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21/04/2021 Monitoramento da atividade de colheita de sementes de soja | MAIS SOJA - Pensou Soja, Pensou Mais Soja

Monitoramento da atividade de colheita de sementes de soja


Por
Equipe Mais Soja

- 18 de dezembro de 2018

O presente trabalho teve por objetivo monitorar, a operação de colheita mecanizada


de sementes de soja, realizada simultaneamente por quatro colhedoras de grãos, de
modo a identificar qual o(s) fator(es) que mais influencia na perda qualitativa de
sementes de soja.

Autores: TEIXEIRA, S.B.1; TONELLO, A.A.2; LOPES, A.F3.

A colheita mecânica e o beneficiamento são as principais


fontes de danos mecânicos em sementes. Na colheita, a
semente fica particularmente susceptível ao dano mecânico,
imediato ou latente, e os danos podem apresentar-se logo no
momento ou em consequências futuras para o armazenamento
e semeadura. A semente de soja é muito sensível ao dano
(http://maissoja.com.br/wp-
mecânico, uma vez que as partes vitais do eixo embrionário
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(radícula, hipocótilo e plúmula) estão situados sob um
1.png)
tegumento pouco espesso, que praticamente não lhe oferece
Trabalho publicado nos Anais do
evento e divulgado com a autorização proteção (França Neto & Henning, 1984).
dos autores.

Durante a manipulação mecânica das sementes, o teor de


água presente nas mesmas é um fator bastante importante, pois se elevado, na operação de
colheita, prejudica a debulha, favorecendo o aparecimento de danos mecânicos latentes, pela
fragilidade da semente, e, se o teor de água é baixo, favorece a ocorrência de danos por
trincamento da semente, que no caso da soja, devido a sua estrutura, ocorre facilmente o
rompimento do eixo embrionário e a consequente morte da semente. E, apesar da importância

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econômicas das perdas quantitativas na colheita, a preocupação maior, na produção de


sementes, recai sobre a qualidade, pois as mesmas podem não alcançar os padrões
necessários e serem recusadas para fins de semeadura (Peske, 2006).

Por esse motivo técnicas de monitoramento em tempo real da operação de colheita, fornecem
informações que auxiliam na tomada de decisões com o intuito de reduzir os índices de perda
da operação (Chioderoli et al., 2012). Desta forma, o presente trabalho teve por objetivo
monitorar, a operação de colheita mecanizada de sementes de soja, realizada
simultaneamente por quatro colhedoras de grãos, de modo a identificar qual o(s) fator(es) que
mais influencia na perda qualitativa de sementes de soja.

(http://biotrigo.com.br/)

Este trabalho foi realizado em um campo registrado de produção de sementes localizado no


município de Correntina, BA, situado nas proximidades das coordenadas 13° 32’ 08” S e 45°
94’ 92” O, com altitude próximo a 900 m e declividade inferior a 5% no qual se encontrava
instalada a cultivar Monsoy M9144RR. Durante as avaliações foram monitoradas,
simultaneamente, quatro colhedoras modelo axial, a Case 2388, S 680, STS 9750 e STS 9779,
as quais trabalharam lado a lado, numa velocidade de 6 a 7 km h-1.

Ao longo de um dia de colheita foram avaliados parâmetro operacionais das máquinas como
velocidade do rotor (de 250 a 450 rpm) e abertura do côncavo (de 15 a 40mm), além de
parâmetros relacionados a semente, como o grau de umidade (%) e o dano mecânico (%),
realizado em amostras retiradas do tanque graneleiro das máquinas.

O grau de umidade (GU) das sementes foi realizado com 3 repetições através de um
determinador de umidade portátil Mini Gac da DICKEY-John. E o dano mecânico (DM) foi
quantificado pelo teste de hipoclorito a partir de 2 repetições de 100 sementes. As sementes
foram imersas por 10 minutos em água destilada contendo hipoclorito de sódio (5,25%) e, em
seguida, espalhadas sobre folhas de papel toalha, para a determinação da porcentagem de
sementes danificadas através da contagem do número de sementes entumecidas
(Krzyzanowski et al. 2004).

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Para a estatística foi realizada uma análise de regressão múltipla, utilizando o procedimento
Stepwise Seletion a partir do valor de máxima verossimilhança pelo critério akaike (AIC), com
a finalidade de encontrar o modelo mais ajustado, capaz de estimar as variáveis causadoras
de danos mecânicos. Realizado com o auxílio dos Softwares SigmaPlot 12.0 e Statistica 10.0.

Na Tabela 1 apresenta-se o resumo da regressão múltipla onde evidencia que não houve efeito
significativo do tipo de máquina, velocidade do rotor e abertura de côncavo sobre o dano
mecânico da semente. Isso se deve principalmente pelo fato de serem trabalhadas dentro dos
valores indicados para as colhedoras utilizadas e também por se tratarem de variáveis
manipuláveis, elas passaram por ajustes ao longo do período de colheita, conforme pode ser
visto na Figura 1. Onde pode-se constatar que ao longo das horas de colheita houve uma
tendência de redução na velocidade do rotor e um aumento na abertura do côncavo, de modo
a compensar a redução natural do teor de água da semente, o que facilita o sistema de trilha.
Notando-se a importância do monitoramento constantes dos parâmetros operacionais das
colhedoras para a realização dos ajustes necessários de modo a não prejudicar a qualidade da
semente que está sendo colhida.

Tabela 1. Resumo da tabela de regressão múltipla.

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Figura 1. Velocidade do rotor (rpm) e abertura do côncavo (mm) ao longo de um dia de


colheita.

Os fatores que mais influenciaram no dano mecânico das sementes foram o grau de umidade
e a hora, os quais apresentaram interação, com superfície de resposta linear, apresentando
máximo DM no menor GU e maior hora (Figura 2). Sabe-se que a umidade da semente varia
ao longo do dia, alcançando seu menor valor no período da tarde, que é quando a temperatura
está mais elevada e a umidade do ar mais baixa. O baixo grau de umidade favorece o
trincamento das sementes, principal dano mecânico contabilizado pelo teste de hipoclorito.
Com isso nota-se a importância da realização da colheita mais próximo ao ponto de maturação
fisiológica, quando o grau de umidade da semente está mais elevado, facilitando o equilíbrio
entre a utilização de colheita mecanizada e a redução do dano mecânico.

Figura 2. Superfície de resposta da ocorrência de dano mecânico (%) em função do grau de


umidade da semente e do horário de colheira.

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(http://cursos.maissoja.com.br/cursos/maquinas-para-a-colheita-de-graos)

Nesse trabalho é possível concluir que com um adequado monitoramento da operação de


colheita, e a boa capacitação dos técnicos envolvidos, é possível diminuir o dano mecânico
causado pela máquina, através de regulagens eficientes e constantes ao longo do dia. O fator
mais importante para o controle do dano mecânico é o grau de umidade, por esse motivo
deve-se evitar colher sementes com grau de umidade abaixo de 13%.

Referências

CHIODEROLI, C.A.; SILVA, R.P.; NORONHA, R.H.F.; CASSIA, M.T.; SANTOS, E. P. Perdas de
grãos e distribuição de palha na colheita mecanizada de soja. Bragantia, v. 71, n. 1, 2012.

FRANÇA NETO, J.B.; HENNING, A.A. Qualidade fisiológica e sanitária de sementes de soja.
Londrina: EMBRAPA – CNPSo, 1984. 39p. (Circular Técnica, 9).

KRZYZANOWSKI, F. C.; FRANÇA-NETO, J. de B.; COSTA, N. P. da. Teste do hipoclorito de sódio


para semente de soja. Londrina: Embrapa Soja, 2004. (Circular técnica, 37).

PESKE, S. T.; VILLELA, F. A.; MENEGHELLO, G. E. Sementes: fundamentos científicos e


tecnológicos. 3. ed. Pelotas: UFPel, , 2012. 573 p.

Informações dos autores:

1
Eng. Agrônoma, doutoranda no Programa de Pós-graduação em Ciência e Tecnologia de
Sementes-UFPEL, Pelotas-RS;

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