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Resolução de situações-problema

Situação – problema
Fazer uma apresentação em PowerPoint sobre «A Virgem e o Menino na pintura do Renascimento»

TEHA10-P3 © Porto Editora


Saberes a mobilizar

Saber Saber-fazer

– Conhecer as características da pintura renascentista – Pesquisar informação relevante


– Reconhecer a marca do antropocentrismo renascentista na – Interpretar textos historiográficos
evolução pictórica da época – Analisar pinturas
– Utilizar as tecnologias da informação e da comunicação

Documentação
doc
A
A apoteose do belo

A Idade Média está definitivamente encerrada. A Itália assumirá a direção das novas pesquisas: per-
segue muito naturalmente o Belo na forma, seguindo a sua tradição plástica jamais interrompida desde a
Antiguidade, e na forma humana, uma vez que, doravante, o fim das atividades não reside apenas e
exclusivamente em Deus como na Idade Média, mas cada vez mais no Homem, extasiado pelos seus múl-
5 tiplos poderes. Como na civilização antiga, o Homem toma o lugar no centro da Criação: esta aparece-lhe
inteligível, feita à sua medida, dócil às suas vontades. Sente-se impaciente por estender o poder ilimitado
do seu pensamento sobre as coisas […].
A arte é um desses meios de domínio: capta as aparências, mas faz mais: submete-as às regras do
nosso espírito. Não será a ressurreição e o prolongamento do sonho antigo? Vitrúvio, que é então lido a
10 ponto de se tornar incontornável, preconizava a euritmia, que fazia repetir as partes, e a simetria, que
lhes dava proporção. Este espírito ordenador, eminentemente arquitetural, comunicar-se-á à própria pin-
tura, onde a composição irá assumir um papel capital. […]
Num defensor do espírito experimental como Leonardo, compreende-se bem como as preocupações
deslizaram para a procura do Belo ideal. Mas foi evidentemente Rafael quem deu a expressão total, por
15 vezes sublime, da perfeita união entre o espírito religioso e o espírito profano, no seio de uma procura do
divino pressentido na transcendência da beleza. Esta obtém-se na forma pela proporção, no conjunto da
obra pela composição. A composição consegue-se, por sua vez, com geometria e ritmo, com uma perspetiva
convergente, o que contribui, além disso, para o realismo do espaço. Com Rafael, triunfa o espírito do
Renascimento. Implantou-se em Roma, no coração da Cristandade e foi patrocinado pelos papas. Domi-
20 nou as diversas artes, arquitetura, escultura, pintura, tão aproximadas pela unidade dos seus princípios
que os maiores criadores, de Leonardo a Miguel Ângelo, as sabem praticar por seu turno.
No Renascimento, a Humanidade viveu uma dessas fases supremas de equilíbrio e plenitude
que parecem, de momento, tão sólidas que se acredita serem definitivas. Esse equilíbrio nasce da per-
feita adequação entre o que se vislumbra e compreende do mundo e os meios de o representar e traduzir
25 de que se dispõe. Parece que todos os problemas se encontram resolvidos ou em vias disso.
René Huyghe, 1967 – Sens et destin de l’art, Paris Flammarion, vol. 2
Resolução de situações-problema
doc doc doc
B C D

Gregório Lopes, Virgem com o Menino e Anjos, 1536, óleo sobre madeira
Cimabue, A Virgem e o Menino em Rafael, La Belle Jardinière, 1507, óleo (Museu Nacional de Arte Antiga, Lisboa)
majestade, rodeada de anjos, c. 1270, sobre madeira (Museu do Louvre,
têmpera sobre madeira (Museu do Paris)
Louvre, Paris)

Atividades
1. Preste atenção aos dois primeiros parágrafos do doc. A. De que modo a arte renascentista reflete o
triunfo do antropocentrismo?
2. Diz-nos René Huyghe que os artistas do Renascimento perseguiram o Belo ideal. De que meios se serviram?
3. Rafael é considerado um mestre na procura do Belo ideal. Segundo Vasari, Rafael não copiava a
Natureza, mas melhorava-a, idealizando-a. Pintar à maneira de Rafael tornou-se moda académica.
3.1. Por que podemos considerar La Belle Jardinière (doc. C) um exemplo de Belo ideal?
4. Compare a pintura de Rafael com a de Cimabue (doc. B) e mostre que, no espaço de dois séculos, a pintura
ocidental deu um grande salto qualitativo ou, como diz R. Huygbe, «a Idade Média está definitivamente
encerrada».
4.1. Na análise comparativa a efetuar, atente no enquadramento usado; na atitude das personagens; na
técnica; na volumetria; na perspetiva; na geometrização; na cor e na luz.
5. O tema de A Virgem e o Menino é recorrente na pintura ocidental durante o Renascimento. Vimo-lo na
Itália, onde quase todos os pintores contam com Madonas na sua obra; na Flandres (recorde o doc. 4 da
unidade 1); em Portugal (doc. D).
5.1. Faça, com outros colegas, uma apresentação em PowerPoint sobre «A Virgem e o Menino na
pintura do Renascimento». Detenha-se na pintura italiana, flamenga e portuguesa. Não exceda 20
slides. Para cada quadro apresentado, não esqueça a identificação da pintura, de acordo com as regras
aprendidas em Metodologia (pp. 93-97). Sugere-se a pesquisa de imagens em livros de História de
Arte, em CD-Rom, na Internet (os sites de museus, como o Louvre, Paris, os Uffizi, Florença, os
Musées Royaux des Beaux-Arts, Bruxelas, a National Gallery, Londres, o Prado, Madrid, a Pinacoteca
de Munique, o Museu Nacional de Arte Antiga, Lisboa, serão, certamente, de grande utilidade).
5.2. Termine a apresentação com:
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– uma breve comparação entres as pinturas italiana e flamenga;


– uma breve apreciação das obras portuguesas (identificam-se mais com as italianas ou com as fla-
mengas?);
– o comentário ao quadro que tenha reunido as preferências do grupo (ver Metodologia, pp. 93-97).

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