Você está na página 1de 28

05/11/2015

Ministério da Educação
Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Câmpus Pato Branco

Regulação do Desenvolvimento
Vegetal:

Grupos de HORMÔNIOS
VEGETAIS
________________
1

HORMÔNIO VEGETAL (ou Fitormônios)

Composto orgânico, não nutriente, de ocorrência natural,


produzido pela planta, o qual, em baixas concentrações,
promove, inibe ou modifica processos fisiológicos dos
vegetais.

Atuam em processo fisiológicos como:


 Desenvolvimento
 Crescimento
 Diferenciação
 Movimentos vegetais 2

1
05/11/2015

Crescimento e Diferenciação

CONCEITOS

DESENVOLVIMENTO

É a formação do corpo de um
organismo ou parte dele, é qualitativo;

Exemplos: novas folhas, flores,


produção de raízes em estacas.

O Desenvolvimento envolve:
Crescimento e Diferenciação

Crescimento e Diferenciação

• O desenvolvimento pode ser:

Vegetativo: raiz, caule, folhas.

Reprodutivo: flor, fruto e


semente.

2
05/11/2015

Crescimento e Diferenciação

CONCEITOS
CRESCIMENTO
 É um termo quantitativo, e se refere a um aumento irreversível
de tamanho;
• Divisão celular
• Expansão celular

 Formação de novas células no meristema apical  crescimento;

Estádios fenológicos da soja incluem o crescimento e desenvolvimento/diferenciação. 5

Crescimento e Diferenciação

AFERIÇÕES DO CRESCIMENTO

• Comprimento
• Altura
• Massa fresca
• Massa seca
• Componentes celulares (teor de açúcares, proteínas,
clorofila)
• Número de células
• Área foliar
6

3
05/11/2015

Arabidopsis thaliana

Espécie modelo para


estudos fisiológicos e
moleculares

O ciclo de vida
incluindo germinação,
desenvolvimento,
floração, maturação e
formação de sementes
é de cerca de 6
semanas.

GRUPOS HORMONAIS

• Auxinas (AX)

• Citocininas (CK)

• Giberelinas (GA)

• Etileno (ET)

• Ácido Abscísico (ABA)

• Brassinosteróides (BR)

• Jasmonatos (JA)

• Salicilatos (SA)
8

4
05/11/2015

Conceitos

HORMÔNIOS VEGETAIS (ou Fitormônios): composto orgânico,


endógeno, em baixas concentrações, atua inibindo, promovendo ou
modificando processos morfológicos e fisiológicos dos vegetais.

REGULADORES VEGETAIS: substância sintética, aplicada


exogenamente que apresenta ação similar os grupos hormonais.

RETARDANTE VEGETAL: composto sintético, retarda o alongamento


e divisão celular.

ESTIMULANTE VEGETAL: mistura de reguladores (um ou mais de


um regulador) com outras substâncias como aminoácidos, nutrientes
e vitaminas.
9

HORMÔNIO  mensageiro químico  comunicação intercelular  são


“percebidos” proteína específica (receptores).

10

5
05/11/2015

Ministério da Educação
Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Câmpus Pato Branco

HORMÔNIOS VEGETAIS
________________

Auxina: o hormônio do
crescimento

11

Ministério da Educação
Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Câmpus Pato Branco

Auxinas - Sumário

• O surgimento do conceito de Auxina.

• Identificação, Biossíntese e Metabolismo da Auxina.

• O Transporte da Auxina.

• Efeito da Auxina: Alongamento celular;

• Ações da auxina: Fototropismo e Gravitropismo.

• Efeitos da Auxina no Desenvolvimento.

• Rotas de Transdução de Sinais de Auxina.

• Aplicações.
12

6
05/11/2015

AUXINA – o hormônio do crescimento


• Auxein significa crescer ou aumentar.

• Primeiro hormônio descoberto em plantas;

• Final do século XIX

 Charles Darwin e Francis estudaram o crescimento vegetal


envolvendo tropismo;
• Curvatura da planta em direção a luz  fototropismo;

 Frits Went (1926)

• Presença de um composto promotor do crescimento no


coleóptilo de aveia.
13

Fonte: Taiz & Zeiger, 5ª Ed.

7
05/11/2015

AUXINAS NATURAIS
• Ácido Indol-3-Acético (AIA oi IAA);

– É o mais abundante e de maior relevância fisiológica;

– (identificado em 1930).

Indole-3-acetic acid (IAA ou AIA) Indole-3-butyric acid (IBA - AIB)


Presente em todas as plantas Encontrado em milho e mostarda 15

AUXINAS SINTÉTICAS
• Outras substâncias com atividade auxínica foram
sintetizadas:

16

8
05/11/2015

Locais de Biossíntese de Auxinas

A biossíntese de auxinas está associada com locais de


divisão celular rápida, especialmente:

• Meristema apical caulinar;

• Folhas jovens;

• Flores;

• Frutos em desenvolvimento;

• As auxinas também podem ser sintetizadas em menores


quantidades em ápices radiculares e folhas maduras.

17

Biossíntese do AIA dependente de triptofano: são quatro mecanismos:

18
Em vegetais ocorre nos cloroplastos.

9
05/11/2015

Auxinas Livres e Conjugadas na Planta


• São encontradas nas plantas, duas formas de auxinas: a forma livre
e a conjugada (ligada) (ver figura 19.5).

• Auxinas livres: são biologicamente ativas e facilmente difundidas


nos tecidos.

• Auxinas conjugadas: não estão prontamente utilizáveis pelo


tecidos vegetal e requerem uma reação de hidrólise para se
tornarem ativas. Ex.: AIA-glicosídeos (abundantes em sementes).
Na conjugação, o grupo carboxílico na forma livre da auxina
combina-se covalentemente com outras moléculas.
• A conjugação facilita o transporte de auxinas e evita a degradação
das auxinas por peroxidases.

19

CONJUGAÇÃO DA AUXINA

Degradação da Auxina

• Na planta, o AIA é degradado imediatamente após a sua ação promotora do


crescimento.

• A degradação é processada por (ver figura 19.5).


.
1) Enzimas peroxidases;

2) Degradação não descarboxilativa


1) AIA livre  Ácido oxindol-3-acético (OxIAA)
2) AIA-aspartato forma o dioxindol -3-acetil-aspartato  OxIAA
3) In vitro em solução aquosa: é degradado por luz visível, ácidos,
radiação ultravioleta e ionizante.

20

10
05/11/2015

21

O transporte da Auxina

• Transporte basípeto
(do ápice caulinar para
a base);

22

11
05/11/2015

O transporte da Auxina

23

TRANSPORTE DA AUXINA
• Transporte polar (unidirecional) – ocorre em células do parênquina associadas
ao tecido vascular.

Fonte: Taiz & Zeiger, 5ª Ed. 24

12
05/11/2015

Fonte: Taiz & Zeiger, 5ª Ed.


25

Ativação da transcrição
de genes de resposta
à auxina

13
05/11/2015

Efeitos Fisiológicos da Auxina

Crescimento de Caule
 Alongamento celular  crescimento em extensão

Crescimento das Folhas


 Divisão, expansão e diferenciação celular, crescimento das
nervuras.

27

Efeitos fisiológicos da auxina: a expansão celular

Enfraquecimento das pontes de hidrogênio


entre os polissacarídeos da parede celular.

Esquema da parede primária mostrando a pressão de turgor dentro da célula que é dirigida sobre a parede
celular (A) e os pontos de atuação de algumas enzimas que agem no processo de afrouxamento da parede
durante o crescimento (B). A auxina está envolvida com o rompimento das ligações de hemicelulose,
permitindo que as microfibrilas de celulose deslizem umas sobre as outras e também diferenciando-se
assim umas das outras. XET (xyloglucan endotransglycosylase).
28

14
05/11/2015

Efeitos Fisiológicos da Auxina

A auxina promove a formação de raízes laterais adventícias

 Raízes adventícias são estimuladas por altos níveis de auxina


(originam-se de pequenos grupos de células do periciclo).

 O aumento da resposta é correlacionado positivamente com


aumento da [auxina] até o ponto máximo, após o qual, ocorre
efeito inibitório.

29

 Meristema  conjunto de
células isodiamétricas com
característica embrionária

 células iniciais;
• Coifa
• Zona meristemática
• Zona de alongamento
• Zona de maturação

30

15
05/11/2015

Efeitos Fisiológicos da Auxina

Enraizamento

Efeitos Fisiológicos da Auxina

Crescimento da Flor
 Ovário é uma fonte rica em auxina;

32

16
05/11/2015

Efeitos Fisiológicos da Auxina

A auxina promove o desenvolvimento do fruto.

 Pólen contém altas concentrações de auxinas


 Flores polinizadas tem rápido crescimento do ovário

33

Efeitos Fisiológicos da Auxina


Epinastia
• Crescimento diferencial induzido pela auxina e etileno.

 Curvatura descendente das folhas geralmente devido ao crescimento


assimétrico do pecíolo.

• Ataque de pragas, inundações


(encharcamento) no entorno das
raízes, estresse salino também
promovem a epinastia.

34

17
05/11/2015

Efeitos Fisiológicos da Auxina

Formação do Gancho Plumular


• Crescimento assimétrico induzido pelo etileno e auxinas.

35

Formação do Gancho Plumular

36

18
05/11/2015

Efeitos Fisiológicos da Auxina

37

Efeitos Fisiológicos da Auxina


A auxina promove a iniciação da atividade cambial em plantas
lenhosas

• Câmbio vascular  inativo no inverno, recomeça a sua


atividade na primavera;

• Portanto, é a auxina produzida na gema/meristema em


crescimento durante a primavera que estimula a ativação do
câmbio.

38

19
05/11/2015

Efeitos Fisiológicos da Auxina

Dominância Apical: caracteriza-se pela inibição do crescimento das


gemas laterais (meristemas laterais), sendo o crescimento observado
apenas através da gema apical (meristema apical).

39

Efeitos Fisiológicos da Auxina

Hipóteses que explicam a dominância apical:

 A auxina produzida no ápice inibe diretamente o crescimento


das gemas laterais/axilares.

 A gema apical serve como dreno para citocinina produzida nas


raízes, portanto, a decapitação muda a relação fonte/dreno de
citocininas.

40

20
05/11/2015

Efeitos Fisiológicos da Auxina

A auxina retarda o início da Abscisão Foliar


 Abscisão  queda
 Zona de abscisão  morte celular programada das células próximas
a base do pecíolo
 A abscisão é um processo regulado pela relação entre os hormônios
(Auxina:Etileno)

Zona de abscisão

Folha amarelecida

41

Efeitos Fisiológicos da Auxina

A auxina retarda o início da Abscisão Foliar


– Folhas jovens (altos níveis de auxina)
– Folhas maduras ou senescentes (baixos níveis de auxina)

Fase de maturação da folha Fase de indução da queda Fase de queda


O alto nível de auxina na folha A diminuição da auxina na folha Síntese de enzimas que
reduz a sensibilidade da zona aumenta a produção de etileno hidrolisam os polissacarídeos da
de abscisão ao etileno e evita a e a sensibilidade da zona de parede celular, resultando na
queda da folha. abscisão, que desencadeia a separação das células e na
fase de queda. abscisão da folha.
42

21
05/11/2015

Efeitos Fisiológicos da Auxina

A auxina retarda o início da


Abscisão Foliar

 A abscisão também pode


ser promovida por danos
mecânicos ou danos
causados por herbívoros.

43

Efeitos Fisiológicos da Auxina

Tropismos...
• Movimentos que ocorrem em resposta a um estímulo
direcional externo, envolvendo crescimento desigual de
lados opostos de um órgão.

• Tigmotropismo - partes da planta respondem ao contato de um


objeto sólido por crescimento diferencial. Ex: as gavinhas enrolam-se
em volta de um suporte. As células que tocam o objeto reduzem o
crescimento enquanto que as células do lado oposto crescem mais
rapidamente (assimetria na distribuição do AIA).
• Hidrotropismo - crescimento em direção à água .
• Quimiotropismo - crescimento em direção de substâncias químicas
(nutrientes minerais), o crescimento do tubo polínico.
• Fototropismo – crescimento em direção a luz.
• Geotropismo – crescimento em direção à força da gravidade.
44

22
05/11/2015

Efeitos Fisiológicos da Auxina

Fototropismo

• É o movimento de uma ou várias partes da planta em


resposta a uma luz unilateral;

• A auxina é transportada para o lado sombreado do ápice


promovendo maior alongamento celular  curvatura em
resposta a luz;

45

AUXINAS: Gradientes laterais


de auxina são formados em
hipocótilos de Arabidopsis
durante as respostas de
crescimento diferencial a luz e
à gravidade.

23
05/11/2015

Efeitos Fisiológicos da Auxina

Fototropismo em girassóis....

O movimento ocorre antes do


florescimento/fertilização. Tudo indica que o movimento cessa após a
floração, porque o florescimento inibe a ação
das auxinas.

47

Efeitos Fisiológicos da Auxina

Gravitropismo/Geotropismo
• É uma resposta dos órgãos vegetais à força da
gravidade.

• Gravitropismo (+)  crescimento das raízes

• Gravitropismo ( - )  crescimento da parte aérea

• Receptores do estímulo:
 No caule  localizam-se abaixo do meristema.

 Raízes  na coifa (estatólitos – amiloplastídeos).


48

24
05/11/2015

Efeitos Fisiológicos da Auxina

GRAVITROPISMO/GEOTROPISMO

Estatólitos 
amiloplastos que atuam
como sensores da
gravidade

Fonte: Taiz & Zeiger, 49


5ª Edição

Efeitos Fisiológicos da Auxina

GRAVITROPISMO/GEOTROPISMO

Fonte: Taiz & Zeiger, 5ª 50


Edição

25
05/11/2015

Efeitos Fisiológicos da Auxina

Gravitropismo/Geotropismo

• Acúmulo de auxina na parte inferior  maior crescimento 


curvatura;

Geotropismo negativo

Geotropismo positivo

51

Efeitos Fisiológicos da Auxina

Tigmotropismo (“toque”)
• É uma resposta ao contato
com um objeto sólido, que
também pode ser outra
planta;
• Exemplo: gavinha

• Permite sustentação;
• Crescimento ao redor de
rochas;

52

26
05/11/2015

Aplicações: Auxinas Utilizadas na Agricultura

• Utilizadas na agricultura há mais de 50 anos.


• Prevenção da abscisão de frutos e folhas;
• Promoção de florescimento em abacaxi;
• Indução do desenvolvimento de frutos partenocárpicos;
• Raleio de frutos (ex.: ácido naftaleno acético ANA)
• Enraizamento de estacas ou folhas excisadas para propagação
vegetativa;
• É a base dos compostos comerciais para enraizamento (auxinas
Sintéticas + talco inerte);

53

Aplicacações: Auxinas Sintéticas na Agricultura

• Produção de frutos sem sementes, ou tratamento de flores não


polinizadas com auxinas;

• 2,4 D e dicamba são utilizados com herbicidas que induzem


excessiva expansão celular, e posteriormente a morte da planta
 controle de plantas de folhas largas;

• O controle de plantas invasoras monocotiledôneas é mais difícil


pois são menos sensíveis a auxinas artificiais, pois são capazes
de inativa-las rapidamente por conjugação.

54

27
05/11/2015

ANTI-AUXINAS

• Inibidores do transporte de auxina

55

FIM

56

28

Você também pode gostar