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Deste modo, para que a doença seja veiculada ao alimento, existem alguns obstáculos
que o patógeno precisa superar:
- Acidez estomacal: Alguns micro-organismos possuem tolerância ao ácido, além disso, o ato
de comer e mastigar pouco o alimento, pode ajudar o micro-organismo a passar por essa
barreira;
- Crescimento do patógeno no hospedeiro: processo de adesão: produção de fimbria ou enzima
que degrada o muco podem ajudar nesse processo para colonizar a mucosa intestinal;
- Estratégias que permitam a evasão das células de defesa: cápsula como estrutura de proteção
para que não ocorra o reconhecimento pelas células de defesa;
- Competição na microbiota intestinal: alguns micro-organismos podem produzir sideróforos
ou bacteriocinas que dão vantagens a eles;
- Produção de toxinas;
INFECÇÃO ALIMENTAR:
Obrigatoriamente tem que haver contato com o patógeno.
São causadas pela ingestão de alimentos contendo células viáveis de micro-organismos
patogênicos. Estes aderem a mucosa do intestino humano e se proliferam, colonizando-o. Em
seguida, pode ocorrer invasão da mucosa e penetração dos tecidos ou, ainda, a produção de
toxinas que alteram o funcionamento das células do trato gastrointestinal.
- Bactérias, vírus e parasitas podem desencadear quadro de infecções, porém as bactérias
possuem maior proporção de gravidade.
- A maior parte das bactérias causadoras de infecções, os patógenos são gram-negativos, com
exceção a Listeria.
SALMONELLA – Salmonelose
CARACTERÍSTICAS: Bactéria gram-negativa, consegue crescer numa ampla faixa de
temperatura, ampla faixa de pH e atividade de água; anaeróbios facultativos; a maioria é móvel.
- Possui vários mecanismos de resistência a ambientes ácidos, que podem ajudar na passagem
pelo ácido estomacal e em alimentos com pH mais baixos.
- Resistente a drogas, como antibióticos, o que dificulta no tratamento;
- Possui ilhas de patogenicidade: informação genética especifica que contem fatores de
virulência; transferência lateral de genes;
- Patógeno invasivo: consegue permear a mucosa intestinal;
- Zoonose: transmitida de um animal para o homem;
- Habitat: TGI de animais;
- Existem dois tipos de doenças que podem ser causadas por Salmonella:
Febre Entérica: mais grave, longa duração;
Salmonelose;
Portadores assintomáticos: ate 5% da população pode ter Salmonella no TGI e não
desenvolver sintoma nenhum, mas pode transmitir esse patógeno para os alimentos;
- SINTOMAS: tendem a ser inespecíficos: diarreia, dor de cabeça, dor abdominal, vômitos,
náuseas. dificulta o processo de identificação do patógeno.
- Doença autolimitada: sintomas por volta de 3 dias; baixa mortalidade;
- ALIMENTOS RELACIONADOS: basicamente tudo: ovos, frutas, vegetais, carnes de aves.
- PERÍODO DE INCUBAÇÃO: tempo entre a ingestão do alimento contaminado até a
manifestação dos sintomas que, no caso da Salmonella, é de 12 a 14 horas.
MECANISMO DE PATOGENESE
- Consumo do alimento infectado;
- Salmonela invade a mucosa: ela engana o enterócito, através do mecanismo de secreção do
tipo 3 (tipo de comunicação entre a o patógeno e a célula do hospedeiro) as proteínas
secretadas pelas células bacterianas vão atuar na célula do hospedeiro; assim, o mecanismo de
secreção do tipo 3 é o canal onde essas substancias vão ser entregues. aumento no número de
células;
- Macrófago com o patógeno vai pela corrente sanguínea para vários órgãos do corpo,
disseminando o patógeno pelo corpo: forma mais grave;
SHIGELLA
Proximidade genética com E. coli;
- Habitat: TGI de homens e animais;
- Doença: Shigellose;
- Dose infeciosa baixa;
- Patógeno invasivo: reação inflamatória, produção de exotoxina (toxina de shigella) que inibe a
síntese proteica apoptose das células da mucosa.
- SINTOMAS: desinteria bacilar: material que contém muco e sangue; relacionados aos
patógenos invasivos.
- ALIMENTOS: frutas, vegetais, carne, peixes e leites;
- MECANISMO DE PATOGENICIDADE: internalização do patógeno porta de entrada:
mecanismo de secreção do tipo 3 aumento no número de células induz a célula do
enterócito a reorganizar seu citoesqueleto e levar o engolfamento da célula do patógeno
produção da toxina inibe a síntese proteica da célula apoptose de macrófagos: morte
celular danos na mucosa passagem de muco e sangue para o lúmem intestinal.
CAMPYLOBACTER
Estrutura curva;
- Patógeno Microarófilo: dificulta o processo de detecção
- Habitat: TGI de aves;
- Dose infecciosa baixa;
- Doença: Campylobacteriose;
- MECANISMO DE PATOGENICIDADE: mecanismo de secreção do tipo 3 leva o
engolfamento do patógeno na mucosa intestinal estimula a resposta inflamatória aumento
na produção de citocinas gera os quadros de diarreia, vômito e febre.
- Síndrome de Guillain-Barré: complicação em pacientes que tiverem campylobacteriose.
E. COLI
A doença pode variar de acordo com as características da cepa;
- Dentro de uma mesma espécie, pode-se ter um micro-organismo com informações genéticas
diferentes decorrentes da transferência horizontal de genes; micro-organismo comensal e micro-
organismo patogênico;
- Diferentes cepas virulentas (patótipos):
- As toxinas atuam estimulando o aumento de GMP cíclico enterócito excreta mais íons no
lúmem intestinal diarreia por conta do desequilíbrio eletrolítico.
E. coli enteropatogênica:
- Diarreia infantil;
- Formação de padrão de lesão em pedestal: lesões (desorganização) nas microvilosidades:
ficam mais retas redução da área de contato menor absorção dos micronutrientes.
E. coli enterohemorrágica:
- Mais virulenta entre as espécies;
- Baixa dose infecciosa;
- Capacidade de produzir Shigatoxina atua inibindo a síntese proteica apoptose da célula.
- Síndrome urêmica hemolítica: perda de sangue na urina;
- Mesmo padrão de lesão em pedestal: lesões nas microvilosidades.
E. coli O157H7
Mais comum, virulento.
- Contaminação de carnes, hamburgueres.
E. coli enteroevasiva:
- Capacidade de invadir a mucosa intestinal permear enterócito formação do
vacúolo se multiplica
- Danos na mucosa: presença de muco e sangue nas fezes.
E. coli enteroagregativa
- Capacidade de produzir biofilme;
- Polimeriza alguns tipos de fimbrias que auxiliam na maior adesão a célula da
mucosa;
Biofilme: presença de várias camadas de células lesão do tipo empilhamento de
tijolos;
- Doença com duração mais lenta, devido a maior permanência dos micro-organismos
das células no biofilme.
YERSINIA ENTEROCOLITICA
- Psicotrófica: alimentos armazenados sobre refrigeração
- Produção de uma toxina;
LISTERIA
- Única de infecção alimentar que é gram-positiva;
- Psicotrófica: cuidado com alimentos em refrigeração;
- Capacidade de formação de biofilme e disseminação do patógeno;
- Doença: Listeriose;
- ALIMENTOS: queijos, leites e derivados, carnes, frutas, verduras, alimentos que tem
contato direto com o solo;
- Produção da enzima listeriolizina O: ajuda a liberar a bactéria dentro da célula
através da digestão da vesícula que é gerada para fagocitá-la.
- Não é restrita ao TGI, pode-se ter uma meningite, hepatite.
- SINTOMAS: cérebro (sintomas de meningite clássica), fígado (sintomas de hepatite
clássica);
- MECANISMO DE PATOGENICIDADE: Reconhecimento formação do vacúolo
célula é internalizada (processo de invasão) enzima listeriolizina O digere a
membrana da vesícula e libera a célula bacteriano no enterócito multiplicação
polimerizar uma cauda de actina que ajuda com que ela se dinfunda lateralmente dentro
do enterócito pode atingir a lamina própria e corrente sanguínea, que a levará para
outros tecidos.
- Período de incubação longo: pode durar semanas;
- Consegue ultrapassar a barreira placentária: gera quadro de aborto e parto prematuro;
INTOXICAÇÃO ALIMENTAR
Deve haver contato com a toxina
Contato com toxinas microbianas. É importante ressaltar que não necessariamente
houve a ingestão do microrganismo, mas sim da toxina liberada por ele no alimento.
- Bactérias gram-positivas.
STAPHYLOCOCCUS AUREUS
- Bactéria halotolerante: cresce em ambientes com menores valores de Aa: vantagem
competitiva.
- Habitat: mucosa nasal e superfície da nossa pele maior rota de contaminação.
- SINTOMAS: vômitos, diarreia, dores de cabeça. dura de 1 a 2 dias;
- PROCESSO DE INVESTIGAÇÃO: vantagem: manifestação dos sintomas é rápida:
30 minutos após o consumo do alimento contaminado.
C. PERFRINGENS
- Bactéria anaeróbia;
- Esporulada; espero resiste muito mais a condições estressantes;
- Dose infecciosa:
- A liberação da toxina vai ocorrer no organismo do hospedeiro durante o processo de
esporulação;
- SINTOMAS: diarreia, vômito e dor abdominal; período de incubação de 6 a 12 horas.
- Toxina termosensível: pode-se eliminar essas toxinas com tratamento térmico.
- Ingestão da célula do patógeno no TGI do hospedeiro, essa célula esporula micro-
organismo libera uma toxina a toxina tem atividade citolítica lise da célula do
hospedeiro: poro extravasamento de conteúdo intracelular. manifestação dos sintomas.
BACILLUS CEREUS
Bactéria anaeróbia facultativa: cresce com ou sem oxigênio, mas prefere ambientes com
presença de oxigênio;
- Psicotrófico: temperatura mínima mais baixa; capacidade de crescer em uma maior faixa de
temperatura;
- Capacidade de produzir duas toxinas:
Toxina diarreica: período de incubação menor, com sintomas mais brandos como
diarreia.
- Mecanismo de ação: aumento na concentração de AMP cíclico a célula altera seu processo
de excreção de íons aumento de íons no lúmem intestinal diarreia. (mesmo mecanismo
de vibrio, só que aqui ocorre a ingestão do alimento já com as toxinas).
Toxina emética: (mais grave) emezes e vômitos;
- Toxina termoresistente: difícil o controle;
- Mecanismo de ação: toxina se comporta como superantígeno estimula o sistema imune
aumenta a concentração de citocinas reação inflamatória e ocorrência dos sintomas.
(parecido com a de Staphylococcus)
- Correlacionada com produtos a base de batatas e arroz;