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º 90 — 11 de maio de 2015
estabelecimentos ou de atividades económicas, designa- regimes aplicáveis nesta matéria e contribuindo para a dis-
damente, com o Sistema da Indústria Responsável, com ponibilização de informação necessária aos interessados.
o Regime de Exercício das Atividades Pecuárias ou com Por último, o regime de LUA corresponde a uma primeira
o Regulamento de Licenças para Instalações Elétricas. fase da integração de regimes jurídicos de controlo prévio
Quando estejam em causa pedidos de licenciamento ou em matéria ambiental. Em último grau, tal integração pode
controlo prévio ambiental apresentados no âmbito desses implicar a fusão dos diversos regimes de licenciamento e
regimes, os pedidos são submetidos através do respetivo controlo prévio ambiental, o que exigirá uma revisão mais
balcão eletrónico e encaminhados para o SILiAmb, para complexa, dada a variedade das regras procedimentais e
tramitação do procedimento de emissão do TUA. O SI- das condições técnicas aplicáveis em cada um dos regimes
LiAmb assegura a interoperabilidade com a plataforma envolvidos, bem como as especificidades decorrentes das
eletrónica do regime de licenciamento da atividade, trans- normas de direito europeu. Nesta fase, procede-se desde já
mitindo para a mesma o TUA, atualizado com as licenças ao reforço dos mecanismos de articulação procedimental e
ambientais adquiridas. de gestão da informação. Pretende-se, contudo, prosseguir
Assim, no âmbito do SILiAmb ou, por interoperabi- estes esforços, designadamente, através da avaliação dos
lidade, no âmbito da plataforma eletrónica relativa ao resultados da aplicação do regime LUA e da sua revisão
controlo prévio da atividade económica em questão, o no prazo de três anos a contar da sua entrada em vigor.
requerente tem acesso a simuladores que lhe permitem o Foram ouvidos os órgãos de governo próprio das re-
giões autónomas e a Associação Nacional de Municípios
enquadramento da sua atividade económica nos diversos
Portugueses.
regimes ambientais aplicáveis, e o cálculo automático dos Assim:
montantes das taxas correspondentes. Nos termos da alínea a) do n.º 1 do artigo 198.º da
Apesar de o LUA poder incorporar todas as decisões ou Constituição, o Governo decreta o seguinte:
autorizações em matéria ambiental, mantém-se a possibi-
lidade de serem requeridas apenas aquelas que, em dado
momento, interessem ao requerente, as quais vão sendo CAPÍTULO I
oportunamente inscritas no TUA.
Em termos de simplificação administrativa salienta-se Disposições gerais
que o requerente entrega os elementos instrutórios de forma
desmaterializada e de uma só vez, servindo os mesmos Artigo 1.º
para todos os procedimentos aplicáveis, incluindo para Objeto
pedidos efetuados posteriormente, sempre que se man- O presente decreto-lei aprova o Regime de Licencia-
tenham válidos, numa lógica de economia de recursos. mento Único de Ambiente (LUA), que visa a simplificação
Os prazos dos regimes aplicáveis não sofrem alterações, dos procedimentos dos regimes de licenciamento ambien-
contudo, agora iniciam-se todos simultaneamente, nos tais, regulando o procedimento de emissão do Título Único
termos da lei. Isso significa a possibilidade de definição Ambiental (TUA).
de uma janela temporal máxima para a obtenção de todas
as licenças e demais atos de controlo prévio ambiental Artigo 2.º
necessários ao exercício de determinada atividade. Essa
janela temporal corresponde ao prazo mais longo de entre Âmbito de aplicação
os diversos aplicáveis. 1 — O presente decreto-lei aplica-se aos procedimen-
Prevê-se ainda a possibilidade de intervenção de en- tos de licenciamento e autorização relativos a projetos e
tidades acreditadas em todas as fases do procedimento, atividades abrangidas pelos seguintes regimes jurídicos de
com exceção das decisões finais da competência das res- licenciamento e controlo prévio ambiental:
petivas entidades licenciadoras em matéria de ambiente.
Por fim, salienta-se a criação da taxa ambiental única, a) Da avaliação de impacte ambiental (RJAIA), apro-
cujo valor é significativamente reduzido relativamente às vado pelo Decreto-Lei n.º 151B/2013, de 31 de outubro,
taxas relativas aos regimes ambientais que se encontram alterado pelo Decreto-Lei n.º 47/2014, de 24 de março;
b) De prevenção de acidentes graves que envolvam
vigentes, individualmente considerados.
substâncias perigosas e a limitação das suas consequências
O modelo integrado de licenciamento ambiental que para o homem e o ambiente, aprovado pelo Decreto-Lei
o LUA, ao sistematizar e uniformizar toda a informação n.º 254/2007, de 12 de julho, alterado pelo Decreto-Lei
aplicável ao estabelecimento ou atividade, em, matéria n.º 42/2014, de 18 de março;
ambiental, reforça a transparência e a responsabilidade c) De emissões industriais (REI), aprovado pelo Decreto-
dos empresários e das demais entidades intervenientes. -Lei n.º 127/2013, de 30 de agosto;
O presente decreto-lei visa por conseguinte a integração, d) De comércio de licenças de emissão de gases com
harmonização e simplificação de processos e procedi- efeito de estufa, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 38/2013,
mentos, de forma a facilitar aos interessados e à própria de 15 de março, no que se refere a instalações fixas e pelo
administração a sua interpretação e aplicação, contribuindo Decreto-Lei n.º 93/2010, de 27 de junho, no que se refere
para minorar a atual dispersão legislativa em regimes com ao setor da aviação;
manifesta afinidade de matérias e, por outro lado, os custos e) Da gestão de resíduos, previsto no Decreto-Lei
relacionados mormente com a morosidade dos procedi- n.º 178/2006, de 5 de setembro;
mentos e a multiplicidade de licenças. f) Dos títulos de utilização de recursos hídricos (TURH),
Pretende-se, igualmente, reforçar a colaboração dos previstos no Decreto-Lei n.º 226-A/2007, de 31 de maio;
vários organismos e serviços da Administração Pública, g) Das operações de deposição de resíduos em aterro e
legalmente competentes em matéria ambiental, em espe- as características técnicas e os requisitos gerais a observar
cial, as CCDR, clarificando a articulação entre os vários na conceção, licenciamento, construção, exploração, en-
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cerramento e pós-encerramento de aterros, nos termos do ii) Uma instalação permanente, considerando-se como
Decreto-Lei n.º 183/2009 de 10 de agosto, alterado pelos tal a que tiver uma vida útil superior a um ano, usada para
Decretos-Leis n.os 84/2011, de 20 de junho, e 88/2013, de armazenagem temporária;
9 de julho;
h) Do regime jurídico do licenciamento da instalação d) «Avaliação de impacte ambiental» ou «AIA»: o ins-
e da exploração dos centros integrados de recuperação, trumento de carácter preventivo da política do ambiente,
valorização e eliminação de resíduos perigosos, aprovado sustentado na realização de estudos e consultas, com efe-
pelo Decreto-Lei n.º 3/2004, de 3 de janeiro, alterado pelo tiva participação pública e análise de possíveis alternativas,
Decreto-Lei n.º 178/2006, de 5 de setembro; que tem por objeto a recolha de informação, identificação
i) Dos procedimentos ambientais previstos no regime e previsão dos efeitos ambientais de determinados proje-
jurídico de gestão de resíduos das explorações de depósitos tos, bem como a identificação e proposta de medidas que
minerais e de massas minerais, previsto no Decreto-Lei evitem, minimizem ou compensem esses efeitos, tendo
n.º 10/2010, de 4 de fevereiro, alterado pelo Decreto-Lei em vista uma decisão sobre a viabilidade da execução de
n.º 31/2013, de 22 de fevereiro; tais projetos e respetiva pós-avaliação;
j) Dos procedimentos de avaliação de incidências am- e) «Declaração de impacte ambiental» ou «DIA»: a
bientais, previstos nos artigos 33.º-R a 33.º-U da secção IV decisão, expressa ou tácita, sobre a viabilidade ambiental
do Decreto-Lei n.º 172/2006, de 23 de agosto, alterado pelo de um projeto, em fase de estudo prévio ou anteprojeto ou
Decreto-Lei n.º 215-B/2012, de 8 de outubro. projeto de execução;
f) «Decisão de verificação de conformidade ambiental
2 — O presente decreto-lei não prejudica os regimes de projeto de execução»: a decisão, expressa ou tácita, so-
de emissão de títulos de utilização dominial nas áreas bre a conformidade ambiental do projeto de execução com
sob jurisdição portuária nos termos da competência das a DIA emitida, em fase de anteprojeto ou estudo prévio;
administrações portuárias, designadamente, nos termos do g) «Entidade acreditada»: qualquer entidade reconhe-
artigo 13.º da Lei n.º 58/2005, de 29 de dezembro, alterada cida pelo Instituto Português de Acreditação, I.P. (IPAC,
pelos Decretos-Leis n.os 245/2009, de 22 de setembro, I.P.), enquanto organismo nacional de acreditação ou por
60/2012, de 14 de março, e 130/2012, de 22 de junho, e organismo de acreditação signatário do acordo de reco-
do n.º 3 do artigo 38.º do Decreto-Lei n.º 226-A/2007, de nhecimento mútuo relevante da entidade acreditada, com
31 de maio. competência para realizar atividades de avaliação da con-
3 — O procedimento de emissão do TUA relativo ao formidade específicas nomeadamente para a avaliação
exercício de uma atividade abrangida pelos regimes es- da conformidade com a legislação aplicável do projeto a
pecíficos aplicáveis às atividades económicas é efetuado submeter a licenciamento e a avaliação da conformidade
em articulação com os procedimentos aplicáveis ao abrigo das instalações ou processos com o projeto aprovado;
daqueles regimes legais, sendo para o efeito assegurada h) «Entidade coordenadora no domínio do ambiente»
a integração do Sistema Integrado de Licenciamento do ou «ECA»: a entidade com atribuições e competências no
Ambiente (SILiAmb) com as correspondentes plataformas domínio do ambiente, a quem está cometido o licenciamento
eletrónicas através da Plataforma de Interoperabilidade da ou autorização de uma atividade, a coordenação do respetivo
Administração Pública (iAP). procedimento e a emissão da autorização ou da licença para
4 — O LUA relativamente ao exercício de um uso ou de a instalação, alteração e exploração dessa atividade;
uma atividade no espaço marítimo nacional é efetuado em i) «Estabelecimento»: a totalidade da área coberta e
articulação com os procedimentos previstos e aplicáveis não coberta sob responsabilidade do operador que inclui
em matéria de ordenamento e gestão do espaço marítimo as respetivas instalações;
nacional, através do respetivo balcão único eletrónico, j) «Instalação»: unidade técnica onde são desenvolvidas
via iAP. uma ou mais atividades, bem como quaisquer outras ati-
vidades diretamente associadas que tenham uma relação
Artigo 3.º técnica com as atividades exercidas no local e que possam
Conceitos
ter efeitos sobre as emissões e a poluição;
k) «Instalação de coincineração de resíduos»: uma uni-
1 — Para efeitos da aplicação do presente decreto-lei, dade técnica fixa ou móvel que tem como principal fina-
são estabelecidos os seguintes conceitos: lidade a geração de energia ou a produção de materiais e
que utiliza resíduos como combustível habitual ou com-
a) «Alteração»: a modificação das características ou
plementar, ou na qual os resíduos são sujeitos a tratamento
do funcionamento, bem como a ampliação da instalação,
térmico com vista à sua eliminação através da incineração
suscetíveis de terem efeitos no ambiente;
dos resíduos por oxidação ou por outros processos de
b) «Armazenagem»: a presença de substâncias perigosas
tratamento térmico, como a pirólise, a gaseificação ou
para efeitos de entreposto, depósito à guarda ou armaze-
processos de plasma, se as substâncias resultantes do tra-
namento bem como a deposição controlada de resíduos,
tamento forem subsequentemente incineradas;
antes do seu tratamento e por prazo determinado, designa-
l) «Instalação de combustão»: qualquer equipamento
damente as operações R13 e D15 identificadas nos anexos I
técnico em que sejam oxidados produtos combustíveis;
e II do Decreto-Lei n.º 178/2006, de 5 de setembro;
m) «Instalação de combustão mista»: qualquer instala-
c) «Aterro»: a instalação de eliminação de resíduos
ção de combustão suscetível de ser alimentada simultânea
através da sua deposição acima ou abaixo da superfície
ou alternadamente por dois ou mais tipos de combustível;
natural, incluindo:
n) «Instalação de incineração de resíduos»: qualquer
i) As instalações de eliminação internas, considerando- unidade ou equipamento técnico fixo ou móvel destinado
-se como tal os aterros onde o produtor de resíduos efetua ao tratamento térmico de resíduos, com ou sem valorização
a sua própria eliminação de resíduos no local de produção; do calor gerado pela combustão, através da incineração dos
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resíduos por oxidação e outros processos de tratamento u) «Plano de monitorização» (PM): a decisão emitida de
térmico, como a pirólise, a gaseificação ou processos de acordo com o disposto que no capítulo IV do Decreto-Lei
plasma, se as substâncias resultantes do tratamento forem n.º 93/2010, de 27 de julho, que estabelece a metodologia
subsequentemente incineradas; destinada a monitorizar e a comunicar as emissões ou a
o) «Instalação de incineração de resíduos nova»: qual- monitorizar e a comunicar os dados relativos às toneladas-
quer instalação de incineração de resíduos não abrangidos -quilómetro dos operadores de aeronave que realizem pelo
pelo disposto no artigo 59.º do Decreto-Lei n.º 127/2013, menos uma das atividades de aviação enumeradas no ane-
de 30 de agosto; xo I do referido diploma;
p) «Instalação pecuária»: qualquer instalação, edifí- v) «Projeto»: a conceção e realização de obras de cons-
cio ou grupo de edifícios, unidades técnicas, unidades trução ou de outras intervenções no meio natural ou na
de compostagem e de produção de biogás, de efluentes paisagem, incluindo as intervenções destinadas à explo-
pecuários na aceção do Regulamento (CE) n.º 1069/2009, ração de recursos naturais;
do Parlamento Europeu e do Conselho, de 21 de outubro w) «Requerente»: a pessoa individual ou coletiva, pú-
de 2009, estruturas anexas da exploração e locais não com- blica ou privada, que formula um pedido de autorização
pletamente fechados ou cobertos, bem como instalações ou de licenciamento;
móveis, estruturas ou parques que alterem ou inutilizem x) «Sítio»: todo o terreno sob o controlo de gestão de um
o uso do solo, onde os animais ou os efluentes pecuários operador, com uma localização geográfica bem definida;
podem ser mantidos ou manipulados, nomeadamente os pa- y) «Título Único Ambiental» ou «TUA»: o documento
vilhões destinados a alojar os animais, os parques de recria emitido de acordo com o presente decreto-lei, que con-
ou de maneio, com exceção das superfícies de pastoreio; tém todas as condições para a construção, exploração,
q) «Instalação de resíduos» (no âmbito do regime jurí- monitorização e desativação de um projeto, em matéria
dico a que está sujeita a gestão de resíduos das explorações ambiental, bem como todas as permissões administrati-
de depósitos minerais e de massas minerais — Decreto- vas contempladas nos vários regimes ambientais a que o
-Lei n.º 10/2010, de 4 de fevereiro): qualquer superfície projeto é sujeito;
designada para a acumulação ou depósito de resíduos de z) «Título de Utilização de Recursos Hídricos» ou
extração, sólidos, líquidos, em solução ou em suspensão, «TURH»: a decisão, emitida de acordo com o Decreto-Lei
incluindo as barragens e outras estruturas que sirvam para n.º 226-A/2007, de 31 de maio, que permite o desenvol-
fins de contenção, retenção ou confinamento, ou que sir- vimento de atividades que tem impactes significativo no
vam de apoio a essas instalações, bem como as escombrei- estado das águas;
ras e as bacias, com exclusão dos vazios de escavação em aa) «Título de emissão de gases com efeito de estufa» ou
que sejam repostos resíduos depois da extração do mineral «TEGEE»: a decisão emitida de acordo com o disposto no
para fins de reabilitação, estabilização geomecânica e ou capítulo III do Decreto-Lei n.º 38/2013, de 15 de março, que
como requisito da sequência do método de exploração, permite a emissão dos gases com efeito de estufa, para uma
durante os seguintes períodos: parte ou para a totalidade da instalação, mediante prova de
que o operador é capaz de monitorizar e comunicar as infor-
i) Mais de seis meses, para as instalações de resíduos mações relativas a emissões de acordo com o Regulamento
perigosos gerados de forma imprevista; (UE) n.º 601/2012, da Comissão, de 21 de junho de 2012.
ii) Mais de um ano, para as instalações de resíduos não
inertes e não perigosos; 2 — Os conceitos estabelecidos no número anterior
iii) Mais de três anos, para as instalações destinadas a prevalecem sobre os correspondentes conceitos ou defi-
solo não poluído, resíduos de prospeção não perigosos, re- nições constantes dos regimes jurídicos referidos no n.º 2
síduos resultantes da extração, tratamento e armazenagem do artigo anterior.
de turfa e resíduos inertes;
iv) Sem prazo, para as instalações de resíduos da cate-
goria A e as instalações de resíduos caracterizados como CAPÍTULO II
perigosos no plano de gestão de resíduos;
Entidades intervenientes
r) «Licença ambiental» ou «LA»: a decisão que visa
garantir a prevenção e o controlo integrados da poluição Artigo 4.º
proveniente das instalações que desenvolvem uma ou mais Entidades intervenientes
atividades constantes do anexo I do REI, aprovado pelo
Decreto-Lei n.º 127/2013, de 30 de agosto, estabelecendo No âmbito da aplicação do presente decreto-lei, além
as medidas destinadas a evitar, ou se tal não for possível, do requerente do TUA, intervêm as seguintes entidades:
a reduzir as emissões para o ar, água e solo, a produção a) Entidades licenciadoras no domínio do ambiente;
de resíduos e a poluição sonora, constituindo condição b) Entidades coordenadoras no domínio do ambiente;
necessária da exploração dessas instalações; c) Autoridade nacional para o LUA (ANLUA);
s) «Licença de emissão»: a licença, transferível em con- d) Entidades acreditadas;
formidade com as disposições do Decreto-Lei n.º 38/2013, e) Entidades com competências de fiscalização ou de
de 15 de março, e do Decreto-Lei n.º 93/2010, de 27 de inspeção.
julho, para emitir uma tonelada de dióxido de carbono Artigo 5.º
equivalente durante determinado período;
t) «Licença de exploração»: decisão integrada no TUA, Entidades licenciadoras e coordenadoras
no domínio do ambiente
que habilita a exploração de instalações e estabelecimentos
sujeitos a procedimentos de licenciamento ou autorização 1 — No âmbito dos vários regimes ambientais apli-
para que seja competente uma entidades coordenadora no cáveis estão previstas como entidades licenciadoras em
domínio do ambiente; matéria de ambiente a Agência Portuguesa do Ambiente,
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I.P. (APA, I.P.), e as Comissões de Coordenação e Desen- f) Disponibilizar informação sobre o andamento do pro-
volvimento Regional (CCDR). cesso, incluindo a emissão de documentos comprovativos
2 — Compete às entidades licenciadoras no domínio do de que a entidade competente não se pronunciou no prazo
ambiente, no âmbito das suas obrigações gerais: legalmente previsto para o efeito;
g) Emitir o TUA, assim como manter, atualizar e dis-
a) Prestar informações, esclarecimentos e apoio téc- ponibilizar o registo do TUA.
nico ao requerente, no âmbito das suas competências,
assim como disponibilizar documentação de referência; Artigo 6.º
b) Utilizar a informação que esteja na disponibilidade
da administração e solicitar ao requerente, apenas, os ele- Autoridade Nacional para o licenciamento único de ambiente
mentos que sejam legalmente exigidos e indispensáveis à 1 — A APA, I.P., é a ANLUA, competindo-lhe nessa
apreciação do pedido; qualidade:
c) Monitorizar a tramitação dos procedimentos da sua
competência e cumprir os prazos legalmente previstos; a) Assegurar o cumprimento das competências estabe-
d) Participar no processo de licenciamento das ativida- lecidas no n.º 2 do artigo anterior, nomeadamente acompa-
des com repercussões ambientais nos termos da legislação nhar os pedidos de licenciamento apresentados e zelar pela
aplicável; adequada tramitação procedimental e cumprir os prazos
e) Verificar a boa instrução dos processos de licencia- legalmente previstos;
mento ou autorização, no domínio do ambiente; b) Garantir a aplicação e interpretação harmonizada dos
f) Apoiar a entidade coordenadora na identificação dos vários regimes de licenciamento e autorização em matéria
condicionamentos legais e regulamentares aplicáveis ao de ambiente;
projeto e respetivas implicações nos procedimentos no c) Decidir, quando necessário, sobre o enquadramento
domínio do ambiente; nos diferentes regimes de licenciamento e autorização em
g) Emitir as decisões de licenciamento ou controlo pré- matéria de ambiente;
vio ambiental a inscrever no TUA; d) Designar o gestor do procedimento, quando não exista
h) Comunicar à entidade coordenadora do procedimento entidade coordenadora no domínio do ambiente;
as decisões de licenciamento ou controlo prévio ambiental; e) Emitir o TUA, assim como manter, atualizar e dis-
i) Promover e conduzir a realização de vistorias e visitas ponibilizar o registo do TUA, quando não exista entidade
técnicas, quando aplicável; coordenadora no domínio do ambiente;
j) Emitir, sempre que considere necessário, diretrizes e f) Elaborar um relatório trianual com indicação de todos
os elementos estatísticos relevantes relativos à tramitação
requisitos técnicos relevantes para o bom funcionamento
dos procedimentos previstos no presente decreto-lei, in-
dos processos de licenciamento e autorização, em articu-
cluindo o número de processos iniciados, os prazos médios
lação com a ANLUA;
de decisão do procedimento e de resposta de todas as
k) Colaborar com a ANLUA, na identificação e resolu-
entidades intervenientes, bem como eventuais constran-
ção de eventuais constrangimentos que se possam verificar gimentos identificados, designadamente nos sistemas de
nos respetivos processos; informação e nas regras aplicáveis, para efeitos do previsto
l) Informar a ANLUA sobre o ponto de situação dos no n.º 2 do artigo 22.º
processos em curso, sempre que solicitado por esta.
2 — A APA, I.P., atua como interlocutor para os contac-
3 — A APA, I.P., e as CCDR, além das competências de tos a estabelecer com a entidade coordenadora no domínio
licenciamento no domínio do ambiente, a que se referem do ambiente, com a entidade licenciadora no domínio do
os números anteriores, podem ser entidades coordenadoras ambiente e com o requerente.
do procedimento, quando lhes competir o licenciamento
ou autorização da atividade económica a que respeita o Artigo 7.º
pedido, de acordo com o disposto nos regimes específicos
de ambiente. Gestor do procedimento
4 — No âmbito do licenciamento ou autorização de O gestor do procedimento acompanha os pedidos de
atividades, às entidades coordenadoras no domínio do licenciamento apresentados, competindo-lhe neste âmbito
ambiente incumbe, além das obrigações previstas no n.º 2, o seguinte:
o seguinte:
a) Zelar pela adequada tramitação procedimental e pelo
a) Constituir-se como entidade interlocutora do reque- cumprimento dos prazos;
rente nos contactos considerados necessários à boa instru- b) Solicitar às outras entidades licenciadoras a designa-
ção e apreciação dos procedimentos previstos nos vários ção de interlocutor em matéria de licenciamento ambiental;
regimes ambientais e coordenar a condução, monitorização c) Prestar a informação solicitada sobre o estado do
e dinamização dos vários procedimentos administrativos; procedimento e prazos;
b) Reunir com o requerente e com o responsável técnico d) Assegurar a reunião da informação necessária para
do projeto, sempre que tal se revele necessário; a boa instrução do procedimento e assegurar o seu devido
c) Solicitar elementos adicionais ao requerente, por encaminhamento;
uma única vez, nos termos e prazos legalmente previstos; e) Promover a realização dos pedidos de informação
d) Reunir e comunicar com as demais entidades interve- adicional à entidade coordenadora, quando a eles houver
nientes, designadamente por meios eletrónicos, tendo em lugar;
vista a informação recíproca, a calendarização articulada f) Monitorizar os procedimentos comuns aos regimes
dos atos e formalidades, o esclarecimento e a concertação; ambientais aplicáveis, promovendo sinergias e a eficiência
e) Designar o gestor do procedimento; dos recursos afetos;
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g) Reunir com o requerente, entidade coordenadora, participar, a qualquer título, em atividades de consultoria,
entidade licenciadora em matéria de ambiente e demais projeto, construção, instalação ou manutenção relacionadas
intervenientes no procedimento, sempre que tal se revele com o licenciamento em causa.
necessário.
CAPÍTULO IV
CAPÍTULO III
Disposições procedimentais
Entidades acreditadas
Artigo 12.º
Artigo 8.º Pedido
Entidades acreditadas
1 — O pedido de TUA realiza-se mediante a entrega
1 — As entidades acreditadas nos termos do presente do dossier único eletrónico previsto no artigo seguinte,
decreto-lei exercem a sua atividade, no âmbito de qualquer contendo todos os elementos instrutórios exigidos no
um dos regimes constantes do artigo 2.º e de acordo com âmbito dos regimes de licenciamento ou controlo prévio
a respetiva acreditação. ambiental aplicáveis, sem prejuízo do disposto no número
2 — Para os efeitos previstos no número anterior, as seguinte.
entidades acreditadas podem: 2 — O requerente pode optar por incluir no pedido
de TUA apenas um ou mais dos atos de licenciamento
a) Atestar a conformidade da instrução do pedido de ou controlo prévio ambiental instrutórios que sejam
emissão do TUA com a legislação em vigor, através de aplicáveis, nos termos dos regimes referidos no n.º 1
relatório de conformidade a entregar com esse pedido; do artigo 2.º
b) Realizar outras atividades de avaliação da conformi- 3 — O indeferimento de um dos pedidos de licencia-
dade, nos termos legalmente previstos. mento ou controlo prévio em matéria ambiental determina
a não emissão do título de instalação ou de exploração, que
3 — O disposto na alínea a) do número anterior não deles dependa nos termos dos regimes jurídicos aplicáveis.
obsta ao indeferimento liminar do pedido e extinção do
respetivo procedimento, após audiência prévia, sempre que Artigo 13.º
a entidade licenciadora no domínio do ambiente verifique
deficiência insanável do pedido. Dossier eletrónico
4 — O disposto nos números anteriores não prejudica 1 — O dossier eletrónico é apresentado mediante o
as competências legais de decisão relativas ao licencia- preenchimento do formulário eletrónico no balcão único,
mento em matéria ambiental ou ao regime da avaliação o qual é constituído por vários módulos de informação
do impacte ambiental. comum a todos os regimes ambientais abrangidos, bem
como por informação complementar para cada regime
Artigo 9.º ambiental aplicável, e que correspondem aos elementos
Critérios e requisitos da acreditação instrutórios necessários apresentar para instrução dos res-
petivos procedimentos ambientais.
1 — A acreditação de entidades a que se refere o pre- 2 — O formulário eletrónico é objeto de preenchimento,
sente decreto-lei resulta da avaliação do cumprimento, apenas, nos módulos aplicáveis em função do tipo de ati-
pelas mesmas, quer dos requisitos definidos na NP EN vidade ou instalação e regimes ambientais aplicáveis.
ISO/IEC 17020, quer do disposto no artigo 11.º em ma- 3 — Os elementos instrutórios relativos aos vários
téria da organização de entidades acreditadas, a efetuar regimes ambientais que integram o LUA e seu conteúdo
pelo IPAC, I.P. são regulados por portarias dos membros do Governo
2 — A APA, I.P., estabelece e publicita, no respetivo responsáveis pelas áreas do ambiente e da modernização
sítio na Internet e no balcão único eletrónico para o LUA administrativa, bem como, em cada caso, pelos mem-
as condições técnicas ambientais e os métodos de avaliação bros do Governo responsáveis pelas áreas de tutela dos
da conformidade. projetos abrangidos pelo presente decreto-lei, no prazo
de 90 dias a contar da data da publicação do presente
Artigo 10.º decreto-lei.
Pedido de acreditação
4 — Até à publicação das portarias previstas no número
anterior são aplicáveis os elementos instrutórios atualmente
O pedido de acreditação é apresentado ao IPAC, I.P., em vigor.
de acordo com o modelo de formulário e elementos ins-
trutórios definidos através de aviso a publicar na 2.ª série Artigo 14.º
do Diário da República e no sítio na Internet do IPAC, I.P.
Princípio da economia processual
Artigo 11.º 1 — O requerente é dispensado de juntar os elementos
Organização das entidades acreditadas
que já tenham sido apresentados no âmbito de procedi-
mentos anteriores, enquanto os mesmos se mantiverem
Quando se encontram integradas em estruturas organi- válidos e atualizados.
zacionais que desenvolvam outras atividades, as entidades 2 — Para efeitos do disposto no número anterior, o SI-
acreditadas devem dispor de uma unidade dotada de total LIAMB apresenta os campos respetivos a essa informação
autonomia técnica e decisória, não podendo essa unidade e devidamente pré-preenchidos de forma automática, desde
os técnicos envolvidos no exercício das respetivas funções que os mesmos se mantenham válidos.
2422 Diário da República, 1.ª série — N.º 90 — 11 de maio de 2015
ANEXO
Regime jurídico de avaliação de impactes ambientais Declaração de Impacte Ambiental (DIA) . . . . . . . . . . . . 100 70
(RJAIA) 1.
DIA (projetos sujeitos ao SIR). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 80 60
2
RECAPE (quando DIA é emitida em fase de estudo prévio 50 —
ou anteprojeto).
Regime de comércio de licenças de emissão de gases Título de emissão de gases com efeito de estufa . . . . . . . 30 —
com efeito de estufa (CELE).
Regime jurídico de avaliação de incidências ambientais Decisão do procedimento de avaliação de incidências am- 60 —
(AINCAS). bientais (Dincas).
2426 Diário da República, 1.ª série — N.º 90 — 11 de maio de 2015
Regime jurídico de gestão de resíduos das explorações Parecer (instalação de resíduos de extração) . . . . . . . . . . 45 (instalação —
de depósitos minerais e de massas minerais. de resíduos
de catego-
ria A).
30 (instalação
de resíduos
que não seja
categoria A.
1
Nos casos em que em a AIA decorra em simultâneo com outro regime de ambiente, os prazos a aplicar são os previstos no RJAIA, acrescidos de 10 dias, para introdução na licença das
condições estabelecidas na DIA.
2
RECAPE — Relatório de conformidade ambiental do projeto de execução com a DIA.
3
NIP/NSP — Nível Inferior de Perigosidade/Nível Superior de Perigosidade.
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