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Fruticultura

Prof. MSc Fábio Entelmann


Divisão das plantas frutíferas quanto ao tipo de fruta
• Finalidade biológica do Fruto → envoltório de
proteção da semente, que assegura a propagação
e perpetuação da espécie.

cores atrativas

• Amadurecimento ► aromas agradáveis

sucosos

• Frutos secos - deiscência explosiva→sementes


p/longas distâncias
Constituição do fruto

• Epicarpo – camada externa

• Mesocarpo – camada intermediária → parte


comestível

• Endocarpo – camada interna, em contato com


a semente, comestível ou não. Quando lignificado,
chama-se caroço (drupas)
Tipos de frutos

► Quanto ao nº de sementes

-monospérmicos: uma semente

-dispérmicos: duas sementes

-trispérmicos: três sementes

-polispérmicos: várias sementes


Tipos de frutos

► Quanto à persistência do pericarpo (= fruto)

- secos: pericarpo não suculento

- carnosos: pericarpo espesso e suculento


Tipos de frutos

► Quanto à deiscência

-Deiscentes: abrem-se quando maduros

- Indeiscentes: que não se abrem


Classificação

Simples: resultam de um ovário apenas, de uma única flor. Ex:


laranja

Composto (agregados): resultam de diversos ovários. Ex:


framboesa

Múltiplos (infrutescência): resultam da concrescência dos


ovários das flores de uma inflorescência. Ex: abacaxi
Complexos (pseudofrutos): resultam de
uma flor, quando outras partes florais, além
do ovário, participam de sua constituição.
Ex: marmelo

Partenocárpicos: desenvolvimento do
receptáculo floral, sem que ocorra
fecundação do óvulo do ovário. Ex: lima
ácida Tahiti
Divisão das plantas frutífera quanto ao hábito vegetativo
› Arbóreas – elevado porte e tronco lenhoso. Ex: mangueira

› Arbustivas – apresentam porte médio e caule menos resistente. Ex: figueira,


mamoeiro e romanzeiro

› Trepadeiras – apresentam caule sarmentoso e provido de gavinhas. Ex:


maracujazeiro, videira e kiwizeiro

› Herbáceas – porte baixo, rasteiras ou com pseudo-caule. Ex: bananeira,


morangueiro e abacaxizeiro
PODA – técnica cultural que consiste em modificar o
desenvolvimento e forma natural das plantas.
Requisitos básicos para adoção da poda

› conhecer as características da frutífera

› conhecer as características climáticas do local

› conhecer as flutuações de preço

› conhecer o hábito de frutificação

› conhecer os tipos de ramo e gemas

› conhecer a fenologia da planta


Característica de uma frutífera não podada

› maior volume de copa

› copa mais densa

› alternância de safra

› frutificação na periferia da copa

› maior incidência de pragas e doenças

› frutos de maior tamanho


Objetivos da poda
1. Formar uma armação:
- vigorosa
- sólida
- Arejada
2. Obter colheitas regulares
3. Remover ramos:
- fracos
- contaminados
- mal localizadas
Tipos de poda
1. Poda de formação - poda realizada nos primeiros anos após o plantio. Tem como
finalidade dar à planta a formação desejada o mais rápido possível

2. Poda de frutificação ou produção – consiste na retirada do excesso de ramos


produtivos para se obter o equilíbrio entre vegetação e frutificação

3. Poda de limpeza – realizada na fase de repouso fisiológico das plantas. Nesta


operação, são retirados os ramos mal posicionados, fracos e contaminados

4. Poda de rejuvenescimento - são podas realizadas em árvores em decadência, mas


em fase que evidencie ainda capacidade de recuperação. Destina-se esta poda a
revigorar o esqueleto e renovar a vegetação e órgãos de frutificação das plantas
Tipo de podas quanto a intensidade

› Podalonga – quando o ramo, após podado, ainda permanece


com mais de cinco gemas

› Poda média – quando o ramo, após podado, permanece com


três a cinco gemas

› Poda curta – quando o ramo podado fica com uma ou duas


gemas apenas
Operações da poda

►Cortes: eliminação de ramos ou partes de ramos


→ eliminação = supressão
→ diminuição = encurtamento

►Desponte: operação de encurtamento da extremidade dos ramos em vegetação

►Desbrota: supressão aplicada aos ramos do ano, em vegetação, com objetivo de


eliminar os ramos novos que não farão parte integrante da estrutura da planta
Operações complementares a poda

→ Raleio dos frutos: retirada do excesso de frutos da planta

→ Empas: arqueamento e inclinação dos ramos


Morfologia das plantas frutíferas
►Raízes → pivotante (plantas propagadas por sementes), fasciculadas (plantas
propagadas por estacas), fibrosas e radicelas.

› fixação das plantas no solo


Funções › absorção de águas e nutrientes
› acúmulo de substâncias de reservas

►Troncos e ramos → sustentação das folhas e órgãos reprodutivos, dispersão no


espaço
►Gemas → de acordo com a sua estrutura podem ser:
› vegetativas
› floríferas
› mistas
Hipóteses da indução floral
▪estresse hídrico
▪relação C/N → quanto maior relação, maior indução

Hipóteses da diferenciação das gemas


▪ comprimento do dia
▪ temperatura
▪ níveis hormonais
Propagação = conjunto de práticas destinadas a
perpetuar as espécies de forma controlada, com o
objetivo de aumentar o nº de plantas.

Muda = alicerce do pomar, o qual definirá o sucesso e o


insucesso da atividade frutícola.
Propagação seminífera (sexual)
› Se baseia no uso da semente
› Meiose proporciona a redução do nº de cromossomos

Semente → envolve a união do gameta masculino, (contido no grão de pólen) com o


gameta feminino (contido no óvulo), para formar a semente.

→ Autopolinização: gametas provenientes de uma mesma flor


→ Polinização cruzada: gametas provenientes de flores diferentes
Propagação seminífera (sexual)

Finalidades da propagação por sementes:

►Preparar porta-enxertos ou cavalos

►Criar novos cultivares

►Propagação de plantas que não podem ser multiplicadas por


outro meio
Propagação seminífera (sexual)

Vantagens

› Maior longevidade

› Desenvolvimento vigoroso

› Sistema radicular mais profundo

› Obtenção de plantas livres de doenças

› Menor custo
Propagação seminífera (sexual)
Desvantagens

› Heterogeneidade entre as plantas devido a segregação genética

› Início da frutificação mais tardia

› Porte elevado

› Presença de espinhos

› Irregularidade de produção
Técnicas de propagação sexuada:
► escolha da planta matriz
► escolha dos frutos
► extração das sementes
► conservação das sementes

Sementes ortodoxas – podem ser armazenadas por longos


períodos, frente a diminuição da umidade da semente

Sementes recalcitrantes – não podem ser desidratadas a


umidade abaixo de 25-50% - perda rápida do vigor
Germinação = abrange todo o processo que vai desde a ativação
dos processos metabólicos da semente até a emergência da
radícula e da pluma.

Dormência da semente
Representa uma condição em que o conteúdo de água nos
tecidos é pequeno e o metabolismo das células é praticamente
nulo, permitindo que a semente seja mantida sem germinar por
um período relativamente longo.
Dormência devida ao envoltório da semente
→ física: partes endurecidas do envoltório da semente são
impermeáveis a água, mantendo-se quiescentes
→ mecânica: o envoltório da semente impõe resistência
mecânica a expansão do embrião
→ química: substância presentes no envoltório que inibem a
germinação
Dormência externa
→ dormência térmica: germinação inibida pela TºC
→ fotodérmica: não há germinação na presença de luz

Superação da dormência
→ método físico: imersão da semente em água quente
→ método químico: tratamento da semente com hidróxido de
sódio, formol, ác. clorídrico ou sulfúrico
→ método mecânico: quebra do envoltório (escarificação)
Propagação vegetativa (assexual, agâmica ou
clonal)

É o processo de multiplicação que ocorre por mecanismos


de divisão e diferenciação celular, por meio da regeneração
de partes da planta-mãe
→ Totipotencialidade: as células da planta contêm toda a
informação genética necessária para a perpetuação da espécie

→ Regeneração de células: as células somáticas e os tecidos


apresentam a capacidade de regeneração de órgãos adventícios

Clone - material geneticamente uniforme derivado de um só


indivíduo e que se propaga de modo exclusivo por meios
vegetativos como estacas, divisões ou enxertos
Finalidades da propagação vegetativa:
► Propagação de espécies que não se propagam por sementes
► Perpetuação de clones
Vantagens da propagação vegetativa
› Manutenção das características genéticas da planta matriz ou
planta-mãe

› Redução do porte

› Redução da fase juvenil

› Uniformidade
Desvantagens da propagação vegetativa
› Transmissão de doenças

› Envelhecimento dos clones

› Menor longevidade

› Sistema radicular fasciculado

› Risco de mutação de gemas


Técnicas de propagação assexuada
► estaquia
► mergulhia
► enxertia
► estruturas especializadas
► micropropagação
►Estaquia
Método de propagação no qual ocorre a indução do enraizamento
adventício em segmentos destacados da planta-mãe, que
submetidos a condições favoráveis originam uma muda

Aplicações
› Obtenção de muitas mudas a partir de uma única matriz
› Produção de porta-enxertos clonais
› Perpetuação de novas variedades
Classificação quanto ao tipo de estaca
› Caulinar (caule)
› Raiz
› Folha

Classificação quanto a época de coleta


› Herbácea
› Semi-herbácea
› Lenhosa

Classificação quanto a posição no ramos (caulinar)


› Basal
› Mediana
› Apical
Etapas da modificação morfológica no
enraizamento:

Desdiferenciação

Diferenciação

Formação dos primórdios radiculares

Desenvolvimento das raízes
Fatores que afetam o enraizamento
Internos:
› Condições fisiológicas da planta matriz
› Idade da planta matriz
› Tipo de estaca
› Época do ano
› Potencial genético
› Balanço hormonal
› Oxidação de compostos fenólicos
Fatores que afetam o enraizamento
Externos:
› Luz
› Temperatura
› Umidade
› Substrato
►Mergulhia

Processo de multiplicação em que a planta a ser originada só é


destacada da planta-mãe após ter formado seu próprio sistema
radicular
› Mergulhia aérea (alporquia)

› Mergulhia simples normal


►Enxertia

Forma de propagação assexuada na qual se colocam em contato


duas porções de tecido vegetal, de tal forma que se unam e
posteriormente se desenvolvam, originando-se uma planta
Aplicações

› Obter benefícios do porta-enxerto

› Substituir cultivares de plantas estabelecidas

› Recuperar plantas danificadas

› Estudar enfermidades viróticas


Fatores que afetam a pega do enxerto
› Condições ambientais
› Época do ano
› Idade do porta-enxerto
› Sanidade do material
› Incompatibilidade
› Espécie em questão
› Grau de parentesco – interespecífico e intergenérico
› Habilidade do enxertador
› Polaridade
› Técnica de enxertia
Classificação da enxertia
Borbulhia (enxertia de gema)
Consiste em justapor uma pequena porção da casca de uma
planta (enxerto ou cavaleiro), contendo apenas uma gema, em
outra planta (porta-enxerto ou cavalo)
Placa Anel
Garfagem

• Enxertia de um ramo, contendo várias gemas


Encostia

• Junção de duas plantas inteiras, mantidas até a


união dos tecidos
Proteção do enxerto
Cicatrização da enxertia
Etapas da união

1- Multiplicação desordenada de cels. (Calo)

2- Entrelaçamento cels. (Calo comum)

3- Diferenciação das cels.

4- Produção de novos tecidos vasculares


Influência do Porta-enxerto na Copa

• Vigor

• Juvenilidade

• Produtividade

• Qualidade
Formas especiais
→ Sobrenxertia - substituição de copa
→ Subenxertia - substituição do porta-enxerto
→ Interenxertia - utilização de um filtro ou porta-enxerto entre o
porta-enxerto principal e o enxerto
►Micropropagação

Também chamada de propagação vegetativa in vitro, é um


conjunto de técnicas nas quais um explante (uma célula, um
tecido ou um órgão) é isolado em condições assépticas sobre um
meio nutritivo artificial

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