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11/04/2019 - 14h08
Os 100 dias do governo Bolsonaro são marcados pelo
desmonte da política de aids
Nestes 100 dias, a amostra já foi assustadora, pois não só não abriu diálogo com os
movimentos sociais, como tomou decisão causando estragos de difícil solução.
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04/06/2019 Os 100 dias do governo Bolsonaro são marcados pelo desmonte da política de aids – Agência AIDS
Não direcionar a mensagem de prevenção para a população LGBTQI+ deixou claro que o
atual governo desconsidera os dados epidemiológicos e não reconhece este público como
cidadão. São populações que estão no topo da pirâmide da infecção pelo HIV.
O senhor ministro da Saúde, Henrique Mandetta, teve uma fala equivocada quando quis
restringir o combate a aids a família. De que família ele está falando? Poderia ser a família
escolar? Família de trabalho? Família de diversão?
Não, o conceito de família deste governo é baseado em épocas remotas onde a guilhotina
poderia ser um caminho para quem discordasse.
A cartilha de homens trans que se encontrava na página no Ministério foi uma das
primeiras vítimas da atual gestão, quando no dia 3 de janeiro foi tirada do ar. A homofobia
pulsa no sangue de grande parte desta família, digo, governo.
Falar para todos e não para os grupos mais vulneráveis com linguem adequada e direta, é
uma forma de fugir das responsabilidades e não criar desconforto junto aos conservadores.
A troca de gestores no Departamento de Aids, que considero compreensiva, uma vez que
mudou o governo, foi feita sem qualquer diálogo com a sociedade civil, não fomos
chamados para debater se quer um programa de saúde pública contra aids.
No início de març, nos deparamos com outra bomba. O governo suspendeu a distribuição
dos kits de autoteste de HIV, com a justificativa de que a “ Anvisa identificou uma falha no
insumo, o que implica na impossibilidade de interpretação do resultado”. A nota técnica foi
feita sem esclarecimentos. Não sabemos até agora quando este insumo estará disponível
novamente no SUS.
A saga desta gestão contra a luta a favor dos direitos humanos e das pessoas vivendo com
HIV/aids voltou ao centro das atenções nesta semana. O presidente Jair Bolsonaro vetou o
projeto de lei que impedia a desaposentadoria das pessoas com HIV. Estamos falando de
pessoas que, por muitos anos, viveram com a doença e hoje convive com sequelas físicas e
psicológicas em decorrência da aids.
O gosto pela destruição nestes 100 dias também chegou ao Departamento de Aids. Na
última semana, o governo decidiu incluir tuberculose e hanseníase neste espaço.
Acredito que o programa de tuberculose, que há anos deixa a desejar sem uma ação que
venha amenizar a epidemia, não terá solução em uma casa nova. Também não vejo
nenhuma justificativa para incluir a hanseníase no Departamento, afinal não justifica nem
como coinfecção com as pessoas com HIV/aids e nem como forma de transmissão sexual.
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04/06/2019 Os 100 dias do governo Bolsonaro são marcados pelo desmonte da política de aids – Agência AIDS
Meu temor nesta sopa de letrinhas não está relacionado a divisão de verbas e sim a uma
atuação política que foi construída durante três décadas. A situação está ligada a
incompetência e a famigerada política ideológica de aparelhamento do Estado.
Com relação as hepatites virais, vale lembrar que o governo foi capaz de enviar
medicamento de hepatite C há um mês do vencimento. Foi uma irresponsabilidade jamais
vista nos últimos ano. Vidas foram colocadas em risco para encobrir o desastre que está
vivendo a saúde pública.
Todas estas questões não foram discutidos, os verdadeiros segmentos que representam a
luta contra aids talvez não tiveram o contraponto, mas temos que resistir a essa brutal
violência. É preciso resistir às atitudes deste governo nestes 100 dias ou estaremos fadados
a cair em um anonimato onde nossas vozes serão caladas e o verdadeiro ativismo será
esmagado pela máquina governamental, atingindo os direitos fundamentais das pessoas
vivendo com HIV e outras patologias.
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04/06/2019 Os 100 dias do governo Bolsonaro são marcados pelo desmonte da política de aids – Agência AIDS
22/05/2019 - 17h14
O Departamento das IST, do HIV/Aids e das Hepatites Virais (DIAHV), que já foi num
passado não muito longínquo o Programa Brasileiro de HIV/Aids, morreu no dia 17 de
maio de 2019, num decreto do governo que rearranja o organograma do Ministério da
Saúde.
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