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EMENTA
EMENTA
É o relatório.
VOTO
No especial (e-STJ fls. 404/412), com fundamento no art. 105, III, "a", da CF,
a recorrente alegou, em síntese, violação do art. 3° do Decreto-Lei n.
911/1969 por ausência de notificação na forma prevista em lei e apontou a
abusividade da contratação mantida entre as partes.
Suscitou afronta aos arts. 51 do CDC e 1° do Decreto n. 22.626/1933,
defendendo a limitação da taxa de administração e dos juros remuneratórios.
Não se ofereceram contrarrazões (e-STJ fl. 417).
No agravo (e-STJ fls. 425/430), foram refutados os fundamentos da decisão
agravada e alegado o cumprimento de todos requisitos legais para
recebimento do especial.
Foi apresentada contraminuta (e-STJ fls. 432/440).
É o relatório.
Decido.
O prequestionamento demanda deliberação expressa, no acórdão recorrido,
sobre as teses jurídicas em torno dos dispositivos legais tido como violados,
a fim de que se possa, na instância especial, abrir discussão sobre
determinada questão de direito, definindo-se, por conseguinte, a correta
interpretação da legislação federal.
No caso, não foi prequestionada a tese de ausência de notificação na forma
prevista em lei. Aplica-se a Súmula n. 282 do STF.
O Tribunal de origem consignou, ainda, que, tratando-se de contrato de
consórcio, cuja remuneração do credor se dá pela taxa de administração, a
mora somente pode ser descaracterizada pela eventual excessividade da
referida taxa, não se podendo falar em provimento revisional dos juros
remuneratórios sem que tenha sido postulada a devida reconvenção.
Confira-se (e-STJ fl. 399):
Na esteira de jurisprudência do egrégio STJ, quando suscitada em
matéria de defesa, a existência de abusividades nos encargos deve
ser apreciada pela Corte, para aferição da higidez da mora contratual.
Nesse sentido, e.g.:
DIREITO PROCESSUAL CIVIL. BANCÁRIO. AGRAVO
REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. ALIENAÇÃO
FIDUCIÁRIA EM GARANTIA. AÇÃO DE BUSCA E
APREENSÃO. DISCUSSÃO DE CLÁUSULAS CONTRATUAIS.
POSSIBILIDADE. DECISÃO MANTIDA.
1. A Segunda Seção consolidou entendimento afirmando ser
"possível a discussão sobre a legalidade de cláusulas
contratuais como matéria de defesa na ação de busca e
apreensão" (REsp n. 267.758/MG, , Relator Ministro ARI
PARGENDLER, Relator para Acórdão' Ministro ALDIR
PASSARINHO JUNIOR, SEGUNDA SEÇÃO, julgado em
27/4/2005, DJ 22/6/2005, 222).
2. Agravo regimental a que se nega provimento.
(AgRg no REsp 1573729/SP, Rel. Ministro ANTONIO CARLOS
FERREIRA, QUARTA TURMA, julgado em 23/02/2016, DJe
01/03/2016)
É como voto.
TERMO DE JULGAMENTO
QUARTA TURMA
AgInt no AREsp 1.612.915 / RS
Número Registro: 2019/0328483-0 PROCESSO ELETRÔNICO
Número de Origem:
70082849282 00405212720078210019 01056774820198217000 70081337685 01915796620198217000
70082196700 02568372320198217000 405212720078210019 1056774820198217000 1915796620198217000
2568372320198217000
Relator do AgInt
Exmo. Sr. Ministro ANTONIO CARLOS FERREIRA
Presidente da Sessão
Exmo. Sr. Ministro MARCO BUZZI
AUTUAÇÃO
AGRAVO INTERNO
A Quarta Turma do Superior Tribunal de Justiça, por unanimidade, decidiu negar provimento ao
recurso, nos termos do voto do Sr. Ministro Relator.
Os Srs. Ministros Luis Felipe Salomão, Raul Araújo, Maria Isabel Gallotti e Marco Buzzi
votaram com o Sr. Ministro Relator.
Presidiu o julgamento o Sr. Ministro Marco Buzzi.