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INTRODUÇÃO

Consultando as informações disponíveis


no site do Ministério do Esporte, vemos
que no primeiro ano da Lei de Incentivo
ao Esporte (2007), 17 projetos foram cap-
tados, movimentando mais de 50 milhões
de reais.

Já em 2015, aproximadamente 247 mi-


lhões foram captados. É inegável o estímu-
lo ao esporte através desta Lei de Incentivo,
desde o seu primeiro ano de funcionamento.

O esporte liberta, faz bem para a saúde,


transforma as pessoas, dá sentido a vida.

Esperamos que esta pequena cartilha


contribua para esse movimento esportivo
que a cada ano tem ganhado espaço e res-
peito no nosso país. Boa leitura!

Tayana Kadletz
Repense Arquitetura e Projetos
ÍNDICE

O QUE É A LEI DE INCENTIVO AO ESPORTE? 5

QUEM PODE APRESENTAR UM PROJETO? 6


Requisitos do proponente 6
Usuário do sistema LIE 6
Documentos para proponente 6
Limites de projeto por proponente 7
Vedações dos proponentes 7

ENQUADRAMENTO DO PROJETO 8
Desporto Educacional 8
Desporto de Participação 9
Desporto de Rendimento 9

COMO ELABORAR UM PROJETO? 10


Projeto conceitual 10
Acessibilidade e Democratização de Acesso 11
Projeto orçamentário 12
Vedações de despesas com publicidade 13
Outras vedações 13
Receitas do Projeto 13
Documentos do projeto 14
Entrega do projeto ao Ministério 14

COMO ACOMPANHAR MINHA PROPOSTA 15


Tramitação prioritária 15
Avaliação do projeto 15
Comissão Técnica 16

QUANDO A VERBA PODE SER CAPTADA? 16

QUEM PODE SER UM INCENTIVADOR? 17


Vedações dos incentivadores 18
Cadastro dos incentivadores 19
Doação e patrocínio 19
DICAS DE CAPTAÇÃO DE RECURSOS 20
Recibo de doação/patrocínio 21
Conta bancária bloqueada 21

EXECUÇÃO DO PROJETO 22
Captação parcial 22
Prorrogação de Captação 23
Plano de identidade visual do projeto / Aplicação das logomarcas 23
Termo de Compromisso 23
Prorrogação de Execução 24
Conta bancária de livre movimentação 24
Remanejamento de recursos 24
Vedação de pagamento a fornecedores 25
Aquisição de bens e contratação de serviços 25
Contratação de fornecedores 26
Notas fiscais 26
Forma de pagamento 27
Acompanhamento do projeto 27
Recolhimento de saldo remanescente 37

PRECISO PRESTAR CONTAS DO PROJETO? 28


Prestação de Contas Parcial 28
Comprovações de realização do projeto 29
Prestação de Contas Final 29

NÚMEROS DA LEI DE INCENTIVO AO ESPORTE 31


Maiores Patrocinadores Brasil 2015 31
Investimentos de 2015 por região 31

VALIDADE E FUTURO DA LEI 32


CARTILHA LEI DE INCENTIVO AO ESPORTE 7

O QUE É A LEI DE de reais ao segmento, em projetos distri-


buídos por todo o território nacional e é
INCENTIVO AO vista como uma estratégia de política pú-
ESPORTE? blica para o desenvolvimento do espor-
te brasileiro.

Desde que foi implementada, em 2007

A Lei de Incentivo ao Esporte -


LIE é uma Lei Federal que per-
mite que algumas empresas e
pessoas físicas invistam parte do que pa-
gariam de Imposto de Renda em projetos
até o ano de 2015, a Lei de Incentivo ao
Esporte destinou mais de R$1,6 bilhões em
aproximadamente 3.300 projetos, para três
manifestações esportivas: esporte de par-
ticipação, onde as modalidades tem como
esportivos. Esses projetos, por sua vez, de- objetivo o laser, esporte como instrumento
vem ser previamente analisados e aprova- de educação e esporte de rendimento.
dos pelo Ministério do Esporte.

Publicada após um longo processo de


convencimento e reivindicação dos des-
portistas, a norma trazia, na sua versão ori-
ginal, a possibilidade de pessoas jurídicas
deduzirem até 4% do Imposto de Renda
devido, em concorrência com o setor cul-
tural (Lei de Incentivo à Cultura). Dessa
forma, os incentivadores deveriam optar
pelo incentivo ao esporte ou à cultura, ou
distribuir os recursos entre estes dentro do
percentual limite.

Esse fato gerou uma grande mobilização


dos representantes do cenário artístico na-
cional a fim de evitar uma disputa por be-
nefícios fiscais. Por fim, em maio de 2007
foi publicada no Diário Oficial da União
a Medida Provisória 342/2006 (convertida
na Lei 11.472 em maio de 2007), que redu-
ziu o percentual destinado ao Esporte de
4% para 1%, porém sem concorrência com
a Lei Rouanet. Hoje este valor também não
compete com quaisquer outros benefícios
fiscais em vigor.

Atualmente, a LIE - Lei 11.438/2006 é


regulamentada pelo Decreto 6.180/2007
e já possibilitou o acréscimo de milhões
8 WWW.CAPACITAR.VC

Entidade, que consta no cartão de CNPJ


QUEM PODE – Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica;
APRESENTAR UM π comprovação de capacidade técnica
operativa: o proponente precisa demons-
PROJETO? trar que possui condições de executar o
projeto com qualidade e eficiência;
π regularidade fiscal e tributária;
π nos casos de construção ou reforma de

C onsidera-se proponente a pessoa


jurídica que apresenta o projeto
ao Ministério do Esporte. É ele
que responde legalmente pelo projeto, sen-
do responsável pela apresentação, execução
imóvel, o proponente precisa ter e com-
provar o pleno exercício dos poderes ine-
rentes à propriedade do respectivo imóvel,
da posse ou da cessão do seu uso de públi-
co para privado de, no mínimo, 20 anos.
e prestação de contas dos projetos despor-
tivos ou paradesportivos.
USUÁRIO DO SISTEMA LIE
Podem ser proponentes as pessoas jurídi-
cas de direito público ou de direito privado O Proponente, ou entidade de natureza es-
com fins não econômicos. Ou seja, pessoas portiva (ENE), do projeto deverá cadastrar-
físicas não podem ser proponentes. se previamente junto ao Ministério do Espor-
te, por meio eletrônico, através do site www.
São pessoas jurídicas de direito público: esporte.gov.br. Após o cadastro, serão enviados
Prefeituras, Governo e Distrito Federal, por à entidade, via mensagem eletrônica, o login,
suas Secretarias de Esporte; Governo Fede- o número de cadastro e a senha de acesso.
ral através do Ministério do Esporte; e Fun-
dações, Autarquias e Associações Públicas. É de inteira responsabilidade das entida-
des esportivas manterem seus respectivos
Consideram-se pessoas jurídicas de di- cadastros devidamente atualizados junto ao
reito privado: Comitês Olímpicos, Con- Ministério do Esporte. Além disso, o Mi-
federações, Federações e Ligas, Clubes e nistério do Esporte poderá requerer outros
Associações, Fundações Privadas e demais documentos que comprovem a situação ca-
entidades esportivas. dastral do proponente.

Mais informações podem ser obtidas atra-


REQUISITOS DO PROPONENTE vés do link http://www.esporte.gov.br/index.php/
institucional/secretaria-executiva/lei-de-incentivo-ao
Também é necessário que o proponente -esporte/cadastro-de-proponente.
cumpra alguns requisitos, quais sejam:
π natureza esportiva: o ato constitutivo
do proponente deve dispor expressamen- DOCUMENTOS DO PROPONENTE
te sobre a sua finalidade esportiva;
π constituição e funcionamento regulares Os documentos físicos somente serão
há, no mínimo, um ano, considerando-se solicitados na época do cadastramento do
a data de protocolo do projeto no Minis- projeto esportivo. Mesmo que o propo-
tério do Esporte e a data de abertura da nente tenha enviado os documentos soli-
CARTILHA LEI DE INCENTIVO AO ESPORTE 9

citados, sempre que inscrever novo proje- esclareçam as características e habilidades


to, estes deverão ser enviados atualizados, do proponente, seus membros ou terceiros
junto com a documentação relativa a cada associados envolvidos na execução do pro-
projeto. São eles: jeto. O objeto do projeto apresentado deve
π Cópias autenticadas do estatuto e das fazer parte das atividades regulares e habi-
respectivas alterações, da ata da assem- tuais desenvolvidas pelo proponente. Pode
bleia que empossou a atual diretoria, do ser incluído o portfólio da entidade, foto-
CPF e do RG dos diretores ou responsá- grafias, clipping de realizações anteriores.
veis legais, todas relativas ao proponente
e cartão de CNPJ;
π Comprovação de funcionamento do LIMITES DE PROJETO POR
proponente há, no mínimo, um ano; PROPONENTE
π Documentos de comprovação da capa-
cidade técnico-operativa do proponente; Cada proponente poderá apresentar até
π Certidões negativas de débitos (CND’s): 6 (seis) projetos no ano calendário, ou seja,
1) Certidão conjunta da Procu- dentro do período de protocolo de projetos.
radoria-Geral da Fazenda Na-
cional (PGFN) e Secretaria da VEDAÇÕES DOS PROPONENTES
Receita Federal do Brasil e Ins-
tituto Nacional de Seguridade Constam, no Decreto 6.180/2007 em
Social (INSS); seus artigos 34 e 35, objeções feitas aos
2) Certificado de Regularidade proponentes (e patrocinadores) acerca do
do Fundo de Garantia por Tem- projeto, como:
po de Serviço (FGTS); π o recebimento, pelo patrocinador ou
3) Certidão de Quitação de Tri- doador, de qualquer vantagem financeira
butos Estaduais (CQTE); ou material em decorrência do patrocínio
4) Certidão de Quitação de Tri- ou da doação que com base nele efetuar;
butos Municipais (CQTM); π agir o patrocinador, o doador ou o pro-
5) Certidão de Regularidade do ponente com dolo, fraude ou simulação
Tribunal Superior do Trabalho para utilizar incentivo nele previsto;
(TST). π desviar, para finalidade diversa da fi-
xada nos respectivos projetos dos recur-
Proponentes que sejam da Administra- sos, bens, valores ou benefícios com base
ção Pública Direta Federal, autarquias, nele obtidos;
fundações e empresas públicas federais e π adiar, antecipar ou cancelar, sem justa
sociedades de economia mista, quando re- causa, atividade desportiva beneficiada
gistradas no SIAFI - Sistema Integrado de pelos incentivos nele previstos.
Administração Financeira do Governo Fe-
deral[1] - só terão seus projetos esportivos Ou seja, o proponente é responsável por
avaliados pela Comissão Técnica se não toda e qualquer atividade que ocorra no
estiverem inadimplentes. projeto e responde legalmente por possí-
veis irregularidades. Para evitar problemas,
DICA: A comprovação da capacidade deve estar atento e acompanhar toda e
técnico-operativa do proponente pode ser qualquer movimentação financeira, assim
feita através de informações objetivas que como o cumprimento do objeto aprovado.

1. O SIAFI é um sistema informatizado que processa e controla a execução orçamentária, financeira, patrimonial e contábil dos
órgãos citados, que estiverem contempladas no Orçamento Fiscal e/ou no Orçamento da Seguridade Social da União.
10 WWW.CAPACITAR.VC

ENQUADRAMENTO ção para o exercício da cidadania e a práti-


ca do lazer”.
DO PROJETO
No caso de projetos que visem a prática
de atividade regular desportiva ou parades-

O s projetos desportivos e para-


desportivos deverão ser enqua-
drados de acordo com a sua
manifestação esportiva, que pode ser
educacional, de participação ou de ren-
portiva, o Decreto 6.180/2007 traz, em seu
artigo 17, a exigência de que no mínimo
50% dos beneficiários sejam alunos do sis-
tema público de ensino, o que visa a evi-
tar que os recursos sejam utilizados para
dimento. Esses conceitos tem sua origem beneficiar exclusivamente instituições de
na Lei 9.615/1998, mais conhecida como ensino privadas.
Lei Pelé, que instituiu normas gerais sobre
o desporto. Os princípios do esporte educacional[2]
baseiam-se em valores:
O enquadramento leva o projeto a ter π que favorecem o desenvolvimen-
uma missão, ou seja, seguir uma linha to do autoconhecimento, autoestima
social que irá definir todas as diretri- e autossuperação;
zes, como seu objetivo, seu público, suas π que promovem a integração e a modi-
ações, etc. É fato que um projeto poderá ficação recíproca, considerando a hete-
ser multidisciplinar e alcançar mais de rogeneidade de gênero, idade, condição
uma manifestação desportiva. Entre- socioeconômica e condição física;
tanto, apesar de conter diversas ações, o π que despertam a busca da independên-
projeto deve seguir um propósito e uma cia, autonomia e liberdade do indivíduo;
manifestação diretamente vinculada aos π que valorizam o processo de interfe-
seus objetivos. rência do homem na realidade na qual
está inserido, favorecendo seu compro-
Enfim, quando apresentado ao Minis- metimento com esta realidade;
tério do Esporte, o projeto deverá ser en- π que fomentam a união de esforços na
quadrado em apenas uma das manifesta- busca de ações conjuntas para a realiza-
ções abaixo. ção de objetivos comuns, estreitando os
laços de solidariedade, parceria e con-
fiança mútua;
DESPORTO EDUCACIONAL π que respeitam, protegem e valorizam as
raízes e heranças culturais.
Conforme conceito trazido pelo art. 4º,
inciso I do Decreto 6.180/2007, no Des- Ou seja, embora possam ser ensinadas
porto Educacional “o público beneficiário as modalidades com suas regras e técni-
deverá ser de alunos regularmente matri- cas, instituídas pelas federações espor-
culados em instituições de ensino de qual- tivas, as atividades educacionais não se
quer sistema, evitando-se a seletividade e prendem a estas, estando voltadas prio-
hipercompetitividade de seus praticantes, ritariamente para o resultado da educa-
com a finalidade de alcançar o desenvolvi- ção e cooperação mútua. Geralmente,
mento integral do indivíduo e sua forma- as atividades são adaptadas aos recursos

2. Os princípios do esporte educacional foram retirados do livro “Esporte Educacional: Uma proposta renovada”, publicado em
1996 pelo INDESP (Instituto Nacional de Desenvolvimento do Desporto), conhecido através do site http://cev.org.br/comunidade/
esporte-escolar/debate/principios-esporte-educacional/.
CARTILHA LEI DE INCENTIVO AO ESPORTE 11

físicos, materiais e pessoais dos alunos. cupação com regras e performance. É


Com esta liberdade, é possível a recria- considerada uma prática não formal, em
ção das modalidades, adaptação dos jo- que alguns de seus objetivos são: a inte-
gos, usos de diferentes materiais, favo- ração social, a atividade física prazerosa,
recendo a aprendizagem e a criatividade a busca do bem estar físico e psicológico,
dos beneficiados. a diversão, o relaxamento. Atualmente,
engloba também a interação com a na-
São exemplos de atividades de desporto tureza e campanhas de conscientização
educacional os festivais, eventos comemo- da saúde.
rativos, gincanas etc, em que os resultados
finais não são relevantes. São fomentados Normalmente, as atividades envolvidas
nesta modalidade o trabalho em equipe, as não fazem distinção quanto à condição
atividades lúdicas, a melhoria da qualida- física do participante, sua idade e gênero
de de vida e da saúde, a cidadania, o res- sendo, portanto, voltada para a população
peito, a inclusão, a igualdade e outras ca- em geral, sem compromisso com a compe-
racterísticas importantes para a formação tição entre os indivíduos ou grupos, visan-
do indivíduo. do o bem da saúde pública.

São exemplos de desporto de participa-


DESPORTO DE PARTICIPAÇÃO ção o vôlei à beira mar, o futebol no campo
do bairro, a corrida de rua para conscienti-
O desporto de participação é aquele zar sobre a diabetes, a trilha ou o arvoris-
voltado para o lazer, recreação, conví- mo para educar sobre o meio ambiente, o
vio social, em busca do entretenimento, dia de pedalada, entre outros.
saúde física e mental. O art. 4º, inciso II
do Decreto 6.180/2007 o define como
“caracterizado pela prática voluntária, DESPORTO DE RENDIMENTO
compreendendo as modalidades despor-
tivas com finalidade de contribuir para A definição trazida pelo art. 4º, inciso III
a integração dos praticantes na plenitude do Decreto 6.180/2007 conceitua o despor-
da vida social, na promoção da saúde e to de rendimento como aquele “praticado
educação e na preservação do meio am- segundo regras nacionais e internacionais,
biente”. com a finalidade de obter resultados, inte-
grar pessoas e comunidades do País e estas
Na participação, o aspecto competitivo com as de outras nações”.
deve ser visto como “meio”, e não como
“fim”, sob pena de enquadramento na mo- Existem duas formas de prática
dalidade desporto de rendimento. deste desporto, instituídas pela Lei
9.615/1998. O modo profissional, “ca-
O desporto de participação extrapola racterizado pela remuneração pactuada
os limites do âmbito educacional e ganha em contrato formal de trabalho entre o
as ruas, praças, praias, parques, ginásios atleta e a entidade de prática desporti-
e outros espaços, públicos e/ou privados. va”, não é contemplado pela Lei de In-
É praticado com liberdade e sem preo- centivo ao Esporte [3], que veda a uti-

3. Nesse cenário, abre-se uma longa discussão sobre a conceituação do termo “desporto profissional”, já que no art. 94 da Lei
9.615/1998 há a obrigatoriedade de celebração de contrato entre clubes e atletas, no Brasil, apenas para a modalidade futebol, sendo
facultada tal celebração às demais modalidades. Tal questionamento mereceu um Parecer da Consultoria Jurídica do Ministério do
Esporte no ano de 2012 (Parecer nº 016/2012/CONJUR/ME).
12 WWW.CAPACITAR.VC

lização de recurso incentivado para a COMO ELABORAR


remuneração de atletas profissionais,
bem como pagamento de despesas rela- UM PROJETO?
tivas à manutenção de equipes esporti-
vas ou paradesportivas profissionais ou
competições profissionais.

A outra prática é a não profissional, esta


sim contemplada pela Lei de Incentivo ao
Esporte, identificada pela liberdade de prá-
S egundo o Decreto 6.180/2007, em
seu artigo 3º, o projeto desportivo é
destinado “à implementação, à prá-
tica, ao ensino, ao estudo, à pesquisa e ao
desenvolvimento do desporto”.
tica e pela inexistência de contrato de tra-
balho, sendo permitido o recebimento de Para apresentar um projeto, o Proponen-
incentivos materiais e de patrocínio. te deverá cumprir 4 passos, que são:
1) Cadastrar o projeto no SLIE,
Mesmo na prática não profissional, o que é o Sistema da Lei de Incentivo
desporto de rendimento é visto como ao Esporte;
uma prática formal, onde o esporte é 2) Imprimir os formulários que se-
regido pelas regras de cada modalida- rão gerados pelo sistema e assiná-los;
de, estabelecidas pelas ligas, federações 3) Juntar todos os documentos que
ou confederações. Tem como figura de forem obrigatórios ao seu projeto;
destaque a presença do atleta ou do atle- 4) Realizar o protocolo do projeto
ta em formação. Deve ser praticado em no Ministério do Esporte (o que po-
espaços adequados, com dimensões e derá ser feito pelos Correios).
equipamentos padronizados e faz uma
seleção entre os participantes, diferen- Recomenda-se que o projeto conceitual e
ciando-os pelas habilidades, idade, sexo o orçamentário não sejam desenvolvidos di-
e condição física. Visa a competitividade, retamente no software, mas preliminarmen-
os resultados, a vitória sobre os demais te em um documento paralelo (Microsoft
praticantes ou equipes. Word e/ou Excel®), assim como não desen-
volver trabalhos simultâneos com mais de
Nos exemplos de esporte de rendimen- uma janela aberta no sistema. Além disso, o
to podem ser citados os campeonatos das projeto conceitual deve estar em consonân-
categorias de base ou dos times profissio- cia com o orçamento apresentado.
nais; o planejamento, a coordenação e o
desenvolvimento das equipes organizadas PROJETO CONCEITUAL
para representar a cidade nas diversas com-
petições oficiais; os treinamentos de atletas Pela Lei de Incentivo ao Esporte, arti-
não profissionais, de quaisquer idades. Para go 2º, § 1º “poderão receber os recursos
as atividades de rendimento dentro das es- oriundos dos incentivos previstos nesta
colas e universidades, incluem-se as equi- Lei os projetos desportivos destinados a
pes que disputam competições, com foco promover a inclusão social por meio do
principal nos resultados. esporte, preferencialmente em comuni-
dades de vulnerabilidade social”, ou seja,
é imprescindível pensar no âmbito social
CARTILHA LEI DE INCENTIVO AO ESPORTE 13

do esporte, como maneira de melhoria da campos de “Obra” e “Evento Esportivo”


qualidade de vida do indivíduo e da co- não devem ser marcados.
munidade onde está inserido.
A seguir, deve ser feito o enquadramen-
O cadastramento do projeto desportivo to do projeto segundo uma das manifes-
inicia com o desenvolvimento da parte tações esportivas previstas em lei: educa-
conceitual, que deverá discorrer sobre as cional, participação ou rendimento. Os
atividades a serem realizadas, seu planeja- projetos devem atender a somente uma
mento e a forma como será executado. No manifestação esportiva, que deve repre-
site do Ministério existe uma relação de sentar exatamente o que será feito no pro-
todos os dados a serem descritos, presente jeto apresentado, sob risco de prejudicar a
no Manual do Proponente[4]. sua aprovação. Finalmente, deve-se classi-
ficar o projeto pelo tipo (desportivo e/ou
Na identificação deve constar o seu títu- paradesportivo) e incluir as modalidades
lo, um breve resumo sobre o objeto a ser esportivas que serão contempladas com o
cumprido, o período de execução previsto projeto, podendo ser mais de uma.
após a captação de recursos total, quantida-
de e especificação do público beneficiário No desenrolar do projeto conceitual de-
(se crianças, adolescentes, adultos, idosos verão ser descritos os objetivos, a metodo-
e/ou pessoas com deficiência). Algumas logia - em que são solicitados no mínimo
outras informações são solicitadas, como, três anexos com dados específicos sobre o
se a captação será feita somente por pessoa projeto (fases de execução, grade horária,
física, se é um projeto de obra e se há decla- critérios de seleção de público-alvo, ativi-
ração de patrocínio ou doação, este último dades complementares, dentre outros)-,
garantindo prioridade na tramitação e na a justificativa, e as metas qualitativas e
análise. O passo seguinte é a inclusão do(s) quantitativas e as ações que serão desen-
local(is) de execução e a definição se o pro- volvidas, descritas conforme as despesas
jeto será dividido em núcleos e/ou será um do orçamento.
evento esportivo.
DICA: No caso de projeto de obra, o
Caso seja um projeto que envolva obra, as proponente deverá explicar qual demanda
atividades envolvidas, assim como o orça- esportiva justifica a obra, sendo este fim
mento, devem ser exclusivos para este fim decisivo para a escolha da manifestação
(construção), não podendo incluir outros desportiva, e descrever detalhadamen-
itens, como mobiliário, equipamentos, uni- te como será a utilização da obra depois
formes, materiais esportivos e outros. Caso de pronta.
seja um evento esportivo, deve-se especi-
ficar o tipo (se competição do calendário
desportivo nacional/internacional ou se ACESSIBILIDADE E
será um evento da própria entidade), tendo DEMOCRATIZAÇÃO DE ACESSO
local e datas definidas. A opção “Núcleos”
é admitida quando os diferentes locais de Nos projetos desportivos e paradespor-
realização do projeto demandarem ações tivos que se utilizarem do mecanismo da
orçamentárias específicas e, nesse caso, os Lei de Incentivo ao Esporte, deverão cons-

4. O Manual do Proponente encontra-se disponibilizado no site do Ministério do Esporte.


14 WWW.CAPACITAR.VC

tar ações que proporcionem condições de tada no sistema, especificando o seu perío-
acessibilidade a pessoas idosas e com defi- do de execução, assim como a fonte de fi-
ciência[5], conforme disposto no artigo 16 nanciamento (podendo ou não ser através
do Decreto 6.180/2007. No entanto, a le- desta lei de incentivo). O segundo passo é
gislação do esporte não especifica os tipos o detalhamento das ações de cada item de
de deficiência que devem ser contempladas. despesa, em que deverão ser descritos os
itens que compõem a ação, a quantidade e
O Decreto também cita, em seu artigo 17, valor unitário.
que “os projetos de desporto educacional,
que visem à prática de atividade regular des- Por exemplo, no caso de obra, entram os
portiva ou paradesportiva, deverão contem- itens como estrutura, vedações, esquadrias.
plar, no mínimo, cinqüenta por cento den- No caso de um festival esportivo, são des-
tre os beneficiários, de alunos regularmente critos os profissionais envolvidos, os uni-
matriculados no sistema público de ensino”. formes, medalhas, ou seja, tudo o que é
essencial para o desenvolvimento do pro-
Já a Portaria 120/2009, em seu artigo jeto e seu objeto. Para atividades regulares,
62, afirma a necessidade de contrapartida podem entrar os materiais e equipamentos
pelo proponente visando à democratiza- esportivos, locações, recursos humanos,
ção de acesso ao evento, caso este efetue entre outros.
cobrança de ingresso aos beneficiários do
projeto. No entanto, não há orientação ETAPA ORÇAMENTÁRIA 2 -
sobre a forma desta contrapartida ou por- ATIVIDADE MEIO
centagem de ingressos destinados a esta
democratização[6]. São as despesas administrativas relacio-
nadas ao projeto, ações necessárias para
Lembre-se que todas as medidas de execução, mas não diretamente relaciona-
acessibilidade e democratização de acesso das à finalidade do projeto. O preenchi-
prometidas no projeto cadastrado devem mento deve ser feito de forma similar à
ser realizadas e comprovadas na época da Etapa 1, incluindo as ações e detalhando
Prestação de Contas Final. -as uma a uma e não podendo extrapolar
15% do valor total desta.

PROJETO ORÇAMENTÁRIO Exemplo: aqui entram os serviços admi-


nistrativos e outros, que não são inerentes
O projeto orçamentário será dividido em ao objeto principal, mas necessários para o
três etapas: atividade fim, atividade meio e andamento do projeto desportivo.
elaboração e captação de recursos.
ETAPA ORÇAMENTÁRIA 3 -
ETAPA ORÇAMENTÁRIA 1 - ELABORAÇÃO E CAPTAÇÃO DE
ATIVIDADE FIM RECURSOS

São as ações indispensáveis para a exe- Descreve o valor dos serviços destinados
cução do projeto. Na abertura da planilha à elaboração do projeto e/ou à captação de
orçamentária para cadastramento, deve ser recursos, devendo o valor total ser dividi-
escolhida uma ação/etapa previamente lis- do entre essas atividades, como preferir o

5. A Norma Brasileira que trata da acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos é a NBR 9050. Esta deve ser considerada
nos projetos que visem construção ou reforma, além de servir de parâmetro para que o acesso das pessoas com deficiência seja garantido em todos os
eventos e outros aprovados pela Lei de Incentivo ao Esporte.
6. Importante destacar a legislação que dispõe sobre o benefício do pagamento de meia-entrada para estudantes, idosos, pessoas com deficiência e jovens de 15
a 29 anos comprovadamente carentes em espetáculos artístico-culturais e esportivos, na forma da Lei 12.933/2013, além do Estatuto do Idoso, Lei 10.471/2003.
CARTILHA LEI DE INCENTIVO AO ESPORTE 15

proponente. Estes serviços possuem limi- DICA: Os encargos sociais e trabalhis-


tações, diferenciadas conforme o tipo de tas, de recolhimento obrigatório pelo em-
modalidade do projeto, não devendo ultra- pregador, poderão ser incluídos no orça-
passar o teto de R$100 mil (vide artigo 65 mento como despesa administrativa, desde
da Portaria 120/2009). Para desporto edu- que obedeçam o limite estabelecido para
cacional: 10%; desporto de participação: estas (atividade meio), conforme Decreto
7%; e desporto de rendimento: 5%, todos 6.180/2007, artigo 11, §2º.
sobre o valor total do projeto (considerada
a soma das etapas 1 e 2). Para os serviços
de elaboração/captação dos projetos des- VEDAÇÕES DE DESPESAS COM
portivos captados integralmente junto a PUBLICIDADE
pessoas físicas, este limite fica em até 10%
(dez por cento) deste valor total, indepen- A Lei de Incentivo ao Esporte não per-
dente da manifestação desportiva atendida. mite que o projeto preveja despesas com
aquisição de espaços publicitários em
Na mesma Portaria, no artigo 68, inclui-se quaisquer meios de comunicação. Assim,
ainda outro valor para os projetos que envol- custos com rádio, televisão, internet, revis-
verem construção, reforma ou outro serviço tas, jornais, entre outros veículos de comu-
de engenharia, em que deverá ser previsto o nicação, são vedados. Caso haja necessida-
valor de 2,5% da soma das etapas orçamen- de, será permitida a sua divulgação, desde
tárias 1 e 2 para cobrir despesas de acompa- que devidamente justificada, por meio da
nhamento e monitoramento da execução da produção de folhetos, cartazes, faixas de
obra, a ser realizado por entidade ou órgão divulgação e afins.
designado pelo Ministério do Esporte[7].

O orçamento do projeto cadastrado no OUTRAS VEDAÇÕES


sistema deve ser apresentado com a com-
provação de que os preços orçados são Os projetos desportivos ou parades-
compatíveis com os praticados no mercado, portivos que versarem sobre a aquisição
por meio da média dos valores dos produ- de imóvel ou exclusivamente para paga-
tos ou serviços orçados, no mínimo de três mento de despesas administrativas de
fornecedores diferentes. Projetos de obras manutenção de entidade desportiva ou
devem adotar a tabela do Sistema Nacional paradesportiva não serão analisados pela
de Pesquisa de Custos e Índices da Cons- Comissão Técnica.
trução Civil (SINAPI), prioritariamente.

Quando, por qualquer motivo, não for RECEITAS DO PROJETO


possível a apresentação de três orçamen-
tos, ou o fornecedor for exclusivo, o pro- Existe a possibilidade que o projeto te-
ponente deverá informar e justificar o fato nha receitas, geralmente provenientes de
ao Ministério. Neste caso, deve demonstrar vendas de ingresso, de publicidade e ou-
de que forma obteve os valores apresenta- tros apoios diversos. Caso isso ocorra, esta
dos, como tabelas de honorários, tabelas de estimativa de valores deve fazer parte do
preços publicadas em revistas especializa- orçamento apresentado, sendo especifi-
das, entre outras formas idôneas. cada sua fonte. Na época da prestação de

7. Atualmente a Caixa Econômica Federal faz esse papel de acompanhamento e fiscalização, instituído pela Portaria 151, de 11 de julho de 2014.
16 WWW.CAPACITAR.VC

contas, esses valores deverão ser atualiza- Caso o projeto desportivo seja incentiva-
dos e demonstrados, desde a forma como do por doação, vale a leitura do art. 10 do
foram conseguidos como em que partes do Decreto 6.180/2007, que ainda traz algu-
projeto serão aplicados. A omissão destes mas informações que devem ser apresen-
pode acarretar dúvidas sobre o orçamento tadas, como:
do projeto. Vale lembrar que o proponen- π a quantidade prevista de ingressos a se-
te é responsável por todo o projeto e que rem distribuídos;
será permanentemente monitorado pelo π o valor unitário do ingresso, que deverá
Ministério do Esporte e órgãos designados ser igual ou inferior ao definido pela en-
por este. tidade promotora do evento desportivo;
π a comunidade de vulnerabilidade social
Sobre os beneficiários do projeto despor- beneficiária da distribuição gratuita dos
tivo ou paradesportivo, não pode incidir ingressos individuais.
qualquer tipo de cobrança, seja de men-
salidades, de materiais e outros. Caso seja Para os projetos desportivos ou parades-
indispensável a cobrança (geralmente a de portivos que objetivem construção, refor-
ingressos), cabe ao proponente apresentar ma ou outros serviços de engenharia, deve-
no projeto esta necessidade, devidamente rão ser anexados os documentos presentes
justificada, cabendo à Comissão Técnica a nos artigos 20 a 23 da Portaria 120/2009.
avaliação do pedido. Estes serão exclusivos para itens relaciona-
dos à obra, devendo outras compras - mo-
biliário, equipamentos, etc - fazerem parte
DOCUMENTOS DO PROJETO de novo projeto.

Junto com os documentos do proponen-


te e o projeto conceitual e orçamentário já ENTREGA DO PROJETO AO
descritos, deverá ser entregue um pedido MINISTÉRIO
de avaliação do projeto, dirigido à Comis-
são Técnica, com a indicação da manifes- Além do envio online do projeto, o pro-
tação desportiva. O modelo do pedido é ponente deverá imprimir todos os for-
disponibilizado no sistema no momento mulários e anexos preenchidos, assinar
do cadastramento do projeto. Deve ser no local designado e rubricar as demais
anexada também: páginas, juntar os documentos solicitados
π Carta de Autorização de Utilização do e protocolar no Ministério do Esporte ou
Local (ou Termo de Cessão de Uso do enviar pelos Correios (sempre com Aviso
Local), caso o projeto seja realizado em de Recebimento - AR). Conforme defi-
espaço(s) que não pertença(m) à entida- nido pela Portaria 68/2010, a data para
de proponente; inscrever o projeto no Sistema e protoco-
π Os três orçamentos de cada item de des- lizar os projetos vai de 1 de fevereiro a
pesa, de diferentes fornecedores devida- 15 de setembro. Mas o proponente deve
mente identificados, que serviram de base ficar atento às possíveis alterações feitas
para a montagem da planilha orçamentária. pelo Ministério.
CARTILHA LEI DE INCENTIVO AO ESPORTE 17

COMO ACOMPANHAR π que estejam incluídos no calendário


esportivo oficial, nacional ou internacio-
MEU PROJETO nal, das entidades de administração do
desporto; ou
π que sejam considerados como renova-

O projeto pode ser acompanhado


na forma online, através do link
http://www.esporte.gov.br/index.
php/area-restrita. O proponente deve preen-
cher o seu login e senha, que foi feito no
ção de projeto executado ou em execução.

AVALIAÇÃO DO PROJETO

momento do cadastramento do usuário. Todo projeto, depois de ser protocolado,


é encaminhado ao Presidente da Comissão
Clique em “Lei de Incentivo ao Esporte”, Técnica que, após avaliar a documentação
vá em “consultar projeto” e verifique a situ- apresentada, encaminhará à área técnica da
ação do seu projeto. Recomendamos tam- Secretaria Executiva do Ministério do Es-
bém que o acompanhamento seja feito pelo porte. Esta, por sua vez, apresentará um pa-
telefone e pelo Diário Oficial da União, já recer à Comissão Técnica sobre o seu méri-
que nem sempre o sistema é atualizado. to, sua viabilidade técnica e orçamentária.

A qualquer momento, o proponente po-


TRAMITAÇÃO PRIORITÁRIA derá ser diligenciado, devendo se pronun-
ciar em até 15 (quinze) dias úteis, podendo
De acordo com o artigo 13 da Portaria este prazo ser prorrogado uma única vez,
120/2009, algumas condições garantem após pedido do proponente e aceitação por
tramitação prioritária para projetos: parte do Ministério.
π que contenham declaração de patro-
cínio ou de doação, com informações Os projetos desportivos que envolvam
claras sobre o projeto, proponente, pa- construção e/ou reforma, além dos trâ-
trocinador/doador, com comprovação de mites normais, também passarão por rea-
que a empresa é tributada no lucro real, valiação pela Caixa Econômica Federal,
o valor do recurso a ser disponibilizado, conforme parceria instituída pela Porta-
entre outras informações; ria 151/2014.
18 WWW.CAPACITAR.VC

COMISSÃO TÉCNICA QUANDO A VERBA


A avaliação e a aprovação dos projetos PODE SER CAPTADA?
desportivos e paradesportivos e seu enqua-
dramento cabem à Comissão Técnica, for-
mada por representantes governamentais e
dos setores desportivos e paradesportivos.
As reuniões ordinárias são previstas para
acontecer mensalmente, seguem calendário
estabelecido pela Comissão, regularmente
A verba do projeto poderá ser cap-
tada após a aprovação do proje-
to e consequente publicação da
aprovação no Diário Oficial da União.

divulgado no site do Ministério do Espor- O Diário Oficial da União é o documen-


te (www.esporte.gov.br) e, por entendi- to eficaz para comprovar a veracidade da
mento do Presidente da Comissão, podem aprovação do seu projeto, e a publicação
ser convocadas reuniões extraordinárias. pode ser conferida pelo link http://portal.
Estas pautas são montadas pelo próprio in.gov.br/. Na publicação constarão título
Presidente com a informação dos projetos do projeto, número de registro no Minis-
a serem analisados, tanto para aprovação tério do Esporte, nome do proponente e
como remanejamentos, prorrogações, en- seu CNPJ, manifestação desportiva, valor
tre outros assuntos. A pauta usualmente é autorizado para captação (especifican-
divulgada no site antes das reuniões, que do se patrocínio ou doação), dados ban-
são públicas e abertas à sociedade. cários e prazo autorizado para captação.
Cabe ao proponente verificar se os dados
O proponente será comunicado da de- constantes no Diário Oficial da União es-
cisão sobre o seu projeto via ofício, sendo tão corretos.
que da aprovação parcial ou indeferimento
caberá pedido de reconsideração, endere- A publicação ocorrerá após compro-
çado à Comissão Técnica, no prazo de 5 vação da regularidade fiscal e tributária
(cinco) dias úteis a contar da intimação do do proponente. A aprovação do projeto
resultado. Este pedido será analisado pela e sua publicação não garantem o rece-
mesma Comissão Técnica e deste não ca- bimento de recursos pelo Ministério.
berá novo recurso. Cabe ao proponente visitar incenti-
vadores em potencial para a captação
DICA: O Decreto 6.180/2007, em seu de recursos.
artigo 24, cita que aos projetos desenvol-
vidos em circuito privado (com público Um mesmo projeto pode ter vários patro-
previamente definido, como os exclusivos cinadores ou doadores e um mesmo patro-
para associados ou clientes de uma empre- cinador ou doador pode investir em vários
sa, por exemplo) ou em que haja comprova- projetos. Entretanto, o proponente não po-
da capacidade de atrair investimentos, não derá captar, para cada projeto, valor superior
serão concedidos os incentivos da Lei de ao aprovado pelo Ministério do Esporte.
Incentivo ao Esporte.
CARTILHA LEI DE INCENTIVO AO ESPORTE 19

QUEM PODE SER UM Isso quer dizer que essa faixa de renúncia
fiscal é exclusiva para o setor esportivo.
INCENTIVADOR?
E quem está obrigado ao regime de tribu-
tação do lucro real? Essa definição é dada

P oderão incentivar projetos despor-


tivos previamente aprovados pelo
Ministério do Esporte, após a pu-
blicação no Diário Oficial, pessoas físicas e
jurídicas, conforme segue.
através do art. 14 da Lei 9.718/1998. Con-
forme essa lei, estão obrigadas à apuração
do lucro real as pessoas jurídicas:
• cuja receita total, no ano-calendário
anterior seja superior ao limite de R$
78.000.000,00 (setenta e oito milhões
PESSOAS FÍSICAS: Somente as pes- de reais), ou proporcional ao número de
soas que façam a opção pela declaração meses do período, quando inferior a 12
COMPLETA do IR. Valor da dedução: até (doze) meses;
6% do IR devido. • cujas atividades sejam de bancos co-
merciais, bancos de investimentos, ban-
No caso das pessoas físicas, essa dedu- cos de desenvolvimento, caixas econômi-
ção concorre com outros incentivos fiscais, cas, sociedades de crédito, financiamento
como é o caso da cultura. Assim, o per- e investimento, sociedades de crédito
centual de 6% poderá ser aplicado em sua imobiliário, sociedades corretoras de títu-
totalidade no incentivo ao esporte ou não. los, valores mobiliários e câmbio, distri-
A opção é do contribuinte. buidoras de títulos e valores mobiliários,
empresas de arrendamento mercantil,
PESSOAS JURÍDICAS: Somente aque- cooperativas de crédito, empresas de se-
les que fazem a opção de pagamento do
seu IR com base no LUCRO REAL. Valor
da dedução: até 1% do IR devido.

No caso das pessoas jurídicas, o benefício


não compete com outros incentivos fiscais.
20 WWW.CAPACITAR.VC

guros privados e de capitalização e enti- • que explorem as atividades de securiti-


dades de previdência privada aberta; zação de créditos imobiliários, financei-
• que tiverem lucros, rendimentos ou ga- ros e do agronegócio.
nhos de capital oriundos do exterior;
• que, autorizadas pela legislação tributá-
ria, usufruam de benefícios fiscais relati- VEDAÇÕES DOS INCENTIVADORES
vos à isenção ou redução do imposto;
• que, no decorrer do ano-calendário, te- Além disso, não podem fazer doação ou
nham efetuado pagamento mensal pelo patrocinar o projeto entidades vinculadas
regime de estimativa, na forma do art. 2º ao beneficiário. Essa previsão consta na
da Lei 9.430, de 1996; Lei 11.438/2006, art. 1º, §5, incisos I a III.
• que explorem as atividades de presta- Ou seja:
ção cumulativa e contínua de serviços de π a pessoa jurídica da qual o patrocinador
assessoria creditícia, mercadológica, ges- ou o doador seja titular, administrador,
tão de crédito, seleção e riscos, adminis- gerente, acionista ou sócio, na data da
tração de contas a pagar e a receber, com- operação, ou nos doze meses anteriores;
pras de direitos creditórios resultantes de π o cônjuge, os parentes até o terceiro
vendas mercantis a prazo ou de prestação grau, inclusive os afins, e os dependen-
de serviços (factoring); tes do patrocinador, do doador ou dos
titulares, administradores, acionistas ou
sócios de pessoa jurídica vinculada ao
patrocinador ou ao doador, nos termos
do item anterior;
CARTILHA LEI DE INCENTIVO AO ESPORTE 21

π a pessoa jurídica coligada, controladora ainda que para divulgação das atividades
ou controlada, ou que tenha como titu- objeto do respectivo projeto; e
lares, administradores acionistas ou só-
cios alguma das pessoas a que se refere o b) distribuição gratuita de ingresso para
item anterior. eventos de caráter desportivo e parades-
portivos por pessoa jurídica a empregados
e seus dependentes legais ou a integrantes
CADASTRO DOS INCENTIVADORES de comunidades de vulnerabilidade social.

Todos os patrocinadores ou doadores, se- Ou seja, a doação não tem finalidade


jam eles pessoa física ou jurídica, devem ser comercial, sendo vetado qualquer tipo de
cadastrados pelo proponente no sistema da promoção do doador.
Lei de Incentivo ao Esporte, antes do cadas-
tro dos Recibos de patrocínio/doação. DICA: apesar de, na legislação, haver a
possibilidade da pessoa física configurar
Para fazer o cadastro, basta o propo- como patrocinador, é orientado pelo Mi-
nente seguir as orientações disponibili- nistério que esta se utilize da opção de do-
zadas no site do Ministério do Espor- ação, por se constatar inadequado o uso de
te (Instruções para preenchimento de imagens pessoais nos projetos.
recibos), tendo os dados completos do
apoiador em mãos, como nome ou razão PATROCÍNIO:
social, CPF ou CNPJ, dirigente da em-
presa e seus dados, endereço completo, a) transferência gratuita, em caráter defi-
entre outros. nitivo, ao proponente de que trata o inciso
VIII, de numerário para realização de pro-
jetos desportivos e paradesportivos, com
DOAÇÃO E PATROCÍNIO finalidade promocional e institucional de
publicidade; e
O incentivo fiscal pode ocorrer de duas
formas: doação ou patrocínio. Segundo o b) cobertura de gastos ou a utilização
Decreto 6.180/2009, em seu artigo 3º, es- de bens, móveis ou imóveis, do patro-
tas duas formas distinguem-se da seguin- cinador, sem transferência de domínio,
te maneira: para a realização de projetos desportivos
e paradesportivos, pelo proponente pes-
DOAÇÃO: soa jurídica de direito público, ou de di-
reito privado com fins não econômicos,
a) transferência gratuita, em caráter de- de natureza esportiva, que tenha proje-
finitivo, ao proponente pessoa jurídica de tos aprovados.
direito público, ou de direito privado com
fins não econômicos, de natureza esporti- Ou seja, o patrocínio possui finalida-
va, que tenha projetos aprovados, de nu- de comercial para a empresa que está
merário, bens ou serviços para a realização apoiando. Neste caso, pode haver pu-
de projetos desportivos e paradesportivos, blicidade do apoio com identificação
desde que não empregados em publicidade, do patrocinador.
22 WWW.CAPACITAR.VC

DICAS DE CAPTAÇÃO tencial. Pesquisar sobre a empresa,


entender se essa empresa já apóia
DE RECURSOS projetos através da Lei de Incentivo
ao Esporte, ou seja, se já existe um
histórico nesse sentido. Além disso,
entender se o negócio do empresário
É permitida ao proponente a contratação tem relação ou não com o seu proje-
de profissional para os serviços de captação to. Tente buscar incentivadores que
tenham identificação com o seu pro-
de recursos. No entanto, os valores devem jeto. Sugerimos que o site do incenti-
estar previstos e aprovados no orçamento vador seja consultado.
do projeto, e possuem limites de percentu-
ais. Além disso, os serviços são previstos
• Faça uma boa apresentação de
juntamente com o serviço de elaboração venda: prepare um material a al-
de projeto. Por isso, antes de contratar um tura do seu projeto. Uma boa apre-
captador de recursos, certifique-se do valor sentação de venda é essencial para
disponível para esta finalidade. “encher os olhos” do incentivador.
Clareza de informações e uma boa
Conforme já explicado no item de elabo- escrita são primordiais. Na sua apre-
sentação, é necessário trazer infor-
ração do projeto, os serviços de elaboração mações básicas como número do seu
e captação de recursos possuem limitações projeto, Diário Oficial de aprovação
diferenciadas conforme o tipo de modali- do projeto, objetivos, aproveitamen-
dade do projeto. Para desporto educacional to da logomarca no caso de patrocí-
10%, desporto de participação 7% e des- nio, resultados a serem alcançados,
porto de rendimento 5%, todos sobre o etc. Lembre-se: ninguém compra
uma roupa que achou feia na vitrine.
valor total do projeto, limitados ao teto de
cem mil reais. Para os serviços de elabora-
ção/captação dos projetos desportivos cap- • Prepare-se para as reuniões: quan-
tados integralmente junto a pessoas físicas, do apresentar o seu projeto, esteja
confiante e tenha conhecimento am-
este limite fica em até 10% (dez por cento) plo de cada detalhe do projeto. Se for
deste valor total, independente da manifes- necessário, ensaie antes do encontro.
tação desportiva atendida. Um bom vendedor é aquele que co-
nhece o produto que está vendendo.
Caso a captação seja feita pelo próprio
proponente, prepare-se, com o Diário • Mostre que o seu projeto é inova-
Oficial em mãos e uma apresentação de dor: ninguém se interessa por algo
venda com as informações básicas do seu que já está acostumado a ver. Mos-
projeto. Abaixo, algumas dicas de captação tre ao incentivador em potencial que
de recursos. o seu projeto é diferente. Exalte os
diferenciais, os pontos de inovação.
Conquiste o incentivador.
• Conhecer o seu incentivador em
potencial: no caso de pessoa jurídi-
ca, é extremamente importante você • Demonstre os resultados que se-
conhecer o seu incentivador em po- rão alcançados: pode ser através de
números, mas é necessário que você
CARTILHA LEI DE INCENTIVO AO ESPORTE 23

mostre ao incentivador que o seu nação de Acompanhamento e Monitora-


projeto terá um alcance significativo
para a comunidade. mento da Execução de Projetos (COA-
ME), do Ministério do Esporte.
• Agradeça mesmo que receba um
não: muitos proponentes, quando
recebem um não, ficam indignados CONTA BANCÁRIA BLOQUEADA
com o incentivador e sequer agrade-
cem. É importante lembrar que nin- Constará no Diário Oficial da União de
guém tem a obrigação de incentivar aprovação do projeto os dados bancários
um projeto. Seja gentil e agradeça. da conta bloqueada apta a receber os recur-
Quem sabe amanhã essa porta não sos oriundos do incentivo fiscal. A conta
pode abrir novamente para você?
bancária será aberta na agência indicada
no projeto pelo proponente, sendo obri-
Além disso, você pode acessar o site do gatoriamente no Banco do Brasil ou Caixa
Ministério do Esporte, em “Como patro- Econômica Federal.
cinar ou doar” e encontrar algumas infor-
mações que podem auxiliar a captação de Esta conta bloqueada, assim como a de
recursos, além de dois vídeos de campanha livre movimentação, é específica para cada
de incentivo direcionados ao empresariado projeto desportivo ou paradesportivo e de-
e à pessoa física. verá ser utilizada somente para este fim. A
cada projeto que o proponente tiver apro-
vado, nova conta bloqueada e de livre mo-
RECIBO DE DOAÇÃO/PATROCÍNIO vimentação serão abertas pelo Ministério
do Esporte.
O recibo de doação ou patrocínio deverá
ser cadastrado no sistema LIE, no “Menu”, Para efetivar o patrocínio/doação, após
em “Cadastro de Recibo”, em até três dias a emissão do recibo de doação ou de pa-
úteis ao Ministério do Esporte. Por este trocínio, o incentivador deverá fazer o de-
mesmo link é possível acompanhar a apro- pósito nesta conta bloqueada, aberta pelo
vação dos recibos. Ministério do Esporte exclusivamente para
o projeto desportivo aprovado. O depósito
O proponente deve estar na posse dos deve especificar o CNPJ ou CPF dos depo-
dados do incentivador para a elaboração do sitantes, ficando bloqueada para movimen-
recibo, documento que deverá ser emitido tações do proponente.
em 3 (três) vias, sendo:
• uma via para o patrocinador/doador DICA: Para os projetos desportivos que
(documento hábil de comprovação do envolverem obra, a agência indicada será
patrocínio/doação junto à Secretaria da exclusivamente da Caixa Econômica Fe-
Receita Federal); deral, responsável por todo o acompanha-
• uma via para a documentação do pro- mento da execução do projeto. Para os de-
ponente; e mais projetos, o Ministério do Esporte tem
• a terceira via enviada para a Coorde- priorizado o Banco do Brasil.
24 WWW.CAPACITAR.VC

EXECUÇÃO DO Um novo cronograma físico financeiro


deve ser apresentado. Este ajuste só pode-
PROJETO rá ser apresentado uma única vez, devendo
passar por análise e aprovação da Comis-
são Técnica. Ou seja, após aprovação deste

A execução dos projetos despor-


tivos e paradesportivos será
acompanhada e avaliada pelo
Ministério do Esporte ou órgãos e entida-
des delegadas por este.
Plano de Trabalho Ajustado, não poderá
mais proceder com a captação do restante
dos recursos, conforme explicitado na Por-
taria 120/2009, artigo 39, §2º.

Para os projetos com Contrato de Patrocí-


Após a captação integral dos recursos é nio e projetos de Ação Continuada, os ajus-
firmado entre Ministério do Esporte ou tes podem ser solicitados mais de uma vez.
órgãos delegados por este e o proponente
o Termo de Compromisso, ato que marca Para os projetos de Ação Continuada
o início da execução do projeto. (Portaria 120/2009, art. 39), o ajuste do
Plano de Trabalho pode ser requerido uma
única vez a cada exercício fiscal. A execu-
CAPTAÇÃO PARCIAL ção deste tipo de projeto é prevista para
ser realizada em dois anos ou máximo de
Existem, entretanto, exceções que pos- quatro anos, quando destinado ao treina-
sibilitam ao proponente iniciar a execução mento de atletas, tanto em modalidades
com captação parcial dos recursos. Para individuais como coletivas. Para este tipo
isso deve, portanto, ter captação mínima de projeto, a captação deve ser de, no míni-
de 20% do valor total do projeto aprovado. mo, 20% do valor total previsto para cada
ano-exercício.
Deverá ser enviado pelo proponente um
ofício requerendo o início da execução com Para os projetos com Contrato de Patro-
captação parcial, junto com um Plano de cínio (Portaria 120/2009, art. 27), cujo pa-
Trabalho Ajustado, cujo objetivo não seja trocinador define as condições e prazos de
alterado, mas somente adequado à nova rea- liberação das parcelas:
lidade, sendo demonstrada a viabilidade téc- • a primeira liberação dar-se-á mediante
nica para cumprimento do objeto e alcance assinatura de termo de compromisso e
das metas previamente estabelecidas. Não as demais mediante a assinatura de ter-
deve haver inclusão de novos itens e os itens mos aditivos;
excluídos devem constar na planilha ajusta- • os proponentes deverão apresentar
da com valor igual a zero. A orientação para à Comissão Técnica plano de trabalho
a forma de preenchimento do Plano de Tra- ajustado correspondente a cada liberação.
balho Ajustado pode ser encontrado no site
do Ministério do Esporte, em “Instruções DICA: no caso de captação parcial, o pa-
para ajuste do Plano de Trabalho”. gamento do valor de elaboração de projeto
CARTILHA LEI DE INCENTIVO AO ESPORTE 25

e captação de recursos obedecerá a propor- Deverão ser observadas todas as especifi-


cionalidade do valor efetivamente captado, cações constantes no Manual de Identidade
somente sendo pago integralmente se a Visual da Lei de Incentivo ao Esporte, dis-
captação for total. ponível no site do Ministério, assim como
a logomarca do Governo Federal vigente.

PRORROGAÇÃO DE CAPTAÇÃO Após a finalização da arte das peças,


antes de sua confecção, os layouts deve-
Do prazo de captação autorizado no Diá- rão passar por aprovação do Ministério
rio Oficial da União no momento da publi- do Esporte, sendo enviadas para o e-mail
cação do projeto aprovado, cabe solicitação publicidade@esporte.gov.br, conforme
de prorrogação até duas vezes, caso o pro- orientação dada no próprio Manual de
ponente não consiga nenhuma captação ou Identidade Visual. São exemplos de peças
a faça parcialmente. Este pedido deve ser de divulgação as placas de obras e instala-
protocolado antes do final do prazo con- ções físicas, material promocional (folhe-
cedido e será avaliado pela Comissão Téc- tos, faixas e cartazes), uniformes e outros
nica, conforme Portaria 120/2009, em seu (camisetas, bonés, pastas), todas relacio-
artigo 64. nadas ao projeto desportivo, necessárias a
boa execução deste, devidamente justifi-
DICA: Apesar de não haver especificação cadas no projeto.
sobre o tempo que a Comissão tem para se
manifestar, orienta-se fazer o pedido com, As marcas de identidade visual do proje-
no mínimo, 30 (trinta) dias de antecedência to deverão ficar em local visível ao público
pois, acabado o prazo regulamentar, o pro- e deve o proponente fazer registros da apli-
ponente fica impedido de captar sem esta cação das peças de divulgação por meio de
manifestação e nova publicação no DOU. fotos, filmagens, cópia das peças, reporta-
gens e outras formas de comprovação.

PLANO DE IDENTIDADE VISUAL


DO PROJETO / APLICAÇÃO DAS TERMO DE COMPROMISSO
LOGOMARCAS
O Termo de Compromisso é o contrato
Antes de iniciar a execução do projeto, celebrado entre o Ministério do Esporte,
ou seja, até a data da assinatura do Termo através ou não de entidades e órgãos dele-
de Compromisso do projeto, o proponente gados por este, com o proponente. Deverá
deverá apresentar o Plano Básico de Divul- constar os dados das partes e seus represen-
gação da Identidade Visual, devendo cons- tantes, bem como a descrição do objeto, as
tar as peças de divulgação a serem utiliza- obrigações de cada parte, valores aprova-
das no projeto, o tamanho e a quantidade. dos, vigência, entre outros. Deverá ser ane-
Esta obrigatoriedade está regulamentada xado a este o cronograma físico-financeiro
na Portaria 86/2011. atualizado, apresentado pelo proponente.
26 WWW.CAPACITAR.VC

Pelo descrito na Portaria 151/2014, “é no dos recursos liberados anteriormente,


vedada a celebração de Termo de Compro- prazo este utilizado pelo Ministério e/
misso com entidades sem fins lucrativos ou entidades delegadas, para avaliação e
que tenham como dirigente agente político aprovação.
de Poder Público”. Inclui-se dirigente de
entidade de administração pública de qual- Somente após esta liberação inicial é que
quer esfera, ou parente até segundo grau, o proponente poderá efetuar despesas,
devendo ser emitida declaração pelo diri- sempre exclusiva para cumprimento do ob-
gente da entidade. jeto do projeto desportivo aprovado. Estão
terminantemente vedados os saques em di-
nheiro, independente do valor da despesa a
PRORROGAÇÃO DE EXECUÇÃO ser efetuado.

É possível solicitar a prorrogação de pra- Os valores oriundos de recursos incen-


zo de execução do projeto desportivo. Este tivados transferidos para a conta de livre
pedido deve ser feito pelo proponente em movimento deverão, obrigatoriamente, ser
até trinta dias antes do encerramento do aplicados em fundo de aplicação financeira
prazo estipulado no Termo de Compro- de curto prazo ou em operação de mercado
misso, devidamente justificada sua necessi- aberto, lastreada em título da dívida públi-
dade. O pedido será apreciado pelo Minis- ca federal (Portaria 120/2009, artigo 32).
tério do Esporte. Os rendimentos poderão ser utilizados,
mas somente nas ações aprovadas do pro-
Será firmado aditivo ao Termo de Com- jeto em questão, devendo ser justificado o
promisso com o novo prazo aprovado. valor do rendimento utilizado e para qual
ação foi destinado o recurso, apresentado
na prestação de contas final do projeto.
CONTA BANCÁRIA DE LIVRE
MOVIMENTAÇÃO Além disso, os rendimentos dos recursos
da aplicação não poderão ser empregados
Após verificação da autenticidade dos em ações de despesas administrativas, des-
depósitos feitos na conta bloqueada e cap- pesas de elaboração e captação de recursos,
tação total dos recursos - exceto nos casos bem como para pagamento de pessoal,
previstos em que o proponente apresentar salvo quando devidamente fundamentado
o Plano de Trabalho Ajustado - a verba in- pelo proponente e expressamente autoriza-
centivada será transferida para a conta de do pelo Ministério do Esporte.
livre movimentação.

O Ministério do Esporte pode repas- REMANEJAMENTO DE RECURSOS


sar à conta de livre movimentação ape-
nas uma porcentagem do total captado, Poderão ser feitos remanejamentos de
condicionando o restante da transferên- recursos entre ações do projeto aprova-
cia à apresentação, pelo proponente, de do, após captação de, no mínimo, 20%
Prestação de Contas parcial, que deve ser do valor total do projeto. Entretanto, é
entregue até trinta dias antes do térmi- necessário obter aprovação da Comissão
CARTILHA LEI DE INCENTIVO AO ESPORTE 27

Técnica acerca destes remanejamentos de- AQUISIÇÃO DE BENS E


vendo, o proponente, solicitar e justificar CONTRATAÇÃO DE SERVIÇOS
a alteração através de ofício endereçado
à Comissão. Na época da contratação dos serviços, é
necessário fazer cotação de preço (indepen-
Nesta solicitação, devem constar as ações dente da já realizada para o cadastramento
que serão alteradas, informando de onde se- do projeto), para o caso dos proponentes
rão retirados os recursos e para quais ações de natureza privada, e licitação ou pregão
estes se destinam, indicando a situação eletrônico, para os casos em que o propo-
aprovada e a nova situação, com valores, de- nente é da administração pública.
vidamente justificados. É necessário prever
que a solicitação deve ser feita com antece- Conforme a Portaria 120/2009, no artigo
dência, visto que as reuniões da Comissão 41, para as cotações de preço deverão ser
são feitas mensalmente, sendo que o projeto observados os princípios de impessoalidade,
não pode parar no aguardo destas decisões. moralidade e economicidade devendo ser
realizados, no mínimo, 3 orçamentos a se-
O Ministério do Esporte disponibilizou rem apresentados na prestação de contas[8].
em seu site a orientação para o remaneja- Os procedimentos para a cotação estão des-
mento de recursos, juntamente com pla- critos no artigo 42. Cada compra deverá ter
nilhas padrão que deverão ser utilizadas um processo com os seguintes documentos:
para estes. • cotação prévia ou as razões que justifi-
cam a sua dispensa;
• justificativa da escolha do fornecedor
VEDAÇÃO DE PAGAMENTO A ou executante e do preço;
FORNECEDORES • comprovante do recebimento da mer-
cadoria, serviço ou obra; e
Antes da celebração do Termo de Com- • documentos contábeis relativos ao pa-
promisso ou posterior ao prazo de execu- gamento.
ção do projeto aprovado não podem ser
efetuados pagamentos, sob risco do propo- A cotação de preço será dispensada so-
nente ter que ressarcir os valores, confor- mente se não houver pluralidade de opções,
me Portaria 120/2009 (vide artigo 35). O em razão da natureza do objeto, devendo
mesmo vale para o pagamento da rubrica ser comprovados os valores compatíveis
de elaboração de projeto e captação de re- com o mercado ou valores já praticados
cursos, serviços que são realizados antes da anteriormente pelo fornecedor[9].
assinatura do Termo.
Na mesma Portaria, em seu artigo 46, é
DICA: São vedados os pagamentos citada a Lei Federal de Licitações e Con-
de serviços configurados como interme- tratos Administrativos - Lei 8.666/93
diação, conforme descrito no Decreto - e demais normas pertinentes, como
6.180/2007, art. 12. Serviços de elaboração obrigatoriedade para os casos em que o
de projeto e captação de recursos não se proponente seja entidade da administra-
configuram como intermediação. ção pública.

8. O Manual de Execução do Ministério do Esporte (disponível no site do Ministério) cita que a regra para escolha dos preços é
sempre a do menor preço, mas admite a definição de outros critérios relativos à qualificação do objeto.
9. Sobre a exclusividade de fornecedores, vide a Lei 8.666/1993, em seus artigos 13, 25 e 111.
28 WWW.CAPACITAR.VC

DICA: Apesar de não ser explícita na le- cução ou fornecimento do objeto, os prazos
gislação a diferença de procedimento para de execução e entrega, o valor e a forma de
contratação entre os serviços de ativida- pagamento, além de critérios para possíveis
de-fim nos projetos que envolvam cons- reajustes dos valores acordados, obrigações
trução e reforma, ou seja, a obra em si, das partes e rescisão. Importante também
e suas atividades-meio, caracterizadas por conter a identificação completa do projeto
serviços administrativos, há um entendi- (nome, número do SLIE e do processo).
mento que devem ser utilizados tanto os
processo de licitação como de cotação de DICA: se alguma compra for efetuada
preços. Para os serviços que envolvam com empresas situadas no exterior, os docu-
obra, a Portaria 151/2014 cita que, mesmo mentos fiscais e comprobatórios deverão es-
as entidades sem fins lucrativos, devem tar acompanhados de tradução realizada por
realizar o processo licitatório com base intérprete juramentado, com cópia autentica-
na Lei 8.666/93 - obrigações da entidade da, conforme orientação presente no Manual
de natureza esportiva citadas no artigo 5º. de Execução do Ministério do Esporte.
Mas para os serviços administrativos e/
ou que não envolvam obra, deve ser reali-
zada cotação de preço, conforme previsto NOTAS FISCAIS
no Decreto 6.180/2007.
Sabe-se que o proponente trabalhará com
verba pública, então é necessário que os seus
CONTRATAÇÃO DE FORNECEDORES fornecedores estejam aptos a emitir nota
fiscal ou RPA (recibo de profissional autô-
Durante a execução do projeto, diversos nomo), no caso de pessoa física. A Portaria
fornecedores serão contratados. Recomen- 120/2009, em seus artigos 34 e 36, assim
da-se que seja averiguado se o fornecedor como o Manual de Execução do Ministé-
está apto para prestar o serviço, o que pode rio do Esporte, trazem algumas orientações
ser feito através de uma avaliação rápida sobre o pagamento dos fornecedores como:
do seu cartão de CNPJ, no site da Recei- • Para cada débito lançado na conta de
ta Federal. livre movimentação deverá haver um
comprovante da aplicação no projeto;
A figura do contador também é de ex- • Os documentos comprobatórios de-
trema importância, pois ele tem o conhe- verão ser emitidos exclusivamente em
cimento dos regimes de tributação e saberá nome do proponente e conter menção
observar se na contratação vai existir re- ao nome e número do projeto aprovado,
tenção de impostos, pagamento de INSS sem rasuras ou erros;
patronal, entre outros. • Todos os dados devem estar preenchidos
corretamente, contendo quantidade, preço
Na formalização dos contratos com os unitário e total, com as respectivas retenções
fornecedores, importantes na garantia dos de impostos discriminadas, se for o caso;
direitos e deveres das partes envolvidas, de- • Serão aceitas notas fiscais e/ou RPA
verá conter com clareza os dados do contra- (Recibo de Pagamento de Autônomo),
tante e contratado, a definição do objeto a este último somente se previsto previa-
ser executado ou adquirido, a forma de exe- mente no projeto aprovado[10], ou recibos

10. Para a contratação de pessoa física, na forma de profissional liberal ou autônomo, é necessário ter a previsão em projeto pois,
na emissão de RPA, além das retenções obrigatórias a serem feitas pelo proponente e descontadas do profissional, há de ser paga a
Contribuição Patronal, verba esta retirada do próprio proponente, dependendo de sua natureza e que, normalmente, chega a 20% do
valor bruto do referido recibo. Para isso, recomendamos a avaliação de um contador antes da finalização do cadastro do orçamento do
projeto, para que estes valores sejam previstos.
CARTILHA LEI DE INCENTIVO AO ESPORTE 29

nos casos onde a legislação permite; co que defina direitos e deveres mútuos,
• Todos os documentos devem conter como previsto no Decreto 6.180/2007, ar-
carimbo padronizado com o número do tigo 32.
processo[11].
A Portaria 120/2009, em seu artigo 47,
DICA: Para melhor controle da mo- define alguns critérios a serem considera-
vimentação bancária, recomendamos dos no acompanhamento do projeto:
a retirada de extratos mensais da conta • a boa e regular utilização dos recursos,
movimento e da aplicação financeira. na forma da legislação aplicável;
• a compatibilidade entre a execução do
objeto, o que foi estabelecido no projeto
FORMA DE PAGAMENTO aprovado e os desembolsos e pagamen-
tos, conforme os cronogramas apresen-
A recomendação é que o pagamento do tados; e
fornecedor só seja feito após o recebimen- • o cumprimento das metas do projeto
to e aceite do serviço ou produto e depois aprovado nas condições estabelecidas.
de ele ter enviado a nota fiscal, que deverá
ser conferida pelo proponente ou contador Este acompanhamento poderá ser feito
do projeto. com visitas ao local do projeto, através de
ofícios solicitando informações, entre ou-
As formas de pagamento do projeto são: tros meios.
transferência bancária identificada, che-
que nominal ou outro meio que assegure a DICA: a qualquer momento da execução
identificação do fornecedor. do projeto desportivo ou paradesportivo, o
Ministério do Esporte e/ou entidades e ór-
O valor do pagamento deve ser o valor gãos delegados poderão solicitar informa-
líquido constante na Nota Fiscal, ou seja, ções, em forma de diligências, sob pena de
o valor total menos as retenções. Para cada paralisação do projeto. Por isso, o propo-
retenção (guias emitidas pelo contador do nente deve manter sempre sua documenta-
projeto) será feito um pagamento. Caso o ção atualizada, assim como a comprovação
pagamento seja através de cheque nominal, de execução do projeto, inclusive de acordo
recomendamos que no verso do cheque se- com o projeto previamente aprovado.
jam aplicados os carimbos do projeto, da-
tado e assinado pelo contratado e que este
seja digitalizado para posterior comprova- RECOLHIMENTO DE SALDO
ção da forma de pagamento. REMANESCENTE

Os recursos captados e não utilizados


ACOMPANHAMENTO DO PROJETO para o projeto, por quaisquer motivos,
além dos recursos oriundos de aplicação fi-
O acompanhamento da execução do pro- nanceira que também não foram utilizados
jeto desportivo ou paradesportivo será fei- pelo projeto, devem, em sua totalidade, ser
to pelo Ministério do Esporte ou por quem recolhidos para uma conta única da União,
este designar, mediante instrumento jurídi- conforme instruções no site do Ministério

11. O modelo de carimbo pode ser encontrado na página do Ministério do Esporte.


30 WWW.CAPACITAR.VC

do Esporte, disponibilizado através do link PRECISO PRESTAR


http://www.esporte.gov.br/arquivos/leiIncentivo-
Esporte/recolhimentoGRU.pdf. CONTAS DO
Caso o depósito destes recursos não seja
PROJETO?
efetuado em até 30 (trinta) dias após o tér-
mino da vigência do Termo no Compro-
misso, é necessária a correção monetária do
valor residual, solicitado o cálculo ao Mi-
nistério do Esporte através de Ofício com
o número do processo, o valor remanes-
cente e a data prevista para o pagamento.
A prestação de contas é de extrema
importância para o projeto. É
possível que o Ministério solici-
te ao proponente o envio de Prestações de
contas parciais, além da prestação de con-
tas final. É muito importante que o Pro-
A emissão da Guia de Recolhimento da ponente não deixe para organizar a infor-
União pode ser realizada por meio da pági- mações e documentos do projeto no final
na na Internet https://consulta.tesouro.fazenda. da execução. A prestação de contas começa
gov.br/gru/gru_simples.asp. quando o projeto inicia.

Atenção! A partir do momento que você


movimenta a conta bancária do projeto, se PRESTAÇÃO DE CONTAS PARCIAL
compromete em realizar o objeto proposto e
aprovado pelo Ministério. Caso o Ministério do Esporte faça a
transferência de recursos da conta bloque-
CARTILHA LEI DE INCENTIVO AO ESPORTE 31

ada para a conta de livre movimentação de ção dos recursos da forma como foi apro-
forma parcelada (mesmo que a captação de vada pelo Ministério. O acompanhamento
recursos tenha sido total), será necessária a da destinação do objeto, neste caso, se dará
apresentação de Prestações de Contas Par- pelo prazo de 20 (vinte) anos (vide art.3,
ciais durante a execução do projeto. inciso VI da Portaria 151/2014).

A Portaria 120/2009, no parágrafo único


do artigo 30, explica que “a liberação de COMPROVAÇÕES DE REALIZAÇÃO
parcela subseqüente estará condicionada à DO PROJETO
apresentação, pelo proponente, da presta-
ção de contas parcial imediatamente ante- Durante a execução do projeto desporti-
rior, até trinta dias antes do término dos vo ou paradesportivo, sugere-se que sejam
recursos já liberados, que será analisada guardadas, de forma organizada, o máxi-
pela área técnica da Secretaria Executiva, mo de comprovações que forem possíveis.
devendo o relatório da análise fazer parte São exemplos de comprovação as medições
da prestação de contas final”. de obra, relatórios dos fornecedores que
prestarem serviços, fotografias, reporta-
Deverão ser apresentadas ao Ministério gens dos eventos, com clipping de mídia
do Esporte as seguintes documentações, espontânea, gravações de vídeos e entre-
mediante ofício, junto com o nome e nú- vistas sobre a execução do projeto, pales-
mero do projeto: tras, jogos e atividades realizadas, fichas de
• fotografias e reportagens que compro- inscrições, depoimentos dos beneficiários,
vem o andamento do projeto; e soluções para acessibilidade aos locais e/ou
• relatório de cumprimento do objeto, às atividades, entre outros.
que mencionará os resultados espera-
dos e atingidos, os objetivos previstos e É muito importante que se organizem
alcançados e a repercussão da iniciativa desde o início essas comprovações para
na comunidade e no desenvolvimento que se possa explicitar da melhor forma
do esporte. ao Ministério, para que não haja dúvidas
sobre a execução do projeto. Use a imagi-
Deve ser incluído também o alcance do nação e registre tudo o que for executado.
público beneficiado, os custos incorridos,
as justificativas do que ocorreu diferente
do previsto no projeto, além dos formu- PRESTAÇÃO DE CONTAS FINAL
lários disponibilizados no link http://www.
esporte.gov.br/index.php/institucional/secretaria O projeto desportivo ou paradesportivo,
-executiva/lei-de-incentivo-ao-esporte/prestacao- assim como sua Prestação de Contas Final,
de-contas-parcial. será acompanhado e avaliado pelo Minis-
tério do Esporte e/ou quem este designar.
DICA: o monitoramento pode ocorrer Após a avaliação, será emitido laudo de
durante e depois da execução do projeto, avaliação final sobre a aplicação dos recur-
principalmente nos projetos que envolvam sos, verificando o cumprimento da legisla-
construção e reforma, ou aquisição de ma- ção financeira, além do cumprimento do
terial permanente, visando à correta aplica- objeto do projeto aprovado.
32 WWW.CAPACITAR.VC

Serão levados em conta os aspectos téc- • demonstrativo de rendimentos das


nicos, com avaliação da execução física aplicações;
e atingimento dos objetivos do projeto • comprovante de recolhimento dos re-
aprovado, assim como os aspectos finan- cursos não aplicados, mediante Guia
ceiros, com avaliação da correta e regular de Recolhimento da União (GRU),
aplicação dos recursos do projeto apro- se houver;
vado (vide Portaria 120/2009, artigo 53, • cópia dos documentos comprobatórios
incisos I e II). das despesas da prestação de contas;
• relação de bens adquiridos, produzidos
O Decreto 6.180/2007, em seu artigo 33, ou construídos com recursos da Lei de
§2º, define o prazo máximo de 60 (sessen- Incentivo ao Esporte;
ta) dias após o término do projeto para a • fotografias e reportagens que compro-
entrega da Prestação de Contas Final, inde- vem a execução do projeto;
pendente da entrega de prestações de con- • comprovante de encerramento da con-
ta parciais, devendo ser acompanhada de ta de livre movimentação; e
relatório final de cumprimento do objeto. • outros documentos não listados, mas
que o proponente entenda necessários.
Já a Portaria 120/2009, no artigo 51, esti-
pula o prazo de 30 (trinta) dias após o tér- Outras documentações específicas po-
mino do projeto para a entrega da Presta- dem ser solicitadas. No caso de projetos
ção de Contas Final, mas orienta que este desportivos que envolvam construção ou
prazo pode ser prorrogado, uma única vez, reforma, a Portaria 151/2014, artigo 34,
mediante pedido feito pelo proponente. traz a listagem das documentações neces-
sárias para avaliação da Prestação de Con-
Nesta Prestação de Contas Final deverão tas Final do projeto. Neste caso específico,
ser apresentados os seguintes documen- a Caixa Econômica Federal emite parecer,
tos[12]: que deverá ser aprovado pelo Ministério
• relatório de cumprimento do objeto, do Esporte.
em que serão discriminados os resulta-
dos esperados e atingidos, os objetivos DICA: todos os originais dos documen-
previstos e alcançados, os custos estima- tos comprobatórios das receitas e despesas
dos e reais e a repercussão da iniciativa do projeto (recibos de doação e patrocínio,
na comunidade e no desenvolvimento notas fiscais e RPA’s, comprovantes de pa-
do esporte; gamento), relatórios e demais documentos
• relatório final de execução físico-finan- em sua forma original deverão ser arquiva-
ceira (conforme formulário específico); dos pelo proponente, pelo prazo mínimo
• relatório de execução de receitas e des- de cinco anos após a aprovação da presta-
pesas (conforme formulário específico); ção de contas. O Ministério do Esporte e
• relação de pagamentos (conforme for- demais órgãos de fiscalização do Governo
mulário específico); poderão solicitar e deverão ter acesso ir-
• cópia do extrato da conta bancária es- restrito a todos os documentos do projeto
pecífica, desde o dia do recebimento dos desportivo.
recursos até a data do último pagamento;

12. Os formulários especificados nesta listagem podem ser encontrados no link http://www.esporte.gov.br/index.php/institucio-
nal/secretaria-executiva/lei-de-incentivo-ao-esporte/prestacao-de-contas-final (Formulários Prestação de Contas) e são parte obriga-
tória dos documentos a serem avaliados na Prestação de Contas do projeto.
CARTILHA LEI DE INCENTIVO AO ESPORTE 33

NÚMEROS DA LEI GIE Tractebel Energia aparece em 38º lu-


gar, com investimento de R$1.120.000,00.
DE INCENTIVO AO
ESPORTE Ainda neste ano, 522 projetos fo-
ram beneficiados, com captação total de
R$247.198.151,00, um pouco menos do que
no ano anterior.
Desde sua criação até o ano de 2015,
a Lei de Incentivo ao Esporte já injetou
mais de R$1,6 bilhão de reais no espor- MAIORES PATROCINADORES
te brasileiro. BRASIL 2015

Para incentivar e homenagear os maiores 1º BNDES R$17.227.673,86


patrocinadores, o Ministério do Esporte 2º Banco do Brasil S.A R$14.497.995,46
realizou, até o ano de 2014, a entrega do 3º Bradesco Vida e Previdência S/A R$7.099.646,43
Prêmio Empresário Amigo do Esporte. 4º Banco Itaucard S.A. R$5.999.199,19
5º Cielo S.A. R$5.907.316,70
A categoria “Maior Amigo do Esporte” 6º Cia. Bras. de Metalurgia e Mineração R$4.500.000,00
premia as empresas que mais aportaram re-
cursos, em valores absolutos, através da Lei
de Incentivo ao Esporte. A seleção, nessa INVESTIMENTOS DE 2015 POR
categoria, possui critério único de classi- REGIÃO
ficação, o valor em moeda nacional que a
empresa aportou. Os maiores amigos do
esporte em 2013, que receberam o prêmio
da edição 2014, foram o Banco Bradesco, NORTE

seguido do Banco Itaú e em terceiro lugar 0,96%


2,34Mi
a empresa Petrobrás.
NORDESTE
2,09%
5,08Mi
Já a categoria “Melhor Amigo do Espor-
te” premia as empresas que, além do vo- CENTRO-OESTE

lume financeiro, aportaram recursos no 0,25%


616.687 SUDESTE
maior número de projetos, distribuídos 78,8%
191,3Mi
por mais unidades da federação (desde que
assegurados os 20% necessários à viabili- SUL
zação do projeto). Os melhores amigos do 17,9%
43,5Mi
esporte em 2013, que receberam o prêmio
da edição 2014, foram o Banco Itáu, segui-
do do Banco Bradesco, ficando em terceiro
lugar a empresa Petrobrás. Os números acima descritos referem-se
ao ano de 2015 e foram retirados do site
Em 2015, o maior incentivador passou a do Ministério do Esporte (www.esporte.
ser o BNDES, que destinou mais de 17 mi- gov.br), e baseados em listas de projetos e
lhões ao esporte. Neste mesmo ano, a EN- incentivadores lá disponibilizadas.
34 WWW.CAPACITAR.VC

VALIDADE E FUTURO DA LEI

A Lei 11.438/2006 tinha sua vigência até o ano de 2015. Em 05 de agosto de 2015 foi
publicada no Diário Oficial da União a Lei 13.155/2015. Essa lei estendeu até o dia 31 de
dezembro de 2022 os efeitos da Lei de Incentivo ao Esporte, ou seja, a possibilidade de de-
dução do imposto de renda devido em benefício de projetos previamente aprovados pela Lei
de Incentivo ao Esporte.

Dessa forma, a expectativa é que a Lei se popularize ainda mais e continue a financiar
centenas de projetos pelo Brasil.

ANOTAÇÕES

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