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UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO

CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E AMBIENTAIS


Campus de Chapadinha/MA
Engenharia Agrícola
JANINE QUADROS CASTRO

RELATÓRIO: UNIDADE DE BENEFICIAMENTO DE GRÃOS E SEMENTES DE SOJA


(UBG/UBS)

CHAPADINHA-MA
2021
JANINE QUADROS CASTRO

RELATÓRIO: UNIDADE DE BENEFICIAMENTO DE GRÃOS E SEMENTES DE SOJA


(UBG/UBS)

Trabalho apresentado à disciplina de Pós-Colheita.


Universidade Federal do Maranhão Centro de
Ciências Agrarias e Ambiental (UFMA-CCAA)
como um dos pré-requisitos para a obtenção de
nota.

Prof. Drº. Gregori Ferrão

CHAPADINHA-MA
2021
1 INTRODUÇÃO

Segundo a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – EMBRAPA (2021), o


Brasil é o quarto maior produtor de grãos, o país responde por 50% do mercado de soja. A
soja (Glycene max (L.) Merril. é uma planta originária da costa Leste da Ásia, especialmente
o Norte da China, que evolui a partir de cruzamentos naturais entre espécies de soja selvagem,
domesticadas e melhoradas por cientistas chineses. No Brasil, o primeiro relato de cultivo da
soja data de 1882, quando Gustavo D’Utra realizou, na Bahia, a primeira experiência, sem
êxito (VERNETTI, 1977). Assim a produção de soja no Brasil tem crescido a cada ano,
graças a alta tecnologia empregada nos campos de produção, tanto no setor produtivo de grãos
como também de sementes.
A Companhia nacional de Abastecimento – CONAB (2021) na terceira estimativa, da
safra 2021/22, aponta para crescimento na produção de grãos frente à temporada 2020/21. O
indicativo atual é de um volume total na ordem de 291,1 milhões de toneladas, sinalizando
incremento de 15,1% ou 38,3 milhões de toneladas. Destaque para a soja com crescimento de
4% e para o milho total, com ganho de 34,6%, sobretudo o de segunda safra, que foi
severamente afetado pela situação climática adversa na safra anterior.
A produção de soja não cresceu somente no setor de grãos mais também na produção
de sementes. Segundo a Associação Brasileira de Sementes e Mudas (ABRASEM), na safra
2019/2020 o Brasil teve uma produção de sementes soja correspondente á 3.817.540 milhões
de toneladas, e em termos de área plantada de grãos em hectares o país ocupou 36.949 ha.
A inspeção “vistoria” de campos de produção de sementes tem por finalidade
primordial comparar a qualidade desses com os padrões de lavoura previamente
estabelecidos pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) para cada
espécie e para cada categoria de semente, a saber: genética; básica; certificada de primeira
geração C1; certificada de segunda geração C2; semente S1 e S2. Tal classificação visa
assegurar a identidade e a pureza genética, física e sanitária de cada campo.
O estado do Maranhão dentro desse quadro comportou uma produção de sementes de
soja em toneladas equivalente a: básica-423 t; C1-9.059t; C2-11.376t; S1-16.581t e a S2-
26.504t. Em termos de área plantada do grão alcançou 976.400 hectares (ABRASEM, 2020).
A produtividade pode ser influenciada pela semeadura e qualidade da semente
(MATIN et al., 2007). Os cuidados com a qualidade de sementes são primordiais, pois tem
influência sobre a porcentagem de emergência, o índice de velocidade de emergência, a
uniformidade de distribuição de plantas na área, o estande de plantas e consequentemente
sobre a produtividade da cultura (KIKUTI et al., 2003).
A preocupação é válida e necessária para garantir a qualidade final do produto, que
implica na adoção de práticas adequadas à produção de sementes (Menezes et al., 2002),
práticas estas que começam no campo produtivo e se consolidam após o beneficiamento, o
qual compreende todas as etapas pelas quais as sementes passam até a semeadura, ocorrendo
nas Unidades de Beneficiamento de Sementes (UBS) (BAUDET & VILLELA, 2007).
Diante do exposto, objetivou-se com este trabalho entender o processo de
beneficiamento de grãos e de sementes de soja na região leste maranhense por meio de uma
visita técnica na Fazenda Europa, localizada na região do Baixo Parnaíba (MA).

2 PRODUÇÃO DE GRÃOS E SEMENTES SAFRA 2021/2022

A Companhia nacional de Abastecimento – CONAB (2021) na terceira estimativa, da


safra 2021/22, aponta para crescimento na produção de grãos frente à temporada 2020/21. O
indicativo atual é de um volume total na ordem de 291,1 milhões de toneladas, sinalizando
incremento de 15,1% ou 38,3 milhões de toneladas. Destaque para a soja com crescimento de
4% e para o milho total, com ganho de 34,6%, sobretudo o de segunda safra, que foi
severamente afetado pela situação climática adversa na safra anterior.

3 PÓS-COLHEITA DE GRÃOS E SEMENTES

3.1 Recepção
Ao chegar à Unidade de Armazenagem e Beneficiamento, é realizada a pesagem, a
identificação da carga e a coleta de amostras para a avaliação de sua qualidade inicial, com a
determinação da umidade; após isso o carregamento de grãos é levado até as moegas depois
segue para o elevador para a etapa de pré-limpeza, a unidade visitada possui duas moegas,
uma onde são descarregados os grãos mais úmidos e outra recebe os com menos umidade,
posteriormente são retiradas as impurezas e matérias estranhas, defeitos e rendimento de grãos
inteiros. Deve-se avaliar a purezas física e no caso de sementes avaliar a pureza varietal,
conteúdo de água, dano mecânico (pelo teste do hipoclorito de sódio, ou pelo método do copo
medidor) e viabilidade (teste de tetrazólio ou de condutividade elétrica) (BRASIL, 2005).

3.2 Amostragem
Definida como um processo que obtém uma pequena fração de sementes que irá
representar o lote nos testes para avaliação de sua qualidade, como: umidade, pureza e
viabilidade. A porção coletada do material segue os princípios de amostragem descritos pelas
Regras de Análise de Sementes (BRASIL, 2009).
No processo de amostragem é realizada a sucção das sementes utilizando calador
automático que pode alcançar várias profundidades da carga em diversos pontos, isso deve ser
feito para alcançar diversas profundidades devido a acomodação dos grãos e as impurezas,
que provoca uma heterogeneidade dentro da carga (CERVIERI FILHO, 2011).
A prática de amostragem de cargas é realizada com o intuito de obter uma
classificação e análise capaz de representar o lote em sua totalidade, de modo que seja capaz
de abranger grande parte das características a fim de avaliar a qualidade do produto de entrada
e saída (SILVA, 1995).
O MAPA através da Instrução Normativa de N° 11, de 15 de maio de 2007 no Art. 15
recomenda que a coleta das amostras em equipamentos de movimentação ou grãos em
movimento quando das operações de carga, descarga ou transilagem deve ser feita com
equipamento apropriado, realizando-se coletas de 500g (quinhentos gramas) nas correias
transportadoras e extraindo-se, no mínimo, 10kg (dez quilogramas) de produto para cada
fração de 500t (quinhentas toneladas) da quantidade de produto a ser amostrada, em intervalos
regulares de tempos iguais, calculados em função da vazão de cada terminal. (Ver tabela 01).

Tabela 01: Critério de amostragem em veículos:

.
Fonte: (MAPA, 2007)

3.3 Limpeza
Recomenda-se, que quando necessária secagem dos grãos, os níveis de matérias
estranhas e impurezas devem ser reduzidos para valores inferiores a 4%, já para
armazenamento, esses níveis devem ser reduzidos para valores inferiores a 1%. As etapas de
pré-limpeza e limpeza, consistem em: separação pelo peso específico, que é realizado pela
mesa gravitacional, que é constituída de estrutura metálica, cuja superfície apresenta uma
chapa metálica com pequenas perfurações, que permitem a passagem de ar proporcionado por
um sistema de ventilação situado na parte inferior da máquina, isso é feito com auxílio de
peneiras com diferentes tamanhos, no local visitado usa-se peneiras de classificação 6 e 7
mm, para obtenção dos níveis desejados; a outra etapa consiste na: separação pela forma,
que feita por meio dum equipamento chamado de “Selecionador em Espiral”, esse faz a
separação dos grãos que possui formato mais alongado dos grãos mais arredondados, grãos
chochos, sementes verdes, mal-formadas e meio grão, através de força centrifuga e
gravitacional. Após esses processos, se os grãos estiveram com teor de umidade considerado
ideal vão diretamente para o silo Pulmão através do elevador de caneca que faz transporte dos
grãos por elevação na vertical; senão, vão passar pela máquina de secagem com sistema de
fluxo misto, onde passam pelo chamado “tombo”, uma ou duas vezes a depender do teor de
umidade.
A presença de matérias estranhas no interior das amostras no momento da secagem,
dependendo do tempo de permanência destas no interior dos silos, pode provocar incêndio, e
colocar em risco toda a unidade armazenadora. Já a permanência de grãos no interior dos
silos, pode favorecer o desenvolvimento de microrganismos e, além disso, dificultar o
processo de aeração dos silos, devido a interferir na frente de aeração (PARAGINSKI et al.,
2017).
Assim, a limpeza, é muito mais precisa que a pré-limpeza, pois consta de separação
rigorosa de todo material indesejável que acompanha as sementes da cultivar. Geralmente a
remoção satisfatória das impurezas é realizada através do processamento em uma sequência
específica de máquinas, onde cada uma remove uma certa quantidade de impurezas, até a
obtenção do produto final.
A escolha de uma ou mais máquinas para o beneficiamento depende do tipo de
semente, da natureza e quantidade das impurezas e das características desejadas no material
beneficiado (TOLEDO & MARCOS FILHO, 1977).
Segundo a legislação IN MAPA/2007 a soja é classificada em dois grupos de acordo
com o uso proposto: I - Grupo I: soja destinada ao consumo in natura; II - Grupo II: soja
destinada a outros usos.

Tabela 03: Limites máximos de tolerância, expressos em porcentagem, para a soja do Grupo
I:
AVARIADOS      
Total de Partidos, Matérias
Máximo de Mofado Total
Tipo ardidos e Esverdeados quebrados e estranhas e
queimados s (1)
queimados amassados impurezas
1 1,0 0,3 0,5 4,0 2,0 8,0 1,0
2 2,0 1,0 1,5 6,0 4,0 15,0 1,0
(1)
A soma de queimados, ardidos, mofados, fermentados, germinados, danificados, imaturos e chochos.
Fonte: (MAPA, 2007).

Tabela 04 - Limites máximos de tolerância, expressos em porcentagem, para a soja do Grupo


II:

AVARIADOS      
Total de Máximo partidos, Matérias
Total
Tipo ardidos e de Mofados Esverdeados quebrados e estranhas e
(1)
queimados queimados amassados impurezas
Padrão 4,0 1,0 6,0 8,0 8,0 30,0 1,0
Básico              
(1)
A soma de queimados, ardidos, mofados, fermentados, germinados, danificados, imaturos e chochos.
Fonte: (MAPA, 2007)

3.4 Secagem
A temperatura e o conteúdo de água da semente devem ser monitorados
periodicamente, até que o conteúdo final desejado de água seja alcançado. Uma vez terminada
a secagem, o teste de tetrazólio pode ser utilizado para avaliar a qualidade fisiológica. Que
segundo a Instrução Normativa do MAPA N° 11, de 15 de maio de 2007 a umidade deverá
ser obrigatoriamente determinada, sendo recomendado o percentual máximo de 14% (catorze
por cento).
O principio da secagem se dá na existência de gradientes de pressões parciais de vapor
de água entre as sementes/grãos e o ar de secagem. De forma que propriedades como
higroscópicidade, fluxo de vapor de água ocorra no sentido da maior para a menor pressão
parcial de vapor; logo, o aquecimento do ar de secagem determina a redução da umidade
relativa e o consequente aumento do potencial de retenção de água. A secagem de sementes,
mediante convecção forçada do ar aquecido, estabelece dois processos que ocorrem
simultaneamente: transferência da água superficial das sementes para o ar e movimento de
água do interior para a superfície das sementes, decorrente do gradiente hídrico entre essas
duas regiões (VILLELA, 1991; MORAES, 2000).
A secagem pode ser classificada de duas formas: a natural e artificial. A natural de
acordo com Maia (1995) é um processo que apresenta limitações, quanto às condições de
clima, umidade relativa do ar, temperatura, volumes e uso intensivo de mão-de-obra. Tem a
vantagem de ser de baixo custo, entretanto, um processo lento, logo os grãos/sementes devem
ser expostos em camadas não superior a 4-6cm e com necessidade de revolvimento periódico.
Já a secagem artificial é aquela que se baseia em uma fonte de calor que pode ser
variável. A característica de ser artificial se dar pelo fato de utilizar alternativas mecânicas,
elétricas ou eletrônicas (CAVARIANI, 1996). Diferente da secagem natural, tem as seguintes
vantagens: permitir o controle da temperatura, fluxo do ar de secagem e do tempo de
exposição das sementes ao ar aquecido, fatores fundamentais para garantir a eficiência do
processo.
Quanto ao fluxo de sementes no interior do equipamento os métodos artificias podem
ser classificados em continuo e estacionário (GÁRCIA, 2004). A secagem em fluxo contínuo
implica manter as sementes em constante movimento no interior do secador, logo, as
sementes passam através do secador apenas uma vez, ficando expostas um determinado
período ao ar aquecido e outro na câmara de resfriamento. Portanto, as sementes entram
úmidas na câmara de secagem e são descarregadas resfriadas com a umidade desejada. Nessas
condições, a massa de sementes atinge temperaturas elevadas, ficando expostas aos danos
térmicos, que podem causar redução na viabilidade e no vigor (AGUIRRE & PESKE, 1992;
VILLELA &SILVA, 1992; CARVALHO, 1994). Dessa forma, é importante estar atento no
processo de secagem, pois submeter as sementes a altas temperaturas poderá causar danos na
derme.
A secagem estacionária consiste em forçar o fluxo de ar através de uma camada de
sementes, que permanece estática no interior do secador, normalmente, um silo com fundo
falso perfurado; neste caso a secagem ocorre da base para o topo da camada de sementes ou
em um silo, com tubo central perfurado, que permite a distribuição do fluxo de ar do centro
para a periferia (GÁRCIA, 2004).

4 PERDAS PRÉ E PÓS-COLHEITA

4.1 Perdas na Colheita


Na propriedade visitada já houve casos de perdas de grãos na UBS/UBG devido á
problemas em um dos equipamentos.
As perdas já iniciam na colheita mesmo com a utilização de alto grau de tecnologia
empregada na produção. As perdas oriundas da colheita mecanizada reduzem o lucro dos
produtores e a produtividade. Muitas dessas perdas poderiam ser evitadas, como exemplo,
realizando manutenção periódica nos equipamentos, e treinamento e conscientização da mão-
de-obra (VENEGAS et al., 2012)
5 ARMAZENAMENTO DE GRÃOS E SEMENTES

5.1 Silos
O local visitado dispõe de silos metálicos para o armazenamento dos grãos, com vistas
a preservar e proteger suas características desde a colheita até a que esses sejam distribuídos.
O controle de temperatura é realizado através de medição constante por termometria. Na
figura abaixo pode-se visualizar melhor.

Figura 1: Termometria do silo


A termometria consiste em cabos que se devem instalar fixados ao telhado e que
possuem sensores de temperatura que monitorarão a massa de grãos (SCALABRIN, 2018).

5.2 Tulhas
A semente continua seu processo de respiração mesmo após a colheita, portanto, é
necessário que haja condições ideais de armazenamento para que a respiração seja a menor
possível, para não prejudicar a garantia de sua qualidade enquanto durar sua vida útil. O
armazenamento em câmara fria tem forte influência na respiração. Assim, as tulhas são
utilizadas para armazenar uma grande quantidade de sementes em curto período.
O armazenamento das sementes que possuem certificação é feito sob condições
ambientais amenas de temperatura e umidade e com pouca oscilação, as sementes são
armazenadas em tulhas (LIMBERGER, 2017).
Na figura abaixo pode-se observar o armazenamento em tulhas realizado na
propriedade visitada, o controle de temperatura das sementes é feito pela máquina de
resfriamento.

Figura 2: Controle de temperatura na tulha.


Após o processo de resfriamento as sementes são ensacadas e levadas para uma sala
com ambiente controlado, conforme figura a seguir.

Figura 3: Armazenamento das sementes em ambiente controlado.


6 FATORES QUE INFLUENCIAM NA ARMAZENAGEM

6.1 Ventilação
  A aeração consiste basicamente na circulação forçada do ar ambiente ou condicionado
através da massa de grãos armazenados com a finalidade principal de estabelecer e manter
uma temperatura moderadamente baixa e uniforme em todo o volume de grão. Esta pode ter
diferentes efeitos sobre a massa de grãos dependendo das condições do ambiente e do próprio
produto.
Antes de colocar o sistema de aeração em funcionamento, deve se fazer uma previsão
dos possíveis resultados oriundos desta operação. O processo pode atender os seguintes
objetivos: Estabelecer condições que permitam o resfriamento de pontos aquecidos da massa
de grãos; Uniformizar a temperatura interna; Prevenir o aquecimento e regular a temperatura
interna; Promover secagem, dentro de certos limites; Promover a retirada de odores e ainda o
resfriamento da massa de grãos. O resfriamento da massa de grãos armazenados constitui o
principal objetivo e ainda a principal utilidade da aeração, que quando feita de maneira certa
propicia a formação de um microclima dentro da massa, que resulta na conservação dos grãos
por um maior período.

6.2 Umidade
O teor de umidade dos grãos/sementes exerce profunda influência nas suas propriedades
físicas, sendo da maior importância em armazenamento, manipulação e processamento destes
materiais. O teor de umidade do grão/sementes é o principal fator que governa as qualidades
do produto armazenado, sendo de grande importância também do ponto de vista comercial. A
quantidade de água contida nos grãos pode alterar substancialmente o peso do produto
negociável. Expressa-se a umidade em termos de porcentagem, em função de: peso total do
grão e umidade em base úmida e peso da matéria seca - umidade em base seca. Segundo a
RAS (BRASIL, 2009) pode-se determinar da seguinte forma:

Bu−Bs
U= x 100>base úmida
Bu

Bu−Bs
U= x 100>base seca
Bs

Dentro deste aspecto é importante determinar o PMS (peso de mil sementes), pois terá
influência na densidade de semeadura, segue a fórmula:

Peso da amostra x 1000


Peso de mil sementes ( PMS )=
nº total de sementes

De acordo com os dados de campo foi possível obter:

14,485 x 1000
Peso de mil sementes ( PMS )=
96

Peso de mil sementes ( PMS )=151 g

Portanto, o peso de mil sementes é utilizado para calcular a densidade de semeadura, o


número de sementes por embalagem e o peso da amostra de trabalho para análise de pureza,
quando não especificado nas RAS (BRASIL, 2009).
7 TESTE DE QUALIDADE-PRÁTICA

7.1 Teste de Tetrazólio


Este teste avalia a viabilidade de sementes, particularmente, daquelas que apresentam
dormência, das espécies recalcitrantes e as que germinam lentamente em testes de rotina;
determina a viabilidade das sementes em amostras ou individualmente, quando no final do
teste de germinação ocorrer uma alta porcentagem de sementes não germinadas.
O teste de tetrazólio é um teste bioquímico que pode ser usado quando as sementes
necessitam ser semeadas logo após a colheita; quando apresentam dormência ou para resolver
problemas encontrados no teste de germinação, como por exemplo, presença de um grande
número de plântulas anormais. Também pode ser usado para avaliar o vigor, determinar a
viabilidade das sementes após tratamentos pré-germinativos, danos por secagem, por insetos e
por umidade bem como, para detectar danos mecânicos de colheita e/ou beneficiamento.
O método consiste em embeber as sementes em uma solução incolor de 2, 3, 5 trifenil
cloreto ou brometo de tetrazólio que é usada como um indicador para revelar o processo de
redução que acontece dentro das células vivas.
Neste processo, os íons de H+ liberados durante a respiração dos tecidos vivos são
transferidos por um grupo de enzimas, particularmente, a desidrogenase do ácido málico, e
interagem com o tetrazólio, o qual é reduzido a um composto vermelho, estável e não
difusível chamado de trifenil formazan. Como esta reação se processa no interior das células
vivas e o composto não se difunde, há nítida separação dos tecidos vivos e coloridos que
respiram, daqueles mortos e que não colorem (BRASIL, 2009).
ANTES DEPOIS

Fonte: Google Imagens

7.2 Teste de Hipoclorito


O teste de hipoclorito pode ser usado para determinar rapidamente o percentual de
dano mecânico (ruptura de tegumento) em semente de soja ocasionado durante a operação de
colheita ou trilha. Pode, também, ser utilizado no momento da recepção da semente na
Unidade de Beneficiamento de Semente (UBS), bem como ao longo da linha de
beneficiamento para avaliação de danos mecânicos ocasionados pelos equipamentos de
transporte. A figura abaixo representa o resultando do teste realizado no momento da visita
técnica, no exemplo as sementes ficaram imersas em solução de hipoclorito por um tempo de
5 min, após isso constatou-se que dentre a amostra havia 4% de sementes com danos, que são
as mais “inchadas”.

Sementes danificadas

8 BANCO DE OMG (ORGANISMOSementes


GENETICAMENTE
intactas MODIFICADO)

O banco OMG fica armazenado em laboratório em ambiente e acesso controlados. O


OMG trata-se de um organismo que recebeu um gene de outro organismo doador. Essa
alteração no seu DNA permite que mostre uma característica que não tinha antes. Um dos
principais objetivos é desenvolver plantas de soja que sejam resistentes a fatores climáticos,
doenças e pragas agrícolas. A figura a seguir mostra o ambiente dentro do laboratório e o
banco de sementes.
Figura 4: Banco de OMG
9 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante do exposto é possível uma análise mais detalhada nos procedimentos que são
realizados em uma Unidade Beneficiadora de sementes e grãos (UBS/UBG. Mais importante
ainda são os conhecimentos do estado fisiológico das sementes/grãos, principalmente, a
umidade. Com os processos realizados adequadamente no campo, pode-se se seguir com o
beneficiamento garantindo os padrões necessários de qualidade (fisiológicas e mecânicas).
Portanto, o armazenamento só é eficiente se seguido de forma correta todas as etapas
mencionadas anteriormente.
10 REFERÊNCIAS

ABRASEM -Associação Brasileira de Sementes e Mudas. Estatísticas. Disponível em:


http://www.abrasem.com.br/estatisticas/#. Acesso em: 09 de dez de 2021.

BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Guia de Inspeção de


Campos para Produção de Sementes. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
Secretaria de Defesa Agropecuária. Brasília: MAPA/ACS, 09p., 2011.

BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Guia de Inspeção de


Campos para Produção de Sementes. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
Secretaria de Defesa Agropecuária. Brasília: MAPA/ACS, 09p., 2011.

BRASIL. MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO.


Instrução Normativa SARC nº 7, de 15 de agosto de 2001. Aprova o regulamento técnico de
identidade e qualidade de soja. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília,
21 de agosto de 2001.

BRASIL. MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO.


Instrução Normativa MAPA 11/2007. Aprova o regulamento técnico de identidade e
qualidade de soja. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, 15 de maio
de 2007.

BRASIL. MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO.


Instrução Normativa MAPA 38/2010. Aprova o regulamento técnico de identidade e
qualidade de soja. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, 30 de
novembro de 2010.

CARVALHO, N.M. A secagem de sementes. J aboticabal : FUNEP, 1994. 165p.

CONAB – Companhia Nacional de Abastecimento. Safra 2021/22, terceiro levantamento.


Disponível em: < https://www.conab.gov.br/info-agro/safras/graos/boletim-da-safra-de-graos
>. Acesso em: 09 dez. 2021

EMBRAPA- Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Brasil é o quarto maior


produtor de grãos e o maior exportador de carne bovina do mundo, diz estudo.
Disponível em: <https://www.embrapa.br/busca-de-noticias/-/noticia/62619259/brasil-e-o-
quarto-maior-produtor-de-graos-e-o-maior-exportador-de-carne-bovina-do-mundo-diz-
estudo/>. Acesso em: 09 de dez de 2021.

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