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UNIVERSIDADE ANHANGUERA

EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA – UNIDADE ITAGUAÍ

AMANDA BULLE DO COUTO RA 23638788

LAIZA PEREIRA MARTINS – RA 23638784

PRODUÇÃO TEXTUAL 7° SEMESTRE

“AS PRÁTICAS DE LEITURA EM UMA CLASSE HOSPITALAR”.

ITAGUAÍ – RJ

2020
AMANDA BULLE DO COUTO RA EAD 23638788

LAIZA PEREIRA MARTINS – RA 23638784

PRODUÇÃO TEXTUAL 7° SEMESTRE

“AS PRÁTICAS DE LEITURA EM UMA CLASSE HOSPITALAR”.

Trabalho de Produção Textual apresentado ao curso de Pedagogia da Anhanguera


requisito parcial à obtenção da nota semestral nas disciplinas: Didática do Ensino de
Ciências, Fundamentos da Gestão em Educação, Didática da História e Geografia,
Educação em Ambientes Não Escolares, Prática Pedagógica: Infância e Suas
Linguagens. Sob a correção da Professora Tutora EAD: Cilene Maria Cortez

ITAGUAÍ -RJ

2020
Patch Adams (1998):afirma que :

Comprimidos aliviam a dor, mas só o amor alivia o sofrimento.


SUMÁRIO

1 Introdução .................................................................................. 4

2 Desenvolvimento ...................................................................... 5

2.1 Necessidade das práticas de leitura com crianças

em ambientes hospitalares ......................................................... 5

2.2 Contribuição do lúdico literário na assimilação de conteúdos .... 6

2.3 Extensão do projeto de leitura aos familiares .............................. 8

2.4 Proposta de Prática de Leitura ....................................................... 9

3 Considerações finais ..................................................................... 10

4 Referências bibliográficas........................................................................ 11
5

INTRODUÇÃO

O presente teórico busca salientar a necessidade do trabalho realizado pelo profissional de


Pedagogia, em hospitais e centros de atendimento pediátrico, entendendo suas contribuições
para o interno, usando de uma retrospectiva histórica para entender como a criança era vista
no passado e como era seu tratamento perante a sociedade. Além disso, propõe-se uma
proposta de leitura que comtemple crianças na faixa etária dos 6 aos 10 anos de idade.

Foi feita uma análise sobre a importância do lúdico dentro do processo de recuperação e
internação hospitalar fazendo uma associação com a aprendizagem de conteúdos e
desenvolvimento de habilidades e será discutido a notabilidade que a família do aluno
hospitalizado demanda, pois nenhum trabalho pedagógico em espaços de tratamento
pediátrico deve excluir a participação da família, sob essa ótica vamos discorrer sobre a
extensão dos projetos de leitura aos parentes do aluno interno.

Também, será analisado de que forma o pedagogo deve planejar uma prática pedagógica que
otimize e facilite a inclusão dos conteúdos, levando em consideração o duplo aspecto de servir
ao desenvolvimento da criança, enquanto indivíduo, à construção do conhecimento e o
atendimento clínico. Os quais estão fortemente interligados.

Por fim, entender como tais processos de inclusão de conteúdos, através da contação de
histórias, oportunizam, através da leitura, as mais variadas situações para que a aprendizagem
do educando seja significativa, entendendo a realidade vivenciada nas alas pediátrica dos
hospitais brasileiros, bem como a provisão de estratégias para minimizar os sofrimentos e
dores que frequentemente estão associados em um ambiente de internação infantil, através de
uma proposta de projeto de leitura.
DESENVOLVIMENTO

2.1. NECESSIDADE DAS PRÁTICAS DE LEITURA COM CRIANÇAS


EM AMBIENTES HOSPITALARES

A inclusão da leitura no processo de ensino aprendizagem, que por muito tempo fez
parte da didática de grandes educadores do passado, hoje, surge como necessidade absoluta e
indispensável no processo educativo hospitalar.
Não deve ser considerado o ler por ler e sim o ler sob uma perspectiva pedagógica. Os
livros não devem ser fins, mas meios para atingir objetivos. Estes devem ser aplicados para o
benefício educativo. A necessidade da leitura para desenvolvimento linguístico, é de
conhecimento da sociedade leiga, porém no retrospecto histórico, a leitura no ambiente
hospitalar era feita pela família (primeira instância de convívio do indivíduo) de forma
informal, sem levar em conta as contribuições que o hábito da leitura pode desenvolver em
uma criança.
Citando a Psicologia Freudiana, a criança é um adulto em miniatura, sendo assim não
necessitaria de cuidados especiais. Dado isso, se explica o tardio surgimento da Classe
Hospitalar, que conforme Santos e Souza (2009), surgiu em Paris no ano de 1935, sob
comando de Henri Sellier para dar educação a crianças especiais. Além disso, naquele mesmo
ano, foi criado pelo Ministério da Educação da França o cargo de professor hospitalar.

Porém na perspectiva atual, a criança é sujeito de direitos, e partindo desse


pressuposto, ter acesso à educação, (e consequentemente à leitura) não deixa de figurar como
direito infantil, por motivos de hospitalização, e suas contribuições são vastas. No processo de
aprendizagem da leitura e da escrita, a criança defronta-se com um mundo cheio de atrações
(letras, palavras, frases, textos) e se engajará neste mundo muito mais facilmente se puder
participar integralmente dele e se o processo for transformado num grande ato lúdico
(participativo, inteligente, prazeroso), em oposição ao ato técnico (estático, repetitivo,
mecânico) muito próprio das escolas. Portanto, percebe-se a necessidade de se relacionar o
processo de alfabetização com o lúdico, na forma de jogos e brincadeiras, que despertam o
interesse e arrebatam a atenção das crianças, tornando este processo cheio de significado.

É impossível não perceber a importância que se vem concedendo, em escala cada vez mais
crescente, ao mundo dos símbolos. Em todos os lugares, a todo instante, estamos rodeados por
informações expressas por meio de letras, números, sinais, desenhos, mapas. Assim sendo,
para desempenhar desde as mais simples atividades cotidianas às mais complexas, é
necessário ler, interpretar, compreender, escrever com autonomia. Portanto, não nos resta
dúvida de que na Classe Hospitalar devem ser incluídos projetos de leitura.

2.2. CONTRIBUIÇÃO DO LÚDICO LITERÁRIO NA ASSIMILAÇÃO DE


CONTEÚDOS

A leitura está presente em nossas vidas de forma significativa, contribui integralmente


para o desenvolvimento humano e é uma forma que o homem encontrou para marcar sua
presença no mundo. O ensino literário na infância incentiva o conhecimento de si e o
reconhecimento do outro como um ser igualmente dotado de características que o tornam
único.
Por meio de suas criações literárias, a criança consegue acessar seus sentimentos e
expressá-los. Ao apreciar as produções de seus colegas, ela consegue identificar o que as
aproxima e o que as distingue. Ser capaz de reconhecer suas próprias limitações e
potencialidades, assim como as do outro, é uma maneira de fortalecer a autoconfiança e a
empatia as crianças que aprendem desde cedo entendem as emoções e constroem
relacionamentos interpessoais mais saudáveis e equilibrados.
O projeto escolar dentro do Hospital, deve ter articulação, interdisciplinaridade no
processo de ensino aprendizagem, onde é trabalhado de forma lúdica os conteúdos
pretendidos. Essa ludicidade pode ser representada por atividades literárias como:
culminância com apresentação dos alunos escritas como peças teatrais (condizentes com a
realidade hospitalar) ,jogral ou representação de leituras e atividades de leitura utilizando
pinturas e desenhos, são inúmeras as observações e uma forma de conhecer tão de perto
vivenciando o conhecimento, trazendo os instrumentos e ferramentas de aprendizagem pra
dentro do hospital. A interdisciplinaridade nesse contexto, e fundamental para que os alunos
possam construir saberes literários se utilizando de diferentes materiais e produção
articulando o saber com a linguagem.

Entendemos que a apresentação da leitura no ambiente hospitalar deve ser apresentado de


forma lúdica no cotidiano das crianças e tais ações devem ser vivenciadas em atividades que
promovam e englobam literatura infantil sem deixar de lado a realidade vivida nos respectivos
tratamentos como : amostra de artes provindas de releituras de histórias contadas, a
valorização da imaginação através da transcrição da narrativa oral feitas pelos pacientes , os
alunos compreendem por meio de ações a aplicação e importância de ler e ser letrado na
sociedade.

Quando dizemos que a leitura estimula a criatividade ou que desperta a imaginação é porque
qualquer uma de suas obras oferece elementos que ampliam qualitativamente o nosso olhar.
Saber que existem infinitas formas de sentir e representar a realidade vivida desenvolve nas
crianças a capacidade de questionar as coisas, de enxergar e pensar para além do óbvio e,
consequentemente, de elaborar soluções criativas para os desafios que surgem ao longo da
vida, no caso da Classe Hospitalar, extraescolar. Experimentar a realidade por meio da
fantasia: parece contraditório, mas não é. A ficção auxilia a criança a perceber que existe uma
conexão entre símbolo e significado, isto é, entre o real e o representado. Essa assimilação
ocorre de forma muito mais efetiva quando é vivenciada de modo prazeroso e intenso, por
meio do faz-de-conta e da imaginação.
No papel de personagens em histórias inventadas e por que não, encenadas? Os
pequenos conseguem identificar situações do cotidiano e se colocar nelas. Esse processo
auxilia no fortalecimento dos vínculos afetivos e na sua aceitação como indivíduo
hospitalizado, evitando distúrbios emocionais. Em outras palavras, ela começa a se entender
como sujeito no mundo, como ator social dotado de singularidades, responsabilidades e
direitos.
No desenvolvimento de habilidades interculturais podemos dizer que não há nada
melhor para combater o preconceito e a discriminação que a informação e o conhecimento. A
criança que tem contato, desde sua primeira etapa formativa, com as mais distintas formas
literárias e suas representações, compreende que todos somos diferentes e merecemos ter
nossas ‘condições respeitadas’. Mais do que isso, é necessário apreender que a diversidade, ou
seja, a pluralidade de condições físicas e mentais, não é negativa. Ao contrário, ela promove a
consolidação e o enriquecimento da experiência humana.

A linguagem e o lúdico são inseparáveis. O ambiente lúdico é o mais propício para a


aprendizagem e produz verdadeira internalização da alfabetização e do letramento. A leitura e
os textos pedagogicamente devem estar inclusos no dia-a-dia das crianças da Classe
Hospitalar, dessa forma será proporcionado o desenvolvimento das capacidades cognitivas,
motora, afetiva, ética, estética, de relação interpessoal e de inserção social e a aprendizagem
específica da alfabetização. Ao ler e ouvir histórias, a criança tem a possibilidade de conhecer
seu próprio corpo, o espaço físico e social. Lendo, a criança tem oportunidade de aprender
conceitos, regras, normas, valores e conteúdos conceituais, atitudinais e procedimentos nas
mais diversas formas de conhecimento.
O lúdico favorece a autoestima da criança e a interação de seus pares, propiciando
situações de aprendizagem e desenvolvimento de suas capacidades cognitivas favorecendo o
trabalho hospitalar pedagógico. . É um caminho que leva as crianças para novas descobertas,
revelando segredos escondidos explorando, assim, um mundo desconhecido.
2.3. EXTENSÃO DO PROJETO DE LEITURA AOS FAMILIARES

O profissional Pedagogo da Classe Hospitalar, pode e deverá incluir a família nos projetos
realizados. Como mencionado anteriormente, a família é primeiro vínculo social do indivíduo.
No caso dos internos, é ainda mais delicado, os pais, ou parentes mais próximos, são fonte de
confiança, além de estarem muito próximos da criança. Sabendo disso, atrelar a proposta
pedagógica ao convívio dos pais torna-se tarefa fundamental.

Os pais e familiares, muitas vezes fragilizados pela situação de saúde da criança, precisam de
apoio para compreenderem a importância do investimento na educação.

O profissional da Classe Hospitalar, poderá desenvolver, palestras e reuniões, para além de


apresentar a proposta de trabalho, enfatizar a importância do desenvolvimento de habilidades
nas crianças, ainda que internas e ainda sondar a comunidade com a qual vai trabalhar, a fim
de estruturar sua metodologia de trabalho.

Nas atividades propostas, poderá ser sugestionado, que os familiares estejam presentes, pois
estimulará a participação das crianças de forma mais natural e proveitosa.

Assim como na escola, a tríade: aluno, professor e família, é essencial para que o trabalho
pedagógico apresente resultados satisfatórios.
2.4. PROPOSTA DE PROJETO DE LEITURA

FAIXA ETÁRIA: CRIANÇAS DE 6 A 10 ANOS


PROPOSTA DIDÁTICA PROJETO DE LEITURA
TEMA
‘Quem imagina, ilumina’’

JUSTIFICATIVA Necessidade de criar o hábito de leitura nos jovens de 6 a 10


anos do Hospital Albert Einstein, além de unificar o
aprendizado com a interação familiar, com o trabalho de uma
Pedagoga Hospitalar.

OBJETIVO GERAL Desenvolver o hábito da leitura significativa na assimilação de


conteúdos escolares

OBJETIVOS Aprimorar a linguagem;


ESPECÍFICOS
Oportunizar o acesso à materiais escritos;
Interagir com a família no processo de leitura;

METODOLOGIA O projeto será realizado em quatro etapas. A primeira consiste


em levantar hipóteses sobre os conteúdos que os alunos já
dominam, para que sejam selecionados os livros didáticos
literários adequados para o trabalho. A segunda etapa se dará
pela contação de histórias com o enfoque na interpretação dos
dados para que os alunos possam fazer releituras posteriores.
Na terceira etapa, os familiares, (pais e familiares mais
próximos das crianças), deverão se reunir, onde a Pedagoga
Hospitalar, irá incentivar os alunos a relerem a história contada
anteriormente para todos. Na última etapa, com o auxílio de:
lápis, tintas, colas coloridas e giz de cera, as crianças e os pais,
deverão ser orientados a expressar de forma resumida o que
entendeu da história contada, em telas de pintura.
RECURSOS DIDÁTICOS Livros didáticos selecionados específicos para a faixa etária de
cada ano de idade (de acordo com o resultado da sondagem
inicial), tintas coloridas, papel A4, telas de pintura, giz de cera,
lápis e colas coloridas.
AVALIAÇÃO A avaliação será realizada desde a sondagem até o final da
atividade, através da observação de aspectos como: interação
das crianças com os familiares, interesse dos adultos na
participação com as crianças, domínio da linguagem e fluência
na releitura da história.
CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com o a pesquisa realizada e as leituras feitas na elaboração desse trabalho, foi possível
definir alguns pontos de vista sobre o tema proposto. Um exemplo, seria a importância do
desenvolvimento de Classes Hospitalares, dentro dos Centros Pediátricos, realizando
trabalhos literários com o publico infantil.

Somado a isso, assimilei a ideia de que o lúdico é primordial no trabalho pedagógico


hospitalar, pois existem crianças nas mais adversas situações, e a baixa autoestima e as dores
sentidas pelas doenças e/ou tratamentos médicos, podem tornar o processo de aprendizagem
mais difícil, então a leveza no trabalho torna-o mais eficiente. É possível destacar também, a
importância familiar nas atividades e projetos desenvolvidos.

Por fim, o trabalho se conclui, com uma proposta elaborada por autoria própria que visa
abranger tudo que observei e aprendi com a realização do presente trabalho.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

PAULA, E.M.A.T; MATOS, L.P.K. O papel da literatura infantil para crianças e


adolescentes hospitalizados no enfrentamento dos medos infantis. X Congresso Nacional da
Educação – EDUCERE / PUC, 2011.

PRISZKULNIK, Léia, A criança sob a ótica da Psicanálise: algumas considerações. artigo


apresentado no Programa de Pós-Graduação em Psicologia Clínica do IP-USP, 2004.

MUSTIFAGA, M.B GOETTMS, Juliane, Leitura significativa – prática em todas as


disciplinas do currículo escolar. Visão Global, Joaçaba, v. 11, n. 2, p. 195-216, jul./dez.
2008

Ministério da Educação, Classe hospitalar e atendimento pedagógico domiciliar:


estratégias e orientações. Secretaria de Educação Especial. Brasília: MEC/SEESP, 2002.

SOUZA, A.C; TELES, D.A ; SOARES, M.P. DOS S. B. , Pedagogia Hospitalar: a


relevância da atuação do pedagogo. Revista Educação e Emancipação, São Luís, v. 10, n. 3,
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SOARESI,II M.R.Z. ; ZAMBERLAN M.A.T. , A inclusão do brincar na hospitalização


infantil. Estud. psicol. (Campinas) vol.18 no.2 Campinas May/Aug. 2001

CAVALCANTE, M. S. DE Moraes; GUIMARÃES,V.M. Azevedo; ALMEIDA, S. DO


Espirito Santo, Pedagogia hospitalar: histórico, papel e mediação com atividades lúdicas,
2015

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