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EST U D O D E

C A SO - C O N T R O LE

Profa. Dra. Daiene Rosa Gomes


EST U D O D E C A SO - C O N T R O LE

•INTRODUÇÃO

•DEFINIÇÃO / OBJETIVO

•SINGULARIDADES

•MEDIDA USADA

•VANTAGENS / LIMITES
D EFIN IÇ Ã O / O BJ ET IV O

É um desenho individuado-observacional-
longitudinal e retrospectivo, concebido
especialmente para investigar associações
etiológicas em doenças raras ou com período
de latência prolongado.
Estudo de C aso-C ontrole:
C onsiderações G erais
❏ Tipo:
➥ Observacional analítico

❏ Primeiro: escolha dos grupos (casos e controles)


➥ Independente da exposição

❏ Depois: comparar a freqüência da exp. nos grupos

Exposição (?) G rupo de C asos


Exposição (?) G rupo de C ontroles
PO R Q U E É IN D IC A D O PA R A D O EN Ç A S R A R A S?
D O EN Ç A S R A R A S ( < 10 % )

 Exigem um número amostral


muito grande para realizar as análises necessárias

EXEMPLO: Tel. Cel.  Câncer de cérebro



( Incidência anual 1,18/10.000) para termos

100 casos

Precisaríamos estudar uma pop. de 1 milhão de pessoas
SIN G U LA R ID A D ES
1.ª SIN G U LA R ID A D E
• População de estudo é com posta por:
- um grupo de “casos” ( doentes/agravo)
- um grupo de “controles” (não casos)
• V IN D O S D E U M A M ESM A PO PU L A Ç Ã O D E BA SE O U R EFER ÊN C IA .

PO PU LA Ç Ã O D E BA SE

C A SO S CONTROLES

TODOS AMOSTRA

•coleta informação •coleta informação

•expostos •não expostos •expostos •não expostos


C ont. 1.ª SIN G U LA R ID A D E
FO R M A Ç Ã O D A PO PU LA Ç Ã O D E BA SE

C O N T R O LES
CASOS

“COMPARÁVEIS” AOS
SEGURAMENTE CASOS (definidos
DIAGNOSTICADOS arbitrariamente)
1: 1 ou mais

M Á X IM A H O M O G EN EID A D E
Entre os casos M Á X IM A SIM ILA R ID A D E
Entre casos – controles
•C ritérios D iagnósticos.
• Estágio da doença. • Identidade de área geográfica
• Variantes ou tipos clínicos • Fatores sócio econômicos- culturais
•Fonte dos casos ( Serv iços m édicos, (comunidade, instituições
doentes da pop. em geral) ou serv iços de saúde)
Estudo de C aso-C ontrole:
D esenho e C ondução

❏ Seleção de casos
➥ Definição estrita da doença (Ex.: câncer uterino)
➥ Fonte de dados (Hospital vs. População geral)
➥ Casos podem ser:
Incidentes (casos novos) ou
Prevalentes (dur. mais longa, menos severos, etc.)
Estudo de C aso-C ontrole:
D esenho e C ondução
❏ Seleção de controles
➥ Etapa mais difícil e crítica dos estudos de Caso-controle
➥ Devem representar a distribuição de exposição na
população que originou os casos;
➥ Devem ser exatamente da mesma população que originou
os casos ou de uma população com características
relevantes similares aos casos;
➥O processo de seleção independe do status de exposição;
➥ Quantidade (máximo 4 controles p/ um caso).
Estudo de C aso-C ontrole:
D esenho e C ondução

❏ Seleção de controles
➥ Depende:
• Fonte de casos
(Ex.: consult. médico, todos casos da cidade, etc.)
• Características dos casos
(Ex.: enfermeiras, etc.)

➥ Fonte de controles:
• Hospitais, pop. geral, grupos específicos, etc.
T ipp os de G rupo C ontrole - I
Pacientes H ospp italiz ados


Facilmente identificáveis e disponíveis -> reduz custo

Doentes -> maior motivação para lembrar exposições

Mesma população que gerou os casos

Maior colaboração/participação

São diferentes da população geral

Doenças associadas com FR devem ser excluídas
➥ Ex.: fumo e ca de pulmão
T ipos de G rupo C ontrole – II
População G eral

 Mais custoso e trabalhoso

 Qualidade das informações pode ser inferior

 Alta taxa de não-participação


T ipp o s de G rupo C ontrole – III
G rupp os Espp eciais


Parente, vizinho, colega de trabalho, etc.

Semelhantes à população geral

Mais cooperativos

Ajuste de fat. raciais, sócio-econ., ambientais, etc.

Exposição estudada é dieta, fumo, etc. -> muito
semelhantes
2 .ª SIN G U LA R ID A D E

Comparam a freqüência de exposição (E) entre os casos (C) com a


freqüência de exposição entre os controles (NC)

C A SO S C O N T R O LES

% de exposição % de exposição

*Ao contrário dos estudos transversais, de coorte e de mortalidade os quais comparam a freqüência dos
doentes entre os expostos.
Estudo de C aso-C ontrole:
A valiação da Exposição

 Entrevista dos participantes, parentes, etc.


 Mesmo procedimento para casos e controles
 Mascaramento do entrevistador (“blinding”)
 Mascaramento do participante
 Definição da exposição
 O que deve ser considerado exposto (Ex.: álcool)
 Quando (período de latência)
C ont. 2 .ª SIN G U LA R ID A D E
Levando os dados para a Tabela 2 x 2

CASOS CONTROLES

EXPOSTOS a b

NÃO EXPOSTOS c d
a+c b+d
% D E EX PO SIÇ Ã O a / a+ c b / b+ d

(casos) (controles)

Se a/a+c > b/b+d  PROVÁVEL ASSOCIAÇÃO


3 .ª SIN G U LA R ID A D E

• NÃO É CAPAZ DE PRODUZIR MEDIDAS DE OCORRÊNCIA /


FREQUÊNCIA (proporção, prevalência, incid
dência ou
mortalidade)

• PORQUE NÃO UTILIZA DENOMINADORES POPULACIONAIS.

• USA UMA MEDIDA “ESTRANHA” 


ODDS = Pe / (1 - Pe)

 Representa uma razão (divisão) de uma freqüência relativa (proporção


o) pelo
seu co
omplementar.
M ED ID A
DE

A SSO C IA Ç Ã O
Representada por:

Odds da exposição entre os casos


O, E|C= Pe|c / (1 - Pe|c)

Odds da exposição entre os não casos


O, E|NC= Pe|nc / (1 - Pe|nc)

• MEDIDA DE ASSOCIAÇÃO É O ODDS RATIO


(OR)

• razão dos produtos cruzados ou razão de

chances OR = O, E|C / O, E|NC

O=odds, E=exposição, C=casos, Pe=proporção de exposição,


|=dado que
Considerando a seguinte tabela que apresenta dados
de um estudo caso-controle

C asos C ontroles

M edida de A ssociação
Exp a b
O R = a.d / b.c

N Exp c d
Estudo de C aso-C ontrole:
“ O dds R atio” (O R )

❏ Interpretação OR = Interpretação RR
✎ 1,0 Não existe associação
✎ >1,0 Assoc. positiva (danosa)
✎ <1,0 Assoc. negativa (protetora)
Exem plo:

Estudo caso-controle para testar a hipótese que uso de cigarros por


gestantes se associa a lábio leporino dos bebês (AJPH, 2000)

Casos Controles

Fumantes 25 163

Não fumantes 48 630


--------------------

Odds Ratio = 25*630/163*48

OR= 2,01
Interpretação do O dds R atio

Assim, um OR=2,01 (OR>1)

corresponde a uma associação positiva entre a exposição (uso de cigarros) e


a enfermidade (lábio leporino)

A exposição é indicativa de um fator de risco para a


doença em consideração
Interpretação do O dds R atio

Intervalo de Confiança a 95% (IC)

OR = 3,5 (2,0 - 5,0) (OR>1)

• Associação Positiva estatisticamente significante

•O v alor nulo 1 está fora dos lim ites de variação do IC


Interpretação do O dds R atio ( cont. )

OR = 1,5 (0,95 - 2,0) (OR>1)

•Associação Positiva não estatisticamente significante

•O valor nulo 1 está dentro dos lim ites de v ariação do IC


Interpretação do O dds R atio ( cont. )

OR = 0,5 (0,35 - 0,65) (OR<1)

associação NEGATIVA estatisticamente significante

O valor nulo 1 está fora dos lim ites de variação do IC


Vantagens
•mais apropriado para estudar doenças raras

•facilidade de realização com dados de serviços de saúde a


baixos custos

•o Odds Ratio é uma boa aproximação do Risco Relativo


quando a doença é rara (<10%)

•Pode-se analisar em um mesmo estudo múltiplas


exposições

•Realizar pareamento - escolha de controles empregando


critérios para garantir semelhança/comparabilidade entre
casos e controles
Lim itações

•geralmente não estima medidas de morbidade (incidência e


prevalência);

•informações sobre as exposições são obtidas após a ocorrência


da doença;

•dificuldades na identificação da população de base

• Viés - distorções nos resultados devido a problemas

como: viés de memorização


viés de seleção do
os casos e dos controles
viés de diagnóstico
Estudo de C aso-C ontrole:
T ipp os de V iés (“ Bias” )
❏ Viés de seleção

❏ Viés de informação (“recall bias”)


➥ Participantes com doença tendem a lembrar mais
➥ Ex.: Rx prenatal -> aum. 90% das neopl. em crianças
aum. 40% das neopl. em crianças
❏ Viés de observação
➥ Entrevistador insiste mais com um dos grupos
Vamos exercitar

Uma investigação realizada no hospital Eurico Dutra, na


cidade de Barreiras, chegou aos seguintes resultados: entre
as 537 pessoas diagnosticadas com hepatite, 245 haviam
recebido transfusão sanguínea. No grupo controle, das 1611
pessoas, apenas 161 haviam recebido transfusão de sangue.

a. Construa uma tabela 2x2 com os resultados.

b. Cite a medida de associação que pode ser usada para a


avaliar a associação entre transfusão sanguínea e presença
de hepatite. Calcule a medida e interprete o seu
significado.

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