Você está na página 1de 5

Estrelas de La Merced

O Significado das Doze Estrelas da Coroa de Nossa Senhora

No dia 27 de novembro, comemoramos a Festa da nossa


Padroeira, Nossa Senhora das Graças. É uma linda festa! Nesse
dia, como de costume, encerramos a Novena com a procissão e a
celebração da Santa Missa, com momento de ação de graças em
que coroamos a imagem de Nossa Senhora.

Já iniciamos os ensaios com as crianças e confesso que fico um


pouco tensa nesse período, chego a sentir um pouco de medo de
não dar conta do compromisso assumido. Mas estou aprendendo
que com Maria à frente não temos com que nos preocupar, com a
sua intercessão e "fazendo tudo o Ele nos disser", nada dá errado,
pelo contrário, sai tudo melhor do que planejamos.

Para cada Coroação me vem uma inspiração, que com certeza é


obra do Espírito Santo. É impressionante, surge uma ideia que
sugere um tema e depois tudo vai se encaminhando naquela
direção, colaborando para que fique tudo muito lindo. No ano
passado, sem que o padre soubesse com precisão o que estávamos
preparando, até as cores da decoração do altar combinaram com
as roupas das meninas da coreografia, com as flores das tiaras e
das cestinhas que os anjos levavam com as pétalas. O tema falava
de Maria aos pés da cruz; e até uma enorme cruz foi colocada à
frente do altar, onde as adolescentes fizeram a coreografia com a
música Maria, Mãe da Vida.

Nesse ano, acho que Maria vai ganhar uma coroa nova, e por isso
fiquei pensando no significado das doze estrelas da Coroa de
Nossa Senhora. Encontrei um texto muito interessante do
Professor Felipe Aquino que nos explica o que elas significam. 

"Nós temos uma mãe na terra e uma Mãe na eternidade. No


Tratado da Verdadeira Devoção a Virgem Maria de São Luís
Grignion de Montfort, no final, ele diz que nós precisamos nos
consagrar a Santíssima Virgem de maneira absoluta, de modo que
tudo seja feito por Maria, em Maria e com Maria para tudo ser
feito para Jesus, em Jesus e com Jesus. O fim não é Maria; o fim é
Jesus. Ela não é um obstáculo, ao contrário, ela nos empurra para
Cristo, no centro da oração da Ave-maria está Jesus. 

O Papa diz que a Ave-Maria gira em torno da palavra de Jesus,


todo o rosário não é mariano, é Cristocêntrico. São Luís Grignion
de Montfort propõe que rezemos todos os dias a consagração à
Virgem Maria. 

Maria é a imagem da Igreja: pura, santa e imaculada. São Luís


explica que colocaram doze estrelas na cabeça da Santíssima
Virgem porque este representa um número completo, pois não
falta nada nela por ser cheia de graça. Quando você tem um copo
cheio de água, não falta mais água ali, ou seja, Maria tem a
plenitude da graça que Deus deu a ela.

São Luís propõe que nós rezemos 12 Ave-Marias contemplando


os mistérios, fazendo a coroa de glória a Nossa Senhora, que são
as doze estrelas. A primeira é o mistério da maternidade divina.
Deus desde toda a eternidade a predestinou para ser a Mãe do
Salvador, mas Ele não a obrigou, Ele enviou o anjo para perguntar
a Ela e o anjo a saudou: “Ave cheia de graça, o Senhor é contigo”.
Deus olhando para ela diz: você é cheia de graça; ela foi a única
criatura que achou graça diante do Senhor. Ela foi a única que o
demônio não tocou, até os muçulmanos acreditam nessa verdade.
Ela foi a única digna de conceber o Filho de Deus encarnado.

Quem é que pode anular essa graça de Deus? Se Deus a saúda,


quem de nós poderá deixar de fazê-lo? Só quem for desobediente
a Deus. Essa é primeira estrelinha, ela foi escolhida para ser Mãe
de Deus. A segunda é a Imaculada Conceição, pois foi concebida
sem o pecado original, o demônio não pode tocar nela, Maria era
cheia de graça, nela não havia nada, a não ser graça. A Santíssima
Virgem não poderia ter o pecado original, isso seria uma desonra
a Deus. “Imaculada” que dizer “sem mácula”, “sem pecado”. 
A terceira estrela é Maria sempre Virgem: antes, durante e depois
do parto, não há explicação da ciência, mas se a luz consegue
atravessar o véu sem rasgá-lo, muito mais o Pai do Céu pode
realizar o milagre de Maria. “Para Aquele que é extraordinário
todos os fatos são excepcionais” (Santo Agostinho). 

A quarta estrela é Maria, Filha predileta do Pai: o Pai escolheu


entre todas as mulheres a Maria, ela foi escolhida pela sua
humildade, como diz no “Magnificat”; o que lançou a
humanidade na morte foi a soberba de Adão e Eva. Santo Irineu
dizia: “Eva com seu pecado introduziu a morte no mundo, Maria
com sua obediência introduziu a vida”.

A quinta estrelinha é Esposa do Espírito Santo: ela concebeu por


obra do Espírito Santo, ela é a Esposa mística do Espírito Santo,
Maria tem um relacionamento perfeito com a Santíssima
Trindade, do Pai ela é filha, do Filho ela é Mãe e do Espírito ela é
esposa. 

O que essa Mulher não consegue tirar de Deus? Só o que ela não
quiser, o que não convém. 

A sexta estrela: Maria é a mais humilde a quem Jesus se


submeteu, o nome “Maria” vem de “mar”, o mar é esplendoroso,
pois aceitou ficar abaixo alguns centímetros de todos os rios,
Maria também é assim: por isso, Deus a escolheu olhando para a
humildade de Sua serva.

A sétima é que recebeu o poder de esmagar a cabeça do inimigo


de Deus; ela aparece em toda a Bíblia, de Gênesis até Apocalipse.
Alguns teólogos dizem que Deus fez com que ela permanecesse
virgem porque Eva também o era [virgem] quando pecou.

Nunca deixe de usar uma medalhinha de Nossa Senhora, pois ela


o protege, nem deixe de ter a imagem de Nossa Senhora em sua
casa. Certa vez, eu fui salvo da morte porque tinha um adesivo
com a imagem dela no vidro do carro: aconteceu um acidente e
tiveram que cortar as portas para eu poder sair do carro; este teve
perda total, mas eu saí dele sem um arranhão. E quando eu olhei
no para-brisa, vi que o adesivo de Nossa Senhora, olhando para
mim, estava intacto. O seguro me deu outro carro novinho, pois
foi perda total, mas comigo não aconteceu nada. 

A oitava estrela é a “Medianeira de todas as graças”. Os santos


doutores da Igreja dizem que todas as graças passam pelas mãos
de Maria, mesmo as que você pede aos santos, é ela quem as
distribui. Como meu pai, que comprava um saco de bala e minha
mãe as distribuía. Deus Pai é que dá a graça, mas é Nossa Senhora
que a distribui. Qual foi a maior graça do mundo? Jesus! E essa
graça veio por meio de Maria; se a grande Graça veio por meio
dela, então todas as outras também virão! 

“Tudo por Jesus, nada sem Maria!” a Canção Nova é essa gigante
porque ela é mariana, nada se faz aqui sem a Santíssima Virgem
Maria; em todos os departamentos encontramos uma imagem
dela.

A nona estrela é “Maria aos pés da cruz”. Jesus, com lábios


cheios de sangue, disse a última coisa: “Filho, eis a tua mãe. Mãe,
eis aí o teu filho”, João naquele momento representa todos os
filhos da Igreja. Nosso Senhor Jesus Cristo já tinha dado tudo:
Seu sofrimento, Seu Sangue e a única coisa que tinha Lhe sobrado
ali na cruz era Sua Mãe, que Ele deu a João, representando nós
todos. João a levou para sua casa; eu não sei se você a recebeu
como sua Mãe. Se não, receba-a hoje, leve-a para sua casa, Maria,
Mãe da Igreja, Maria, Mãe de cada um de nós.

A décima estrela é “Maria, assunta ao céu”. Aquele corpo, que


gerou o Filho de Deus, não poderia ser destruído. Papa Pio XII
proclamou que ela foi assunta de corpo e alma. Os santos não
estão no céu com o corpo, somente quando Jesus voltar, na
parusia, é que eles se unirão ao seu corpo e irão para o céu.
Assim, a glorificação acontecerá somente no último dia, mas a
Virgem Santíssima já é glorificada no céu com o corpo e alma.
A décima primeira estrela é: “Maria, coroada no céu como
Rainha”. Maria foi coroada como Rainha pela Santíssima
Trindade, ela é a Rainha dos santos, dos anjos, do céu, da terra,
dos doutores. Isso não é fantasia, é verdade de fé, isso significa
que abaixo de Deus, abaixo da Santíssima Trindade, o maior
poder é dado a ela por Deus, não pela natureza, mas pelo próprio
Deus.

A última estrela é que “Maria é aquela que recebeu de Deus todas


as graças, honras e méritos”, que não são apenas 12, são todas as
outras. O Todo-Poderoso não precisa de nada nem de ninguém,
mas Ele quis precisar de Maria, assim como Ele quer precisar de
nós querendo que sejamos evangelizadores; Ele não precisava,
mas Ele quis precisar de nós.

Terminando a pregação, eu quero enfatizar as Bodas de Caná:


Jesus, os apóstolos e Maria foram a esse casamento; o vinho, que
era costume naquela época ser servido nessas ocasiões, faltou.
Ninguém iria morrer se essa bebida acabasse, não ia acontecer
nenhum outro mal a não ser a tristeza, mas mesmo assim ela
intercedeu para o Filho, e embora não fosse a hora d’Ele, Ele a
atendeu porque a Mãe pediu. Peça você também para que Jesus
possa manifestar a Sua glória na sua vida."

Você também pode gostar