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CAPACITAÇÃO ON-LINE Apresentação

Hortas em O ritmo de vida acelerado das cidades,


principalmente metrópoles, caracterizado por
trânsito intenso, carga de trabalho extenuante e

Pequenos pouco tempo disponível para o lazer faz com que


a sociedade urbana contemporânea dedique
tempo reduzido aos cuidados necessários com a

Espaços
alimentação e a saúde.
Ciente deste cenário, a Embrapa Hortaliças
desenvolveu um programa para cultivo de hortas
em pequenos espaços, voltado para o público
urbano. A iniciativa tem como objetivo a
transferência de tecnologia de produção de
hortaliças em pequenas áreas, além de propiciar
maior contato com a natureza, criando a
possibilidade de uma maior interação com as
plantas, atividade que pode funcionar como
coadjuvante na prevenção do stress cotidiano.
Considerando-se o crescente interesse das
pessoas em consumir alimentos frescos e
saudáveis, o cultivo de hortas no ambiente
doméstico torna-se uma boa opção para quem
possui locais ociosos e está interessado em
produzir hortaliças para consumo próprio. Com
isso, é possível aproveitar espaços vazios de
corredores, varandas, sacadas, quintais e janelas
para produzir alimentos saudáveis, livres de
agrotóxicos, para o consumo familiar. Com
cuidados diários e imaginação, o aluno constatará
que é possível colher hortaliças de qualidade em
sua casa ou apartamento, alimentando-se melhor
e com muito mais prazer.
Realização: Embrapa Dividido em quatro módulos, o curso “Horta em
Tempo mínimo de curso: 20 Horas Pequenos Espaços” aborda os conhecimentos
básicos que auxiliarão nas etapas de plantio,
Coordenação: Henrique M. G. Carvalho condução e manutenção de pequenas hortas,
Conteudistas: Lenita Haber, Flávia Clemente informando de maneira simples como interagem
e Débora Albernaz os diferentes fatores associados à produção de
hortaliças, como água, planta, solo e luz.
Apoio: Aline Branquinho, Italo Ludke, Carla
Timm Em suma, cultivar temperos como salsa, coentro e
cebolinha, ou folhosas como alface, rúcula e
agrião não será mais um privilégio de moradores
da área rural. Por meio de uma linguagem simples
e direta, o leitor verificará que a produção e o
consumo de diversas hortaliças, saudáveis e
seguras, pode estar ao alcance de todos.

Vídeo introdutório

Clique aqui e assista o vídeo introdutório:


https://youtu.be/PRUnd45V0FE

Conheça a Embrapa Hortaliças

Clique aqui e assista o vídeo:


https://youtu.be/yh7vMaxYDV0
Módulo 1 1.1 Por onde começar?

Princípios e Argumentos não faltam para se convencer a


cultivar hortas em casa: as plantas cultivadas em

elementos
hortas são nossas grandes aliadas para a
manutenção da saúde. São pobres em calorias e
ricas em água, fibras, vitaminas, minerais e

fundamentais substâncias bioativas que auxiliam na redução do


risco de doenças. Além disso, você pode

para a
aproveitar os espaços, reutilizar recipientes que
seriam descartados logo após o primeiro uso,
fazer um excelente exercício físico, além dos

produção de benefícios para a saúde mental e integração


familiar! Horta em casa é tudo de bom! E ainda
pode ser uma oportunidade de renda extra, com a
hortaliças comercialização de plantas fresquinhas, até
mesmo no seu próprio vasinho. Além de saúde, o
cultivo de plantas traz vida para qualquer
ambiente e esse curso traz também a proposta de
saúde e bem estar para toda família.

• Mas você deve estar se perguntando:


• Onde plantar? Quais materiais posso
usar?
• Como devo preparar o solo?
• Posso plantar qualquer hortaliça? Como
devo cuidar delas?
• Quando e quanto devo irrigar? E quanto
tempo de luz solar por dia as plantas
precisam?
• E se surgir alguma doença? O que faço?
• Quais são os benefícios que cada
hortaliça pode fornecer para a minha
saúde?

Vamos responder a essas perguntas durante todo


o curso, mas antes, no módulo 1, vamos aprender
quais são os fundamentos de uma boa produção
de hortaliças?
1.2 Fatores que afetam o
desenvolvimento das plantas

O crescimento e o desenvolvimento das plantas


estão diretamente relacionados à combinação de
três variáveis: o potencial genético, o manejo
cultural e fatores ambientais.
1. Ao potencial genético podem ser
atribuídas as características genéticas da
própria planta, que determinam sua
capacidade de desenvolvimento.
2. O manejo cultural está relacionado à
maneira como se cuida das plantas,
direta ou indiretamente, como manejo
do solo, irrigação e adubação (nutrição
das plantas).
3. Os fatores ambientais referem-se à luz,
temperatura e umidade, dentre outros.
A seguir serão discutidos alguns dos fatores que
exercem maior influência no cultivo de hortaliças,
com exceção aos fatores genéticos, que são
particulares a cada espécie.
1.3 Água
1.4 Luz
1.5 Solo
1.6 Nutrientes los. Essa faixa adequada de absorção deve
estar entre 5,5 e 6,5 e mostra a
importância de se corrigir solos ácidos
(abaixo de 5,5) por meio da calagem, ou
seja, da adição de calcário;
• água: é o veículo que coloca os nutrientes
em contato com as raízes, por isso
• o solo deve estar sempre úmido para
facilitar a solubilização;
• disponibilidade dos nutrientes no solo:
necessária para a absorção dos mesmos;
• aeração: o oxigênio é necessário para a
Os nutrientes são indispensáveis à vida vegetal, respiração das raízes;
sendo que, em muitos casos, a falta ou • temperatura do solo: a faixa favorável de
insuficiência deles causa um atraso no absorção está entre 20ºC e 35ºC, sendo
desenvolvimento das plantas e, em outros, elas que temperaturas abaixo de 10ºC e
não conseguem completar o seu ciclo de vida. superiores a 45ºC reduzem a absorção.
As plantas podem obter esses nutrientes de três Além dos fatores relacionados ao solo,
fontes: do ar, retiram o dióxido de carbono (CO2); temperatura, água e à própria disponibilidade dos
da água, o oxigênio (O2) e o hidrogênio (H) e, do nutrientes, características intrínsecas às plantas
solo, retiram os nutrientes minerais. Esses (fatores genéticos), como a intensidade de
nutrientes minerais, essenciais às plantas, são transpiração e a morfologia das plantas interferem
divididos em dois grupos. O primeiro grupo, na absorção dos nutrientes.
chamado de macronutrientes, por serem
A seguir serão discutidos a importância de cada
necessários em maiores quantidades, é composto
nutriente, a função e os sintomas de deficiência
por nitrogênio (N), fósforo (P), potássio (K), cálcio
dos nutrientes mais necessários às plantas. De
(Ca), magnésio (Mg) e enxofre (S). No segundo
maneira geral, os nutrientes N, P e K são os de
grupo temos os micronutrientes, necessários em
maior exigência no cultivo de hortaliças, cuja
menores quantidades, sendo constituído por boro
necessidade varia de acordo com a espécie e com
(B), cobre (Cu), cloro (Cl), manganês (Mn), zinco
a fase de desenvolvimento.
(Zn), molibdênio (Mo) e ferro (Fe).
1.6.1 Nitrogenio (N)
Como visto, C, O2 e H são retirados do ar e da
água, enquanto que do solo é retirada uma Além de ser responsável pela coloração verde das
enorme parcela dos nutrientes que as plantas folhas, desempenha um papel fundamental, pois
precisam. Para que isto aconteça de maneira é componente de aminoácidos e outras
eficiente, é preciso cuidar dos seguintes fatores: moléculas, como enzimas, proteínas e hormônios
vegetais, importantes para o metabolismo das
plantas. A deficiência desse nutriente é
• pH (índice de acidez) do solo: é o fator que extremamente problemática para a planta, e
mais afeta a absorção dos nutrientes, pois caracteriza-se pelo amarelecimento (clorose) das
se o pH do solo não estiver em uma faixa folhas mais velhas; em condições de maior
adequada, a raiz não consegue absorvê-
gravidade desta deficiência, a clorose estende-se é mais severa, as áreas amarelas vão escurecendo,
por toda a planta. tornando-se posteriormente necrosadas. A
infecção causada por vírus causa sintomas
parecidos, podendo ser confundida com
1.6.2 Fósforo (P) deficiência de magnésio; neste caso, deve se estar
Ajuda a formar raízes fortes e abundantes; atento à presença de insetos e/ou ácaros
contribui para formação, no amadurecimento dos transmissores de viroses.
frutos e é indispensável na formação de sementes.
Os sintomas de deficiência se refletem num
1.6.6 Enxofre
menor crescimento das plantas, desde os
primeiros estágios de desenvolvimento; É um importante componente de compostos
visualmente, observa-se bronzeamento das orgânicos, presente nos aminoácidos cisteína e
folhas. metionina. Os sintomas da falta de S são
semelhantes à deficiência de nitrogênio, porém, a
clorose se manifesta nas folhas novas.
1.6.3 Potássio (K)
Está relacionado com a formação de talos e raízes
Os micronutrientes, de maneira geral, atuam na
fortes e vigorosos, além de participar da ativação
síntese de moléculas, como enzimas, proteínas,
de muitas enzimas, do processo de fotossíntese e
aminoácidos, dentre outras. Desempenham
do transporte de carboidratos. De maneira
também importantes papéis em alguns processos
semelhante à deficiência de N, a falta de K leva a
metabólicos das plantas como a fotossíntese e a
uma clorose nas folhas mais velhas, seguida por
respiração.
necrose (morte) das pontas e margens das folhas,
fato que não ocorre com a deficiência de N.
• Boro (B): sua falta causa redução do
tamanho das plantas, deformação das
1.6.4 Cálcio (Ca)
folhas mais novas e morte das gemas
Ajuda no crescimento da raiz e do talo; é um apicais.
importante componente da parede celular, sendo
• Cobre (Cu): a deficiência em cobre altera o
indispensável para a maturação do pólen e
tamanho, a textura e a coloração das
crescimento do tubo polínico. A deficiência em Ca
folhas, tornando-as extremamente
aparece como deformações nas folhas novas,
grandes, com um aspecto flácido e uma
morte das gemas apicais, das extremidades das
tonalidade verde-escuro.
raízes e flacidez dos tecidos dos frutos, que evolui
para uma necrose funda, seca e negra. • Cloro (Cl): a deficiência leva ao
murchamento, clorose, bronzeamento e
posterior deformação das folhas, podendo
1.6.5 Magnésio (Mg) se manifestar tanto nas folhas novas
É o elemento principal na formação da clorofila, quanto nas velhas.
sem a qual as plantas não produzem carboidratos, • Manganês (Mn): sua falta causa clorose
além de ser um importante ativador de enzimas entre as nervuras das folhas.
do metabolismo das plantas. A deficiência desse
• Zinco (Zn): os sintomas de sua falta são
nutriente mostra uma clorose entre as nervuras
caracterizados pelo encurtamento dos
das folhas velhas da planta. Quando a deficiência
entrenós, redução do tamanho,
deformação e clorose das folhas.
• Molibdênio (Mo): os sintomas de
deficiência variam de acordo com a
espécie. Nas leguminosas, como a ervilha
e a lentilha, é observada uma clorose nas
folhas velhas, semelhante à causada pela
falta de N; nas brássicas, como repolho e
couve, o sintoma causado é conhecido por
“rabo de chicote”, sendo caracterizado
apenas pelo crescimento da nervura
principal. Mas, de maneira geral, os
sintomas mostram um amarelecimento
das folhas mais velhas e possíveis necroses
marginais.
• Ferro (Fe): causa clorose das folhas novas,
permanecendo apenas as nervuras verde-
claras, deixando uma aparência de uma
rede verde e fina sobre um fundo amarelo.
1.7 Principais fontes orgânicas
de nutrientes 1.7.2 Potássio (K)
Cinzas, cascas de café, pós de rochas silicatadas
com altos teores de potássio, talos de banana,
entre outros.

1.7.3 Fósforo (P)


Fosfatos naturais extraídos de rocha e farinha
de ossos.

1.7.4 Micronutrientes
Alguns pós de rocha, estercos, fontes minerais
permitidas (ex.: óxido de cobre e outros
utilizados nos biofertilizantes, que são de
Você pode ter restos vegetais em casa, baixa solubilidade).
provenientes da cozinha e quer utilizar na sua
horta, mas não sabe exatamente quais nutrientes
eles fornecem. Também você pode perceber um
sintoma de deficiência nutricional nas suas
plantas e quer saber qual seria a fonte ideal para
suprir essa necessidade. Abaixo estão as principais
fontes de nutrientes para a produção orgânica
que são permitidas pela legislação de produção
orgânica brasileira e que podem ajudá-lo a decidir
que adubos utilizar na sua horta.

1.7.1 Nitrogênio (N)


Estercos puros de animais diversos, cama e urina
de animais, espécies leguminosas de adubos
verdes (mucunas, crotalárias, guandu, feijão de
porco, feijão bravo do Ceará, etc.), resíduos
agroindustriais como torta de oleaginosas
(mamona, algodão, soja) e de cacau, palhadas
(gramíneas secas) e resíduos de culturas
leguminosas como soja e feijão, farinha de
sangue, farinha de peixe, composto orgânico,
biofertilizantes, bokashis, entre outros.

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