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Propagação de

plantas
frutíferas
Conjunto de práticas destinadas a perpetuar as
espécies de forma controlada.

Objetivo - aumentar o número de plantas, garantindo


a manutenção das características agronômicas
essenciais das cultivares.
Os métodos de propagação podem ser agrupados em dois
tipos:
Propagação sexuada - uso de sementes.
Propagação assexuada - uso de estruturas vegetativas.
Reprodução sexuada
- união de células sexuais masculinas e femininas,
- formação de sementes e
- criação de uma população de plântulas individuais.

• Sementes de alta qualidade garantem boa colheita

Os descendentes podem assemelhar-se


- a um dos genitores,
- a ambos ou
- a nenhum, dependendo da combinação genética.
A propagação vegetativa consiste na
utilização de alguma estrutura da
planta (folha, gema, ramo, raiz),
proporcionando condições adequadas
para o enraizamento destes órgãos
obteremos uma nova planta,
comumente chamada de “muda” (nova
planta).
Reprodução assexuada
= multiplicação vegetativa de um
indivíduo,
- capaz de produzir uma planta
geneticamente idêntica àquela que lhe
deu origem,
- sem a união de gametas.
Processo de mitose.
Características
Permite :
- multiplicação em larga escala de uma planta individual, selecionada,
- reproduzindo fielmente as características que lhe conferem vantagens
adicionais em relação a um padrão da espécie.

Importância:

É o mais recomendado para frutíferas, porque possibilita a manutenção das


boas características da planta que se deseja multiplicar.
Justifica-se por:
a) propagação de espécies e cultivares que não produzem sementes
viáveis, exemplo: limão Tahiti, laranja de umbigo e figueira;

b) perpetuação de clones, pois as frutíferas são altamente


heterozigotas e perderiam suas características com a propagação
sexuada.
Como escolher a
técnica adequada?
Nível de
Espécie Objetivo Custo
execução

SUCESSO
VANTAGENS DESVANTAGENS
* perpetuação de caracteres
* transmissão de doenças
agronômicos
* risco de mutação das
* redução da fase juvenil
gemas
* risco de danos
* obtenção de plantas
generalizados na área de
uniformes
produção
* combinação de clones na
enxertia

Fonte: Adaptado de Fachinello et al., 1995


TIPOS DE PROPAGAÇÃO VEGETATIVA

Propagação vegetativa por estruturas especializadas.

Propagação vegetativa por estaquia.

Propagação vegetativa por mergulhia.

Propagação vegetativa por enxertia.

Micropropagação.
1. Estruturas especializadas
1.Estolhos: São caules
aéreos que se desenvolvem
rentes ao solo e cujos nós
enraízam e originam novas
plantas.

Ex. morango (Fragaria sp).


2. Rebentos: São mudas enraizadas provenientes da base
do caule aéreo ou de caule subterrâneo.

Ex. abacaxi (Ananas comosus) e banana (Musa sp).

1 – Abacaxi - (A) coroa; (B) filhote; (C) rebentão, (D) filhote-rebentão, 2 – Amora-preta
(rebentos)
3. Rizomas: São caules subterrâneos de forma variável, com
gemas que originam a parte aérea da planta. Ex. Banana.
2. Estaquia
Processo de propagação no
qual ocorre a indução do
enraizamento adventício em
segmentos destacados da
planta-mãe, que, uma vez
submetidos a condições
favoráveis, origina uma muda.
Entende-se por estaca qualquer segmento

da planta-mãe, com pelo menos uma gema

vegetativa, capaz de originar uma nova

planta podendo haver estacas de ramos, de

raízes e de folhas.

baseada na capacidade de regeneração


dos tecidos e emissão de raízes
Aplicações:
a) multiplicação de variedades ou espécies que possuem aptidão para emitir raízes
adventícias;
b) produção de porta-enxertos clonais;
c) perpetuação de novas variedades oriundas de processos de melhoramento genético.

Vantagens:
• Conservação das características genéticas e morfológicas.
• Baixo custo na execução do método.
• Pode ser realizado o ano todo (dependendo da espécie frutífera).
• Enraizamento rápido.
a) ,
Classificação das estacas
SIMPLES TALÃO CRUZETA GEMA RAIZ
Fatores que influenciam o enraizamento das
estacas
INTERNOS - Potencial genético de
- Condição fisiológica da matriz enraizamento
- Idade da planta - Sanidade
- Tipo de estaca - Balanço hormonal
- Época do ano - Oxidação de compostos
fenólicos
EXTERNOS
- Temperatura; Temperaturas elevadas causam uma perda excessiva de água no propágulo, causando a
desidratação das estacas, em casos extremos à morte destas. Temperaturas muito baixas podem dificultar a
atividade celular da estaca.

- Luz; Para que ocorra o enraizamento das estacas é necessário que a parte basal destas esteja em contato
com o substrato, além de umidade adequada, mas é imprescindível que a parte basal da estaca não esteja
recebendo luz.

- Umidade; Para que ocorra divisão das células dos tecidos do propágulo, e isso só é possível quando as
células estão hidratadas (túrgidas).

- Substrato; Meio sólido onde são proporcionadas condições físicas e químicas para o desenvolvimento do
sistema radicular de estruturas vegetais propagadas, tendo como função prover suporte ao propágulo.
3. Mergulhia
É o método de propagação no qual o
enraizamento de uma porção da
planta, normalmente um ramo, é
obtido com esta porção ainda unida
com a planta-mãe. Após a formação de
raízes, a porção enraizada é destacada
.. consiste no enterro de um ramo ou parte dele, não destacado da
da planta-mãe. planta-mãe, até que enraíze, quando se faz o “desmame”. No solo ou em
vaso. Pouco utilizado pela baixa praticidade.
Mergulhia simples normal
Mergulhia simples invertida
Mergulhia contínua chinesa
Mergulhia Serpentada
Mergulhia de cepa
Mergulhia no alto/
alporquia
E a enxertia?
TIPOS DE PROPAGAÇÃO VEGETATIVA

Propagação vegetativa por estruturas especializadas.

Propagação vegetativa por estaquia.

Propagação vegetativa por mergulhia.

Propagação vegetativa por enxertia.

Micropropagação.
4. Enxertia

Processo de juntar duas plantas ou


partes da planta de tal maneira que elas
possam se unir e continuar o seu
crescimento originando uma nova planta
(DIRR; HEUSER JUNIOR, 1987;
HARTMANN et al., 2002).
Enxerto
PORTA-ENXERTO - Porção
Hipobioto
inferior da planta enxertada, que
vai constituir o sistema radicular.
ENXERTO - Porção superior da
Porta Enxerto
Epibioto planta enxertada, que vai
constituir a copa.

Dibiose
Eventualmente, pode-se utilizar o interenxerto - porção
Enxerto
intermediária entre o porta-enxerto e o enxerto, usado
para evitar problema de incompatibilidade entre as
partes envolvidas ou para controlar o crescimento da Interenxerto
copa (NACTHIGAL et al., 2005). Mesobioto

Cerejeira (Larsen et al., 1987; Rozpara et al., 1990), Porta Enxerto


macieira (Koike & Tsukahara, 1988), pereira (Westwood et
al., 1989), damasqueiro (Ogasanovic et al., 1991), e
ameixeira (Grzyb et al., 1994), entre outras. Polibiose
Porta Enxerto
Vigoroso Menos vigorosos

Planta Mãe
Sistema radicar pivotante e Geneticamente mais
mais profundo. POR SEMENTES (citros, manga, abacate) uniformes

Ex: citros, manga, abacate. Ex: uva, maçã, pêra .

Sexuada Assexuada
Finalidades do uso da enxertia
A enxertia em árvores frutíferas é utilizada por vários motivos, destacando-se:

• Manutenção das características


• Correção de deficiências de
da planta matriz.
polinização;
• Propagação de espécies que não
• Evitar problemas de
são facilmente propagadas via
juvenilidade;
sementes.
• Recuperação de partes
• Alteração da cultivar-copa em
danificadas da planta;
plantas adultas;
• Estudo de viroses.
• Combinar clones ou cultivares;
POR SEMENTES (citros, manga, abacate)
Fatores que afetam o pegamento do enxerto
1.Proximidade botânica;

2.Condições ambientais;

3.Influencia do porta-
enxerto e manejo;

4.Fatores fisiológicos
Classificação das técnicas de enxertia

Os vários tipos de enxertia que se conhecem, podem ser divididos em três grupos
ou sistemas distintos de enxertia, que são:

1º - Borbulhia

2º - Garfagem

3º - Encostia
Borbulhia

Também conhecida como enxertia de gema, consiste na inserção de


uma pequena porção de casca de uma planta (enxerto), contendo uma
única gema, sobre um porta-enxerto. (XAVIER, 2002; NACTHIGAL et al.,
2005).
Borbulhia em “T” normal
Borbulhia em “T” invertido
T Normal

POR SEMENTES (citros, manga, abacate)

T Invertido
POR SEMENTES (citros, manga, abacate)
POR SEMENTES (citros, manga, abacate)
Borbulhia de gema com lenho
Borbulhia em placa (janela aberta)

Borbulhia em placa (janela fechada)


Borbulhia em anel
Pós-enxertia

POR SEMENTES (citros, manga, abacate)


POR SEMENTES (citros, manga, abacate)
Garfagem

A enxertia de garfagem consiste em soldar a


porção de um ramo destacado, chamado de
garfo ou enxerto, sobre um porta-enxerto ou
cavalo. O garfo pode ser cortado em forma de
bisel ou de cunha, e conter um número variável
de gemas.
Garfagem em fenda cheia
Garfagem em fenda simples
Garfagem em fenda dupla
B

A
FENDA DUPLA = INGLÊS COMPLICADO

POR SEMENTES (citros, manga, abacate)


Equipamentos e acessórios

Os principais equipamentos e acessórios para enxertia são:


• Canivete
• Tesoura de poda:
• Pedra de afiar:
• Fitas para amarração:
• Etiquetas:
• Produtos para desinfestação dos equipamentos:
Encostia - Tem pouco uso em nível comercial.

Encostia à inglesa simples no topo do Encostia em placagem simples – É feito um


porta-enxerto -O porta-enxerto é cortado corte na superfície da casca do enxerto e do
em bisei no seu ápice . porta-enxerto .
5. Micropropagação
Vantagens
Tipos
1.Produção de plantas sadias;
1. Cultura de tecidos ;
2.Obtenção de novas cultivares;
2. Cultura meristemática;
3.Transmissão de caracteres genéticos
entre espécies incompatíveis; 3. Microgarfagem;

4.Obtenção de plantas transgênicas após 4. Cultura de embrião.


a
Diagrama da produção de mudas
Espécieadvindas
vegetal; da micropropagação de
9 Habilidadegemas terminais e axilares.
do enxertador;
9 Atividade fisiológica do enxerto e porta-enxerto;
9 Condições durante e após a enxertia;
9 Problema fitopatológico;
9 Incompatibilidade.
6 - Fatores qu
Diagrama da cultura de meristema: a
limpeza clonal poderá ser obtida no
final deste processo.

Espécie vegetal;
9 Habilidade do enxertador;
9 Atividade fisiológica do enxerto e porta-enxerto;
9 Condições durante e após a enxertia;
9 Problema fitopatológico;
9 Incompatibilidade.
6 - Fatores qu
Representação das etapas do processo
de microenxertia.
A) o porta-enxerto é retirado do
tubo de cultura;
B) os ápices caulinares e radicular
Espécie vegetal; são cortados, deixando 1,5 a 2 cm do epicótilo e 4 a 6
9 Habilidade do enxertador;cm do hipocótilo;
9 Atividade fisiológica do enxertoC)e porta-enxerto;
Incisão em T invertido é feita;
9 Condições durante e apósD)a enxertia;
Ápice caulinar (meristema apical com 2
9 Problema fitopatológico;primórdios foliares) é excisado, colocado em contato
9 Incompatibilidade. com a casca, para que o ápice fique voltado para
6 - Fatores qu cima;
E) O microenxerto é colocado em meio de
cultura sobre porta-enxerto preexistnte com
diâmetro igual a um lápis, desenvolvido em casa de
vegetação.
Espécie vegetal;
9 Habilidade do enxertador;
9 Atividade fisiológica do enxerto e porta-enxerto;
9 Condições durante e após a enxertia;
9 Problema fitopatológico;
9 Incompatibilidade.
6 - Fatores qu
Espécie vegetal;
9 Habilidade do enxertador;
9 Atividade fisiológica do enxerto e porta-enxerto;
9 Condições durante e após a enxertia;
9 Problema fitopatológico;
9 Incompatibilidade.
6 - Fatores qu
Espécie vegetal;
9 Habilidade do enxertador;
9 Atividade fisiológica do enxerto e porta-enxerto;
9 Condições durante e após a enxertia;
9 Problema fitopatológico;
9 Incompatibilidade.
6 - Fatores qu
Espécie vegetal;
9 Habilidade do enxertador;
9 Atividade fisiológica do enxerto e porta-enxerto;
9 Condições durante e após a enxertia;
9 Problema fitopatológico;
9 Incompatibilidade.
6 - Fatores qu

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