Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
CHAPADINHA-MA
2021
JANINE QUADROS CASTRO
CHAPADINHA-MA
2021
1 INTRODUÇÃO
3.1 Recepção
Ao chegar à Unidade de Armazenagem e Beneficiamento, é realizada a pesagem, a
identificação da carga e a coleta de amostras para a avaliação de sua qualidade inicial, com a
determinação da umidade; após isso o carregamento de grãos é levado até as moegas depois
segue para o elevador para a etapa de pré-limpeza, a unidade visitada possui duas moegas,
uma onde são descarregados os grãos mais úmidos e outra recebe os com menos umidade,
posteriormente são retiradas as impurezas e matérias estranhas, defeitos e rendimento de grãos
inteiros. Deve-se avaliar a purezas física e no caso de sementes avaliar a pureza varietal,
conteúdo de água, dano mecânico (pelo teste do hipoclorito de sódio, ou pelo método do copo
medidor) e viabilidade (teste de tetrazólio ou de condutividade elétrica) (BRASIL, 2005).
3.2 Amostragem
Definida como um processo que obtém uma pequena fração de sementes que irá
representar o lote nos testes para avaliação de sua qualidade, como: umidade, pureza e
viabilidade. A porção coletada do material segue os princípios de amostragem descritos pelas
Regras de Análise de Sementes (BRASIL, 2009).
No processo de amostragem é realizada a sucção das sementes utilizando calador
automático que pode alcançar várias profundidades da carga em diversos pontos, isso deve ser
feito para alcançar diversas profundidades devido a acomodação dos grãos e as impurezas,
que provoca uma heterogeneidade dentro da carga (CERVIERI FILHO, 2011).
A prática de amostragem de cargas é realizada com o intuito de obter uma
classificação e análise capaz de representar o lote em sua totalidade, de modo que seja capaz
de abranger grande parte das características a fim de avaliar a qualidade do produto de entrada
e saída (SILVA, 1995).
O MAPA através da Instrução Normativa de N° 11, de 15 de maio de 2007 no Art. 15
recomenda que a coleta das amostras em equipamentos de movimentação ou grãos em
movimento quando das operações de carga, descarga ou transilagem deve ser feita com
equipamento apropriado, realizando-se coletas de 500g (quinhentos gramas) nas correias
transportadoras e extraindo-se, no mínimo, 10kg (dez quilogramas) de produto para cada
fração de 500t (quinhentas toneladas) da quantidade de produto a ser amostrada, em intervalos
regulares de tempos iguais, calculados em função da vazão de cada terminal. (Ver tabela 01).
.
Fonte: (MAPA, 2007)
3.3 Limpeza
Recomenda-se, que quando necessária secagem dos grãos, os níveis de matérias
estranhas e impurezas devem ser reduzidos para valores inferiores a 4%, já para
armazenamento, esses níveis devem ser reduzidos para valores inferiores a 1%. As etapas de
pré-limpeza e limpeza, consistem em: separação pelo peso específico, que é realizado pela
mesa gravitacional, que é constituída de estrutura metálica, cuja superfície apresenta uma
chapa metálica com pequenas perfurações, que permitem a passagem de ar proporcionado por
um sistema de ventilação situado na parte inferior da máquina, isso é feito com auxílio de
peneiras com diferentes tamanhos, no local visitado usa-se peneiras de classificação 6 e 7
mm, para obtenção dos níveis desejados; a outra etapa consiste na: separação pela forma,
que feita por meio dum equipamento chamado de “Selecionador em Espiral”, esse faz a
separação dos grãos que possui formato mais alongado dos grãos mais arredondados, grãos
chochos, sementes verdes, mal-formadas e meio grão, através de força centrifuga e
gravitacional. Após esses processos, se os grãos estiveram com teor de umidade considerado
ideal vão diretamente para o silo Pulmão através do elevador de caneca que faz transporte dos
grãos por elevação na vertical; senão, vão passar pela máquina de secagem com sistema de
fluxo misto, onde passam pelo chamado “tombo”, uma ou duas vezes a depender do teor de
umidade.
A presença de matérias estranhas no interior das amostras no momento da secagem,
dependendo do tempo de permanência destas no interior dos silos, pode provocar incêndio, e
colocar em risco toda a unidade armazenadora. Já a permanência de grãos no interior dos
silos, pode favorecer o desenvolvimento de microrganismos e, além disso, dificultar o
processo de aeração dos silos, devido a interferir na frente de aeração (PARAGINSKI et al.,
2017).
Assim, a limpeza, é muito mais precisa que a pré-limpeza, pois consta de separação
rigorosa de todo material indesejável que acompanha as sementes da cultivar. Geralmente a
remoção satisfatória das impurezas é realizada através do processamento em uma sequência
específica de máquinas, onde cada uma remove uma certa quantidade de impurezas, até a
obtenção do produto final.
A escolha de uma ou mais máquinas para o beneficiamento depende do tipo de
semente, da natureza e quantidade das impurezas e das características desejadas no material
beneficiado (TOLEDO & MARCOS FILHO, 1977).
Segundo a legislação IN MAPA/2007 a soja é classificada em dois grupos de acordo
com o uso proposto: I - Grupo I: soja destinada ao consumo in natura; II - Grupo II: soja
destinada a outros usos.
Tabela 03: Limites máximos de tolerância, expressos em porcentagem, para a soja do Grupo
I:
AVARIADOS
Total de Partidos, Matérias
Máximo de Mofado Total
Tipo ardidos e Esverdeados quebrados e estranhas e
queimados s (1)
queimados amassados impurezas
1 1,0 0,3 0,5 4,0 2,0 8,0 1,0
2 2,0 1,0 1,5 6,0 4,0 15,0 1,0
(1)
A soma de queimados, ardidos, mofados, fermentados, germinados, danificados, imaturos e chochos.
Fonte: (MAPA, 2007).
AVARIADOS
Total de Máximo partidos, Matérias
Total
Tipo ardidos e de Mofados Esverdeados quebrados e estranhas e
(1)
queimados queimados amassados impurezas
Padrão 4,0 1,0 6,0 8,0 8,0 30,0 1,0
Básico
(1)
A soma de queimados, ardidos, mofados, fermentados, germinados, danificados, imaturos e chochos.
Fonte: (MAPA, 2007)
3.4 Secagem
A temperatura e o conteúdo de água da semente devem ser monitorados
periodicamente, até que o conteúdo final desejado de água seja alcançado. Uma vez terminada
a secagem, o teste de tetrazólio pode ser utilizado para avaliar a qualidade fisiológica. Que
segundo a Instrução Normativa do MAPA N° 11, de 15 de maio de 2007 a umidade deverá
ser obrigatoriamente determinada, sendo recomendado o percentual máximo de 14% (catorze
por cento).
O principio da secagem se dá na existência de gradientes de pressões parciais de vapor
de água entre as sementes/grãos e o ar de secagem. De forma que propriedades como
higroscópicidade, fluxo de vapor de água ocorra no sentido da maior para a menor pressão
parcial de vapor; logo, o aquecimento do ar de secagem determina a redução da umidade
relativa e o consequente aumento do potencial de retenção de água. A secagem de sementes,
mediante convecção forçada do ar aquecido, estabelece dois processos que ocorrem
simultaneamente: transferência da água superficial das sementes para o ar e movimento de
água do interior para a superfície das sementes, decorrente do gradiente hídrico entre essas
duas regiões (VILLELA, 1991; MORAES, 2000).
A secagem pode ser classificada de duas formas: a natural e artificial. A natural de
acordo com Maia (1995) é um processo que apresenta limitações, quanto às condições de
clima, umidade relativa do ar, temperatura, volumes e uso intensivo de mão-de-obra. Tem a
vantagem de ser de baixo custo, entretanto, um processo lento, logo os grãos/sementes devem
ser expostos em camadas não superior a 4-6cm e com necessidade de revolvimento periódico.
Já a secagem artificial é aquela que se baseia em uma fonte de calor que pode ser
variável. A característica de ser artificial se dar pelo fato de utilizar alternativas mecânicas,
elétricas ou eletrônicas (CAVARIANI, 1996). Diferente da secagem natural, tem as seguintes
vantagens: permitir o controle da temperatura, fluxo do ar de secagem e do tempo de
exposição das sementes ao ar aquecido, fatores fundamentais para garantir a eficiência do
processo.
Quanto ao fluxo de sementes no interior do equipamento os métodos artificias podem
ser classificados em continuo e estacionário (GÁRCIA, 2004). A secagem em fluxo contínuo
implica manter as sementes em constante movimento no interior do secador, logo, as
sementes passam através do secador apenas uma vez, ficando expostas um determinado
período ao ar aquecido e outro na câmara de resfriamento. Portanto, as sementes entram
úmidas na câmara de secagem e são descarregadas resfriadas com a umidade desejada. Nessas
condições, a massa de sementes atinge temperaturas elevadas, ficando expostas aos danos
térmicos, que podem causar redução na viabilidade e no vigor (AGUIRRE & PESKE, 1992;
VILLELA &SILVA, 1992; CARVALHO, 1994). Dessa forma, é importante estar atento no
processo de secagem, pois submeter as sementes a altas temperaturas poderá causar danos na
derme.
A secagem estacionária consiste em forçar o fluxo de ar através de uma camada de
sementes, que permanece estática no interior do secador, normalmente, um silo com fundo
falso perfurado; neste caso a secagem ocorre da base para o topo da camada de sementes ou
em um silo, com tubo central perfurado, que permite a distribuição do fluxo de ar do centro
para a periferia (GÁRCIA, 2004).
5.1 Silos
O local visitado dispõe de silos metálicos para o armazenamento dos grãos, com vistas
a preservar e proteger suas características desde a colheita até a que esses sejam distribuídos.
O controle de temperatura é realizado através de medição constante por termometria. Na
figura abaixo pode-se visualizar melhor.
5.2 Tulhas
A semente continua seu processo de respiração mesmo após a colheita, portanto, é
necessário que haja condições ideais de armazenamento para que a respiração seja a menor
possível, para não prejudicar a garantia de sua qualidade enquanto durar sua vida útil. O
armazenamento em câmara fria tem forte influência na respiração. Assim, as tulhas são
utilizadas para armazenar uma grande quantidade de sementes em curto período.
O armazenamento das sementes que possuem certificação é feito sob condições
ambientais amenas de temperatura e umidade e com pouca oscilação, as sementes são
armazenadas em tulhas (LIMBERGER, 2017).
Na figura abaixo pode-se observar o armazenamento em tulhas realizado na
propriedade visitada, o controle de temperatura das sementes é feito pela máquina de
resfriamento.
6.1 Ventilação
A aeração consiste basicamente na circulação forçada do ar ambiente ou condicionado
através da massa de grãos armazenados com a finalidade principal de estabelecer e manter
uma temperatura moderadamente baixa e uniforme em todo o volume de grão. Esta pode ter
diferentes efeitos sobre a massa de grãos dependendo das condições do ambiente e do próprio
produto.
Antes de colocar o sistema de aeração em funcionamento, deve se fazer uma previsão
dos possíveis resultados oriundos desta operação. O processo pode atender os seguintes
objetivos: Estabelecer condições que permitam o resfriamento de pontos aquecidos da massa
de grãos; Uniformizar a temperatura interna; Prevenir o aquecimento e regular a temperatura
interna; Promover secagem, dentro de certos limites; Promover a retirada de odores e ainda o
resfriamento da massa de grãos. O resfriamento da massa de grãos armazenados constitui o
principal objetivo e ainda a principal utilidade da aeração, que quando feita de maneira certa
propicia a formação de um microclima dentro da massa, que resulta na conservação dos grãos
por um maior período.
6.2 Umidade
O teor de umidade dos grãos/sementes exerce profunda influência nas suas propriedades
físicas, sendo da maior importância em armazenamento, manipulação e processamento destes
materiais. O teor de umidade do grão/sementes é o principal fator que governa as qualidades
do produto armazenado, sendo de grande importância também do ponto de vista comercial. A
quantidade de água contida nos grãos pode alterar substancialmente o peso do produto
negociável. Expressa-se a umidade em termos de porcentagem, em função de: peso total do
grão e umidade em base úmida e peso da matéria seca - umidade em base seca. Segundo a
RAS (BRASIL, 2009) pode-se determinar da seguinte forma:
Bu−Bs
U= x 100>base úmida
Bu
Bu−Bs
U= x 100>base seca
Bs
Dentro deste aspecto é importante determinar o PMS (peso de mil sementes), pois terá
influência na densidade de semeadura, segue a fórmula:
14,485 x 1000
Peso de mil sementes ( PMS )=
96
Sementes danificadas
Diante do exposto é possível uma análise mais detalhada nos procedimentos que são
realizados em uma Unidade Beneficiadora de sementes e grãos (UBS/UBG. Mais importante
ainda são os conhecimentos do estado fisiológico das sementes/grãos, principalmente, a
umidade. Com os processos realizados adequadamente no campo, pode-se se seguir com o
beneficiamento garantindo os padrões necessários de qualidade (fisiológicas e mecânicas).
Portanto, o armazenamento só é eficiente se seguido de forma correta todas as etapas
mencionadas anteriormente.
10 REFERÊNCIAS
MARTIN T. N.; TOMAZELLA, A. L.; CÍCERO, S. M.; DOURADO NETO, D.; FAVARIN,
J. L.; VIEIRA JÚNIOR, P. A. Questões relevantes na produção de sementes de milho -
primeira parte. Revista da FZVA, Uruguaiana, v. 14, n. 1, p. 119-138. 2007.
MARTIN T. N.; TOMAZELLA, A. L.; CÍCERO, S. M.; DOURADO NETO, D.; FAVARIN,
J. L.; VIEIRA JÚNIOR, P. A. Questões relevantes na produção de sementes de milho -
primeira parte. Revista da FZVA, Uruguaiana, v. 14, n. 1, p. 119-138. 2007.
PESKE, S.T.; BARROS, A.C.S.A. Produção de sementes de arroz. In: PESKE, S.T.; NEDEL,
J.L.; BARROS, A.C.S.A. Produção de arroz irrigado. Pelotas: UFPel. 1997. p.351- 412.
VILLELA, F.A ; SILVA, W.R. Curvas de secagem de sementes de milho utilizando o método
intermitente. Scientia Agricola, Piracicaba, v.49, n.1, p.145-153,1992.