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Gestão de Pessoas

Gestão de Pessoas

1ª edição
2017
Unidade 6
Processo de Manter Pessoas:
saúde e medicina do trabalho
6
Para iniciar seus estudos

Olá, caro aluno! O que você sabe sobre higiene e segurança no trabalho?
Qual a diferença entre esses dois elementos? Quais as normas que regu-
lamentam a higiene e segurança no trabalho? E a qualidade de vida no
trabalho, o que ela pode fazer pelos funcionários e pela empresa? Que
programas podem ser implementados para assegurar a qualidade de vida
no trabalho?
Nesta unidade você encontrará a resposta a todas estas perguntas! Aqui
iremos tratar de importantes conceitos como estes. Acompanhe!

Objetivos de Aprendizagem

• Discorrer sobre os aspectos da Higiene e Segurança do Trabalho


diante das Normas Regulamentadoras.
• Apresentar as características dos programas de Qualidade de Vida
no Trabalho.

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6.1 Higiene e segurança do trabalho


Quando falamos em higiene e segurança no trabalho, o que nos vem à mente? Um local de trabalho que seja
adequado à saúde do funcionário e onde ele possa desenvolver suas funções de forma segura, não é mesmo?
Mas esta combinação higiene + segurança vai muito além disso...
Higiene e segurança do trabalho são duas atividades que se inter-relacionam, pois existem para garantir condi-
ções pessoais e materiais de trabalho capazes de manter certo nível de saúde dos funcionários.
Segundo Chiavenato (2015), programas de segurança e de saúde são atividades paralelas entre si e de extrema
importância para garantir boas condições físicas e psicológicas dos funcionários, primando por melhores condi-
ções da saúde daqueles que trabalham e, indiretamente, de sua família.

Figura 6.1 – Higiene e segurança no trabalho

Legenda: Higiene e segurança no trabalho


Fonte: Disponível em: <https://pt.123rf.com/photo_48393526_construction-worker-repairman-thumb-up-safety-first-
-health-and-safety-warning-signs-vector-illustrat.html>.

A higiene do trabalho é, portanto, um agrupamento de normas e procedimentos que objetiva proteger o fun-
cionário dos riscos inerentes ao cargo e ao ambiente físico em que está inserido.

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Para conhecer noções básicas de saúde e segurança no trabalho, sugerimos a leitura da carti-
lha “Noções básicas de segurança e saúde no trabalho”. Ela apresenta informações sucintas
sobre as Normas Regulamentadoras de Segurança do Trabalho, leis e decretos da Previdência
Social e do Corpo de Bombeiros em Minas Gerais. Vale a leitura! Disponível em: <http://www7.
fiemg.com.br/Cms_Data/Contents/central/Media/Documentos/Produtos/2014/SESI/SST/
SS-0033-14-CARTILHA-ORIENTATIVA-SST_A5-PRESIDENTE.pdf>. Acesso em: 03 mar. 2017.

De acordo com Chiavenato (2015), para colocar um plano de higiene em prática, a empresa deve observar as
seguintes premissas:
1. Plano organizado: além de serviços médicos, é preciso que a empresa disponha de enfermeiros e auxi-
liares em tempo integral/parcial, o que vai variar em razão do tamanho da empresa.
2. Serviços médicos: exames médicos pré-admissionais e periódicos, cuidados em relação a danos pesso-
ais causados por doenças profissionais, consultas médicas e primeiros socorros, controle de áreas nocivas
à saúde, registros médicos, supervisão em relação à higiene e saúde, colaboração com as famílias dos
funcionários, acesso à rede de hospitais de qualidade.
3. Prevenção de riscos à saúde: prevenir riscos como intoxicações, dermatoses industriais (químicos), baru-
lho excessivo, altas temperaturas, radiações (físicos) e agentes biológicos, micro-organismos (biológicos).
4. Serviços adicionais: programas que incentivem a qualidade de vida dos funcionários, convênios de pres-
tação de serviços de recreação, como leituras e filmes, análises entre departamentos da empresa para
verificar a necessidade de alterações no tipo de trabalho, cobertura financeira por doença ou acidente,
seguro médico e de vida e extensão desses serviços médicos aos aposentados, planos de pensão ou apo-
sentadoria.
Como premissa fundamental de empresas inovadoras e que se preocupam com seus funcionários, a higiene do
trabalho carrega consigo alguns objetivos que justificam sua adoção. Ainda de acordo com Chiavenato (2015),
veja abaixo alguns destes objetivos:
a. Exclusão das causas das doenças acometidas no ambiente de trabalho;
b. Diminuição dos efeitos que prejudicam o trabalhador já doente ou deficiente físico;
c. Prevenção de doenças e lesões;
d. Preservação da saúde dos funcionários e ampliação da produtividade por meio do monitoramento do
ambiente de trabalho.

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A higiene do trabalho também recebe o nome de higiene ocupacional e pode ser dividida
em quatro etapas: antecipação dos riscos, reconhecimento dos riscos, avaliação dos riscos e
controle dos riscos. Acompanhe, a seguir, cada uma dessas etapas em detalhes. Isso o aju-
dará a raciocinar sobre os aspectos relacionados aos riscos de trabalho.

Antes de tratarmos das etapas da higiene ocupacional, é preciso que você entenda o que é um risco. De acordo
com o dicionário online Priberam (2017), risco pode ser, por exemplo: “[...] perigo; inconveniente; golpe com ins-
trumento cortante; expondo-se a correr o risco, estar exposto a perigo”.

Figura 6.2 – Perigos e riscos no trabalho

Legenda: Perigos e riscos no trabalho


Fonte: Disponível em: <https://pt.123rf.com/photo_53801172_ilustra%C3%A7%C3%A3o-do-vetor-da-zona-de-perigo-
-e-placa-com-caveira-e-ossos-cruzados..html>.

Conhecendo as definições de risco, fica mais fácil você entender o que empresas e organizações devem observar
para implantar um programa de higiene ocupacional. Acompanhe abaixo as etapas para implantação do pro-
grama (EDITORA INTERSABERES, 2014):
• 1ª etapa - antecipação dos riscos: riscos físicos, químicos, biológicos, ergonômicos e psicossociais, se
presentes no processo de trabalho, devem ser analisados.
• 2ª etapa – reconhecimento dos riscos: aqui são reunidas todas as informações possíveis sobre o
ambiente de trabalho, a fim de detectar riscos presentes e promover seu controle. É importante que a
empresa conheça a tecnologia de produção, a planta das instalações fabris, a matéria-prima, o processo
produtivo e seus riscos, as condições climáticas, as propriedades físico-químicas dos produtos e sua toxi-
cologia, as atividades que os funcionários exercem na empresa, os programas de manutenção, além das
avaliações ambientais, biológicas e clínicas do processo produtivo.

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• 3ª etapa – avaliação dos riscos: reconhecidos os riscos, é hora de avaliá-los. Essa avaliação se dá por
meio de medições ou coleta de amostras que traduzam a real situação em que os funcionários estão
suscetíveis. Nesta etapa, é fundamental conhecer sobre técnicas de amostragem e metodologias de ava-
liação de riscos, bem como fazer estimativas da probabilidade do agravo e o grau de exposição do dano
ocorrido.
• 4ª etapa – controle dos riscos: avaliados os riscos, é hora de controla-los, ou seja, minimizar/eliminar
os riscos presentes no local de trabalho. Para isso, é fundamental adotar medidas de prevenção coletiva
nas máquinas, nos equipamentos e nos funcionários, por meio dos equipamentos de proteção individual
(EPIs).
Em se tratando da segurança no trabalho, segundo Chiavenato (2015), esta temática representa um:
conjunto de medidas técnicas, educacionais, médicas e psicológicas empregadas para prevenir
acidentes, eliminando condições inseguras do ambiente ou instruindo e convencendo as pessoas
da implantação e uso de práticas preventivas (CHIAVENATO, 2015, p. 150).
Nos dias de hoje, as empresas têm se preocupado em oferecer condições seguras de trabalho a seus emprega-
dos, criando seus próprios serviços de segurança, seguindo normas e procedimentos adequados, colocando em
prática os recursos que dispõem para prevenir acidentes e controlar os resultados alcançados.

Figura 6.3 – Segurança no trabalho

Legenda: Segurança no trabalho


Fonte: Disponível em: <https://pt.123rf.com/photo_44065066_friendly-builder-with-helmet-carrying-a-level-bubble-
-and-a-belt-with-tools.html>.

Cabe a cada gestor de área se responsabilizar pela segurança de sua área, embora na empresa deva existir um
órgão de segurança (staff) para assessorar todas as chefias em relação a isto.

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Glossário

sta·fe (inglês staff) substantivo masculino: 1. Conjunto de pessoas que constituem um grupo
de trabalho de uma entidade, organização, evento etc. 2. Grupo formado pela direção e pelos
quadros superiores de uma empresa e os dirigentes de uma organização. = EQUIPA, GRUPO.

Acompanhe pela figura a seguir:

Figura 6.4 – Segurança como responsabilidade de linha e função de staff.

Legenda: Fluxo do órgão de segurança da empresa com as demais áreas: admi-


nistração, gerência, supervisão, funcionários e CIPA.
Fonte: Chiavenato (2015, p. 151).

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A CIPA é formada por representantes da empresa e dos funcionários e seu objetivo é asse-
gurar e preservar a saúde e a integridade física dos empregados e de todas as pessoas que
interagem com a empresa. É imposta por lei e está presente na Consolidação das Leis do
Trabalho (CLT). À CIPA compete identificar os atos inseguros dos funcionários e as condições
de insegurança (CHIAVENATO, 2015).

São três as áreas principais de atuação da segurança do trabalho: prevenção de acidentes, de roubos e de incên-
dios (CHIAVENATO, 2015).
Portanto, entendendo as premissas de higiene e segurança do trabalho, você, futuro gestor, estará preparado
para assegurar condições de saúde e bem-estar de seus funcionários, minimizando assim as condições insalu-
bres e periculosas às quais possam vir a ficar expostos no ambiente de trabalho.

6.2 Normas Regulamentadoras de Higiene e Segurança do


Trabalho
Para implantar um programa de higiene e segurança do trabalho, a empresa deve estar atenta às normas e legis-
lações pertinentes à área. Mesmo que as empresas sigam as legislações, muitos acidentes ainda acontecem.
Essas legislações são pautadas em três pilares:

Figura 6.5 – Pilares das normas regulamentadoras de higiene e segurança do trabalho

Legenda: Pilares das normas regulamentadoras de higiene e segurança do trabalho


Fonte: Adaptada de Editora InterSaberes (2014, p. 166).

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Observe que a pirâmide é formada por três camadas ou pilares que sustentam as normas de higiene e segurança:
na base as Normas Regulamentadoras, no meio a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e no topo a Constitui-
ção Federal Brasileira.
Mas que normas são essas? São as Normas Regulamentadoras (NRs), que se classificam em genéricas e específi-
cas. Conheça, a seguir, essas normas (EDITORA INTERSABERES, 2014, p. 167):
• Genéricas: são normas que visam tornar o ambiente de trabalho adequado, reduzindo os riscos que pos-
sam estar presentes. São elas:
»» NR 01 – Disposições gerais;
»» NR 02 – Inspeção prévia;
»» NR 03 – Embargo ou interdição;
»» NR 04 – Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho (SESMT);
»» NR 05 – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA);
»» NR 06 – Equipamentos de proteção individual (EPI);
»» NR 08 – Edificações;
»» NR 11 – Transporte, movimentação, armazenagem e manuseio de materiais;
»» NR 12 – Máquinas e equipamentos;
»» NR 13 – Caldeiras e vasos sob pressão;
»» NR 14 – Fornos;
»» NR 15 – Atividades e operações insalubres;
»» NR 16 – Atividades e operações perigosas;
»» NR 17 – Ergonomia;
»» NR 19 – Explosivos;
»» NR 20 – Líquidos combustíveis e inflamáveis;
»» NR 21 – Trabalho a céu aberto;
»» NR 23 – Proteção contra incêndios;
»» NR 24 – Condições sanitárias e de conforto nos locais de trabalho;
»» NR 25 – Resíduos industriais;
»» NR 26 – Sinalização de segurança;
»» NR 27 – Registro profissional do técnico de segurança do trabalho no Ministério do Trabalho;
»» NR 28 – Fiscalização e penalidades;
»» NR 33 – Ambientes confinados;
»» NR 35 – Trabalho em altura.

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• Específicas: se subdividem em estruturantes e não estruturantes. São elas:


a. Estruturantes: estabelecem uma estrutura central:
»» NR 07 – Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO);
»» NR 09 – Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA).
b. Não estruturantes: direcionadas aos ramos de atividades específicas, seguem as NRs 07 e 09:
»» NR 10 – Segurança em instalações e serviços em eletricidade;
»» NR 18 – Condições e meio ambiente de trabalho na indústria da construção;
»» NR 22 – Segurança e saúde ocupacional na mineração;
»» NR 29 – Segurança e saúde no trabalho portuário;
»» NR 30 – Segurança e saúde no trabalho aquaviário;
»» NR 31 – Segurança e saúde no trabalho na agricultura, na pecuária, na silvicultura, na exploração flo-
restal e na aquicultura;
»» NR 32 – Segurança e saúde no trabalho nos serviços de saúde;
»» NR 34 – Condições e meio ambiente de trabalho na indústria da construção e reparação naval.

Para você conhecer, na íntegra, cada NR, sugerimos a matéria “Normas Regulamentadoras”
(BRASIL, 2015), disponível no link: <http://trabalho.gov.br/index.php/seguranca-e-saude-
-no-trabalho/normatizacao/normas-regulamentadoras>. Neste endereço eletrônico, o
Ministério do Trabalho traz a relação de todas as normas. Vale a leitura!

6.3 Qualidade de Vida no Trabalho


Se o trabalhador tem qualidade de vida no ambiente de trabalho, ele consegue satisfazer suas necessidades ao
desenvolver suas atividades na empresa. Contudo, para que isso aconteça, a empresa deve adotar ações (ou pro-
gramas) para o desenvolvimento pessoal e profissional, que gere qualidade de vida no trabalho.
É fato que quem promove o sucesso das empresas e organizações é o fator humano. Com base nisso, podemos
afirmar que pessoas saudáveis contribuem para o sucesso da empresa nos seus mercados de atuação.

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Figura 6.6 – Qualidade de vida no trabalho

Legenda: Qualidade de vida no trabalho


Fonte: Disponível em: <https://pt.123rf.com/photo_37665493_good-work-vector-flat-illustration.html>.

Nos dias de hoje, a qualidade de vida no trabalho está inserida no âmbito organizacional como parte de ações
estratégicas que visem promover a produtividade, a saúde do trabalhador, o clima dentro da empresa e, ainda, a
redução dos custos da empresa (SCHOR, 2013).

A adoção de programas de qualidade de vida no trabalho é fundamental para empresas que


possuam gestão administrativa e que escolham, entre tantas outras coisas, valorizar a vida e
as capacidades de seus funcionários, sobretudo pensando no bem coletivo.

Há modelos de qualidade de vida no trabalho criados com o intuito de reunir indicadores que expliquem as carac-
terísticas individuais com as situacionais (ROMERO; SILVA; KOPS, 2013).
Os autores citam o Modelo Walton, um dos mais completos, o qual dispõe sobre oito categorias conceituais e
seus indicadores de qualidade de vida no trabalho, listados a seguir:
1. Compensação justa e adequada: equidade interna/externa, justiça na compensação, compartilha-
mento dos ganhos de produtividade, salários proporcionais.
2. Condições de trabalho: jornada de trabalho adequada, ambiente físico seguro e saudável, salubridade.
3. Desenvolvimento de capacidades: autonomia, autocontrole relativo, qualidades múltiplas, informa-
ções sobre o processo de trabalho.

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4. Oportunidade de crescimento e segurança: possibilidade de ascensão na carreira, crescimento pes-


soal, possibilidade de avanços salariais e segurança no emprego.
5. Integração social: ausência de preconceitos, igualdade, mobilidade, relacionamento e senso comuni-
tário.
6. Constitucionalismo: direitos de proteção ao funcionário, privacidade pessoal, liberdade de expressão,
tratamento imparcial e direitos trabalhistas.
7. Trabalho e espaço de vida: papel balanceado no trabalho, horários de trabalho estáveis, poucas mudan-
ças geográficas, tempo para lazer familiar.
8. Relevância social do trabalho na vida: imagem da organização, responsabilidade social da organização,
responsabilidade pelos produtos e práticas de emprego.
Conheça a seguir quais ações e programas de qualidade de vida podem ser adotados pelas empresas.

6.4 Programas de Qualidade de Vida no Trabalho


Dentre os muitos fatores que implicam a melhoria na qualidade de vida no trabalho, seguem abaixo algumas
ações que podem ser implantadas (BRASIL, 2017):
a. acesso para portadores de deficiência física,
b. Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA,
c. controle da jornada de trabalho,
d. ergonomia (equipamentos e mobiliário),
e. ginástica laboral e outras atividades,
f. grupos de apoio antitabagismo, alcoolismo, drogas e neuroses diversas,
g. orientação nutricional,
h. salubridade dos ambientes e
i. saúde ocupacional.

O que essas ações podem fazer para fomentar a qualidade de vida no trabalho? O que a
adoção de programas de qualidade de vida no trabalho pode fazer pelo bem-estar dos
funcionários?

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Para que a implantação de um programa de qualidade de vida seja aplicado com assertividade, o gestor deve
conhecer as fases a serem percorridas e que os caracterizam (ROMERO; SILVA; KOPS, 2013). Acompanhe conosco:
• 1ª fase – sensibilização: a alta gerência descobre que é preciso implantar um programa de qualidade de
vida. Os gestores da empresa passam a ser coagentes dessa mudança de paradigma, ou seja, juntos têm
a missão de implementar o programa na empresa.
• 2ª fase – planejamento: deve-se escolher as estratégias que serão utilizadas para conduzir o programa.
É o momento, também, de compor a equipe do projeto, criando modelos, instrumentos e cronogramas
de execução do programa.
• 3ª fase – diagnóstico: é hora de coletar as informações sobre a natureza e o sistema de gestão de pes-
soas da empresa. Também é o momento de criar pesquisas diagnósticas sobre satisfação em qualidade
de vida no trabalho.
• 4ª fase – execução/implementação: com base nas informações coletadas, tabuladas e analisadas, esta-
belece-se as prioridades no cronograma de ações estratégicas, sobretudo em relação aos indicadores
que apresentaram necessidades de melhoria na pesquisa diagnóstica. Assim, é hora de botar o programa
em ação.
• 5ª fase – avaliação/manutenção: é o momento do feedback, ou seja, avaliar o programa em si e seus
benefícios para a empresa e para os funcionários. Após avaliado e detectadas as necessidades de ajuste,
é hora de manter o programa em funcionamento, pois a manutenção é fundamental para o sucesso da
implementação de programas de qualidade de vida no trabalho.

Se você deseja conhecer um pouco mais sobre programas e ações de qualidade de vida no
trabalho, sugerimos a leitura do artigo “Programas e ações em qualidade de vida no tra-
balho”. Neste artigo, os autores trazem uma discussão interessante e com exemplos práticos
sobre o desenvolvimento e a manutenção da motivação e o comprometimento dos traba-
lhadores. Vale a leitura! Disponível em: <http://www.revistas.sp.senac.br/index.php/ITF/arti-
cle/viewFile/168/180>. Acesso em: 04 mar. 2017.

Chegamos ao final desta unidade de estudo. Agora, a nova concepção que você tem sobre o processo de manter
pessoas coroa esta trajetória de aprendizagem e desenvolvimento. Ao final desse estudo você pôde concluir que
o processo de manter pessoas saudáveis e satisfeitas no trabalho está para além do cumprimento de normas e
legislações, mas é também um processo de conscientização por parte das empresas e organizações de que fun-
cionários saudáveis e satisfeitos promovem o sucesso das empresas e organizações. Portanto, adotar programas
de qualidade de vida no trabalho e se pautar nas premissas de higiene e segurança no trabalho são praticamente
pré-requisitos para empresas e organizações bem-sucedidas.

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Considerações finais
Concluímos a unidade relativa ao processo de manter pessoas sob o enfo-
que da higiene e segurança de trabalho e programas de qualidade de
vida. Aqui você teve a oportunidade de:
• aprender que a higiene do trabalho é um agrupamento de nor-
mas e procedimentos que objetiva proteger o funcionário dos ris-
cos inerentes ao cargo e ao ambiente físico em que está inserido;
• entender que para se colocar um plano de higiene em prática é
preciso observar quatro premissas básicas: organização do plano,
oferta de serviços médicos, prevenção de riscos à saúde e oferta
de serviços adicionais;
• conhecer as etapas de implantação de um plano de higiene ocupa-
cional: antecipação, reconhecimento, avaliação e controle dos riscos;
• aprender que a segurança do trabalho é um conjunto de medidas
técnicas, educacionais, médicas e psicológicas empregadas para
prevenir acidentes, eliminando condições inseguras do ambiente
ou instruindo e convencendo as pessoas da implantação e uso de
práticas preventivas;
• entender que as normas regulamentadoras da higiene e segu-
rança do trabalho são pautadas em três pilares que as sustentam:
na base as Normas Regulamentadoras, no meio a Consolidação das
Leis do Trabalho (CLT) e no topo a Constituição Federal Brasileira;
• aprender que as Normas Regulamentadoras (NRs) se classificam
em genéricas e específicas e que, dentre as específicas, temos as
normas estruturantes e as não estruturantes;
• entender o papel da qualidade de vida no trabalho, o qual consiste
em: pessoas saudáveis contribuem para o sucesso da empresa nos
seus mercados de atuação;
• conhecer o Modelo Walton de qualidade de vida no trabalho e
suas oito categorias;
• conhecer as fases para implantação de programas de qualidade
de vida no trabalho.

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Referências bibliográficas
ALVES, E. F. Programas e ações em qualidade de vida no trabalho. Inter-
facEHS-Revista de Saúde, Meio Ambiente e Sustentabilidade, v. 6, n.
1, 2011. Disponível em: <http://www.revistas.sp.senac.br/index.php/ITF/
article/viewFile/168/180>. Acesso em: 04 mar. 2017.

Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT. NR-6: Equipamento de


proteção individual – EPI. Disponível em: <https://www.pncq.org.br/uplo-
ads/2016/NR_MTE/NR%206%20-%20EPI.pdf>. Acesso em: 04 mar. 2017.

BRASIL – Ministério do Trabalho. Normas Regulamentadoras. 2015. Dispo-


nível em: <http://trabalho.gov.br/index.php/seguranca-e-saude-no-traba-
lho/normatizacao/normas-regulamentadoras>. Acesso em: 04 mar. 2017.

BRASIL – Ministério do Meio Ambiente. Qualidade de vida no ambiente


de trabalho. 2017. Disponível em: <http://www.mma.gov.br/responsa-
bilidade-socioambiental/a3p/eixos-tematicos/qualidade-de-vida-no-
-ambiente-de-trabalho>. Acesso em: 04 mar. 2017.

CHIAVENATO, I. Remuneração, benefícios e relações de trabalho: como


reter talentos na organização. 7. ed. rev. e atual. Baureri, SP: Manole, 2015.

EDITORA INTERSABERES. Saúde e Segurança. Orgs. Curitiba: InterSabe-


res, 2014.

Federação das Indústrias de Minas Gerais – FIEMG. Noções básicas


de segurança e saúde no trabalho. Disponível em: <http://www7.
fiemg.com.br/Cms_Data/Contents/central/Media/Documentos/Produ-
tos/2014/SESI/SST/SS-0033-14-CARTILHA-ORIENTATIVA-SST_A5-PRE-
SIDENTE.pdf>. Acesso em: 03 mar. 2017.

RISCO. In: Dicionário Priberam da Língua Portuguesa. 2017. Disponível


em: <https://www.priberam.pt/dlpo/risco>. Acesso em: 04 mar. 2017.

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Referências bibliográficas
ROMERO, S. M. T; SILVA, S. F. C.; KOPS, L. M. Gestão de pessoas: conceitos
e estratégias. Curitiba: InterSaberes, 2013.

SCHOR, N. Guia de qualidade de vida: saúde e trabalho. 2. ed. – Barueri,


SP: Manole, 2013.

STAFE. In: Dicionário Priberam da Língua Portuguesa. 2017, Disponível


em: <https://www.priberam.pt/dlpo/stafe>. Acesso em: 04 mar. 2017.

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