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Continuação dos tipos de

estudos epidemiológicos
Tipos de estudos

Observacionais Experimentais

Descritivos Analíticos Analíticos

• Estudo de caso • Transversal • Ensaio clínico


• Série de casos • Ecológico • Estudo de intervenção
• Caso-controle • Ensaio comunitário
• Coorte
Estudos ecológicos
Estudos ecológicos

Avaliam a correlação entre exposição (fator de risco ou proteção) e desfecho


(doença) em populações, e não indivíduos:
o Também chamados de estudos de correlação;
o Maioria usa dados já coletados → útil para hipóteses iniciais.

Unidade de observação:
o Geralmente população geograficamente definida;
o Mesma população geográfica em tempos diferentes.
Exemplos:

o Mortalidade por doença cardiovascular se correlaciona com


% de gordura saturada na dieta em 16 coortes de 7 países.

o Mortalidade por doença coronariana se correlaciona com


venda per capita de cigarros.

o Acesso a aborto legal é inversamente correlacionado com


mortalidade materna.
Vantagens

Rápidos e baratos;

Ideais para exposições integrais (altitude, clima, relevo, poluição);

Úteis para levantar hipóteses.


Desvantagens

Dados secundários;

Falácia ecológica.
Falácia ecológica

Inferência não apropriada de relações em nível individual


a partir de estudos em nível coletivo (ecológicos).

Exemplo:
Estudo correlacionando o % de indivíduos
de religião protestante e o índice de suicídio.
Falácia ecológica

Exemplo:

Calorias provenientes de gordura


x
Câncer de pulmão.
Falácia ecológica
Estudos de casos e
controles
Desenho
Estudos de casos e controles

Casos = doentes.

Controles = amostra da população de onde se originaram


os doentes.

Lógica:
o Há mais expostos entre casos do que entre controles;
o ou vice-versa, se a exposição for protetora.
Delineamento: fontes de casos

Fontes de base populacional:


o registros de mortalidade;
o registros de morbidade (câncer, infecciosas, malformações).

Serviços médicos:
o hospitais;
o centros de saúde.
Delineamento: escolha dos controles

Objetivo:
Obter informações sobre a frequência de exposição na população de onde se originaram os
casos.

Alguns equívocos comuns:


o os controles devem ser “sadios”;

o os controles devem fazer os mesmos exames diagnósticos que os casos, com resultados
negativos;
o os controles não podem ter o fator de risco;

o os controles devem ser "parecidos" com os casos em tudo menos na doença em questão.
Delineamento: tamanho de amostra

Número de controles por caso:

o Depende da facilidade e do custo de obter e entrevistar casos e controles;

o Normalmente não vale a pena ter mais do que 4 controles/caso


− a não ser que a doença seja muito rara;

o Quando há casos suficientes, o ideal é 1 controle por caso;

o Se há informação disponível para mais de 4 controles por caso, usar todos!


Vantagens dos estudos de casos e controles

São (relativamente) rápidos e baratos;

Servem para doenças raras e comuns;

Tipo de estudo mais adequado para doenças raras.


Desvantagens dos estudos de casos e controles

Não medem frequência da doença:


o a não ser que tenham base populacional.

São susceptíveis a uma série de vieses:


o Seleção: quando os controles não são representativos dos casos.
o Informação: fato de ter ou não a doença pode influenciar a
captação de informações sobre a exposição.

São alvos prediletos de amadores.


Relembrando o cálculo da razão de odds...

Casos Controles
Expostos A B
Não expostos C D

Odds de exposição nos casos = a/c


Odds de exposição nos controles = b/d

Razão de odds = (a/c)/(b/d)


Estudos experimentais
Estudos experimentais

Tratamento
Nº. de óbitos
novo
Randomização
Elegíveis

Tratamento
Nº. de óbitos
convencional

Início do estudo Tempo


Tipos de estudos experimentais

Ensaios clínicos

Estudos de intervenção

Ensaios preventivos (comunitários)


Tipos de estudos experimentais

Ensaios clínicos (terapêuticos):


presente população

Um agente terapêutico ou um screening


procedimento é utilizado na tentativa
consentimento informado
de aliviar um sintoma e/ou aumentar a
sobrevida em pessoas com a doença. amostra
randomização

tratamento placebo

futuro
morte morte
Tipos de estudos experimentais

Estudos de intervenção

O pesquisador intervém antes que a doença tenha se desenvolvido, em indivíduos em


maior risco de desenvolver a doença.

Exemplo:
Pessoas em risco para desenvolver HAS:
o Palestras sobre os riscos do consumo de produtos ricos em sódio.
Tipos de estudos experimentais

Ensaios preventivos (comunitários)

Conduzidos em indivíduos sadios com a finalidade de determinar a eficácia de um agente


ou de um procedimento preventivo.

Exemplo:
Palestras com nutricionistas no início do ano sobre alimentação saudável para metade das
turmas e avaliação no final do ano de todos os alunos para verificar o consumo de frutas e
verduras.
Ensaio Clínico Randomizado – Como fazer?

1. Medir características de base de todos os indivíduos (baseline):

o comparabilidade dos dois grupos


Ensaio Clínico Randomizado – Como fazer?

2. Expor metade desses (escolhidos ao acaso) a um agente terapêutico:

Alocação ao acaso = randomização

Através da randomização cada participante


tem a mesma probabilidade de receber a
intervenção ou de fazer parte do grupo
controle.
Vantagens da randomização

Remove o viés de alocação

Produz comparabilidade entre os grupos


Ensaio Clínico Randomizado (ECR)

Cegamento.

Idealmente, o ECR deve ser duplo-cego.

Tipos de ECR conforme o cegamento:


o Não-cegos (abertos)
o Uni-cegos
o Duplo-cegos
o Triplo-cegos
Estudos não-cegos

Participantes e profissionais que acompanham


sabem a que grupo os participantes pertencem;

Técnicas cirúrgicas;

Mudanças em estilo de vida (hábitos alimentares,


exercício, tabagismo).
Estudos uni-cegos

Participantes não sabem a que grupo pertencem.


Estudos duplo-cegos

Participantes e entrevistadores não sabem a que grupo os


participantes pertencem;

Minimizam os riscos de vieses;

Mascaramento.
Estudos triplo-cegos

Participantes, entrevistadores e quem analisa os dados


não sabem a que grupo os participantes pertencem.
Ensaios clínicos randomizados (ECR) duplo-cegos

Vantagens

o previnem viés de seleção


o previnem viés de aferição
o são os estudos mais robustos em termos de causalidade

Desvantagens

o podem ser muito caros


o podem não ser generalizáveis
o podem ser eticamente inaceitáveis
o podem ocorrer muitas desistências
Estudos experimentais não randomizados

Quase-experimento

Estudo tipo “antes e depois”


Estudos experimentais não randomizados

Quase-experimento

Grupo intervenção e grupo controle


são comparados quanto à medida do
desfecho, mas não são definidos por
randomização.
Estudos experimentais não randomizados

Estudos tipo “antes e depois”

A mesma amostra ou uma amostra


diferente da população-alvo é
avaliada antes e depois da
implementação de um programa ou
intervenção, servindo como seu
próprio grupo controle.

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