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Vimos que todos os corpos são constituídos de átomos. Os átomos, por sua vez, são constituídos de núcleo,
onde se encontram os prótons e nêutrons, e eletrosfera, onde encontramos os elétrons.
Sabemos também que os prótons são os portadores de cargas elétricas positivas e os elétrons são os
portadores de cargas elétricas negativas.
Discutimos também, em aulas anteriores, as duas classificações de materiais: condutores e isolantes. Vamos
nos ater aos materiais condutores nesse momento. A principal característica dos materiais condutores é que as
partículas portadoras de cargas elétricas se movem no interior desses materiais sem grande resistência. Dizemos
que elas podem se mover livremente. Veremos mais a frente que esse movimento não é tão livre assim, mas, por
enquanto, consideraremos que não há resistência.
Podemos notar que o movimento do elétron é desordenado, sem uma direção única, com várias mudanças de
direção e sentido. Qual a causa desse movimento?
Como o condutor é feito de vários átomos, o elétron que se move encontra átomos em seu caminho que o
fazem desviar. Portanto, o elétron se choca com os átomos que compõem o condutor e esses choques são
responsáveis pelas mudanças de direção e sentido. Além disso, o elétron não possui nenhuma força que oriente seu
movimento. Esses dois fatores fazem com que o movimento ocorra de forma desordenada.
Se aplicarmos uma força sobre essa partícula que se move, o seu movimento passa a ser ordenado. A
partícula se movimenta na direção e sentido que a força atuar sobre ela.
Como fazer esse movimento ser ordenado? Vimos nas aulas anteriores que quando aplicamos um campo
elétrico sobre uma partícula carregada, esse campo exerce força sobre a partícula. Então, caso queiramos exercer
força sobre um elétron em um condutor, basta aplicarmos um campo elétrico sobre ele. Na figura abaixo, podemos
ver isso:
Notemos que a força que está sendo aplicada ao elétron é consequência do campo elétrico aplicado a ele e que
agora o elétron terá uma força que norteará seu movimento.
Na figura, representamos apenas 1 elétron se movendo, porém, em um material condutor, temos um número
muito grande de elétrons que tem a capacidade de se mover (também chamados elétrons livres).
Podemos dizer então que, ao aplicarmos um campo elétrico a um condutos, fazemos muitas cargas elétricas
se moverem de forma organizada, ordenada. O conceito de corrente elétrica está relacionado a isso.
Importante ressaltar aqui que os prótons não se movem devido a sua forte ligação com o núcleo atômico e
por ser muito mais pesado que o elétron. Portanto, sempre que falarmos de corrente elétrica, estamos falando de
movimento de elétrons.
• Diferença de Potencial.
O conceito de potencial elétrico e de diferença de potencial ainda não foi estudado, no entanto, não entender
completamente o conceito não causará nenhum problema aqui. Basta sabermos por enquanto que o potencial
elétrico se assemelha ao campo elétrico (não são iguais) e que, toda vez que aplicamos um campo elétrico, criamos
uma diferença de potencial (também chamada de voltagem ou D.D.P) entre dois pontos. Na maioria das vezes
(quase em todas) não se usa “aplica-se campo elétrico ao condutor” e sim “aplica-se uma diferença de potencial ao
condutor”. Portanto, toda vez que se aplicar uma D.D.P em um condutor, teremos corrente elétrica o percorrendo.
Como se aplica uma D.D.P. na prática?
Uma fonte de D.D.P. muito comum é a tomada de nossas casas. Entre os dois polos da tomada existe uma
diferença de potencial de 220 V. (V → volt – Unidade de medida de potencial). Portanto, ao ligarmos qualquer
aparelho a essa tomada, essa D.D.P. aplica um campo elétrico nos condutores desse aparelho e uma corrente
elétrica surge dentro dele.
Outra fonte muito usual são as pilhas e baterias, que funcionam de forma similar as tomadas, porém,
fornecendo voltagem (D.D.P.) de menor intensidade.
Obs.: eletricidade é perigosa. Deve-se sempre tomar cuidado ao se manipular aparelhos ligados na rede
elétrica ou em baterias. Não se deve fazer serviços ou reparos na rede elétrica quando não possui habilitação para
tal.
Com discutimos acima, a corrente elétrica é formada pelo movimento ordenado de elétrons. Com isso em
mente, o que você responderia se deparando com a seguinte questão: qual o sentido da corrente elétrica? Se você
respondeu que o sentido da corrente elétrica é o mesmo sentido do movimento dos elétrons, você está certa(o).
Porém, também está errada(o). Como assim!?!? Buguei!
Na verdade, o que está errado na situação acima é a pergunta. Exitem duas perguntas que podem ser feitas
nesse sentido: qual o sentido real da corrente elétrica? E, qual o sentido convencional da corrente elétrica?
Você pode estar se perguntando agora que história é essa de real e convencional. Calma! Vamos entender
isso:
• Sentido real da corrente elétrica:
S – Secção transversal
Na imagem, podemos entender melhor o que seria a secção transversal. Note que o condutor sofre um corte
na direção perpendicular a sua orientação.
Sendo:
im → Corrente média (ou simplesmente corrente)
ΔQ → Quantidade de carga
Δt → Intervalo de tempo
Vamos analisar a fórmula para chegarmos à unidade. Temos que corrente elétrica é a razão entre duas
quantidades físicas, portanto, sua unidade será a razão entre as unidades dessas duas quantidades também. Carga
elétrica tem a unidade Coulomb (C), no SI. A unidade de tempo no SI é o segundo (s). Portanto, podemos dizer
que a unidade de corrente elétrica no SI é a razão C/s (coulomb por segundo).
Essa unidade nos mostra exatamente o que é a corrente elétrica. Quando dizemos que a corrente elétrica em
um determinado condutor é 5 C/s, estamos dizendo que, a cada segundo que se passa, uma quantidade de carga de
5 C passa por uma secção daquele condutor, o que nos leva a entender que existe um movimento de cargas dentro
daquele material.
A unidade de corrente ganhou um nome. Comumente utiliza-se a unidade Ampère, em homenagem a André-
Marie Ampère (físico, filósofo, cientista e matemático francês) que tem grande contribuição no desenvolvimento
dos estudos do eletromagnetismo. Temos então:
Obs.: Uma corrente de 1 A é uma quantidade muito grande, por esse motivo, é muito comum vermos
submúltiplos do ampere: 1 µA (1 microampere = 10-6A), 1 mA (1 miliampere = 10-3 A).
Corrente Contínua e Corrente Alternada
Existem duas possibilidades de corrente elétrica. As correntes contínuas (CC) e as correntes alternadas (CA).
Essas duas possibilidades estão relacionadas à forma com que essa corrente é gerada, mas isso deixaremos para
estudar mais adiante.
• Corrente Contínua (CC)