpra-se o Acórdão, após o trânsito em julgado.

Rio de Janeiro, RJ, em 15 de outubro de 2019.

WILSON PEREIRA DE LIMA FILHO


Vice-Almirante (RM1)
Juiz-Presidente
PEDRO COSTA MENEZES JUNIOR
Capitão-Tenente (T)
Diretor da Divisão Judiciária
AUTENTICADO DIGITALMENTE

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Assinado de forma digital por COMANDO DA MARINHA
DN: c=BR, st=RJ, l=RIO DE JANEIRO, o=ICP-Brasil, ou=Pessoa Juridica A3, ou=ARSERPRO, ou=Autoridade Certificadora SERPROACF, cn=COMANDO DA MARINHA
Dados: 2019.11.17 16:27:56 -03'00'

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