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TIPOS

DE ESTUDOS

EPIDEMIOLÓGICOS
DESENHO DO ESTUDO
Observacionais
Descritivos

•Relato de Casos
•Série de casos
•Transversal
•Ecológico
•Coorte

Analíticos
Não tem grupo de comparação
•Caso-controle

Experimentais
•Ensaio clínico
•Ensaio de comunidade
DESCRITIVOS
RELATO DE CASOS

•Apenas um ou número pequeno de pacientes

•Um hospital ou serviço de saúde

•Ausência de grupo de comparação

•Descrição inicial (às vezes fundamental) de novas


doenças ou associações
RELATO DE CASOS

AIDS - JUNHO/1981

5 casos de homossexuais masculinos jovens com pneumonia por P. carinii

•Todos -infecção atual ou prévia por CMV e Candida albicans


•Dois -grande número de parceiros

•Não se conheciam
•Todos -uso de drogas inalantes, um I.V.
•Três -↓linfócitos T

CDC. MMWR 1981; 30: 250-2


Estudos
ANALITICOS
Estudos analíticos

Pressupõem a existência de um grupo de referência, o que


permite estabelecer comparações.

Observacionais X Experimentais

•Observacionais
–O investigador observa, sem interferir

•Experimentais
–O investigador intervém
TRANSVERSAL
ESTUDO ANALITICO OBSERVACIONAL
ESTUDO TRANSVERSAL (CROSS-SECTIONAL)

•Doença e exposição: medidas simultaneamente ou em curto período de


tempo

• População inteira ou amostra da população

• Estudo mais comum: + rápido, + barato...


ESTUDO TRANSVERSAL

•Doença e exposição: medidas simultaneamente ou em


curto período de tempo

Modelo :
Em 100 pessoas examinadas, quantos fazem ingestão de álcool
freqüentemente e apresentam lesões de macha branca na mucosa oral.

Pereira & Bittar, 2008


A pesquisa de bronquite crônica, na cidade de Pelotas, em 2000

Bronquite crônica Sadios Total

Fumante atual 175 475 650

Não-fumante e ex-fumante 133 1.202 1.335

Total 308 1.677 1.985

Prevalência = total de doentes / total de pessoas

Prevalência de bronquite crônica em Pelotas (2000) = 308 = 15,5%


1985
Prevalência em fumantes?
Prevalência em não-fumantes?
Estudos Transversais

Aplicações
•Medir a freqüência de doenças

–Prevalência de diabetes em adultos de Pelotas

•Descrever a distribuição das doenças conforme fatores de risco


conhecidos
–Desnutrição infantil conforme classe social

•Medir a freqüência e características de fatores de risco conhecidos


–Prevalência de sedentarismo em crianças
Estudos Transversais
Aplicações

•Identificar novos fatores de risco


–Chimarrão e angina

•Planejar serviços e programas de saúde


–Número absoluto de pessoas atendidas pela Faculdade de
Odontologia em Pelotas

•Avaliar serviços e programas de saúde


–Cobertura da vacina da gripe em idosos

•Monitorar tendências temporais em doenças ou fatores de risco


–Evolução da freqüência de inatividade física em Pelotas
Estudos transversais

Vantagens:

•Medem prevalência
•Doenças comuns
•Úteis para planejamento de saúde
•Rápidos e baratos

Desvantagens:
Relação temporal entre exposição e doença
ECOLOGICOS
ESTUDO ANALITICO OBSERVACIONAL
ESTUDO ECOLÓGICO

•Unidade de informação não é indivíduo, mas grupo


(população)

•Informação sobre doença e exposição → em grupos populacionais:


escolas, cidades, países, etc.

•Quase sempre: dados colhidos rotineiramente (sensos, serviços de


saúde, fontes do governo)

•Ideais para exposições integrais (altitude, clima, relevo, poluição)

•Úteis para levantar hipóteses


VANTAGEM:

1-Baixo custo e rápida execução

2-dados disponíveis: SIM, SINASC, SINAN, IBGE

3- Mensuração da implantação de um novo programa de


saúde ou uma nova legislação em saúde na melhoria das
condições de saúde
ESTUDO ECOLÓGICO

DURKHEIM 1897 –

SUICÍDIO

•Taxas de suicídio em diferentes países → relação com


proporção de Protestantes

•Relação também dentro do estado germânico

Durkheim E. O Suicídio, 1992 (5ª ed.)


CASO-CONTROLE x
COORTE
Diferença entre Estudo caso controle e Estudo de
coorte.
Ambos estudos analíticos observacionais
CASO-CONTROLE X COORTE

•Diferença fundamental: característica que identifica os indivíduos


que participarão da investigação (seleção)

•Estudos de coorte: Exposição

Estudos caso-controle: Doença

•Exemplo: exposição a R-X e risco de leucemia

-Coorte: indivíduos identificados a partir da exposição ou não a R-X

-Caso-controle: indivíduos identificados a partir de ter ou não leucemia


ESTUDOS DE COORTE E CASO-CONTROLE
Estudo caso-controle


Doença

Presente Ausente
(casos) (controle)

Presente
a
Exposição

(expostos) b
Fator ou

Estudo
de →
coorte
Ausente
(não expostos) c d
COORTE
ESTUDO ANALITICO OBSERVACIONAL
ESTUDOS DE COORTE

Também conhecidos como:

•estudos de incidência (incidence)

•longitudinais (longitudinal) ou

•de seguimento (follow-up).

É um tipo de estudo em que um grupo de pessoas com alguma coisa


em comum (nascimento, exposição a um agente, trabalhadores de
uma indústria etc.) é acompanhado ao longo de um período de tempo
para observar-se a ocorrência de um desfecho.
ESTUDOS DE COORTE

RETROSPECTIVO X PROSPECTIVO

-Coorte = estudo, geralmente, prospectivo


-Caso-controle = estudo retrospectivo

•Coorte retrospectiva (histórica)


-participantes identificados segundo
características/exposição no passado

•Coorte prospectiva
-participantes identificados segundo
características/exposição atual
ESTUDOS DE COORTE

Vantagens

•Possível estudar várias doenças


•Possível estudar exposições raras
•Informação sobre exposição pouco sujeita a viéses
•Pode-se calcular incidência

Desvantagens

•Freqüentemente demoram vários anos


•Não adequados para doenças raras
•Pode-se estudar poucas exposições
•Logisticamente difíceis
•Perda de indivíduos
ESTUDOS DE COORTE

LOCAL DE MORADIA DURANTE A INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA E


INCIDÊNCIA DE ESQUIZOFRENIA

Local N Casos Incidência RR

Área rural 19.132 83 31,2 1,0

Cidades < 50.000 14.664 81 39,8 1,17

Cidades > 50.000 5.000 30 43,2 1,24

Cidades grandes 10.685 74 51,4 1,38

Lewis et al. Lancet 1992; 340: 137-40


CASO-CONTROLE
ESTUDO ANALITICO OBSERVACIONAL
ESTUDOS CASO-CONTROLE

• Comparação entre grupo de indivíduos com a doença de interesse


com (um) grupo(s) de indivíduos sem a doença, no que se refere à
exposição (exposições) suspeita(s)

• Finalidade: quantificar fatores que ocorram com maior (ou menor)


freqüência nos casos do que nos controles

• Não fornece incidências

Parte do doente, e não da população.

Cornfield. JNCI 1951; 11: 1269-75


ESTUDOS DE COORTE E CASO-CONTROLE
Estudo caso-controle


Doença

Presente Ausente
(casos) (controle)

Presente
(expostos) a b
Estudo
de Fator →
coorte
Ausente
(não expostos) c d
ESTUDOS CASO-CONTROLE•

Câncer de esôfago e ingestão de álcool

Álcool/dia Casos Controles Total


com doença Sem doença

Bebem pouco 0-79g 104 (52%) 666 (86%) 770


Bebem muito > 80g 96 109 205
Total 200 775 975
OR= 5,6

Breslow, Day. Statistical Methods in Cancer Research (Vol I), 1980


ESTUDOS CASO-CONTROLE
- APLICAÇÕES

Etiologia

• Eficácia vacinal

• Rastreamento
(Screening)

• Tratamento
ESTUDOS CASO-CONTROLE
VANTAGENS

• Possível estudar vários fatores de risco

• Possível estudar doenças raras

• Em geral não requer grande no. de indivíduos

• Relativamente rápido

• Relativamente barato
ESTUDOS CASO-CONTROLE

DESVANTAGENS

• Seleção de controles: difícil  pareamento muito importante

• Não adequado para exposições raras

• Cálculo de incidência e prevalência: não possível


ESTUDOS
ANALITICOS
EXPERIMENTAIS
ESTUDOS EXPERIMENTAIS

= Estudos de intervenção

•Terapêutico ou Preventivo

•Dois tipos básicos

-ensaio clínico
-ensaio de comunidade
ESTUDOS EXPERIMENTAIS
Randomizado

1)Comparabilidade de populações (alocação aleatória):


receber ou não a intervenção é decidido de forma aleatória.
Cego
2)Comparabilidade de tratamento (placebo):
os participantes não são capazes de distinguir se estão recebendo a
intervenção ou não.
Duplo Cego
3)Comparabilidade de avaliação (cegamento):
as pessoas que avaliam os pacientes não sabem se estes
pertencem ao grupo que está recebendo a intervenção ou não.
É sempre possível realizar um estudo
experimental para testar uma hipótese causal?
Por que?
NÃO

PROBLEMAS ÉTICOS
ENSAIO CLÍNICO
ESTUDO ANALITICO EXPERIMENTAL
ENSAIO CLÍNICO DESFECHO

Melhora
Intervenção
experimental
População de
Não Melhora
pacientes com a Amostra
condição de
interesse
Melhora
Intervenção de
controle
Não Melhora
ENSAIO CLÍNICO
DESFECHO

Melhora
Intervenção
experimental
População de
Não Melhora
pacientes com a Amostra
condição de
interesse
Melhora
Intervenção de
controle
Não Melhora
ENSAIO DE
COMUNIDADE
ESTUDO ANALITICO EXPERIMENTAL
ENSAIO DE COMUNIDADE

•Intervenções a nível de comunidade (escola, bairro, cidade...)

Ex 1: campanhas para prevenção de AIDS (preservativo, troca de


seringa), fluoretação da água para prevenção de cárie, inseticida no
controle de vetor

Ex 2: Estudo para avaliar impacto de programa de intervenção


(lavar face) para tracoma

Seis vilas na Tanzânia aleatorizadas (crianças 1-7 anos) para


antibiótico tópico X antibiótico tópico + campanha educacional para
lavar a face:

após 12 meses OR de tracoma severo nas crianças das vilas onde


ocorreu intervenção →0,62 (IC 95% 0,47-0 ,72)
Westet al.Lancet1995; 345: 155-8

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