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Enterobactérias: são bacilos gram-negativos (memb.

extra)
- Catalases +
- Fermentam glicose
- Resistência intrínseca aos antimicrobianos
1) Salmonella (gênero)
de formato bacilos, gram-negativa, móveis (contém flagelos)
é patogênica para seres humanos e animais
- fermentam glicose e manose e não fermentam lactose nem a sacarose
- a maioria produz H2S
- precipitação negra no meio de colônia devido a reação do H2S com o ferro por
exemplo
Salmonella (gênero) - espécie Salmonella enterica - Subespécie entérica - é a principal
causa da salmonelose humana
A Salmonella pode causar duas doenças:
● Febre tifóide/febre entérica = é a apresentação da Salmonella de forma mais
grave, uma doença restrita ao homem provocada por dois Sorovares de Salmonella,
que são S. typhi e S. paratyphi
● Salmonelose que causa Gastroenterite = provocada por sorovares de Salmonella
Typhimurium e S. Enteretidis
Gastroenterite pode provocar complicações - Extra-intestinal (invasiva) - Bacteremia -
Sepse
Sorovares:
são baseados em antígenos presentes na bactéria e suas diferenças
- antígeno O = representa o LPS das enterobactérias
- antígeno Vi ou K = cápsula de polissacarídeos
- antígeno H = flagelo - diferentes combinações das proteínas no flagelo podem fazer
a distinção de sorovares das bactérias
Fatores de virulência:
1) FIMBRIAS (ADESÃO) = são pequenos prolongamentos e irão fazer a ligação com as
células do intestino
● Do tipo I
● Agregativa - microvilosidades/enterócitos/ auto-agregação
● Plasmidial - microvilosidades/enterócitos
● Longa polar - ligação placa de Peyer
2) PROTEÍNAS EFETORAS SECRETADAS
● possuem diferentes funções (apoptose da célula, sobrevivência e multiplicação da
bactéria)
● são injetadas por sistemas de Secreção do tipo III
3) FATOR RCK - fator de resistência à morte do complemento
4) LPS - protege a salmonella da ação das defensinas e do sistema complemento
5) SUPEROXIDO DESMUTASE - enzima produzida pela bactéria que intercepta
formas reativas de oxigênio, que são tóxicas e teriam a capacidade de matá-la
porém ela consegue inativar essa enzima
6) ANTÍGENO Vi (CÁPSULA) - ajuda na adesão e é uma forma de escape do sistema
imunológico
7) FLAGELINA - proteína do flagelo
8) ShdA - proteína envolvida na adesão e no início da colonização
Patogênese:
- Infecção via oral (através de alimentos contaminados ou alimentos mal cozidos, ovo,
leite, carne) ou por pessoa-pessoa e contato com animais infectados
- a bactéria então atravessa a barreira ácida do estômago, pois ela é resistente ao ph
ácido do estômago
- se liga nos enterócitos e isso estimula a endocitose, ela adere e invade a mucosa do
intestino delgado através da endocitose - ligação do seu ligante no receptor
intestinal
- dentro dos enterócitos ela prolifera e invade outra célula, na região basolateral
Na Gastroenterite Auto-limitada: muitas células do intestino sofrem morte celular com a
multiplicação da bactéria. Essa multiplicação além de lesionar, provoca um desequilíbrio
provocando saída de água e eletrólitos abundante, causando a diarreia - gastroenterite
clássica por diarreia, pois ela será auto-limitada
- cultura de sangue negativa para bactérias
Extra-intestinal: Ocorre em pessoas mais debilitadas, a salmonella consegue invadir o
lúmen intestinal e passar do epitélio das células intestinais
● Diarreia pode conter sangue dependendo do grau de lesão provocada no epitélio
Febre Tifóide:
ocorre a infecção da bactéria no intestino como no mecanismo da Gastroenterite, porém os
sorovares (typhi e paratyphi) vão ter fatores de virulência que permitem que eles se liguem
nas células N.
- infecta a célula N e se multiplicam
- atravessam os macrófagos residentes
- infectam a placa de Peyer do intestino
- migram para os linfonodos mesentéricos e se multiplicam
- e a partir desses linfonodos, conseguem entrar na circulação sanguínea e fazem a
primeira bacteremia
- a partir da circulação sanguínea ocorre a infecção de outros órgãos, que ela têm
tropismo (baço, fígado, bexiga, medula óssea), ou seja, que possui um receptor
que consegue se encaixar nos ligantes das células do órgão
- caem novamente na circulação sanguínea a partir do lesionamento desses órgãos e
podem atingir mais órgãos, sendo a segunda bacteremia
- culturas de sangue para bactérias positivas na primeira e segunda semana da
doença
Sintomas da febre tifóide: febre alta, dores de cabeça, falta de apetite, retardamento do
ritmo cardíaco, aumento do volume do baço, mal-estar geral, manchas rosadas no tronco,
tosse seca e prisão de ventre no início
Sintomas da Gastroenterite: diarreia, vômito, dor abdominal, febre e náusea
Diagnóstico
- cultura + identificação (meios seletivos)
- testes sorológicos
- sorovares
Tratamento e controle
- casos complicados e febre tifóide: antibiótico - Cefalosporina de 3º geração e
Fluroquinolonas
- gastroenterite auto-limitada: reposição de eletrólitos e ingestão de água
- controle: manuseio adequado de alimentos
2) Shigella
Fatores de virulência:
A maioria estão presentes no seu plasmídio
- aderência
- invasão ( IPA - estímulo a endocitose/ contém poros na membrana)
- multiplicação intracelular (dentro dos enterócitos do hospedeiro)
- transmissão célula a célula
- motilidade
Cromossomo vai fazer a regulação desses fatores
Shigeloses:
● altamente infecciosa, pois não é necessária uma carga microbiana muito grande
para a infecção. contém de 100 a 200 micros resistentes ao suco gástrico
● causa doença invadindo e multiplicando nas células do cólon
● raramente invade a circulação sanguínea
● quase sempre limitada ao Trato gastrointestinal
Mecanismo de Invasão:
- infecta as células N, os macrófagos residentes associados ao sistema imunológico e
se multiplica dentro deles
- a partir desses macrofagos, infectam os enterocitos do epitelio intestinal
- Invasão/ destruição da camada epitelial da mucosa, provocando uma intensa reação
inflamatória
- presença de leucócitos, muco e sangue nas fezes
- desbalanço do equilíbrio do intestino
Toxina Shiga (Toxina AB)
● subunidade A
● subunidade B
inibe a síntese de proteína dos enterócitos, levando a morte celular deles
degrada o RNA ribossomal, paralisando o enterócito e provocando a sua morte
Transmissão = através de alimentos contaminados
Sintomas = febre, diarreia e fezes com sangue e muco, tenesmo, dor abdominal baixa
Diagnóstico:
- isolamento + identificação
- amostras de fezes da fase aguda da doença
- teste de sensibilidade aos antimicrobianos
ESCHERICHIA COLI
● bastonete gram negativo (memb extra)
● habita o TGI de todos os mamíferos (bactéria mais presente no TGI)
● coliformes fecais = nome mais genérico/comum
● lactose positivo - consegue digerir a lactose
● uso como marcador de saúde e higiene
● móvel com flagelos peritríquios, fimbriada
● NORMALMENTE inofensiva - não causa infecções
Aplicações:
Marcador da qualidade da água
- contagem de coliformes fecais na água indica a taxa de contaminação da água por
esgoto
Biologia molecular
- produção de vacinas e medicamentos
- melhor modelo de estudo sobre DNA
Sorotipagem: avaliação do tipo dos antígenos
de acordo com os antígenos
- antígeno O = LPS
- antígeno H = flagelos
Comensal X Patogênica
-E.coli comensal: não é patogênica pois não possui genes de virulência, não possui
toxinas nem capacidade de invasão. Relação de simbiose com o hospedeiro, estimulando o
sistema imune e produção de vitaminas (vit K). Ela também evita o estabelecimento de
outras bactérias patogênicas no intestino
Infecções mais comuns podendo ocorrer por, mesmo sem ter genes de virulência:
- perfuração intestinal, podendo levar à sepse
- uso prolongado de sonda urinária/cateter vesical
-E.coli patogênica: adquire genes de virulência e logo têm capacidade de provocar uma
infecção
● 6 tipos de E.coli patogênicas
● provocam diarréias agudas
● enterócitos pode ficar intacto,porém a bactéria está produzindo toxina
● enterócito lesionado, sem vilosidade ou funcionamento
● enterócito invadido, complicações no funcionamento
Tipos de e.coli patogênicas:
1) EPEC - Enteropatogênica
● causa lesão A/E (attachment/effacing) = adesão muito forte + lesão em forma de
pedestal + apagamento das microvilosidades
● possui um gene que favorece sua adesão no epitélio e a torna mais destacada no
TGI, criando uma lesão em forma de pedestal, se destacando das outras bactérias
● capacidade de retirar e desfazer as vilosidades e se aderir muito fortemente,
chamada de lesão do tipo A/E
● adere muito forte e leva ao apagamento das vilosidades, provocando uma diarreia
aquosa e a formação de um pedestal
2) EHEC - Enterohemorrágica
● produzem diarréia sanguinolenta
● Lesão A/E + produção da toxina semelhante à da Shigella (Shiga-like) - formação do
pedestal e morte dos enterócitos
● produção da toxina que degrada o RNA ribossomal e provoca a paralisação da
síntese proteica do enterócito, gerando uma diarreia com sangue
● Síndrome Hemolítica - Urêmica = ocorre quando a toxina Shiga-like produzida
pela bactéria chega à corrente sanguínea e se liga ao receptor dos glomérulos
renais, provocando morte celular do glomérulo e paralisação da síntese
proteica. Podendo causar insuficiência renal aguda, anemia hemolítica,
formação de trombos e hemólise
3) EIEC - Enteroinvasora
● mecanismo de invasão extremamente semelhante à Shigella, porém não há
produção de toxina
● ocorre invasão das células M - que é a célula responsável por controlar a passagem
de patógenos
● bactéria atravessa a camada basal e é fagocitada pelo macrófago, que morre sofre
apoptose por causa dela
● assim, a bactéria consegue invadir os enterócitos adjacentes e destrói os mesmos,
provocando a diarreia com sangue
● sempre aguda
4) ETEC - Enterotoxigênica
● produzem toxinas que causam diarreia aquosa
● toxina LT (termolábil)
● toxina ST (termoestável)
● ocorre a adesão inicial da bactéria pelas fímbrias, a produção da toxina e o aumento
nos níveis de AMPc (toxina LT) e GMPc (ST)
● isso provoca a abertura dos canais de cloro, causando a saída de íons, saindo
sódio, cloro e bicarbonato (saída de íons e água) - saída de eletrólitos e líquido na
luz intestinal, provocando a diarreia
● sempre aguda
5) EAEC - Enteroagregativa
● formação de biofilmes através da adesão e produção de muco
● intenso biofilme e inflamação da mucosa impede a absorção dos nutrientes,
provocando a diarreia
● induz a produção de muco pelo enterócito, facilitando a sua adesão nas
microvilosidades
● se aderem em forma de “modelo dos tijolos empilhados”, mas não provoca agressão
ou lesão aos enterócitos
● essa diarreia têm risco de se cronificar
● principal causa de mortalidade infantil
6) UPEC - Uropatogênica
● vive normalmente no intestino, porém causa infecções urinárias comunitárias
● são bactérias oriundas do TGI que conseguem acessar a uretra
● ocorre adesão ao epitélio e multiplicação
● causa infecção urinária em pessoas saudáveis
● 95% dos casos são provocadas por essa bactéria
● sintomas = piúria (pus na urina), disúria (dor ao urina), poliúria (muitas urinas)
Manifestações clínicas
Febre normalmente baixa
Diarreia aquosa (EPEC, ETEC)
Diarreia com sangue (EHEC, EIEC)
Diarreia com muco (EAEC)
- EHEC, ETEC, EIEC são sempre agudas
Transmissão: água e alimentos contaminados, mas principalmente a ÁGUA
- crianças são mais afetadas pois não têm a microbiota formada ainda e nem o
sistema imune
Cuidados: saneamento básico, água somente fervida/filtrada e cuidado no preparo de
alimentos
VIBRIO CHOLERAE
Não é uma enterobactéria
Não fermentam glicose
É um bacilo curvo - vibriões (formato de vírgula)
Gram - negativo móvel: possui apenas um flagelo
Vibrio cholerae (patogênico)
- causador da Cólera
Sorotipo Baseado no LPS - antígeno O
- O1 e O139 são os sorogrupos causadores da cólera
- sorogrupo = baseado no LPS
O1 é dividido em dois biotipos:
1) Pela presença de antígenos de superfície
- Ogawa
- Inaba
- Hikokima
São nome dos locais/cidades onde eles forma isolados
2) Pelo perfil bioquímico - comportamento bioquímico
- Clássico (mais comum e mais encontrado)
- El tor (menos comum) é o biotipo que atualmente mais provoca cólera
PATOGÊNESE
Principal transmissão = água contaminada
Ausência de saneamento - contaminação da água - ingestão da água contaminada -
incubação de 2 a 5 dias - colonização do intestino delgado e se ligam através de fímbria
TCP - expressão de toxinas Coléricas e Zot - diarreia
- Toxina colérica provoca a expulsão de água do intestino
Toxina colérica é do tipo A/B
- B se liga no receptor
- A entra dentro da célula, é a porção ativa que leva o aumento do AMPc
- logo, ocorre a saída de íons e água
- a perda do íon bicarbonato provoca a acidose, causando desnaturação proteica
- leva a uma perda de até 20L de água por dia
Sintomas clássicos: diarreia aquosa profunda - 20L por dia, fezes líquidas, vômitos, perda
de peso abrupta, olhos fundos e pele sem turgor
Desidratação profunda = provoca falência renal, choque hipovolêmico
Acidose metabólica = provoca coma e falência renal
STAPHYLOCOCCUS
● Coco gram - positivo
● imóvel
● forma cachos
● não forma esporos
● todos são catalases positivos (quebra da água oxigenada em água e libera O2), ou
seja, são sobreviventes à água oxigenada
Teste de Coagulase: para verificar se as bactérias têm a capacidade de coagular plasma
- S. aureus é um coagulase positivo
- todas as outras espécies de Staphylococcus são coagulase negativo
S. aureus
- maior concentração nas narinas (funciona como reservatório)
- no períneo
- nas mãos
Adesão
- contém adesinas = proteínas que se ligam aos componentes da matriz
- possui capacidade de evasão do sistema imune
- possui cápsula
- pigmentos carotenóides
- coagulase
Agressão
- capacidade de degradar lipídios, colágeno, ácido hialurônico por meio de enzimas
extracelulares que degradam tecidos
- produção de toxinas como as Citolisinas, que rompem hemácias e células de defesa
- possuem Superantígenos e toxinas esfoliativas
- Se coloniza a mucosa nasal e penetra na pele através de microfissuras e se
multiplica naquela região. Quando ela entra na pele , ela começa a degradar os
tecidos e causa um processo inflamatório e formação de pus. Pode ocorrer a
eliminação da infecção naturalmente, caracterizando uma infecção superficial.
Infecção profunda - pode se agravar para uma bacteremia, ou seja, presença de bactérias
no sangue, podendo levar ao choque e disseminação para outros órgãos ou pneumonia
Infecções superficiais:
● Foliculite - infecção do folículo piloso
sintomas: lesão indolor, pequena, purulenta
● Furúnculo (agravamento da foliculite)
● Impetigo - lesões não dolorosas e não delimitadas que se espalham pelo rosto ou
mãos, com aspecto de crosta e cor de mel
● Impetigo bolhoso - causado por toxina esfoliativa, que provoca deslocamento da
epiderme, é comum em bebês
● Celulite - infecção do tecido subcutâneo, região se torna inchada, avermelhada e
muito dolorosa
Infecções profundas:
● Osteomielite - infecção da bactéria nos ossos
● Endocardite - formação de bactérias nas válvulas cardíacas
● Pneumonia - provoca uma necrose extensa e afeta principalmente crianças de até 2
anos e idosos, causa por aspiração
● Síndrome da pele escaldada - causada por toxinas esfoliativas , afeta
principalmente recém nascidos
● Síndrome do choque tóxico - causada por um superantígeno, a bactéria entra no
sangue e se liga nas células T desencadeando uma forte resposta inflamatória =
choque tóxico. A toxina está presente no sangue
STREPTOCOCCUS
- Coco gram positivo
- normalmente possuem cápsula
- São fastidiosos - são difíceis de conseguir nutrientes para seu crescimento,
necessitam de ágar sangue
- vivem em locais que não estão muito expostos (orofaringe, vagina,
nasofaringe)
- catalases negativos (água oxigenada é capaz de matá-los)
- teste da catalase para diferenciar de Staphylo para Strepto
A catalase é uma enzima que quebra em água e O2
- capnofílicos = possuem crescimento ótimo em altas concentrações de dióxido de
carbono
Tipos de espécies: com base no padrão de hemólise em ágar sangue
- Hemólise total ou Beta-hemolíticos = provoca hemólise total, consomem
totalmente as hemácias e hemoglobinas
exemplo: S. pyogenes e S. agalactiae
Grupos de Lancefield - tipos diferentes de carboidrato na cápsula e na superfície dos
Beta-hemolíticos permite a diferenciação em grupos
- grupo A (S.pyogenes) - GAS
- grupo B (S.agalactiae) - GBS
- Alfa-hemolíticos = degradam as hemácias e consomem uma parte da hemoglobina,
provocam hemólise parcial. Não possuem divisão em grupos
exemplo: Streptococcus pneumoniae
- Não hemolíticos ou Gama-hemolíticos = não causam hemólise no sangue, ou seja,
não consomem o sangue
S. pyogenes - GAS:
Um dos principais patógenos humanos
Causa clássica de amigdalite e faringite
- muito encontrado na microbiota da faringe
Patogênese
● Colonização das vias aéreas superiores, através de proteínas que permitem a
adesão
● Consegue invadir também através de lesão do tecido, por enzimas que degradam
tecido ou pela entrada na pele através de microfissuras
● invade e degrada o tecido da faringe
● Pode ser resolvido ou pode ocorrer liberação de toxinas pirogênicas - toxinas que
causam Escarlatina e febre (ex: toxina estreptolisina O)
● bactéria que normalmente causa sequelas após a infecção, sendo elas:
Glomerulonefrite e Febre reumática
● Quando a bactéria entra através de microfissuras, ela pode causa Piodermite
● A Piodermite pode evoluir para a Fascite necrosante ou Erisipela
Faringite estreptocócica:
conhecida como tonsilite, amigdalite
sintomas: febre alta, calafrio, dor de garganta
Complicação da faringite:
Escarlatina = produção de toxinas pirogênicas, com eritemas que se espalham por todo
corpo, causando a “língua em morango’’
Erisipela = muito comum em idosos, provoca um rash cutâneo
Fascite Necrosante e Choque tóxico estreptocócico:
disseminação da bactéria no tecido subcutâneo com liberação de toxinas pirogênicas
causando necrose
- progressão em poucas horas, evolui para choque tóxico
Sequelas não-suprativas:
- Febre reumática (autoimune)
se desenvolve após uma infecção estreptocócica, em indivíduos com predisposição
genética. Anticorpos para a proteína M de S. pyogenes se ligam ao tecido cardíaco e
às articulações, gerando um problema auto imune e destruindo as válvulas
cardíacas. Comum em pessoas que têm faringites de repetição
Questão da prova: ENDOCARDITE X FEBRE REUMÁTICA
Endocardite = invasão da bactéria na corrente sanguínea e que se aloja no tecido cardíaco
e digere a válvula cardíaca e degrada ele
Febre reumática = não têm bactéria e sim anticorpo circulante. Ele atinge o tecido cardíaco
e destrói as válvulas cardíacas. Só é causada pelo Streptococcus pyogenes
Glomerulonefrite pós estreptocócica:
Ocorre após a infecção
Geração de anticorpos anti-proteína M que se ligam aos glomérulos renais
DIagnóstico:
- isolamento da bactéria em ágar sangue
- anticorpo anti-estreptolisina O (ASO)
Tratamento: penicilina benzatina ou amoxicilina
S. agalactiae - GBS:
- principal causa de pneumonia e meningite em bebês
- presente na microbiota vaginal, 40% das grávidas e 20% das mulheres
Patogênese
● colonização vaginal
● a partir da vagina, a bactéria pode penetrar na cavidade amniótica
● bactéria pode atingir o pulmão da criança através da aspiração do líquido amniótico
ou durante o parto vaginal, causando a pneumonia
● se não for tratada, pode se disseminar para o sangue e atinge o cérebro
Infecções
- tipo precoce = aquisição no útero ou parto
- tipo tardio = aquisição após o nascimento
- adulto = infecções urinárias à bacteremias e meningites
Streptococcus pneumoniae - ALFA HEMOLÍTICO:
Principal causa de pneumonias comunitárias - Pneumococo
Presente em 70% dos indivíduos - porém, a infecção ocorre quando a pessoa adquire um
tipo diferente daquele que o coloniza
- contém muitos fatores de virulência, é muito virulenta
- causa infecção em uma pessoa saudável
- causa sinusite e otite média com frequência, pode se complicar para uma
pneumonia
- se não for tratada corretamente, pode cair na corrente sanguínea e causa uma
bacteremia
- podendo se complicar ainda mais para meningite
A bactéria contém Pneumolisina - toxinas que lisam os tecidos pulmonares e consegue
assim adentrar na corrente sanguínea
Principal fator de virulência: cápsula muito espessa, permitindo que ela chegue no
sangue. A cápsula permite a infecção invasiva
CORYNEBACTERIUM DIPHTHERIAE
● Causadora da Difteria (doença controlada por vacinação)
● Bacilos gram positivos em forma de clava
● São exigentes nutricionalmente - vitaminas e nutrientes específicos
● Coloniza o trato respiratório
● Forma clínica mais comum: faríngea
Fatores de virulência:
- toxina diftérica: um tipo de exotoxina, toxina AB, essa toxina é secretada para
fora podendo cair na corrente sanguínea e se disseminar pelo organismo.
Ocorre expressão do gene da toxina (gene tox) - somente quando concentração de
ferro nas células se torna limitante
o ferro é o regulador da produção da toxina !
- toxina extremamente potente
Interação da toxina:
● a toxina se adere nas células que ela possui tropismo, ou seja, nas células em que
ela consegue ligar seu receptor
● ela entra através de endocitose mediada por receptor
● ocorre acidificação da vesícula endocítica, permitindo a dissociação do fragmento A
eB
● fragmento A (que é a toxina em si) entra no citoplasma, interrompendo a síntese de
proteína celular, provocando morte celular
Patogênese
Transmissão: através da inalação de aerossóis provenientes de doentes ou portadores do
bacilo
Reservatório = homem
- Na faringe, ocorre a fixação, proliferação e produção da toxina
- localmente na faringe = infecção na faringe, traqueia, laringe e pulmões - provoca
lesões de formação da membrana diftérica (na pseudomembrana)
- a Pseudomembrana pode cobrir tecidos do nariz, amígdalas e garganta,
tornando muito difícil respirar e engolir
- a toxina pode entrar em contato com a corrente sanguínea e se disseminar para
órgãos como o coração, rins e nervos em decorrência do seu tropismo
Sintomas: fraqueza, dor de garganta, febre, gânglios em volta do pescoço inchados
Complicações da difteria:
- bloqueio das vias aéreas - ação da bactéria, pela pseudomembrana
- danos ao músculo cardíaco (miocardite), provocados pela toxina
- danos nos nervos (polineuropatia) - toxina
- paralisia - toxina
- infecção pulmonar - ação da bactéria
Forma menos frequente - Difteria Cutânea: Dermatose preexistente - infecção pela
bactéria - manifestações clínicas semelhantes a outras infecções bacterianas secundárias -
toxina na corrente sanguínea - coração, rins e nervos
(mais raro)
● infecção simultânea com outras bactérias são frequentes
Diagnóstico
- isolamento e identificação
- secreções semeadas em ágar sangue (meio específico)
- Teste Elek
Tratamento e controle
BORDETELLA PERTUSSIS - causadora da Coqueluche
Cocobacilo gram positivo
Coqueluche = doença altamente contagiosa, caracterizada por tosse intensa e
contínua e potencialmente fatal em bebês
Bactéria fastidiosa - de difícil crescimento, necessita de meio rico com amido e carvão
Altamente contagiosa = pouca quantidade de bactérias/ carga bacteriana já
conseguem provocar uma doença
Fatores de virulência:
● Hemaglutinina filamentosa e fímbrias - responsáveis pela ligação e adesão das
bactérias às células ciliadas do trato respiratório superior
● Toxina pertússica - do tipo AB
Pode ter dois estímulos ao ser produzida:
- retida na superfície celular = adesão às células ciliadas do TRS
- lançada no meio = aumentando a produção do AMPc e causando um
desbalanço na produção de muco das células do TRS
● Adenil-ciclase invasiva - aumento da produção de AMPc, provocando uma
produção exacerbada de muco
● Citotoxina traqueal - atua na membrana citoplasmática das células, rompendo essa
memb e causando morte das células ciliadas do TRS
Patogênese
Transmissão = via aerossóis
- bactéria se adere às células do TRS através de fatores de virulência
- atuação das toxinas
- lesão no TRS pela ação das toxinas
- acúmulo de muco
- provocando a tosse
Fases da doença:
Incubação = período entre a aquisição e o início dos sintomas (1-3 semanas)
Fase catarral = corrimento nasal e tosse moderada, febre baixa (1-2 semanas)
Fase paroxística = tosse paroxística - tosse intensa, contínua, com guinchos, ânsia de
vômito, espasmos e dor nos olhos = característico da Coqueluche
Fase convalescente = redução progressiva da tosse e aparecimento dos anticorpos
- a Coqueluche é muito perigosa em bebês, podendo levar a desidratação, apneia e
paralisação dos músculos respiratórios
Profilaxia: vacina DTP - tríplice bacteriana (tétano, difteria e coqueluche)
NEISSERIA
Coco gram negativo (diplococos gram negativos)
Bactérias fastidiosas - difícil crescimento, exige bastante nutriente
2 espécies patogênicas: Neisseria meningitidis (vive na nasofaringe) e Neisseria
gonorrhoeae
Fatores de virulência:
- Fímbrias = adesão ao epitélio. favorece a invasão da célula
- IgA protease = cliva anticorpos de mucosa
- Proteínas de membrana externa I: PorA e PorB
utiliza suas proteínas de membrana para a sua invasão, permite a transcitose
através das células epiteliais
- LOS - lipooligossacarídeo = é uma endotoxina mais potente, compõe a membrana
externa das neisserias
Neisseria meningitidis
principal agente da meningite - Meningococo
● Meningite: processo inflamatório das meninges, as membranas que envolvem o
cérebro, quando o meningococo chega no sistema nervoso central. Principais
agentes da meningite:
- N. meningitidis (mais contagiosa) = causa a meningite de uma forma muito
rápido em pessoas saudáveis. única espécie capaz de causar surtos de
meningite
- S. pneumoniae
- Haemophilus influenzae
- S. agalactiae
As demais, causam em decorrência de outros processos infecciosos apresentados pelo
indivíduo
Fatores de colonização: fímbrias e IgA protease
Patogênese
● transmissão via gotículas
● bactéria se aloja na nasofaringe e se coloniza, através da adesão com a mucosa
● invadem as células epiteliais, através da irritação pelas fímbrias na célula do
hospedeiro, promovendo o seu engolfamento dentro de um vacúolo na célula
● no vacúolo, são abertos canais e liberadas enzimas para matar a bactéria, porém ela
utiliza sua proteína de membrana externa para tapar esses canais, para que as
enzimas não entrem
● se dissemina para o vaso sanguíneo
● contém cápsula de carboidrato, o que permite que essa bactéria sobreviva no
sangue e não seja reconhecida como patógeno
● até chegar na barreira hematoencefálica (local onde os vasos sanguíneos são muito
unidos)
● começa seu processo de adesão na mucosa dessa barreira igualmente como foi
feito no início e a meningite é estabelecida a partir daí
- englobada em vacúolo
- tamponamento dos canais dos vacúolo com as proteínas
- se dissemina e adentra o sistema nervoso central
Sinais e sintomas da meningite:
febre alta, dor de cabeça intensa, vômitos em jato e fotofobia
alterações no líquor e sinais de irritação meníngea
- sinal de irritação meníngea: rigidez de nuca
Meningococcemia: disseminação exagerada dos meningococos no sangue, ocorre
quando a bactéria chega no sangue
LOS é liberado exageradamente no sangue, liberando muitas citocinas, provocando uma
inflamação generalizada (dilatação de todos os vasos/maioria), logo, o sangue para de
circular ali dentro - Coagulação intravascular disseminada
Doença meningocócica = meningite + meningococcemia ao mesmo tempo
Diagnóstico = coleta de líquor
HAEMOPHILUS INFLUENZAE
Cocobacilos gram negativos
São fastidiosos - requerem hemina e NAD
Colonizam a nasofaringe
Principais infecções: sinusite e otite, epiglotite, pneumonia e meningite
Fatores de virulência :
● Fímbrias Hif - adesão às células da nasofaringe
● Proteína de membrana externa - adesão ao muco
● IgA protease
● Proteína D - provocam lesão das células ciliadas
● Cápsula (principal fator) - permite a invasão da corrente sanguínea
- sorotipo b: cápsula composta de polirribosil fosfato
● Neuraminidases - auxiliam a atravessar a barreira hemato-encefálica
Os do tipo capsulados com sorotipo b podem provocar infecção local com evolução para
infecção invasiva - sepse, pneumonia e meningite
Os haemophilus influenzae não capsulados provocam infecções locais com sinusite e
otite média
- 95% das infecções invasivas por Hi são causadas pelo sorotipo b
Patogênese
● Ocorre uma colonização durante a infância
● Provocando uma gripe ou outra infecção do TRS
● Aumento do muco, causando uma inflamação mucosa e multiplicação de Hi
● Desenvolvimento de sinusite, otite média, pneumonia e conjuntivite
Pode provocar lesões no tecido ciliado do TRS:
- bactérias conseguem atravessar a mucosa e sobrevivem na corrente sanguínea
- causando epiglotite, bacteremia e meningite
Principais infecções ocorrem antes dos 2 anos e a aglomeração em creches por exemplo,
favorece a transmissão
Febre Purpúrica Brasileira:
- Haemophilus influenzae da subespécie aegyptius
Causa conjuntivite purulenta, febre maior que 38 e petéquias (manchas vermelhas ou roxas
na pele), vômito, dor abdominal, necrose (quadro semelhante a meningococcemia)
Diagnóstico:
material clínico = swab da orofaringe, líquor e lavado brônquico
- cultura com ágar chocolate suplementado
- bacterioscopia
- prova do satelitismo
Tratamento:
Penicilina, Cefalosporina 3 geração e Cloranfenicol (para meningites)
Vacinação conjugada contra Hib
GÊNERO KLEBSIELLA
K.PNEUMONIAE PNEUMONIAE
Bactéria gram-negativa (coloração mais rosada) pertencente à família
Enterobacteriaceae, considerada um bacilo devido seu formato. Anaeróbia facultativa
(porém, melhor no O2) quanto ao seu metabolismo.
● Catalase positiva;
● Cápsula de polissacarídeos proeminente
● Aspecto mucóide (em sua cultura).
Resistência à fagocitose por meio da sua cápsula, escapando do sistema imunológico.
Ademais, promove uma maior variabilidade antigênica, pois consegue evadir do sistema
imune humoral. Sua viscosidade, por meio do muco, serve como proteção, pois a
protege no meio contra as células de defesa. Pessoas hospitalizadas são mais
vulneráveis, haja vista que essa bactéria está altamente presente nos hospitais.
Patogênese:
- LPS (endotoxina que ativa o sistema imune;
- Pili tipos 1 e 3 (ajuda na adesão à tecidos do corpo);
- Sideróforos (auxilia na captação de ferro do ambiente para utilizar no seu
metabolismo);
- Possui as beta-lactamases (consegue degradar antibióticos);
Manifestações clínicas:
- Pneumonia;
- Infecções de vias biliares;
- Infecções hospitalares graves
- Meningite
- Infecções de sítio cirúrgico;

KLEBSIELLA PNEUMONIAE (superbactéria):


A bactéria pode ser encontrada em fezes, na água, solo, cereais e frutas. A transmissão
ocorre em ambiente hospitalar, por meio do contato com secreções do paciente infectado.
São produtoras de carbapanemases - KPC.
● Sideróforos (sistema de captação de ferro que garante sobrevivência no
organismo do hospedeiro);
● LPS (defesa contra o sistema imune humoral);
● Formação de colônias grandes e de aspecto mucóide;
● Facilidade de adesão conferindo a formação da matriz extracelular que podem
estar envolvidas na formação de biofilmes (podem se aderir em materiais de uso
médico como cateteres);
● Fímbrias tipo 1 (manose-sensível) e do tipo 3 (manose-resistente), sendo a última
importante na produção do biofilme;
● B-lactamases e Carbapanemases;
● Fatores de virulência Kp Clássica e Hipervirulenta (hvKp);
Infecções:
- Trato respiratório -> pneumonia aspirativa;
- Infecção do trato urinário -> bacteremia grave;
- Surtos hospitalares;
- Pneumonias comunitárias;

PROTEUS MIRABILIS
Microbiota residente ou transitória (especialmente TGI) de seres humanos e animais.
Bactéria gram-negativa, anaeróbia facultativa, em forma de bastonete com motilidade e
capaz de produzir grandes quantidades de urease (enzima que catalisa a hidrólise da
ureia).
Está amplamente distribuída pelo meio ambiente, em matéria orgânica, no solo e água.
É um tipo de enterobactéria e pode fazer parte da flora normal do intestino.
● Responsável por 90% das infecções dos humanos;
● Bacilo móvel;
● Motilidade descrita como Swarming (anéis concêntricos vistos na placa; em razão
das células móveis que partem do centro do inóculo);
● Não fermentam lactose;
● Fermentam glicose;
Esta espécie também possui um tipo de motilidade descrita como swarming
(enxame), do qual, quando inoculada em um meio mais solidificado, as células se
diferenciam tornando-se maiores e superexpressando flagelos.
Fatores de virulência:
● Fímbrias;
● Adesinas;
● Hemolisinas;
● Urease;
● Receptores de sideróforos (sequestro de ferro do hospedeiro).
Infecções:
Quando invade as vias urinárias, o Proteus causa uma infecção do tipo alcalina, pois
converte a ureia em amônia pela ação da enzima urease). Logo, se torna problemático,
pois o aumento da alcalinidade da urina pode levar a formação de cristais (pedra nos rins).
Ademais, podem causar infecções de feridas, oculares, do canal auditivo, sepse e
pneumonia.
- As fímbrias, em particular MR/P (Mannose-resistant Proteus-like fimbriae),
contribuem para o processo de formação do biofilme ao mediar a adesão à
superfície e a auto agregação

BACTÉRIAS ANAERÓBIAS NÃO ESPORULADAS

Gram negativos anaeróbios: Grupo Bacteroides fragilis, Pevotella, Porphyromonas,


Fusobacterium
Gram positivos anaeróbios: Mobiluncus, Actinomyces, Propionibacterium
Metabolismo bacteriano:
- fermentação
- respiração anaeróbia
Espécies reativas do oxigênio: ROS / EROS
Quando mais o micro conseguem produzir essas enzimas, mais resistentes eles são OH- ,
H2O2, O2-
- essas moléculas alteram a membrana plasmática e oxidam as enzimas celulares
Bactérias anaeróbias predominantes na microbiota oral e intestinal: Clostridium,
Actinomyces, Lactobacillus, Propionibacterium, Mobiluncus
São bacterias que fazem a DISBIOSE
Doenças causadas por anaeróbios: cárie, gengivite, doença periodental, câncer colo
retal, obesidade
Normalmente, ocorre um sinergismo com outros microorganismos
● Infecções de origem endógena são normalmente polimicrobianas, pois o local de
onde os anaerobios vieram também continham outras bactérias (têm os anaeróbios
como protagonistas mas contém outros)
Translocação:
Disbiose:
Condições predisponentes para infecção de anaeróbios: diabetes mellitus, doenças
vasculares, uso de corticoides, cirurgias, leucemia, queimaduras, presença de corpo
estranho, mordidas de cachorro, gato e humanos
Sintomas clínicos sugestivos: supuração, formação de abcessos, edema, necrose
tecidual, formação de gás, odor pútrido, destruição tecidual gangrenosa
Infecção do pé diabético - Osteomielite: Bacteroides spp, Veilonella spp,
Peptostreptococcus (anaeróbios)
Staphylococcus aureus, Proteus spp, Escherichia coli (aeróbios)
Anaeróbios são resistentes aos aminoglicosídeos e as quinolonas
● bacilos gram negativos: maior resistencia aos antimicrobianos, principalmente do
grupo B. fragilis, que são resistentes as cefalosporinas e cefoxitina
TREPONEMA
Espiroquetídeos: são bactérias espiroladas, bem finas (formato de de mola)
- se movem espiralmente
- estrutura de envelope similar dos gram negativo, ja têm uma mebrana externa
- elas não são visualizadas em microcóspicos comum
- é adaptada em ambiente líquidos e viscosos
- se movem através de endoflagelo (passa pela part interna do flagelo)
- se usa técnicas de impregnação pela prata ou microscopia de campo escuro
Treponema pollidium - agente etiológico da Sífilis
O treponema não é cultivável, pois vivem dentro da célula (não é possível fazer o
antibiograma) e é móvel (capacidade de atravessar as mucosas)
Transmissão da sífilis: via sexual ou por sangue contaminado através de feridas na pele
Fatores de virulência:
● Adesinas: reconhece a presença de mucosa específica para a invasão da bactéria
● Mucopolissacaridase: enzimas que desfaz os mucopolissacarídeos presentes na
mucosa, para se fixar na mucosa da célula do hospedeiro e conseguir
invadir/atravessar
● Cápsula: é muito eficiente, a bactéria pode ficar até 30 anos no sangue sem que a
pessoa saiba que esta onfetada pela bactéria
Patogênese
3 fases de apresentação da sífilis:
Sífilis primária - primeiros sintomas:
Aparece alguns dias após a transmissão
Causa a lesão de cancro duro - causada pela entrada do patógeno
Lesão plastificada que não sangra, não doi e não desenvolve sintomas
- no pênis é possível visualizar
- na mulher é muito dificil pois a lesão está no canal vaginal internamente
- a lesão regride sozinha e a pessoa passa um tempo sem sintomas, porém houve
entrada da bactéria e ela se multiplica no sangue
Sífilis secundária: Disseminação pelo corpo e por todos os órgãos
Aparece de 2 a 8 semanas após o cancro duro
- sangue fica carregado de bactérias e elas começam a sair dos vasos sanguíneos
até encontrar a superfície da pele
- começam a causar lesões na pele (manchas vermelhas no corpo) após alguns
meses
- lesões características: vermelhidão por todo o corpo incluindo palma das mãos e
planta dos pés, perda de cabelo e sobrancelha, lesões descamativas
Sífilis latente:
Regressão dos sintomas, sem lesões visíveis
Os sintomas regridem mas a bactéria continua em todos os tecidos
- essa fase dura de 5 a 30 anos e o paciente pode retornar a fase secundária
Diagnóstico: sorológico
Sífilis tardia:
acometimento irreversivel dos orgaos
- coração, aorta é degradada pela bactéria , consegue atravessar a barreira
hematoencefálica
- Formação de gomas sifilíticas - que são granulomas na pele e nos órgãos
- Neurossífilis: consegue atravessar a barreira hematoencefálica e ocorre a entrada
e multiplicação dos treponemas no líquor, no cérebro - sintomas como demência,
surdez, paralisia
- Sífilis cardiovascular: acometimento do coração e da aorta, causando aneurisma
de aorta e aortite
Diagnóstico Microscópico: treponema é uma bactéria que não se cora por gram
- Técnica de impregnação pela prata ou Técnica de Fontana
- Microscopia de campo escuro
Diagnóstico Sorológico: anticorpo
detectam a presença de anticorpos específicos no sangue para sífilis (fase secundária,
latente e tardia)
através dos testes de Triagem:
teste rápido treponêmico - feito com base em treponemas que são moídos e colocados na
fita
ou VDRL não treponêmico - anticorpo se liga na cardiolipina. o sangue do paciente é diluído
várias vezes. o soro do paciente é diluído até não reagir mais com o antígeno, ele mimetiza
o antígeno treponêmico (reação com cardiolipina + lecitina + colesterol) - Quanto mais alta
a diluição e ainda encontrar anticorpo, maior o estado avançado da doença
- a concentração de anticorpo acompanha a concentração de bactéria, logo, no inicio
da infecção , as bactérias ainda estão se proliferam e não temos anticorpos
- conforme elas chegam na corrente sanguínea, haverá produção de anticorpos
Questão de prova:
½ ¼ : Esse valor no VDLR corresponde a Cicatriz sorológica - valor de VDLR baixo
que o paciente apresenta depois do tratamento da sífili
Sífilis congênita:
T. pallidum atravessa a barreira placentária e pode causar uma variedade de complicações
na criança em desenvolvimento
- 40% resultam em aborto ou natimorto
Altas chances de transmissão na fase primária e secundária da doença
- na fase tardia = 10%
- na fase latente = 40%
Pode ser sífilis precoce:
● prematuridade/ baixo peso
● surdez/ cegueira
● lesões cutâneas bolhosas ou descamativas
● alterações ósseas
● microcefalia
● metafisite (inflamação no osso)
Sífilis congênita tardia: o VDRL permanece elevado ao longo da vida da criança
● atraso mental
● deformidades nos dentes (dentes de Hutchinson) e ossos
● lesões gomosas
● perda de audição progressiva
Tratamento: sempre Penicilina benzatina - bactéria não apresenta nenhuma resitência a
esse antimicrobiano
- alternativa: tetraciclinas ou azitromicina
Reação de Hersheimer: todos os treponemas do sangue começam a morrer, intensificação
das lesões, febre, calafrio que podem surgir durante o tratamento em decorrência da
destruição desses treponemas
MICOBACTÉRIAS:
MYCOBACTERIUM TUBERCULOSIS
Mycobacterium características:
● bacilos aeróbios, imóveis e não formam esporos
● parede celular rica em lipídeos, muito resistente
● podem ser chamados de BAAR - bacilos álcool-ácido resistentes
● não possui cápsula nem toxinas
● são intracelulares
● crescimento lento (tempo de geração de 24h)
Estrutura da parede celular:
Contém membrana citoplasmatica, fina camada de peptideoglicano ligada a membrana
- camada de Arabinogalactana (açúcar) ligada na camada de peptideoglicano
- lipídeos ligados nessa camada de açúcar: chamados de ácidos micólicos - confere
muita resistência
- Lipoarabinonana (LAM) - formada por lipídeo e açúar e é ligada a membrana
citoplasmática
- ácido resistência
- ácidos micólicos
Possui uma coloração específica: Ziehel-Neeseln ou para BAAR
espécimes clínicos: escarro fresco, lavados gástricos, urina, fluido pleural
Mycobacterium tuberculosis:
bactéria causadora da Tuberculose
Doença altamente contagiosa - precisa de pouca carga bacteriana para provocar infecção
1-10 bacilos estabelecem infecção no organismo
Forma de transmissão: uma pessoa com tuberculose ativa (manifestando de sintomas)
infecta outra por aerossois (gotículas)
● estabelece infecções que têm potencial para durar a vida inteira
● patógeno intracelular de macrófagos
● ação regulada pelo sistema imune
Patogênese:
● bactéria atinge os pulmões e atinge os macrófagos residentes, infectando eles
● promovendo uma resposta do sistema imune inato (isso demora de 2 a 6 semanas)
● resposta adaptativa ocorre e formação de granulomas
granulomas = aglomerado de celulas do sistema imunológico em volta da bactéria para
isolá-la, em volta dos macrófagos infectados. O granuloma restringe o crescimento do bacilo
da tuberculose e estabelece a latência : TUBERCULOSE LATENTE, o individuo não
transmite tuberculose pois a bactéria está contida no granuloma
● pode ocorrer a calcificação do granuloma
● INFLAMAÇÃO PULMONAR CRÔNICA - forma de tuberculose ativa, granuloma não
consegue conter mais a bactéria, devido a uma deifciência da imunidade ,logo, a
bactéria escapa e começa a lesionar as células pulmonares
sintomas: febre, sudorese noturna, dor no peito, emagrecimento, tosse, tosse/excreção
com sangue
Doenças clínicas:
Tuberculose pulmonar
Tuberculose extrapulmonar (acomete 15% dos pacientes com tuberculose ativa)
- pode acometer órgãos como: tuberculose gastrointestinal, no aparelho urogenital, no
fígado, no pericardio
- formas mais graves: tuberculose miliar - que afeta vários órgãos ao mesmo tempo
e meningite
Tuberculose e AIDS
- maior risco de desenvolvimento de tuberculose ativa em pessoas com HIV
- infecção do HIV aumenta a morbidade e mortalidade da tuberculose
- co-infecção: problema devastador
Diagnóstico: Teste de tuberculina PPD intradérmico, Vacinação ao PPDI
Tratamento: Isoniazida - inibem a síntese dos acidos micólicos
Pirazinamida - inibe a sintese de acidos graxos, Etambutol - inibe sintese do
arabinogalactano e Rifampicina - inibe a RNA polimerase (toma esses 4 antimicrobianos por
2 meses)
Vacinação: vacina BCG

MYCOBACTERIUM LEPRAE
Causadora da Lepre - Hanseníase
- infectam macrófagos e células de Schwan - perda de sensibilidade nos locais
infectados
Transmissão: por meio de secreções respiratórias (tosse, espirro, bocejo)
- normalmente quem se infecta são pessoas que moram juntas, núcleos familiares
Afeta preodminantemente a pele, vias aéreas superiores, olhos e o sistema nervoso
periférico
● falta da produção de mielina - lesões nervosas, perda sensorial
Duas formas principais:
1) Lepra tuberculoide: lesões cutâneas e nervosas localizadas e limitadas, contém
uma carga paucibacilar (poucos bacilos nessas lesões), a pessoa infectada
apresenta uma vigorosa resposta celular, inviabilizando a disseminação do bacilo, 2
a 5 anos
Sintomas: perda sensorial nas lesões irrerversível, baixa infectividade
2) Lepra lepromatosa: provoca lesões generalizadas com alta carga multibacilar,
vigorosa resposta humoral (anticorpos). Lesões nas superfícies mais frias do corpo,
demora de 8 a 12 anos para se manifestar
Sintomas: nódulos e pápulas eritomatosas, destruição tecidual
Pacientes borderline: são os intermediarios das manifestações clinicas da hanseniase.
Estão entre esses dois, depende da imunidade do indivíduo
Diagnóstico: exame histopatológico de biópsias amostrais colhidas de lepromas e outras
lesões

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