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PODA DAS FRUTÍFERAS

CONCEITO:

Operação que consiste em modificar o hábito natural da


planta, mudando sua arquitetura natural em função de uma
produção mais equilibrada
OBJETIVOS:
♥ Adequado balanço vegetativo/reprodutivo

♥ Abertura da planta e aumento de insolação

♥ Contrariar o mínimo possível o crescimento das árvores;

♥ Regular a forma e dimensão das árvores em função da


economicidade das operações culturais;

♥ Favorecer um esqueleto robusto e equilibrado;

♥ Regular a produção anual e favorecer a qualidade dos frutos;

♥ Manter a planta em boas condições vegetativas e produtivas


pelo maior tempo possível;
PERGUNTAS ANTES DA PODA:

O QUE?

PORQUE?

PARA QUE?

COMO?

QUANDO?
PRINCÍPIOS BÁSICOS DA PODA

1. O ar e a luz favorecem o crescimento dos órgãos da copa;

2. Folhas e partes verdes funcionam como bombas aspirantes de seiva


bruta; as partes mais elevadas dos ramos recebem mais seiva do que
as partes inferiores;

3. A circulação da seiva é tanto mais rápida quanto mais retilíneos forem


os vasos, e tanto mais lenta quanto maior o número de curvas e
angulosidades dos vasos;

4. A circulação da seiva é tanto mais lenta quanto mais os ramos se


aproximam da horizontal, e mínima em ramos pendentes;

5. Em um mesmo ramo, a atração e elaboração de seiva é maior nas


extremidades superiores que na parte média ou inferior;

6. Há correlação estreita entre o desenvolvimento da copa e do sistema


radicular;
PRINCÍPIOS BÁSICOS DA PODA
7. Consegue-se equilíbrio entre os ramos de uma copa arqueando-se
os fortes e deixando-se intactos os débeis;

8. Quanto mais se encurta um ramo, no inverno, mais fortes serão


suas brotações;

9. Poda curta favorece a formação lenhosa, poda leve favorece a


produção frutífera;

10. Nos ramos longos e vigorosos prevalecem as gemas de lenho, e


nos curtos e débeis as gemas de flor;

11. Quanto mais rápido o movimento ascendente de seiva bruta,


maior o desenvolvimento lenhoso, e quanto mais lento maior
a tendência para a frutificação;

12. A função reprodutiva é antagônica à vegetativa.

DEVE HAVER EQUILÍBRIO ENTRE AMBAS!!


CLASSIFICAÇÃO DA PODA
PODA DE INVERNO:

Formação das plantas jovens em


crescimento, limpeza, seleção de
ramos para a frutificação; (depende
da idade da planta que se deseja
podar)

ÉPOCA:
período de descanso vegetativo das
plantas, no final do inverno

(cortes realizados na planta


estimulam a brotação, aumentando o
metabolismo da planta, e os tecidos
perdem sua resistência ao frio pela
estimulação da atividade celular
produzida próximo ao corte, devido
aos processos de cicatrização e
também pelo início da brotação das
gemas latentes laterais)
A poda seca estimula o crescimento vegetativo, conforme a
intensidade com que é feita.

Quanto mais se encurta um ramo durante o inverno

maiores serão as brotações deste ramo

sobraram menos gemas para serem alimentadas


PODA VERDE OU DE VERÃO
Toda intervenção realizada
no período vegetativo das
plantas, na primavera ou
verão

Retirada de ramos ladrões


em início de formação

Despontes (retirada da
gema apical para paralizar
o crescimento do ramo e
estimular brotações
laterais)

Raleio de frutos

Desbrotas

Desfolhas
PODA VERDE OU DE VERÃO

Poda verde enfraquece a planta (diminui o vigor)

PORQUE?

Retira ramos e folhas para os quais a planta gastou reservas


promovendo a brotação, e que estão em plena atividade
fotossintética, e induz novas brotações;

Útil em plantas com crescimento vegetativo vigoroso, promovendo


a diminuição ou paralização do crescimento;

Utilizada para melhorar o arejamento das plantas, em casos de


alta densidade de plantio, melhorar a insolação e coloração dos
frutos.
QUANTO AO VIGOR

Poda de inverno:
Vigorizante
Reduz a copa deixando um menor número de gemas para
utilizarem as reservas disponíveis
Quanto mais curta for realizada a poda de inverno, maior será
o crescimento resultante e mais vigorosas serão as brotações;
QUANTO AO VIGOR

Poda de Primavera: é a poda que tem o máximo efeito


desvigorizante, pois a planta gastou reservas para formar os
brotos e ainda não acumulou;

Este tipo de poda raramente é utilizado, e deve ser restrito a


plantas com excessivo vigor.
QUANTO AO VIGOR

Poda de Verão: é desvigorizante, pois retira parte da


seiva que está circulando e folhas que atuam na
fotossíntese; induz a rebrotes no mesmo ciclo; é
restrita a plantas muito vigorosas;
QUANTO AO VIGOR

Poda de outono: feita na época de fluxo descendente de seiva,


é menos desvigorizante que as anteriores; não induz rebrote;
geralmente é o tipo de poda utilizada quando se quer diminuir
um pouco o vigor sem induzir rebrote das plantas; quando
feita muito cedo, ou se ocorrer um período de calor após sua
realização pode ocorrer brotação, o que a torna muito
prejudicial.
QUANTO AOS OBJETIVOS:

Poda de educação: é a poda feita no viveiro,


conduzindo a muda em haste única, sem brotações
laterais;
PODA DE TRANSPLANTE:

Feita na retirada da muda do viveiro, retirando-se


parte do sistema radicular (p/ mudas de raiz nua), e
parte das folhas (retira-se 1/3 das folhas para eliminar
parte da superfície respiratória); visa também facilitar
o transporte das mudas;
PODA DE FORMAÇÃO

Realizada nos três primeiros anos de vida das


plantas, para dar-lhes a forma desejada, de acordo
com o sistema de condução adotado;
inicia no plantio, quando se define a altura de
encurtamento inicial, e prossegue durante o ciclo
vegetativo e inverno, selecionando ramos primários e
secundários.
PODA DE FRUTIFICAÇÃO
Realizada quando a planta já produz frutos; consiste em renovar
estruturas de frutificação, anualmente ou a cada dois anos, de
acordo com o hábito de frutificação da planta.
Para realizar esta poda deve-se conhecer o HÁBITO DE
FRUTIFICAÇÃO de cada espécie, a fim de evitar o corte das
estruturas (gemas floríferas) que irão produzir
PODA SANITÁRIA OU DE RENOVAÇÃO:

Consiste em realizar uma poda severa em plantas


muito velhas, ou plantas atacadas em demasia por
pragas e doenças, principalmente brocas dos ramos,
bacteriose ou gomose; a poda sanitária também
pode ser mais leve, retirando-se apenas aqueles
ramos secos e/ou doentes;
PODA QUANTO À INTENSIDADE:

Poda drástica ou pobre: poda onde se deixa um


pequeno número de gemas; feita para aumentar o
vigor da planta (neste caso a planta não tem
condições de suportar uma carga grande de frutos),
renová-la, ou ainda para aquelas fruteiras que
exigem este tipo de poda anualmente.

Poda rica ou leve: poda onde se deixa um maior


número de gemas; retiram-se poucos ramos, reduz –
se poda, utiliza-se mais arqueamento de ramos e
despontes leves; para obter pouco crescimento
vegetativo (manter a planta como está, induzindo
apenas ramos de frutificação); neste caso a planta
tem capacidade para suportar uma carga maior de
frutos.
TIPOS DE PODA EM CITROS:
ARQUEAMENTO:

Inclinação dos ramos laterais de uma planta até


obter um ângulo adequado, que pode variar de 45 a
110 graus, dependendo dos objetivos e do vigor do
ramo

Diminui circulação de seiva e enfraquece o ramo,


favorece gemas de flor

Quanto mais vigoroso um ramo, maior deve ser o


ângulo de inclinação, se desejamos diminuir o vigor.

Ramos fracos onde se quer estimular o crescimento


devem permanecer sem arqueamento, apenas
encurtando-os.
ARQUEAMENTO:

Melhora a insolação no interior da copa

Favorece um ângulo aberto entre o ramo


lateral e o tronco

Evita quebra de ramos com o peso da


produção

Evita competição com o líder central

O arqueamento efetuado na fase juvenil da


planta retém o excesso de vigor vegetativo e
induz a planta à precocidade.
Época:
O arqueamento deve ser feito na primavera, com
palitos, quando os ramos são ainda tenros, e
posteriormente, no outono, com fitas de ráfia, fitas de
polietileno, taquaras, barbantes, pesos ou outros
materiais

Figura 1. Arqueamento inicial com palitos


TIPOS DE ÁRVORES

O ângulo dos ramos pode


variar conforme a
característica da planta.

Em plantas acrótonas, os
ramos superiores são mais
fortes. O ângulo dos
ramos superiores é mais
fechado, e o ângulo dos
ramos inferiores é mais
aberto (fluxo auxina).

Em plantas basítonas os
ramos inferiores são mais
fortes.
COMPORTAMENTO DOS RAMOS
A. Tipo I. Tipo spur forte, líder central
não é forte (Spur type Red Delicious,
Earligold). Muitas vezes chamado
basitônico (desenvolve sub-ramos no
lado inferior dos ramos)

B . Tipo II. Tipo spur fraco, líder


central dominante (McIntosh, Spartan,
Idared, Macoun) Um pouco
basitônico.

C. Tipo III. Intermediário entre


basitônico e acrotônico (Jonathan,
Golden Delicious, Gala, Jonagold)

D. Tipo IV. Hébito de crescimento tipo


chorão e forte comportamento apical
(Granny Smith, Cortland). Ramos
acrotônicos desenvolvem no topo dos
laterais.
INCISÃO ANELAR:
Conceito: Corte da casca logo acima de uma gema para
promover a brotação;
O corte deverá ter cerca de 10 mm de comprimento e 2 mm de
largura, sendo localizado 4 a 5 mm acima da gema.

Se a incisão for muito próxima da gema os ramos sairão


vigorosos e com crescimento vertical.
INCISÕES PARA RETENÇÃO DE SEIVA:
Conceito: Corte abaixo
da gema aumenta o
ângulo dos ramos
laterais;
Cortes abaixo da gema
promovem a brotação
pela produção de
etileno;
ANELAMENTO DO TRONCO :

Conceito: Consiste em cortar um anel inteiro de


casca do tronco.
O floema injuriado retarda o movimento descendente
das substâncias elaboradas, ocorrendo acúmulo de
carboidratos na copa, que estimulam a formação de
gemas de flor.
O efeito é temporário, até a regeneração do floema.
TIPOS DE RAMOS DAS FRUTEIRAS
Primários: são os ramos que partem diretamente do tronco,
também chamados de pernadas. A partir destes ramos
principais vão se desenvolver os demais, dando o formato
desejado à planta.
Ramos vegetativos: são formados pelo desenvolvimento de
uma gema foliar, após seu primeiro ano de vida; possuem
apenas folhas; este tipo de ramo pode se formar no primeiro
ano de vida da gema; neste caso são chamados ramos
antecipados;
Ramos ladrões: são ramos vegetativos muito vigorosos,
geralmente crescem de forma vertical acentuada, e tem pouca
ou nenhuma ramificação; podem partir da base dos ramos, do
tronco, ou da parte superior de ramos mal arqueados.
Geralmente retiram seiva que deveria ser destinada à
frutificação, e causam sombreamento interno da copa. São
muito prejudiciais, devendo ser retirados logo no início de sua
formação.
Ramos mistos: possuem folhas e flores; este tipo de ramo
produz frutos e também tem crescimento vegetativo; são
comuns em pêssego, quivi, uva;
Ramos frutíferos: são ramos especializados para frutificação;
geralmente se formam após um ou dois anos, e são classificados
em dardos, esporões, brindilas, ramalhetes, bolsas ou lamburdas.

Dardos: são ramos pequenos, originados da gema foliar


(vegetativa), ponteagudos, com entrenós curtos, e uma gema foliar
na ponta. Formam-se após um ano, e podem se diferenciar em
gema de flor ou não, conforme o manejo que é dado ao ramo. Não
são estruturas fixas.

Esporões: formam-se quando a gema foliar da extremidade do


dardo torna-se frutífera; a diferenciação de dardo para esporão se
dá conforme o equilíbrio entre seiva bruta e elaborada; uma vez
diferenciado, o esporão torna-se permanentemente frutífero.
Bolsas: são esporões com vários anos, que engrossam tomando
uma forma globosa, pelo acúmulo de reservas. São estruturas
especializadas em frutificação, que ocorrem com maior intensidade
em algumas cultivares de macieiras e pereiras;

Brindilas: são ramos delgados, flexíveis, com uma gema terminal


frutífera ou não, sendo classificada em frutífera ou vegetativa
(brindila coroada ou não coroada), Se forma no mesmo ano em que
surge; geralmente possui uma gema floral na ponta; após
diferenciada, passa a ser uma estrutura fixa.

Ramalhetes: são raminhos pequenos com um grande número de


gemas florais; geralmente ocorrem em ameixeira e algumas
cultivares de pessegueiro; são também chamados ramalhetes de
maio.
FERRAMENTAS UTILIZADAS PARA A PODA
Tesoura de poda: utilizada para ramos de até 1/2 polegada de
espessura (1,3 cm), e não maiores do que isto, para evitar
danificá-la.
Corte de ramo pela base (supressão) - lâmina (parte afiada)
virada para a parte da planta que permanecerá, e a contra-
lâmina virada para a parte do ramo que será retirada;
nunca forçar a tesoura de poda; o corte pode ser auxiliado
forçando-se levemente o ramo que se deseja retirar para o lado
oposto à posição normal.
A tesoura de poda pode ser usada para despontes,
encurtamentos, atarraques e supressões. As tesouras de poda
podem ser nacionais ou importadas: Felco (suíça), Sandvik,
Oktasune (japonesa), ARS, LIMMAT.
Canivete de enxertia: é utilizado para realizar a
enxertia e fazer incisão anelar ou anelamento do
tronco; os canivetes de enxertia devem estar sempre
muito bem afiados, para realizar cortes limpos e
rápidos;
Serrote: é utilizado para cortar ramos mais grossos
(acima de 1/2 polegada); o serrote de poda possui
uma lâmina curva, e o podador deve utilizá-lo
sempre puxando-o em direção a si mesmo
Tesoura de cabo longo: é uma tesoura utilizada especialmente
para cortar ramos finos que estejam fora de alcance do podador;
é muito utilizada para evitar o uso de escadas.
Este tipo de tesoura pode ser manual ou pneumática; neste caso
ela é ligada ao trator através de mangueiras, e possui maior
facilidade de corte.
Podão: para ramos grossos, com até 45 mm
diâmetro. Manual simples ou com sistema de
pulverização.

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